Há pelo menos três anos que eu ando à procura de um role-play que não seja centrado à volta do rolar iniciativa, rolar para acertar, rolar dano, rolar iniciativa, rolar para acertar, rolar dano, mas que fosse visceralmente divertido da maneira que qualquer bom role-play deve ser.
Na sexta-feira passada, encontrei.
Chama-se Primetime Adventures e é brutal!
O exemplo mais marcante é a maneira como o conflito final foi resolvido. Estão mesmo a ver, não estão, os quatro PCs em frente ao Big Bad NPC Boss, com o Objecto Mágico na mão, e o GM a dizer, rolem iniciativas. O que é que fazes?
Mas não. Em vez disso, foi: Malta, o combate, vocês vão ganhar. (Mas há dúvidas?) Quanto ao conflito, eu vou rolar seis dados. Vocês vão rolar os que quiserem, dentro do que tiverem direito. Depois, vamos ver quem ganha e quem perde. Eu quero saber quais vão ser as consequências específicas para cada um de vocês se ganharem ou perderem o roll.
Gastámos cerca de cinco minutos a decidir os stakes para cada personagem. Depois pegámos nos dados. A tensão que os dados a abanar nas mãos gerou estava ordens de grandeza acima de qualquer attack roll de DD. Basicamente, o pessoal queria mesmo ver o que ia acontecer.
Diferença: o pessoal queria ver o que ia acontecer, não ver se ia conseguir abater o Boss ou não. Vamos ser práticos, esta é daquelas situações em que falhar, pura e simplesmente, não é interessante. Mas perder um conflito daqueles é. E foi! Ó se foi!
Houve outras coisas boas, demasiadas para estar a escrever tudo aqui (outra vez). Pus um relato até bastante detalhado na Forge, aqui.
Já agora, o PtA não foi escrito pelo Ron Edwards, a sessão não foi narrativista (foi simulacionista, com ênfase na côr e no sistema), mas o facto é que se não fosse o Ron, o GNS e a Forge, o PtA nunca teria vindo a existir. Como tal, o pessoal que acha que a Forge é tudo uma “cambada de cultistas, adoradores do deus Ron”, basicamente, não sabe do que é que está a falar. Quem quiser descobrir, se quiser a minha ajuda, estou pronto a dá-la. Quem nem sequer se quiser dar ao trabalho de descobrir, assim de repente e até prova em contrário, também não merece o meu respeito.
É que graças à sessão de sexta-feira passada, eu descobri que vou mesmo conseguir curtir que nem um doido os próximos 18 anos de RPGs que jogar.
E mai’ nada!