Porque é que começaram a jogar roleplay?

O que vos levou a jogar roleplay? Toda a gente jogava? Era diferente?

 

Acho que é uma discussão engraçada para ter aqui, não sei se já se fez ou não.

Foi um grupo de amigos que me levou a jogar rpg, há vários anos atrás, na antiga SocTip perto do Arco do Cego, se não estou em erro, onde joguei um clérigo que, com a sua party, tentava resolver o enigma do rapto da filha do mayor da cidade; questões de política, iríamos ver depois.

Esses amigos já jogavam antes, mas era só algo do mesmo género e no mesmo sítio, pequenas demos para fazer passar o jogo.

Excelente tópico, acho, mas é costume quem o inicia dar também o mote e dizer de sua justiça sobre o tema. :wink:

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

Eu já conhecia roleplays de nome porque um antigo artigo da Your Sinclair (revista para o saudoso ZX Spectrum) descrevia os 10 roleplays para se levar nas férias. Isto em 1985 ou coisa que o valha. Depois, quando comecei a jogar um Play by Mail, recebi um folheto com uma lista de roleplays e os preços para eu poder encomendar (xiiii, 3000$00 pelo manual de MERP, tão caro! Laughing).

Mais tarde, comprei um livro que era uma espécie de "Tu és o aventureiro" publicado pela TSR e traduzido em Português. O livro não era nada de especial mas na última folha trazia a morada da SocTip na Estefânia com a capa do Dungeons&Dragons (caixa vermelha). Numa bela tarde de verão, lá me meti a caminho, desci até uma cave grande onde estavam várias mesas e grupos a jogar. Sentei-me e joguei Horror on the Hill com outros jogadores.

Tive a sorte de alguém se lembrar de vender a caixa vermelha de D&D no Pão de Açúcar. Comprei, recrutei alguns amigos e a partir daí foi o que se viu.

"You think I'm old and feeble, do you? Well, face my Flying Windmill Kick, asshole!"

[quote=Rui]Excelente tópico, acho, mas é costume quem o inicia dar também o mote e dizer de sua justiça sobre o tema. ;-)[/quote]

 

Pois bem, aqui vai a minha justiça.

Eu já tinha ouvido falar de roleplay! Aquela coisa malévola que toda a gente olhava com má cara! Nunca pensei, no entanto que se jogasse cá em Portugal!

Quando conheci o Rui, ele apresentou-me então a este mundo. Ele falava horas e horas intermináveis sobre roleplay.

Para ele não abdicar de um hobbie que obviamente adorava e que em mim começava a criar bixinho comecei a jogar.

Foi em casa da elora e do jp. Estavam a acabar mutants and masterminds primeira edição na altura e mandaram-me uma folha com uma data de escritos e rabiscos para a frente, foi assim que começou...

Há coisa de 6 anos um amigo meu (o dirt), falava-me esporadicamente de jogar uma campanha onde interpretava vampiros e de outra onde haviam uns guerreiros a bater em coisas.

Convidou-me para participar numa campanha desses guerreiros a bater em coisas que ele ia começar, fiz a folha de PC, tentamos arranjar mais uns interessados mas não se chegou a lado nenhum.

Algum tempo depois dei-lhe boleia até à casa de um senhor onde ele ia jogar, deixei-o lá e quando cheguei à minha casa ele telefona-me e diz que precisam de um jogar.

Vou à casa do tal senhor, explicam-me por alto a folha de PC e o universo de Vampire, The Masquerade, escolhi um PC pré-feito do clanbook Toreador e lá fui eu jogar.

6 anos depois aqui estou eu.

Ok, não é muito mega nem muito épica...

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Comecei a jogar roleplay porque encontrei Vampire: the Masquerade, um RPG cuja publicidade me chamou à atenção. Só ia lá mesmo assim, pois - apesar de até ver alguma gente a jogar - nunca ninguém me explicou o que era ou me cativou para experimentar.

Tentei descobrir na net qual era a ideia, comprei o corebook em conjunto com uns amigos e tomei a iniciativa de mestrar. Sim, sempre passei mais tempo atrás do screen do que à frente dele.

Na altura, pouca gente jogava e era, de facto, um hobbie diferente. No entanto, para mim não foi a ideia de me juntar a um grupo alternativo, grande parte do que se via era D&D - coisa que só mais recentemente aprendi a gostar - por isso, no início, estava praticamente sozinho.

Mais tarde, conheci uma série de pessoal que jogava à noite na Arena Porto - onde finalmente encontrei gente que partilhava dos mesmos gostos e onde comecei a aprender a jogar e a mestrar. Daqui mando um abraço ao João Luís, ao Fernando, ao Hélder, ao outro Hélder, ao Ricardo,ao João e ao Rui. Belos tempos em que se jogava 2as, 3a, 4as e 6as à noite :)

É isso. No essencial, comecei a jogar graças a Vampire e a um grupo de amigos.

Nos anos 80, vi a famosa caixa vermelha à venda numa loja que dizia na capa que nós eramos o heroi, e fiquei curioso mas tinha um preço proibitivo para um miúdo (2500$00!). Lá para 1987 vi um livro da TSR da série "Aventura sem fim", e comprei; no fim, tinha um panfleto que tinha mais algumas informações sobre os rpg's e fiquei interessado, mas não tinha onde comprar material. Só já nos anos 90 no Porto é que encontrei novamente a caixa vermelha e comprei-a e com uns amigos que já tinham ouvido falar de rpg's jogámos D&D, até evoluírmos para AD&. Mais tarde segui para outros jogos.

Eu comecei com os famosos livros das Aventuras Fantásticas. Primeiro sozinho, depois eu lia as entradas do livro e os meus amigos jogavam as personagens. Julgo que até cheguei a criar algumas aventuras para eles jogarem, usando o sistema de jogo dos livros!

Ao mesmo tempo jogava RPGs de computador e descobri um programinha que nos deixava criar as nossas próprias aventuras em settings de AD&D, o Unlimited Adventures.

Quando cheguei à faculdade encontrei a minha primeira loja de jogos (a agora defunta Valentim de Carvalho) onde apenas se vendia AD&D 2.ª edição. Foi nela que comprei o meu primeiro acessório de RPG (um exemplar da revista Dungeon) e o meu primeiro suplemento RPG (a caixa do Forgotten Realms, tendo então a minha primeira desilusão com o D&D quando descobri que o "complete setting" significava apenas que tinha de comprar mais três calhamaços enormes para poder jogar!) e graças à internet descobri muitos outros jogos e sistemas.

O primeiro jogo que mestrei foi uma aventura da minha lavra usando uma adaptação do FUDGE (foi um desastre). O primeiro jogo como jogador foi depois: Vampire, mestrado pelo Kabukiman.

Porquê? Não faço ideia. Acho que sempre quis inventar histórias, participar em histórias e partilhá-las com outras pessoas.

Eh, eh, ainda me lembro de ter ido com o Astinus comprar a caixa "The tales of the lance" do universo de Dragonlance que dizia que tinha tudo para se jogar, e depois ao olhar o conteúdo não percebiamos como se poderia jogar com aquilo (só tinha mapas, um ecrã e fichas de personagens), até que vimos umas letrinhas miudinhas que diziam que eram necessário ter primeiro o manual do jogador, do mestre e dos monstros (e mesmo assim não chegava, pois era preciso a caixa com o setting e as aventuras). Voltámos à caixa vermelha durante uns tempos até comprar os manuais.

 

Se bem me lembro acho que no dia seguinte não tinha dinheiro para comer, depois de comprar aquilo. Mas também foi interessante que o verdadeiro nome do Tanis Semi-duende era Tanis Half-Elf. (As gloriosas traduções de bibliografia de fantasia para português)

Tinha visto uma vez na defunta Valentim de Carvalho do Rossio, um livro a falar sobre Dark Sun… E uma coisa chamada Dungeons & Dragons, lá dentro, coisas como THAC0 apareciam.
Anos depois e quando já estava farto de gastar dinheiro em Magic, troquei num puro impulso a maoria das cartas por material de D&D (o famoso CD-ROM com todos os cores e mais os livros de classes e acessorios), imprimi, cravei varios amigos do meu bairro (afinal se era a minha casa que servia para se jogar boardgames e era eu sempre o tipo encarregue de dizer as regras e tal…) e pimba.
DM desde ai!
E claro, com o background dos famosos livros-jogos da Verbo (os tais de capa verde) era só mesmo uma questão de tempo até o ser mordido pelo bichinho.

Bom, no meu caso já o estava a jogar quando soube o que era! :wink:

Há muitos anos, quando andavamos todos algures entre os 13 e os 15, um amigo do meu vizinho, o JPN aqui do abreojogo, teve como presente de Natal (ou de aniversário, não sei) a caixa vermelha Portuguesa de D&D, decidiu reunir pessoal e pronto, lá fomos nós à aventura. Foi quanto bastou para hoje, uns 16 anos ou mais depois, estar aqui. :slight_smile: Era uma óptima forma de socializar com n pessoas ao mesmo tempo, um desafio intelectual, e um escape criativo, tudo ao mesmo tempo.