The Savage World of Solomon Kane - O Dragão de Uffington

Agora que temos uma pausa na campanha, consegui terminar a entrada sobre uma aventura one-shot de The Savage World of Solomon Kane que jogámos há um ano. Extraordinário como o tempo passa. Aqui se contam as aventuras de Jérôme d'Alembert, ex-guarda do exército do Rei Henri de França, e de Elena Valdez, pirata e nobre espanhola fugida da justiça. Acima de tudo estas aventuras one-shot (que se encontram na secção Histórias Curtas) serviram para irmos conhecendo o sistema e testar as personagens enquanto eu preparava a grande campanha O Caminho de Kane. A próxima entrada dirá respeito a outra one-shot intitulada O Demónio de Nantes, em terras de França.

Só agora me apercebo que jogámos mais aventuras one-shot de SWoSK de que me tinha apercebido. Foram todas muito divertidas e intensas e tenho que agradecer aos jogadores para contribuirem para o ambiente de macabro e fantástico que envolve as aventuras. Kenneth Hite, esse grande autor de rpgs (entre outros, escreveu Trail of Cthulhu e Nightmares of Mine), salienta que, mais do que em qualquer outro género, no Horror é preciso que os jogadores contribuam para a atmosfera e não fiquem à espera que seja o GM a criar todo o ambiente de medo durante a sessão.

O Dragão de Uffington - Parte 1

O Dragão de Uffington - Parte 2

Boa one-shot e especialmente sanguinolenta! Happy

Uma questão de que me lembrei ao ler os reports: quão fortes estão as armas de fogo no SWSK? Demoram muito tempo a recarregar?

Em termos de dano, estão ela por ela com armas de corpo a corpo. No entanto, as armas existentes vêm em duas variedades: matchlock (mecha) e wheelock (com cão). O dano é considerável e perfuram armadura mas demoram tempo a recarregar (meter a pólvora no cano, depois a bala, depois empurrar, etc.) o que faz com que sejam usadas em situações específicas. Geralmente quem usa armas de fogo está bem distante e atrás de cobertura e aplica a táctica do recarregamento alternado (uma fila dispara e enquanto recarrega, a segunda fila dispara). A vantagem mecânica (do sistema de jogo) é que não é possível desviar-se de uma bala. A dificuldade para atingir alguém é sempre fixa.

Eu jogo o Jérôme d'Alembert nesta campanha e já tive ocasião de usar pistola no SWoSK, e em termos de jogo mais vale dar um tiro e depois esquecer a arma, recorrendo às espadas (e similares). Quando somos alvo de arma de fogo, ha duas coisas a fazer: se houver cobertura, usá-la. Se não, cair no chão, que aplica logo uma penalidade ao atirador. A dificuldade é, de facto, fixa, mas aplicam-se ao dado modificadores de posição, cobertura e distância.

Hão-de surgir situações em que as armas de fogo serão ainda mais viáveis (defender um castelo, por exemplo), mas a ênfase de Solomon Kane é no combate corpo-a-corpo. As armas de fogo ajudam mas ninguém luta muito tempo com elas. Até porque qualquer arma maior que uma pistola é inútil em corpo-a-corpo a não ser que usada como moca. Acrescenta-se o facto de uma arma demorar 2 round a recarregar e o facto dos combates em SWoSK serem muito rápidos e uma arma de fogo é situacional. Nota mental: criar situações onde armas de fogo sejam uma ameaça ainda maior. *evil smile* Laughing

O que é, para recorrer a um conceito muito vilificado em algumas paragens, realista. Tomando por base a leitura sistemática das crónicas portuguesas do Século XV e XVI e de muita outra documentação, a táctica de combate de massas era basicamente esta: Avançar em linha até à distância de tiro; cravar a espada ou a lança no chão; disparar; pegar na espada e carregar sobre o inimigo. A distância de tiro era de cerca de 80 a 100 metros, o bastante para assegurar uma razoável precisão de tiro e para assegurar que o adversário não teria tempo para carregar as suas armas de fogo a tempo de uma segunda rodada de tiro.

Uma das hipóteses que aumenta (duplica, aliás) a importância das armas de fogo é permitires armas de fogo de dois canos. Há uma situação muito interessante do início da presença portuguesa que ocorreu na região de Cochim no Quêrala, sul da Índia: o alferes (porta bandeira) de uma força portuguesa ía armado com uma arma de dois tiros quando se viu só contra três adversários. Estes (armados de escudo e espada ou lança, sem armas defensivas e apenas vestidos com um pano à volta da cintura), tirando partido do número, carregaram sobre ele. O alferes disparou e abateu um; voltou a disparar e abateu um segundo; o terceiro já estava muito próximo mas, vendo-se só, decidiu virar as costas e pôr-se em fuga; só que o alferes pegou na espada e acabou com ele com uma estocada.

Como é evidente, as armas de dois tiros são muito mais caras. E a arma do alferes em particular devia ser uma espingarda de roda, em vez de ser uma espingarda de mecha, o que assegura maior prontidão do tiro mas implica um preço ainda maior...

Aliás, há que levar em atenção que a desvantagem das armas de mecha não era apenas a de levarem tempo a carregar, era também o facto de levarem tempo a disparar. Entre o momento em que se punha fogo à mecha e o momento em que esta provocava o disparo decorriam vários segundos, o que dava tempo a um adversário prevenido para conseguir alguma cobertura. Não sei como o SK permite lidar com esta diferença. Duas outras desvantagens destas armas, que foi fatal para muito soldado, sobretudo em situações de cerco, são o facto de as mechas se poderem apagar ou nem acenderem em climas húmidos ou quando chove; e de, se o soldado não tiver o cuidado de as tapar à noite, revelarem a sua presença e o tornarem um alvo apetecido para snipers.

Quanto à técnica do tiro em roda, já era praticada desde o início do Século XVI, pelo menos (e antes disso com arcos e bestas). É uma boa táctica defensiva se houver um número significativo de atiradores. Não funciona como táctica ofensiva.

Quanto à utilização das armas de fogo como mocas, se puderes visita o palácio do Marquês de Fronteira em Benfica. Tem uns belíssimos azulejos com desenhos descritivos das batalhas das guerras da Restauração. O que é interessante anotar é que os tugas (e os espanhóis, se bem me lembro) usavam a sua táctica habitual vinda do Século XV de combater com formações de soldados equipados com lança e escudo (rodela), apoiados por espingardeiros. Os seus aliados ingleses vinham apenas equipados com espingardas e a sua táctica era disparar e carregar partindo para a mocada com a coronha das espingardas! Tanto quanto sei e com base no que li os tugas raramente recorriam a esta táctica. Havia que preservar a arma...

Isto aliás chama a atenção para um dos meus perenes pontos de interrogação sobre a táctica militar da Expansão portuguesa. Os nossos exércitos a operar no Índico no Século XVI eram frequentemente compostos por efectivos muito reduzidos (umas centenas de soldados mais outros tantos marinheiros e escravos, estes mais para suporte que para servirem como tropas de choque). A taxa de espingardas atingia os 70% em média. Ora se a táctica era disparar e carregar para combater com espada e lança, o que faziam à espingarda? Uma hipótese é passarem-na para um escravo, mas há períodos e alturas em que não têm escravos em número suficiente. Outra hipótese era deixarem-na caída no terreno mas, mais uma vez, havia o risco de a perderem ou de, num contexto adverso, não terem oportunidade de a recuperarem. A minha intuição diz-me que na carga íam com a arma de corpo-a-corpo numa mão e a espingarda na outra... até hoje só encontrei uma prova iconográfica de que assim seria.

Quanto a tornares as armas de fogo um perigo ainda maior, põe-nas nas mãos de um sniper que sabe o que faz...

Não te esqueças também da barreira de fumo criada por uma descarga de um corpo de espingardeiros. É o suficiente para tapar a vista dos mesmos. Se eles estiverem a favor do vento, o fumo é arrastado para o inimigo que fica sem saber o que os atiradores vão fazer, nomeadamente se vão carregar e para onde. Cria-se assim um efeito surpresa que pode ser desmolarizante.

Provavelmente estou para aqui a falar de coisas que já sabes. Nesse caso, as minhas desculpas.

Sérgio Mascarenhas

Aqui há tempos andava a passar uma mini-série no Canal de História sobre guerreiros ao longo dos tempos, por um gajo duplo de cinema; era bem engraçada, e tanto quanto sei, factualmente correcta.

O gajo a páginas tantas apresenta o episódio dos piratas, onde de facto se diz que as armas de fogo (esqueço quais e faço sempre confusão) não eram muito fiáveis, tanto pelo seu comportamento errático como ser complicado apontar e disparar a um alvo a uma grande distância porque os canos não eram estriados, o que fazia com que o projéctil não saísse a rodopiar e por isso fosse parar onde não se queria: no corpo do adversário.

Por isso, continuava ele, as armas de fogo, pelo menos as pistolas que os piratas usavam à cinta, eram usadas a corpo-a-corpo, com os combatentes disparando tiros à queima roupa e só depois usando as pesadas espadas para lutar. Nota que uso o plural porque eram vários piratas e tinham todos várias pistolas, embora todas elas só disparassem um tiro.

Não me lembro de alguma vez ter visto isto num rpg, embora lhe ache alguma piada; o SWoSK usa este tipo de coisa? Há regras para isto lá?

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Em breve coisinhas novas!

Por acaso, também tenho pensado neste tipo de armas justamente porque acabei de ler o Poison'd, um RPG bastante especial sobre piratas. Nele, uma espada é definitivamente mais mortífera que uma pistola - além do facto de serem precisos alguns minutos para a recarregar. A vantagem está sempre no alcance e, apesar de realisticamente estas armas serem muito pouco fiáveis, não há nenhuma hipótese de atingir um aliado por engano no jogo. O que pode acontecer é a pistola simplesmente não disparar.

Era só isso. :slight_smile:

Estou curioso em saber como o SW (fast furious and fun) funciona com o SK (moody and broody).

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Em breve coisinhas novas!

Vou tentar elucidar todos os pontos:

[quote=smascrns]Uma das hipóteses que aumenta (duplica, aliás) a importância das armas de fogo é permitires armas de fogo de dois canos.[/quote]

Não sendo uma lista exaustiva de equipamento (SWoSK) quer-se pulp e simples, o autor incluiu, no entanto, uma pistola de dois canos. Muito útil.

[quote=smascrns]Duas outras desvantagens destas armas, que foi fatal para muito soldado, sobretudo em situações de cerco, são o facto de as mechas se poderem apagar ou nem acenderem em climas húmidos ou quando chove; e de, se o soldado não tiver o cuidado de as tapar à noite, revelarem a sua presença e o tornarem um alvo apetecido para snipers.[/quote]

Exactamente. As regras de SWoSK contemplam o facto da mecha das armas poder ficar molhada e não disparar. E à noite, a pequena chama da mecha reduz, de facto, as penalizações de quem quer atacar a pessoa que tem a arma na mão.

[quote=smascrns]Quanto a tornares as armas de fogo um perigo ainda maior, põe-nas nas mãos de um sniper que sabe o que faz...[/quote]

Sim, hão-de surgir situações dessas. Serão pontuais porque, como nas histórias, o enfoque da acção é no combate corpo-a-corpo e porque a dificuldade de atingir alguém é muito menor e é fixa. Ninguém se desvia de uma bala depois da arma disparada.

[quote=smascrns]Provavelmente estou para aqui a falar de coisas que já sabes. Nesse caso, as minhas desculpas.[/quote]

Nada disso. Para isso é que escrevo aqui. Para poderem comentar à vontade.

[quote=Rui]Não me lembro de alguma vez ter visto isto num rpg, embora lhe ache alguma piada; o SWoSK usa este tipo de coisa? Há regras para isto lá?[/quote]

Quanto à falta de estrias, não. Compreendo porque seja assim. Savage Worlds é um sistema pulp e rápido. A veracidade história é relegada para segundo plano quando os pormenores são desnecessários para o desenrolar da narrativa. No entanto, andar com a pistola à cintura é viável (acho que o Jérôme anda com uma nas one-shots que jogámos). Não existem é pistolas de mecha pelo simples facto que, segundo as palavras do autor, meter uma pistola nas calças de mecha acesa é pedir sarilhos.

[quote=Rick Danger]A vantagem está sempre no alcance e, apesar de realisticamente estas armas serem muito pouco fiáveis, não há nenhuma hipótese de atingir um aliado por engano no jogo.[/quote]

O GM sempre pode aplicar, em Savage Worlds, a regra de "innocent bystanders" segundo a qual podes atingir um aliado ou inocente se disparares para o meio da turba. No entanto, sendo pulp, esta regra só é aplicada quando dramaticamente pertinente. Não devemos nunca esquecer que Robert E. Howard nunca foi muito historicamente correcto com as histórias de Solomon Kane. O setting histórico é sempre descrito de maneira a transmitir o ambiente mas nada de pormenores irrelevantes que, num outro jogo, seriam historicamente interessantes. A lista de equipamento de SWoSK não é exaustiva mas tem o suficiente para que os jogadores tenham uma ideia do tipo de equipamento da época e o suficiente para saberem de que modo as armas de fogo se comportam.

Ao que tenho lido (literatura de história militar) a falta de fiabilidade devia-se a uma combinação de dois factores: a falta de estrias (estas imprimem às balas um movimento rotativo regular, como aquele que se observa num foguetão em lançamento) e o facto de as balas serem esféricas em lugar de serem oblongas (logo, menos aerodinâmicas). O resultado era que o comportamento das balas em tiro de longo alcance acaba por ser errático. Porém, era perfeitamente possível fazer tiro de precisão dentro daquilo que era considerada a distância útil, ou seja, até uns 100m. Aliás, frequentemente nos cercos a distância entre a fortaleza cercada e as linhas inimigas era menor do que isto. É que quem cerca quer aproximar-se o mais possível, e vai progredindo a sua linha de forticações para o mais próximo possível do cercado. Exemplos interessantíssimos são os do cerco de Diu de 1546 e dos feitos de D. Cristóvão da Gama na Etiópia em 1541. Qualquer um deles dá, aliás, um excelente contexto para uma campanha de rpg...

Que as espingardas podiam ter grande precisão demonstra-o o facto de serem usadas como armas de caça desde muito cedo.

É também de ter presente que as pistolas eram muito menos fiáveis do que as espingardas, daí aqueles serem normalmente usadas à queima roupa. Um caso muito curioso é o das unidades de caracola usadas sobretudo na Europa Central: eram unidades de cavaleiros pesados que se aproximavam até alguns metros dos adversários, protegidos por pesadas armaduras; depois desferiam um salva de pistola e íam rodopianto para alternarem tiros e carga das armas. Quando as linhas inimigas se quebravam, carregavam de espada ou sabre em punho.

No caso de piratas e em tudo o que envolva operações navais, há que não esquecer as armas de fogo não transportáveis, sobretudo as pequenas peças que, carregadas de metralha, eram devastadoras a curta distância. Num cenário de rpg pode-se sempre forçar um pouco o realismo e pô-las nas mãos de um gigante musculado, estilo Rambo do Século XVI...

Além disso, há que contar com todo o tipo de armas menos comuns: machados-pistola; arcabuzes/espingardas vs. mosquetes (atenção a que com o tempo os primeiros receberam o nome dos últimos, daí os 3 mosqueteiros do Século XVII que no fundo usavam arcabuzes); armas de fogo que disparavam virotões (mais usadas em países asiáticos); etc.

Sérgio Mascarenhas

Em abono da verdade, e por muito interessante que tudo isso possa ser, The Savage World of Solomon Kane é, como as histórias que lhe servem de inspiração, "fast e loose" com os factos históricos. Nada impede um GM de imprimir maior veracidade histórica à sua campanha, claro, mas não é essa a intenção do autor (seja ele o autor de SWoSK ou Robert E. Howard). Aliás, Howard sempre disse que começou por escrever as histórias de Conan porque queria evitar o trabalho de ter que fazer pesquisa histórica para as suas histórias. Não esqueçamos que Howard não escreveu só Conan mas também histórias históricas, westerns e até de boxe. Solomon Kane joga um bocado com esta premissa. Não é por acaso que as melhores histórias de Kane são em África, longe da civilização, onde Howard pode muito bem meter o que lhe apetece sem ter que justificar se é credível ou não (cidades de vampiros, tribos de Atlantes, etc.)

Do ponto de vista de sistema, não interessa se alguém empunha um mosquete ou pistola. São ambos fiáveis, tirando o facto de ser impossível alguém disparar contra outrém à queima roupa, se não tiver pistola. De facto só há quatro tipos de armas de fogo (pode haver mais mas as únicas incluídas na lista são essas): espingarda de mecha, espingada de cão, pistola de cão, arcabuz e pistola de dois canos. Mais uma vez tem a ver com a filosofia do sistema e da inspiração das histórias originais. Kane tem uma pistola. Interessa pouco saber se é de mecha ou de cão.

No entanto, é verdade que os mosqueteiros, a que estamos habituados a ver nos filmes e nas histórias, a lutarem com espada, receberam o seu nome por causa dos mosquetes que empunhavam. É de notar que os mosqueteiros Franceses só foram criados em 1622, alguns anos depois da época em que situo a minha campanha.

Claro, apenas aponto para a história como fonte de inspiração, não para lhe seres fiel. É que às vezes há coisas na realidade que ultrapassam a imaginação. Tenho algures uma foto de uma pistola-espigão. O espigão é daqueles que são utilizados para guiar os elefantes. Ora, é uma surpresa (desagradável, sem dúvida) para os pcs deparem-se com um cornaca (o montador de elefantes) meio nú e armado apenas com um espigão e depois receberem um tiro!

O mesmo com as armas de fogo que disparavam virotões. Não é preciso regras específicas, usem-se as das bestas, por exemplo. Mas dá outra cor ter um adversário com uma arma dessas.

Sérgio Mascarenhas

Daí o meu Jérôme não ter sido mosqueteiro mas membro dos Gardes Royales do rei Henrique IV de França.

[quote=smascrns]Claro, apenas aponto para a história como fonte de inspiração, não para lhe seres fiel.[/quote]

Se entendeste que eu não queria saber dos factos históricos que me apontaste nos "posts" anteriores, peço desculpa pelo mal entendido. Apenas clarifiquei o facto de Solomon Kane ser um herói pulp e as suas histórias terem apenas um pano histórico de fundo. Uma das histórias de Solomon Kane não tem elementos fantásticos alguns e apenas lida com piratas e, em muitas outras, surgem referências a elementos históricos desde a Rainha Isabel, aos piratas da Barbária e, mesmo, a Inquisição. No fundo, parte da piada é em lidar com um setting histórico mas visto através de uma lente distorcida.

Claro que o que tu me apontas (e espero que continues a apontar) são elementos que utilizar como cor. Afinal de contas, o roleplay também é recompensado (sem penalizar alguém com falta de cultura da época, claro).