Nos últimos anos tenho vindo a experimentar cada vez mais o formato PbP, tanto como jogador quer como narrador.
Antes disso tinha experimentado PbEM e até cheguei a jogar por mIRC, longe vão os dias... Mas das duas uma, ou só conseguiamos ter o pessoal todo junto 1 vez (no cado do mIRC), ou a coisa prolongava-se por tanto tempo que o pessoal se ía desinteressando.
Não digo que o problema fosse do formato (qualquer que ele fosse) mas, pelo contrário, da diferença que existia entre as expectativas dos jogadores e do(s) narrador(es).
Eis que, nos entretantos, começo com a campanha Emerson, a Crisis of Faith com o entuito de que, mais tarde, se unisse à campanha U.S.S. Cressida, já que existiam ambas no mesmo mundo - sem que os jogadores de ambas as campanhas o soubessem. Mas na altura eu estava mais interessado em plots complexos e em contar uma história do que propriamente jogar um jogo com princípio, meio e fim. E isso, aliado a outros factores, resultou no cansaço de alguns dos jogadores e, mais tarde, no final prematuro de ambos os cenários.
Porém, se na altura não o percebi enquanto narrador, foi enquanto jogador (mais tarde) que vim a perceber o meu erro. Em cenários como As Guerras do Deus Morto, Terror no Shopping e O Olhar de Set — todos narrados pelo Kabukiman; ou noutros como Os Lobos da Covilhã, de Dalewarrior, ou As Três Torres, de Logus Vile — só então me fui apercebendo da fórmula que melhor resultará em PbP:
- o sistema de regras é secundário (mais do que de costume).
- quando nenhuma das personagens interage directamente, a surpresa é maior.
- quando todas as personagens interagem, o lado cooperativo é maior.
- o cenário deverá ser curto!
- para não se tornar maçador para o narrador - que já deve ter outro projecto na manga de certeza,
- para não se tornar maçador para o jogador - que vai ficar a querer mais no final,
- e, no fundo, para se criar um ambiente em que quer o narrador quer os jogadores estão dispostos a experimentar algo diferente numa próxima oportunidade.
Mas o RPG não é feito de verdades absolutas e, uma vez que me encontro a estudar na Inglaterra, juntei-me ao grupo de cá para ver se conseguia jogar alguma coisa de diferente. No entanto, como eu estudo no campus mais afastado da universidade, nunca me foi possível fazer parte de nenhum grupo de jogadores.
É aí que me volto de novo para o PbP tentando colmatar essa falta.
- Um cenário curto que se passava na Roma Antiga para 4 jogadores.
- Resultado: 1 jogador fez personagem, os restantes que se mostraram interessados deixaram de me responder aos emails.
- Conclusões: Era em tempo de aulas. Talvez os estudos exigissem muito tempo. Mas ao menos fiquei com 1 jogador interessado em experimentar PbP outra vez.
- Um cenário curto baseado no Lost World, mas centrado no pós-guerra de 1947.
- Resultado: 4 jogadores fizeram personagens, mas só dois se mostraram interessados no formato, continuando a responder até que eu achei melhor terminar com o projecto de vez.
- Conclusões: Era em tempo de férias. Talvez o tempo-livre fosse demasiado e não conseguissem organizar-se. Mas ao menos fiquei com 2 jogadores interessado em experimentar PbP outra vez.