Quo Vadis?

Um jogo de negociação pelo Reiner Knizia.

Eis algo que nunca pensei dizer na vida, mas é verdade, Knizia fez um boardgame de negociação, e não é mauzinho de todo até.

Quo Vadis? é um jogo em que os jogadores são senadores romanos que querem ser eleitos. Para tal, os senadores têm que passar por comités e conseguir a maioria dos votos nesses comités. E para conseguir a maioria dos votos muitas vezes implica fazer negócios com os outros senadores, que é como quem diz, os outros jogadores.

O jogo é simples em termos de apresentação. Um tabuleiro funcional, muitos tokens de cartão e as peças fundamentais, os fascis dos senadores que representam os movimentos dos senadores.

O objectivo do jogo é chegar à camâra principal, que tem só 5 lugares, e ganhar o máximo número de pontos. Para tal avança-se com os fascis desde o fundo do tabuleiro até ao topo, onde está a câmara. Pequeno promenor, a câmara só tem cinco lugares, e para se ganhar o jogo é preciso ter pelo menos um fascis nosso nessa câmara. Num jogo de 3 ou 4 jogadores, isto não é muito importante pois sobra sempre um espaço e não há uma corrida louca para ocupar a câmara. Com cinco jogadores no entanto, torna-se uma corrida para entrar na câmara com o máximo número de fascis para conseguir impedir que outros jogadores acabem o jogo com validade.

O tabuleiro está dividido em secções que estão ligadas entre si e que acabam todas por dar à câmara. Não é linear, pois há caminhos alternativos. Estas secções são os comités, e para avançar num comité precisamos que um requisito seja preenchido, esse requisito sendo ter a maioria dos votos desse comité.

Ora, os comités têm três tamanhos, de 1, 3 e 5 lugares. Nos comités de 1 lugar avançamos sempre, pois só nós é que temos o voto. Nos de 3 e de 5 a coisa muda, pois é preciso ter a maioria dos votos, ou seja 2 votos no comité de 3 lugares e 3 votos no comité de 5 lugares. Se tivermos os nossos fascis em número suficiente nesse comité avançamos, pois a maioria dos votos é nossa, mas o mais provavel é os outros jogadores terem fascis nesses comités, e isto implica negociação.

A negociação é simples, oferecemos algo em troca do voto do jogador. Este algo pode ser votos ou pontos ou uma mistura de ambos. Seja como for, tem que haver negociação, e a negociação é engraçada, na medida em que temos de convencer os adversários que vão ficar no mesmo lugar a dar-nos um voto para nós podermos avançar. Isto provoca uma tensão nas negociações que é agradável, torna as negociações muito vivas e interessantes.

Os pontos são acumulados quando avançamos num comité de 3 ou 5 lugares. Os pontos são distribuidos randómicamente e vão desde dois a cinco pontos.

No fim, quando os cinco lugares da câmara estiverem cheios, o jogo acaba. O jogador representado na câmara que tiverem o máximo número de pontos ganha.

Também há que salientar o Caesar, um token que está em cima de um token de pontos. O comité que estiver ligado ao Caesar implica que os fascis desse comité podem avançar livremente sem votos para o próximo comité, mas não ganham pontos.

O boardgame é fixe. Como todos os jogos de negociação, é um jogo com muita táctica e também uma boa dose de estratégia. É rápido de jogar e é mais leve que a maioria dos jogos de negociação.

As regras são simples de ler e explicar e não têm nada de complicado. Também há regras avançadas que tornam o jogo muito mais profundo e interessante.

Este jogo tem mesmo que ser jogado com cinco jogadores, menos e não dá tanto interesse. Com cinco jogadores, no entanto, este jogador realmente eleva-se devido à maneira como as negociações são feitas. Muitas hipóteses de se ser porco existem e tornam o jogo mais colorido.

Basicamente é um jogo de negociação simples, sem muito que lhe diga. É mais um filler que um main game, mas é um filler realmente bom para o que é. O único elemento de sorte neste jogo é a distribuição dos tokens de pontos, de resto não tem elemento de sorte nenhum.

Recomendo. É agradável para passar o tempo e sendo de negociação, o jogo atrai muita gente.

Um 14 de 20.

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