[PTA] Heritage - Episódio 1

E depois de uma brilhante sessão de Amber na quinta-feira, foi a vez de repetir a dose e deleitar-me com uma sessão de Primetime Adventures (ou PTA, prós amigos) na sexta-feira à noite. Este foi o episódio 1 (já que o anterior fora o episódio 0, o chamado episódio piloto).

Foram apenas três horas e meia. Não é que nós quiséssemos parar, a coisa apenas atingiu o seu fim natural, mas pronto. Deu para explorar completamente várias plotlines, lançar outras, jogar um episódio da série do princípio ao fim e gastar o orçamento ao produtor, que eu acho sinceramente que devia mandar uma carta para o Sócrates a pedir um subsídio para esta produção audiovisual nacional (que é a melhor série nacional de TV para aí desde o Duarte & Companhia e do Tal Canal). Foi realmente incrível (eu peço perdão, mas às vezes só consigo arranjar estes dois adjectivos, “brilhante” e “incrível”), e parece que foi desta que o João Mendes, o nosso produtor, conseguiu abrir aquela lata teimosa que tinha à frente, e nem sequer era a proverbial can of worms, era mesmo de delicioso leite condensado (ainda bem que o meu colega de jogatana, o Paulo, rei dos segundos sentidos e das metáforas sexuais, não costuma ler isto senão ia ser bonito, ia). Afinal a lata não era tão teimosa assim, parece que só ficou fechada uma sessão e meia, que correspondeu ao episódio piloto. Nem sequer foi preciso nenhum machado para a abrir, apenas alguma experiência hands-on e uma verdadeira enxurrada de bons conselhos na Forge em resposta às questões do João.

Tanta coisa boa… nem sei por onde começar! Este é o episódio que antecede o meu spotlight episode, portanto aqui já o meu personagem e a sua issue estiveram em destaque, em antecipação de tudo aquilo que o próximo episódio vai trazer. Comecei logo por iniciar a plotline que introduzi no final do episódio passado através da mecânica do Next Week On (que é brilhante, deixem-me repetir, B-R-I-L-H-A-N-T-E) e enquadrar a cena (isto sou a traduzir a expressão scene framing) que acabaria numa agressão ao Nemesis (o filho do patrão da Heritage) da parte do meu personagem por causa de um rabo de saia, agressão essa que estaria na origem do meu despedimento. Só não foi um bang porque a decisão – de agredir o filho do patrão ali em frente a metade dos empregados – já estava tomada desde a semana passada, eheh. Enfim, nada melhor para começar um episódio sobre a equipe H1 do que com o despedimento de um dos protagonistas da H1… nice! :slight_smile:

A minha cena seguinte envolveu o meu personagem a falar ao telefone com a namorada, dizendo que não ia pedir desculpas por ao filho do patrão por lhe ter batido para ser readmitido, e esse #$%& que fosse para o !#$&%. Fora exactamente este pedaço de cena que eu criara na sessão anterior, no Next Week On. Tinha sugerido a sua excelência, o nosso muy amado produtor, que acabasse a cena comigo a descobrir algo importante sobre uma traidora/espiã criada por ele mesmo no episódio piloto e que parece estar infiltrada na organização com propósitos desconhecidos. Isto ia dar-me algo que fazer/investigar enquanto os restantes membros da H1 iam até Paris em busca do maior diamante conhecido pelo Homem. No entanto, o nosso produtor teve uma ideia melhor, cobriu a minha aposta, e aumentou a parada: a dita senhora convidou-me para trabalhar para eles, sejam eles quem forem, e ganhar bastante mais dinheiro espiando a H1 do próprio interior. B-A-N-G! Precisei de pensar durante um intervalo publicitário, mas lá me decidi. Eu, feito patinho, é claro que aceitei ouvir a proposta dele com todos os detalhes interessantes (tipo recompensas monetárias, seguro de saúde, carro para uso pessoal, etc.)

A minha próxima cena, enquadrei-a num restaurante, com o meu personagem a jantar calmamente com a sua namorada. A ideia do jantar tinha-me surgido logo ao início, inspirado pela cena do Rogério a marcar um encontro com a secretária do seu tio. Achei que ficava muito bem imitá-lo e apresentar uma variação; sabem aqueles episódios das séries de TV onde os personagens se envolvem todos em situações semelhantes e depois a diversão é exactamente seguir em paralelo as desventuras e reacções de cada um dentro daquela temática? É bom storytelling, sim senhor. Mas eu queria mais do que uma coisa bonita… de modo que fiz o telefone tocar logo ao início do jantar. Eram eles, que como acordado, estavam a telefonar para que eu largasse de imediato o que tinha entre mãos para ir ouvir a sua proposta. Novamente, o Mendes cobriu a minha aposta e aumentou a parada. Eles estavam ali, naquele preciso restaurante. Mas eu ainda me quis enterrar mais e sugeri que eles, ou pelo menos o seu representante, eram na realidade uma mulher lindíssima. E agora, será que o personagem ia deixar a sua miúda a jantar romanticamente sozinha para ir ter com a mulher lá ao fundo para falar de traição à fundação onde ambos trabalham? BANG! Enfim, é claro que o personagem deu a desculpa mais velha do mundo (aquela que se usava antes de haver cigarros à venda) e se levantou para ir à casa-de-banho. Depois, é claro, deu de caras com uma velha “amiga” naquela mesa lá do canto e teve de a ir “cumprimentar”. Bom, enquanto isto a namorada jantava sozinha e via o seu par na amena cavaqueira com uma mulher fisicamente mais bela que ela; quando ele regressou, já ela praticamente tinha acabado de jantar. Felizmente(?) para mim, os dados decidiram que ela não ficou activamente furiosa, apenas passivamente magoada, de modo que a noite acabou sem mais incidentes.

Mucho nice! E isto ainda vai dar que falar, espero eu. Entretanto, os outros jogadores desdobravam-se em investigações à volta da relíquia da semana (uma das inspirações temáticas da nossa série é o show Relic Hunter) e em esforços para conseguir que me reintegrassem na equipe. Graças a eles, consegui voltar à equipe sem sequer ter de me humilhar em público pedindo desculpas ao meu Nemesis, eheh. E pronto, lá voltei eu à equipa mesmo a tempo do confronto final com os bad guys, que na verdade eram só um.

Terminado o episódio, chegou a altura desse fabuloso momento que é o Next Week On. Como para a próxima é o meu spotlight episode, não estive com meias medidas. Agora que aceitei trabalhar para o inimigo, introduzi um breve excerto de uma cena onde se vê o meu personagem junto do seu Nemesis, o filho do patrão, que acabou de descobriu a sua traição e está prestes a ligar para dar o alarme… eis senão quando o meu personagem puxa de uma arma e lhe ordena que pouse o telefone. Mal posso esperar para ver o que vai sair daqui!

Novamente isto parece uma daquelas situações bastante extremas, que até envolve o pior pesadelo do nosso produtor que é conflitos jogador contra jogador, mas vai ficar resolvida no final do episódio, dê lá por onde der, de modo a que o personagem possa continuar a ser membro da H1 para o resto da temporada e que nenhum dos outros membros lhe fique com um ódio de morte ou outro tipo de diferenças irreconciliáveis. É que depois vêm os episódios de spotlight dos outros jogadores, e há não só que os deixar brilhar como ajudá-los a brilhar. Tenho uma ou duas ideias para levar esta coisa da espionagem/traição a bom porto. Não há nada que saber; episódios deste tipo de séries em que um dos pilares da equipe parece andar a trabalhar para o inimigo e a causar problemas aos seus companheiros parecem-me bastante comuns; na verdade, eu só a introduzi exactamente porque estes episódios e costumam ter por default uma solução relativamente fácil de implementar que volta a deixar a tudo tal como estava dantes. No entanto, essa a solução do “afinal o gajo estava mas era a tentar montar uma armadilha ao inimigo sob a orientação do patrão, que o proibiu de avisar os colegas por causa das fugas de informação” já parece batida demais, portanto vamos ver se não surgem mais ideias até lá. A única certeza que tenho é que vai ser muito giro, dê por onde der! :slight_smile:

Acho que toda a gente me está a habituar mal, com tantas sessões fascinantes em tão pouco tempo. E nem sequer imaginam a minha decepção: depois de Amber na quinta e de PTA na sexta, era agora manhã de Sábado e eu já sabia que depois de duas experiências tão fabulosas não ia voltar a fazer o gosto aos dados durante pelo menos uma semana! Que tortura! Ainda por cima esta semana não há PTA por causa de conflitos de horário, portanto lá terei de esperar duas looongas semanas para viver mais um episódio de Heritage. Enfim, obviamente que aproveitei logo parte da tarde de Sábado para escrever mais um pedaço de ficção para Amber e consolar-me um pouco. O texto estará online no fórum de Amber em breve.

Bom, e é tudo. Também deixei um comentário bem longo na thread que o Mendes abriu na Forge para celebrar esta sessão, se quiserem coscuvilhar mais um pouco. Ah, e não vamos é claro esquecer que Mendes também escreveu um post bem porreiro no seu blog.

Até para a semana, e bons jogos!
Ricardo