Weapons of the Gods meets Call of Cthulhu

Esta é uma transcrição exacta de um texto que achei no rpg.net. Eu pago para jogar isto, se alguém estiver interessado.

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Shen Zhou is under attack from without.
Shen Zhou is under attack from within.
Shen Zhou is under attack from beyond.

In Shen Zhou, an unrighteous Emperor sits upon the throne.
Heaven shows its displeasure.
...Strange particolored lights dance among ancient ruins after falling from the skies.
...Ancient cults dance in isolated villages, paying homage to a slumbering god who rests dead and not dead under the sea.
...On the coast, twisted villagers breed with their brothers from the depths.
...In the capitals of the Sixteen States, the Cult of the Black Fan offers aid to those who seek power.
...Huge tunnels open into the earth, seemingly worn smooth by the passage of time -- or something larger and antedeluvian.
...Fathers promise their daughters to the Black Goat in the Woods in exchange for sons who will praise their names after their death.


Outside of Shen Zhou strange emmisaries come from the West, representing the Emperor of the World.
...Constantine, who under a yellow sign conquered much of the lands of the Occident.
Now he turns his piercing, mad eyes East, and sails bearing the Yellow Sign of Constantine's master are unfurled and ships are sent to Shen Zhou, with orders to seal an alliance with the Emperor and spread tales of the great city Constantine is building, which sits on the shore of a shadowed lake...

...From the lands of the fire worshippers, tales come of a Black Pharoah, awakened from a dark sleep, and his emmisaries offer the sages of the Shen Zhou immortality.
...And in the jungles to the south and the east rumors come of diminutive cannibals, and black martial arts unknown in the Wulin and powered by the Void.


And Beyond Shen Zhou, the Celestial Bureaucracy quakes, for the Void is hungry, and the elder gods beaten into submission or lulled into slumber by Pangu reach out through cults, speak in dreams, and attract the powerful through their ancient Weapons, the Weapons of the Elder Gods.


Only the Heroes of the Wulin can master their fear and steel their minds and fists before the coming onslaught. Are these the end-times? Only You Can Ensure That They Are Not.


Inspired by the idea that wuxia and the Mythos can be combined with nearly everything separately, I have decided to combine them together. Just like in Lovecraft's time, the secrets of the universe lay open to the sages of China, but when they look across the cosmos they do not see order, but a fragile framework of logic perched across a great ineffable gulf. And in that gulf there are Things, and they are hungry...

The players are sages, courtiers and warriors who have banded together to fight off the darkness and return order to Shen Zhou. When they falter, Heaven's anger causes a shift in the Wheel of Destiny, and empires fall and the darkness' hunger comes closer to fruition. When they succeed, they succeed only briefly, because they are but men, and there enemies are shades of the eternal.

Can the heroes of the Wulin fight ancient horrors? Can the sages of Shen Zhou resist the taint of madness while they delve after forbidden lore? And can the courtiers within the courts of the Sixteen States deny the irresistable lure of power offered by the servants of the Great Old Ones.

I'm working through the rules now, but my plan is to use the current system of Passions and Inspirations as a Sanity system, invent new tainted martial arts and chthuloid weapons for the enemies of Heaven, and figure out how to make the current magic system work with the kind of powerful but inherently sanity-wracking sorcery of Lovecraft as well as purer Daoist magic.

Thoughts?

--Eric
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É brilhante ou não?

Onde é que eu me inscrevo para este jogo mesmo? ;)

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

... além das palavras "Black Goat in the Woods" , "Elder Gods" e "Great Old Ones" , o que tem isto a ver com o Lovecraftian Lore? Não me parece mais profundo que a velha e efémera inclusão do Cthulhu no AD&D.

Acho que pode ser um setting engraçado, no sentido do wuxia em combates contra deities monstruosas, mas disso há ás pazadas com demónios e monstros que se prestam a tal. No sentido Lovecraftiano e do Mythos é que me deixa dúvidas. Eu estou habituado a CoC e a largar o .45 e correr a sete pés dum Mi-Go com uma coisa prateada na mão.

Mas experimentem e depois contem lá se aquilo consegue ter algum espírito de Mythos.

Clica no link que lá pus e lê o resto da conversa; se as palavras “tomos de Mythos como livros secretos de kung-fu negro” não te despertarem o interesse, então talvez isso não seja mesmo para ti.

No entanto, o nosso amigo Verbus já lá postou coisas interessantes, diria: o Chi Infernal fica mais infernal ainda, o Chi Exterior corrompe igualmente o corpo, a mente, e a alma, e é irrestivelmente tentador.

Eu não conheço muito de WotG, e de CoC conheço pouco, mas isso parece-me interessante: foges dos Deuses Exteriores na mesma, mas andas à porrada com gajos corrompidos que sabem um kung-fu tenebroso.

[quote=Rui]Clica no link que lá pus e lê o resto da conversa; se as palavras "tomos de Mythos como livros secretos de kung-fu negro" não te despertarem o interesse, então talvez isso não seja mesmo para ti.[/quote]

A frase "tomos de Mythos como livros secretos de kung-fu" foge logo ao contexto Lovecraftiano. Já disse que pode ser engraçado ver nomes "conhecidos" do Mythos naquilo, mas não é por colocar lá algumas palavras que se adquire a qualidade. Senão a série de filmes "Evil Dead/Army of Darkness" eram filmes de Mythos pq aparece lá o Necronomicon.

Podiam muito bem lá aparecer os tomos como Lore. É o que eles são no Mythos. Mas enfim, aqui são liberdades criativas. Possivelmente não é para mim. No worries, tenho muito com que me entreter e agradar.

[quote=Rui]No entanto, o nosso amigo Verbus já lá postou coisas interessantes, diria: o Chi Infernal fica mais infernal ainda, o Chi Exterior corrompe igualmente o corpo, a mente, e a alma, e é irrestivelmente tentador.[/quote]

Confio nos comentários do Verbus, mas não são explicativos, como tal não con jecturo o que vai na cabeça dele antes de lho perguntar :)

[quote=Rui]Eu não conheço muito de WotG, e de CoC conheço pouco, mas isso parece-me interessante: foges dos Deuses Exteriores na mesma, mas andas à porrada com gajos corrompidos que sabem um kung-fu tenebroso.[/quote]

Não disse que não era interessante. Disse que eram engraçados os nomes. É como a piada de ver nomes conhecidos num contexto diferente. Mas sem uma relação restrita. Como reconhecer personagens do Star Wars no SpaceBalls. Mas continuo na minha, pode ter nomes de Mythos, insanity, e não ser Mythos.

No entanto, e como já disse, experimentem e depois contem. Já vi boas experiências com as coisas mais improváveis, e más também. Experimentem, detalhem e pode ser que mais alguém fique curioso. :)

[quote=Vitor]A frase "tomos de Mythos como livros secretos de kung-fu" foge logo ao contexto Lovecraftiano. [/quote]

Mas o que é realmente o contexto Lovecraftiano? Hoje em dia podes encontrar variadissimas discussões sobre isto; os puritas mais fanáticos do Mythos não conseguem concordar sobre o que é Lovecraft e o que não é, mesmo que tenham sido coisas escritas com autorização dele, ou desenvolvidas a partir de coisas escritas por ele, o que dá muita margem para interpretação.

Aquilo que me levou a pedir-te que clicasses no link e visses o resto da discussão foi o facto de haver menção aos Seven Cryptical Books of Hsan, que na história do CoC apareceram uns 100 ou mais anos antes da história de WotG, o que quer dizer que poderiam perfeitamente significar uma ligação entre os dois settings.

Por acaso não deixa de ser interessante reparar que a maioria das pessoas nem consegue concordar sobre o que são realmente os Mythos quanto mais o que se adequa mais ou menos. Ainda se continuam a escrever estudos e ensaios sobre o assunto e tudo. No fundo o Mythos é sobre "o que homem desejar e os deuses extraterrestres quiserem!" :D

Claro que isto é apenas um gérmen de uma ideia que funde dois géneros. Se tivesse a atenção e o número de páginas escrita que tem, digamos, o Delta Green, podíamos até dizer que é era uma visão refrescante do Mythos e tecer outras frases de louvor e admiração.

E sim, é o purismo que anda a lixar o Lovecraft, e o Senhor dos Anéis e os X-Men...! :D :P lol

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

Gente, gente, gente, isto é uma ideia que um homem pôs no RPG.NET, não é o último jogo que saiu. Vítor, por favor vai discutir com o gajo que a pôs lá no RPG.NET, usando esses argumentos, que aqui é perfeitamente académico. Lá é que é a linha da frente para saber se o projecto vai à frente, se não. Se calhar, apenas como campanha dele. Ele atirou a plasticina à parede a ver se cola.

Aqui, nesta comunidade, a ideia aparentemente agradou. Eu, pessoalmente, tal como o autor acho que Mythos e Wuxia são áreas vastíssimas onde cabe tudo. Se são compatíveis? Damn, no fim dos anos 80 fez-se um jogo megasucesso que eu acharia uma mistura completamente incompatível - cyberpunk e fantasia convencional. Eu sempre achei que um género anulava o outro. O jogo foi o Shadowrun. O que prova que eu nem sempre sei para que lado bate a cultura popular. Wuxia com Cthulhu? Acho muito menos estranho que a mistura acima referida. Wuxia já tem, ou pode ter, horrores suficientes. Os terrores cósmicos nihilistas até podem entrar bem no melodrama trágico de muitas das histórias de wuxia.

My €0,02 worth.

Verbus

[quote=jrmariano] Por acaso não deixa de ser interessante reparar que a maioria das pessoas nem consegue concordar sobre o que são realmente os Mythos quanto mais o que se adequa mais ou menos. Ainda se continuam a escrever estudos e ensaios sobre o assunto e tudo. No fundo o Mythos é sobre "o que homem desejar e os deuses extraterrestres quiserem!" :D[/quote]

Não é bem assim. Se assim fosse, toda a treta da associação de Cthulhu, Cthuga e outros que tais aos quatro elementos fogo, terra, ar e água, como um dos ditos seguidores de Lovecraft expandiu, e que é no consenso geral imediatamente atirado à fogueira, seria aceite. Claro que é tudo muito subjectivo: O que é o Mythos? O que é puro Lovecraft? Etc. Mas tendo lido carradas de coisas do homem e alguns dos seus mais próximos amigos Robert Bloch, August Derleth, Robert E. Howard, etc e tendo lido a bibliografia do Man himself e mais algumas das suas cartas que trocava com outros autores sobre as respectivas obras, há sempre um tema recorrente em todas as histórias que é:

O Universo é um lugar aleatório, onde o Caos impera e as leis da física interessam pouco. A raça Humana interessa pouco no grande esquema das coisas e o Cthulhu quando se levantar do seu sono quer lá saber se o Bush tem esta política ou se a fome grassa em África. Nós representamos tanto para ele como a pessoa que anda na rua e pisa as formigas sem se aperceber.

E isso logo à partida parece ir um bocado contra o Weapons of the Gods como setting (não digo como sistema) em que as personagens são heróis e conseguem derrubar montanhas e mudar o mundo com palavras e acções. Ao meter o big C lá no meio só ia acontecer uma coisa: o tipo conseguia ter acesso às Weapons of the Gods e se algumas já são estupidamente pujantes nas mãos dos heróis, imaginem nas mãos do big C.

Outros temas recorrentes de Lovecraft:

- Racismo, sim Lovecraft era racista, para ele tudo o que não era Anglo-Saxónica era abaixo de verme. Daí lermos os cultistas de locais tão diversos como África, Mares do Sul e mesmo Portugal (este último é da sua obra-prima absoluta The Case of Charles Dexter Ward).

- Linhagens decadentes, em 50% das suas histórias a personagem principal descende de uma linhagem que foi corrompida por magia, sexo com criaturas from who knows where ou outros que tais. A personagem parece bem até ser confrontada com a sua linhagem e ou ficar insana ou mudar-se para o lado de lá.

- Toda a origem da Humanidade é fruto de uma experiência mal sucedida dos Elder Things (At the Mountains of Madness). Mal sucedida, sim. Do tipo, "esta porcaria de líquido que inventei para aqui não serve nem para limpar o lavatório, vai sanita abaixo. E o líquido mistura-se com outras formas de vida e dá origem ao Homem." Revela bem a fé que Lovecraft tinha na Humanidade. A par disto temos a história da Humanidade é influencidade por forças alienígenas (Shadow out of Time).

- Misogenia. E pimba! Lá vão metade das guerreiras do Wulin. Sim, Lovecraft odiava mulheres. Sempre que aparecem nas suas histórias são bruxas com acesso a magia que corrompem o pobre do herói, jovem e branco, até à loucura. Não confudir isto com homossexualidade. Isso era mais o Robert E. Howard. :-)

- Conhecimentos proibidos. Ah, os famosos mythos tomes que revelam conhecimentos que a mente não consegue compreender e levar à loucura.

Dito tudo isto, o próprio Robert E. Howard combinou Mythos com Swords and Sorcery nas suas histórias do Conan por isso nenhuma combinação com Mythos é improvável.

[quote=Rui]Mas o que é realmente o contexto Lovecraftiano? Hoje em dia podes encontrar variadissimas discussões sobre isto; os puritas mais fanáticos do Mythos não conseguem concordar sobre o que é Lovecraft e o que não é, mesmo que tenham sido coisas escritas com autorização dele, ou desenvolvidas a partir de coisas escritas por ele, o que dá muita margem para interpretação.[/quote]

Escolhi mal a expressão, mea culpa. Por isso é que trabalho com teclas em vez de ter um curso de letras. :wink: Seria mais apropriada a palavra "mood" (desculpem o anglicismo) Lovecraftiana. É uma sensação diferente um turbilhão de insanidade, de impotência de uma reles existência humana perante horrores cósmicos superiores a leis e consciências. Foi assim mesmo que o Lovecraft as (d)escreveu, e não uma comunidade na Internet.

[quote=Rui]Aquilo que me levou a pedir-te que clicasses no link e visses o resto da discussão foi o facto de haver menção aos Seven Cryptical Books of Hsan, que na história do CoC apareceram uns 100 ou mais anos antes da história de WotG, o que quer dizer que poderiam perfeitamente significar uma ligação entre os dois settings.[/quote]

Desculpa não ter feito a associação, mas objectivamente vejo isso como no tal exemplo do Evil Dead: também lá falam do Necronomicon…

Resumidamente, as linhas que escrevi teem a ver com a forma como vejo o trabalho do Lovecraft. Possivelmente sou "purista" e não vejo nada de mal nisso. Não tenho nada contra as variantes nos seus contextos específicos, se tivesse certamente não via ou lia muita coisa. Acho de muito mau tom quando se fazem referências gratuitas para auto promoção. Não acuso este de nada porque não lhe conheço qualidades, mas para me provar qualquer coisa espero que voces que estão tão willing testem e me digam o quão bom foi! :wink: Now, work for me!!! :smiley:

Vá lá, divirtam-se lá com o azul enquanto eu me distraio com o amarelo. E se eu gostar fica verde. Afinal de contas o Mundo é um arco-íris :wink:

Mais uma vez, acho que o sítio para discutir isso, é a thread no rpg.net do outro rapaz. Ele, que está a fazer a campanha/jogo/sei lá o quê é que tem de saber isso. O que é o Mythos e porque é incompatível com Wuxia.

Hugo, também li muito do que tu leste (excepto Derleth que apenas li um conto) e o que me veio à cabeça foi: cada autor pegou na matéria como bem entendeu. O Howard deu-lhe sempre um twisst de swords and sorcery, ou gun for hire, por exemplo, ponto homens machos e musculosos a irem toe-to-toe com monstruosidades. O Brian Lumley faz pulp autenticos com os seus herois Titus Crowe e De Marigny (descendente dos do Lovecraft) onde lutam ao lado dos Outer Gods bonzinhos, e, no fim, derrotam completamente os Great Old Ones. Clark Ashton Smith conta histórias cheias de ironia onde entram Great Old Ones que são enganados pelos sacripantas anti-heróis de um conto ou outro dele.

No meio disto tudo, misturar wuxia está na melhor das companhias. Mesmo antes de Lovecraft morrer, o Mythos já não era só Lovecraft e o seu nihilismo. E isso com o aval e apoio dele próprio (que foi quem levou Clark Ashton Smith à escrita, que antes era poeta e ilustrador). Os temas que apresentas são Lovecraftianos - mas a meu ver o Mythos já é inteiramente outra coisa. E aposto que entre os autores de pulp nos anos 3o, mesmo antes do nosso amigo HPL morrer, já se discutiam estas questões acesamente, de modo não muito diferente do que fazemos aqui, mas à velocidade do correio.

Estou a falar do contexto LOVECRAFTIANO e não Derlethiano ou Lumliano. E foi puramente nesse contexto que escrevi a minha mensagem em resposta a: o que é o contexto LOVECRAFTIANO e não Derlethiano ou Lumliano ou outros que tais.

E volto a repetir, já li coisas bem interessantes sobre Mythos com outras coisas à mistura ou outras coisas com Mythos à mistura. À partida não vejo nada de mal nisso. Até Forgotten Realms se pode misturar com Mythos. Laughing

O Zé é que o disse melhor que eu: é mais proveitoso responder-se na thread original do rpg.net, mesmo que seja para dizer mal e mandar abaixo que o gajo não tem nada que misturar água com azeite que isso é blasfémia. A minha intenção em postar a ideia dele aqui era chamar a atenção para algo que me pareceu muito fixe e que mais pessoas podiam gostar; eu não tenciono fazer o Weapons of the Elder Gods, como ele lhe chama, porque conheço pouco de CoC e nada de WotG, mas como há aqui malta que conhece bem os 2, essa mistura até poderia ser interessante para eles. Como já disse, eu só pago para jogar. :slight_smile:

Se me permitirem, vou traduzir as vossas opiniões em inglês e postá-las lá.

Estás autorizado, pela parte que me toca…