Pandemia. O jogo das doenças. E não é um jogo só para médicos.
Pandemic é um jogo cooperativo. É um jogo muito simples, com regras também elas muito simples. O mais difícil do jogo é talvez, parar de jogar (até se conseguir ganhar pelo menos).
Para jogar Pandemic é necessário 2 a 4 pessoas (não joguem com 5 adaptando as regras porque não dá mesmo para ganhar o jogo). Este é mais um jogo de tabuleiro com mecânica baseada em cartas. O tabuleiro em si, serve para representar o alastramento das diversas doenças, centros de pesquisa, e onde cada jogador está no momento.
A história de Pandemic é que surgiram no mundo 4 doenças (representadas por 4 cores), e existe uma equipa de especialistas (os jogadores) que pretende combater numa primeira fase o alastramento das doenças e numa segunda fase descobrir a cura para as 4 doenças, levando à sua irradicação. O objectivo do jogo é descobrir as 4 curas para as 4 doenças.
Para atingir o objectivo das 4 curas, os jogadores têm de cooperar (realmente cooperar e não fingir que cooperam) entre si para chegar a bom porto e vencer o jogo. Cada um dos 4 jogadores tem um papel diferente a desempenhar, e cada um destes papeis fornece um poder especial.
Existem 5 papeis que podem ser desempenhados (um deles fica de fora sempre no jogo a 4 por exemplo) são:
- Médico - Quando cura uma doença numa cidade, limpa a cidade inteira
- Investigador - Pode dar qualquer carta da sua mão a outro jogador
- Cientista - Só precisa de 4 cartas da mesma côr para descobrir uma cura
- Especialista em Operações - Pode construir centros de pesquisa em qualquer lugar
- Despachante - Pode deslocar outros jogadores na sua vez.
Na sua vez, um jogador pode executar 4 acções (simples ou especiais), podendo escolher de um vasto leque:
-
Acções Simples
- Deslocar-se para uma cidade vizinha
- Vôo directo para uma cidade da qual tenha uma carta
- Vôo Charter para qualquer destino (tem de ter uma carta da cidade de origem)
- Deslocar-se entre 2 centros de investigação
- Passar
-
Acções Especiais
- Construir um centro de pesquisa (jogando uma carta da cidade onde quer construir)
- Descobrir uma cura (com 5 cartas da mesma cor)
- Tratar doença da cidade (pode remover 1 marcador de doença da cidade)
- Partilhar conhecimento (dando uma carta a outro jogador que esteja na mesma cidade)
Depois de efectuar estas 4 acções (favoráveis), o jogador tem de tirar 2 cartas do baralho de biscar. Este baralho contém cidades e respectivas cores. Existem também cartas especiais de evento que permitem efectuar a qualquer momento uma determinada acção (descrito na carta).

Além destas 2, existe um 3º tipo de cartas.
E é aqui que as coisas piam fininho. São as cartas de epidemia. Quando uma destas cartas sai, pode-se pura e simplesmente perder o jogo. Em determinadas circunstâncias, o jogo pode ser perdido, no primeiro turno e quando o primeiro jogador joga.
Basicamente a carta de epidemia retrata o alastramento maciço da doença.
Quando ela sai, várias coisas sucedem:
- O nível de infecção aumenta (e ele nunca diminui....)
- Depois uma cidade é infectada maciçamente. Para isto vai-se ao baralho da infecção e tira-se a última carta. Esta cidade leva 3 cubinhos de doença. Cada cidade só pode ter no máximo 3 cubinhos de doenças. Se se exceder este limite, então surge um descontrolo da doença.
- A seguir a isto, pega-se no baralho de discarte de infecções, baralha-se e coloca-se por cima do baralho de infecções. Ou seja a probabilidade de cidades já infectadas serem novamente infectadas, vai do 0 para os 100%.... Dando origem possivelmente a novos descontrolos.
É de referir que o jogo permite escolher a dificuldade, colocando mais ou menos cartas de epidemia no baralho. Quantas mais, mais difícil é o jogo. Joguei no nível normal (5 cartas) e no nível heroico.... Nunca ganhamos....
Finalmente o jogador termina a sua jogada tirando 2 cartas do baralho de infecções, colocando um cubo de doença da cor correspondente na cidade.
O Descontrolo de doenças
Quando uma cidade já tem 3 cubos de doenças da mesma cor e é necessário colocar mais cubos dessa côr nessa cidade, então ocorre um descontrolo da doença. Sempre que isto ocorrer, o nível de descontrolo é aumentado em 1 unidade. Se ocorrerem 8 descontrolos o jogo é perdido. Basicamente o descontrolo significa que todas as cidades vizinhas são também infectadas com um cubo cada de doença. Isto pode dar origem a outros descontrolos e assim sucessivamente. É meio caminho andado para perder o jogo....
Cartas de biscar
Esta são as cartas que o jogador pode ter na mão, e com as quais pode fazer acções especiais. De referir que só se pode efectuar acções especiais (excepto tratar doença), estando na cidade, e tendo a carta dessa mesma cidade. Cada papel pode efectuar algumas alterações a esta regra.

Cartas de infecção
Estas cartas estão no baralho de infecção. Dependendo do nível de infecção, 2 ou mais cartas são tiradas de cada vez. Seguidamente cada cidade leva um cubo de infecção. E isto pode dar origem a descontrolos.... De referir que cada cidade tem uma cor associada. E só existe uma carta por cidade. Contudo uma doença de outra cor pode chegar a uma cidade de outra cor devido a descontrolos.
Derrota
Perde-se o jogo quando:
- Se ocorrerem 8 descontrolos de doença, ou
- O baralho de biscar termina (sim não se volta a baralhar este....), ou
- Não existirem mais cubos de uma determinada doença para colocar
Vitória
Ganha-se quando se descobre as 4 curas (e se ainda não se tiver perdido é claro...).
Conclusão
Posso dizer que joguei umas 10x este jogo e nunca ganhei (e vontade não faltou de continuar a jogar....). Mas o jogo é muito giro de se jogar. E rápido também. Não é um jogo para se estar sempre a jogar, mas pela sua facilidade de regras dá para jogar frequentemente. As instruções do jogo são 8 páginas cheias de figuras e exemplos. São fáceis de ver e perceber. Em 2, 3 minutos explica-se o jogo. A duração do jogo varia muito. Tanto podem ser 5 minutos (incluindo inicializações) se se perder logo ao princípio como 45m. Um bom jogo cooperativo sem dúvida.

