Obirgado pelo feedback Rick.
[quote=Rick Danger]gostava de saber mais sobre o que pretendes fazer com o jogo em geral[/quote]
Aqui vai, ponto por ponto e no fim mais alguns da minha lavra.
[quote]coisas mais logísticas como de tempo para preparação necessário[/quote]
A ideia é que o jogo exija um mínimo de preparação. Como? Se tudo correr bem criarei (eu ou outro pessoal que se associe ao projecto) cenários pré-criados. E depois quero que o jogo tenha ferramentas para os cenaristas criarem os seus cenários com um mínimo de esforço.
Eu bem sei que a maior parte do pessoal não conhece os meus jogos de referência (Toon, Prince Valiant, Maléfices) mas estes são jogos exemplares deste ponto de vista. Eu não vou fazer exactamente como nestes jogos mas vou avançar no mesmo sentido.
Ou seja, sistema bastante simples pois quanto mais complexo mais exige em termos de tempo de preparação. E bastantes materiais que facilitem aos jogadores, em particular os cenaristas, desenvolverem os seus cenários com um mínimo de esforço.
[quote]número de jogadores, idades recomendadas[/quote]
De 2 (um cenarista e um actor) a... 6 (cinco acotres)? Sejamos realistas: quantas pessoas se juntam à volta de uma mesa para jogar um jogo? A ajuizar pelos jogos de tabuleiro, uma questão recorrente é a de saber se o jogo X ou Y funciona bem com dois jogadores... Acho que posso apontar sem problemas para 3 a 5.
Quanto às idades, a partir dos 10 anos. Aí vai ser importante a expressão escrita mas é questão que deixarei para mais tarde.
[quote]formatos de publicação[/quote]
Adorava publicar uma caixa cheia de material... e depois vários livros e outros materiais adicionais. Simplesmente, é demasiado cedo para dar uma resposta a esta questão.
[quote] Confesso que também não conheço quase nada sobre a fonte[/quote]
Parece que por aqui ninguém conhece BD belga clássica, nem mesmo quando republicada por um jornal a baixo custo... Era bom saber qual o sucesso da edição do Público. Oportunamente, ou seja, quando tiver uma primeira versão do jogo pronta, vou falar com eles para saber. Isso é importante para ter a certeza de que estou a apontar a direito com a opção pelo Alix.
[quote]e, mais do que isso, acho que estou mais interessado no teu RPG da BD do que na BD em si
por isso, gostaria de saber mais sobre o que queres fazer com ele.[/quote]
A BD é uma excelente forma de pôr o jogo de pé, é tão simples como isto. Dá-me imensos exemplos e fontes de inspiração. Ajuda-me a disciplinar as ideias. E permite-me pensar de forma visual, o que me facilita muito o trabalho pois penso muito dessa forma.
O que fazer com o jogo? Ele é muito simples. Se tiver sucesso penso que o posso direccionar para outras ficções dirigidas para jovens. Há várias outras séries além da do Alix que posso explorar. Mas é muito cedo para pensar sobre isso. Afinal, ainda nem tenho o jogo do Alix feito...
[quote]A introdução com o título "As Aventuras de Alix" destaca o mundo em si e descreve o ambiente em termos gerais[/quote]~
A introdução é provisória, serve apenas para dar uma ideia e mais nada. É algo que terei de rever de cima a baixo depois de ter o conteúdo propriamente dito assente.
[quote]mas acho que gostava de saber mais sobre o que fazem as personagens, que conflitos é que encontram[/quote]
As histórias do Alix são muito de investigação e de resolução de conflitos políticos onde o Alix é agente e não actor principal. Por exemplo, o Pompeu decide criar dificuldades ao César e mandar a espada do Vercingetorix para a Gália para que os gauleses provoquem sublevações. O Alix fica a saber e tenta impedir que os agentes do Pompeu sejam bem sucedidos. O meu jogo vai funcionar na base de pressupostos semelhantes.
[quote]quem é o Alix e o que é faz dele um protagonista nestas histórias (do teu ponto de vista como autor deste RPG e não como leitor da BD)?[/quote]
Já respondi muito superficialmente à primeira questão. Eu acho que o jogo se deve centrar em personagens relacionadas com o Alix mas não neste. Assim como o César é a grande personagem mas não está no centro das histórias, o Alix pode desempenhar o mesmo papel para as personagens dos actores.
[quote]O tema da BD é o Império Romano, mas qual é o assunto? Intriga? Descoberta de novas culturas? Conquista de território para sobreviver? Tudo isto ao mesmo tempo?[/quote]
Um pouco de tudo isso, sim. Mas tudo isto de forma simples e alta em acção. Os enredos do Jacques Martin têm inflexões permanentes. De um ponto de vista de técnica narrativa são pouco trabalhados. Só não são medíocres porque ele mete sempre algo que faz pensar. Ora isto é uma vantagem do ponto de vista do rpg! É que os enredos dele funcionam muito como um jogo de rpg criado por pessoal comum sem grande domínio da técnica narrativa.
[quote]Por exemplo, se as convicções que vêem na criação de personagem são importantes e são aquelas e não podem ser outras, o que é isso diz acerca do jogo?[/quote]
Bem, as convicções são aquelas e não podem ser outras nas regras de base. Eu tenho em mente regras avançadas que permitem aos jogadores variarem as convicções ou aprofundarem as de base. Aqui aflora a influência do Prince Valiant (e dos jogos de mesa ou dos jogos de guerra, quer dizer, de jogos criados para serem jogados...). Eu acho que há toda a vantagem em dividir as regras desta forma. Uma pessoa que compra um jogo não deveria precisar de digerir centenas de páginas de regras complexas para começar a jogar. Antes, é preferível dar a matéria passo a passo, pondo-a em prática por etapas.
[quote]Acho que há aqui mais qualquer coisa que eventualmente pode ser incluída na introdução ao jogo.[/quote]
Sem dúvida, a introdução precisará de ser muito retrabalhada. Neste momento o que me interessa é o resto...
E quanto ao resto a minha abordagem vai ser a de utilizar ao máximo conceitos da técnica narrativa de ficção. Cenarista, actor, personagem, cenário, enredo, cena, climax, etc., são conceitos que estou a utilizar ou que vou utilizar. O jogo não terá turnos ou equivalente, terá cenas. E as cenas serão compreendidas nos termos da construção de uma ficção, ou seja, como uma unidade de tempo, espaço, etc. em que ocorre algo que faz avançar o enredo, que dirige a acção para o climax.
Sérgio Mascarenhas