Quando o San Juan saiu à uns anitos toda a gente ficou entusiasmada. Afinal, era o cardgame do aclamado Puerto Rico e toda a gente dizia que ia ser um boardgame espectacular. Bem, o San Juan veio e embora não seja tão bom quanto era esperado, é muito bom.
A apresentação é decente. Vem numa caixa pequena e lá dentro tudo está bem arrumadinho. Não tem muitos componentes, a maioria deles sendo as cartas. É funcional, tal como todos os boardgames deviam ser.
As mecânicas deste jogo são parecidas aos do Puerto Rico. Basicamente há 5 roles que são escolhidos e jogados por todos os jogadores por ordem, tal como no Puerto Rico. Os roles são:
-Builder, que permite aos jogadores construir casas
-Producer, que permite produzir bens
-Trader, que permite vender esses bens
-Counsillor, que permite sacar uma carta para a nossa mão
-Prospector, que, tal como no Puerto Rico, dá um ouro a quem o escolher
O jogo acaba quando, na fase do builder, pelo menos um jogador tenha 12 edíficios construidos, logo os edificios são a alma deste jogo.
O jogo progride tal como o Puerto Rico. O interessante deste jogo é que as cartas servem como tudo. Como edificios a serem construidos, como dinheiro, como bens. É uma mecânica interessante que dá um novo alento a este cardgame.
Depois de dada a mão inicial, o jogo começa. Cada jogador escolhe um role e vai jogando até todos os jogadores terem jogado esse role. Depois o próximo jogador escolhe outra role e assim adiante até todos os jogadores terem escolhido uma role.
O role mais importante é o builder. Cada carta representa um edificio, e cada edificio custa um certo valor. Escolhendo o builder, podemos construir um edificio que esteja na nossa mão. Agora o interessante é como pagamos o edificio. Pagamos descartando cartas da nossa mão. As cartas na nossa mão são os edificios E o dinheiro também. Todos os edificios têm poderes especiais que são permanentes para o jogador depois do edificio ser jogado. Quanto a isso, tenho algo a declarar. A maioria dos poderes dos edificios são equilibrados, mas há dois edificios que quebram o balanço. A Library e a Tower, que dão vantagens injustas que podem quebrar o jogo. Embora, verdade seja dita, é raro um jogador ganhar o jogo só por ter estes dois edificios.
Com o Producer produz-se bens. Mais uma vez as cartas servem de dinheiro e tambem de bens. As industrias são os unicos edificios que podem produzir bens, e só podem ter um bem armazenado a qualquer altura do jogo, não mais que um. Existem vários tipos de bens, com diferentes graus de valor.
Para vender esses bens e ganhar dinheiro, ou seja, cartas, usa-se o Trader. O Trader tem uma mecânica interessante de dinamismo de preços. Basicamente existem 5 tiras rectangulares com varios números de várias cores. Cada cor representa um bem, e o número o valor de venda desse bem. Cada tira tem um conjunto de valores diferente, logo nunca se sabe a quanto podemos vender um bem. Depois de vendido o bem, sacamos cartas que servem de dinheiro e elas vêm para a nossa mão.
Cada role tem um previlégio, como no Puerto Rico. Ou seja, o jogador que escolheu esse role tem direito a qualquer coisa extra, mais dinheiro, menos custos, mais cartas, o que seja.
Este cardgame é interessante. Dá para o maximo de 4 jogadores, joga-se em 40 minutos e não é chato. No entanto não esperem um jogo com a profundidade do Puerto Rico, o Citadels tem mais profundidade que este jogo.
É um jogo que se joga bem, não é complicado, aprende-se num instante. Não vicia tanto como devia viciar e tem um bom equilibrio de tactica e estratégia.
Gostei deste cardgame. Por ser simples e fácil para quem jogou Puerto Rico torna-se num bom filler. Captura muito bem o espirito do Puerto Rico. Eu recomendo este jogo, especialmente a quem tenha o Puerto Rico. Vale a pena, mas não esperem algo de muito especial.
Um dos cardgames mais simples que tenho. Recomendado.
15 de 20