Ultimamente tem-se discutido sobre as acções de um dos meus jogadores (o nosso querido Tony P.) na nossa ultima sessão, e isso deu-me que pensar sobre o poder e/ou responsabilidade dos jogadores à mesa, em conjunto com a do GM.
Aqui vamos falar apenas de rpg tradicional, e não só apenas no Mutants and Masterminds, uma vez que me parece que os resultados desta discussão poderão ser aplicados a qualquer jogo - se houver resultados da discussão,claro. ;)
Neste exemplo, as regras do jogo definem claramente que o jogador pode escolher por a sua personagem em sarilhos para ser recompensado por eles com Hero Points (HP's), pontos que em jogo lhe permitem fazer, entre outras coisas, re-rolls, aumentar o poder, andar mais rápido, ter poderes ou extras que não tem descritos na folha, recuperar fadiga, etc. É realmente muito forte e pode ajudar o jogador, às vezes em mais do que uma ocasião.
Mas o jogador pode por-se em sarilhos não apenas para ganhar os HP's, mas para alterar o curso da aventura, adicionar extras à narrativa, acrescentar sal à história, ou qualquer outra razão que lhe ocorra na altura; como aconteceu neste caso, o Padeira estava meio chateado com a sua personagem porque a via sem fazer nada, e escolhe abertamente matar os maus com um ataque de área, não ligando aos vários inocentes, sabendo qual seriam os resultados das suas acções, tanto os imediatos como os de médio-longo prazo. Os resultados imediatos foram a morte dos inocentes, o impacto que isso teve na energia do grupo ao verem o massacre que tinham em mãos; a médio-longo prazo, uma mais que possível expulsão da escola, presenteado com uma pulseira que lhe inibe os poderes e o torna um humano normal. Para ambos os resultados já havia antecedentes de um outro jogador.
É o jogador que escolhe isto, não o GM. É o jogador que tem o poder de intervir na narrativa e dizer, mesmo que seja sem o afirmar por palavras à mesa ou discutir com os jogadores, eu quero que isto aconteça porque sei quais as consequências. O papel do GM, neste caso, é de relatar os eventos - se a minha reacção fosse outra que não a que tive, estaria a ser no mínimo hipócrita, pelos antecedentes que tínhamos no grupo. Os resultados dos dados poderiam ter sido outros quaisquer, mas não foram e não nos vamos por a discutir isso, e a minha reacção foi, obviamente, dependente deles, mas de qualquer das maneiras a intenção do jogador está lá, e não só está lá, como está prevista nas regras.
E aqui não estamos a falar de PTA nem de nada parecido, estamos a falar de um jogo que é uma variante do D&D - uma variante extrema, mas ainda assim uma variante. E deste exemplo não resulta o MnM do Rui, porque não fui eu que lhe pedi para fazer isso; nem resulta o MnM do Padeira, pois o que ele fez está nas regras.
Quantos de vocês como jogadores fizeram isto? E o vosso GM deixou-vos tentar essa acção?
Quantos de vocês como GM's têm jogadores que fazem isto? E se têm pelo menos um, deixam-no tentar esse tipo de acção?
Caros amigos, adoro o meu grupo de jogo. :D
Discutam, se vos aprouver.