A Amiga da Onça: Episódio 6 - Dr. StrangeRon or: "How I Learned to Stop Worrying and Love the Setting"

[quote=Rui]Bem, eu quando o joguei foi sempre para uma agenda narrativista[/quote]Pois, eu sei que o jogo tem uma estrutura narrativa muito forte e completamente integrada nas regras, mas é um caso específico em que me pergunto se podes ter narrativismo quando a história já está toda balizada e pré-definida do princípio ao fim. Não é que as tuas escolhas tenham grande significado fora do âmbito pessoal da tua personagem, não é?

De qualquer forma, não acho que o GNS sirva propriamente para classificar jogos, mas para analisar as motivações que nos impelem a jogar RPG e a nos divertirmos, as tais agendas criativas.

[quote=Rick Danger]

[quote=Rui]Bem, eu quando o joguei foi sempre para uma agenda narrativista[/quote]Pois, eu sei que o jogo tem uma estrutura narrativa muito forte e completamente integrada nas regras, mas é um caso específico em que me pergunto se podes ter narrativismo quando a história já está toda balizada e pré-definida do princípio ao fim. Não é que as tuas escolhas tenham grande significado fora do âmbito pessoal da tua personagem, não é?[/quote] Não posso falar por todos os jogos que têm agendas narrativistas, porque não os conheço a todos; mas conheço este e o Mountain Witch relativamente bem, e posso dizer-te com toda a certeza que o objectivo não é afectar a ficção pelos personagens (como veículos para tal, como acontece em jogos comerciais - ou como devia acontecer, porque depende sempre do contrato social que se estabelece à mesa), ou fazer com que haja qualquer significado FORA do âmbito pessoal da personagem; no Mountain Witch, o que interessa são as relações entre os personagens e como estas evoluem (gosto particularmente do Mountain Witch neste caso: um dungeon crawl básico onde as razões para as personagens lá estarem não começam com "e vocês conheceram-se todos num bar", nem as personagens são automaticamente todas amigas; o MW até tem mecânicas para este tipo de coisa); no MLWM, são as relações que se mantêm com os npc's, quanto se investe neles, sabendo que estão provavelmente condenados mas que mesmo assim são a âncora da sanidade, etc. [quote=Rick Danger]

De qualquer forma, não acho que o GNS sirva propriamente para classificar jogos, mas para analisar as motivações que nos impelem a jogar RPG e a nos divertirmos, as tais agendas criativas.

[/quote] Julgo que nem era isso que se discutia aqui.

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Em breve coisinhas novas!

Líder inconsciente do ultra-secreto grupo anti-D&D (mas só na edição 5.3)

[quote=LadyEntropy]

Tu aí não derrotaste o jogo. Derrotaste o GM -- porque no jogo de My Life With Master está escrito nas santas regras que isto só acaba de duas maneiras: ou tu te tornas o novo mestre ou matas o antigo. Em Vampire, não há "Tu tens que aceitar a vida que tens". Tu foste esperto e fizeste o RP lógico do teu gajo (quem é que queria voltar para a mulher para levar porrada?) e aproveitaste a situação. [/quote] Não, por acaso fui bastante parvalhão, ao não alinhar com o resto do pessoal e jogar o jogo pelo jogo em vez de forçar as coisas à minha maneira. Aliás, consigo lembrar-me de mais uma dezena de exemplos onde fui bastante parvalhão e não alinhei no jogo. [quote=LadyEntropy]Os temas são guidelines, e, ao contrário do Jogo de Guião de My Life, tu podes ser um vampiro angustiado a chorar pela humanidade perdida ou (como uma das minhas PCs) andar aí todo contente "FIXE SOU UM VAMPIRE, Buga festejar toda a noite, TODAS AS NOITES!"

E isso é aceitável e até já foi previsto\esperado quer em sistema (é possível seguid Paths como Cathari, Caine, Power and Inner Voice, etc. que quebram a temática do "Oh the angst, oh the humanity"), quer em setting (o Sabbat e os Independentes).

[/quote] As palavras chave são "previsto/esperado". No Vampire, apesar da ilusão de liberdade, também se espera que as pessoas façam as coisas de maneiras estabelecidas. [quote=LadyEntropy]

Por isso leva lá a taça porque tinhas um GM tótó que ficou atrapalhado por fazeres algo inteligente, mas isso não quebrou o jogo. Tou mesmo a ver o Achilli "UM JOGADOR NÃO ESTÁ A VOLTAR PARA A MULHER LHE IR ÁS TROMBAS!!! NÃAAAAO! TEMOS QUE FAZER ERRATA PARA ISSO!"

Além do mais, esse comentário de "Super heróis" só mostra que não jogaste 1ª\2ª Edição onde não havia superheroismo, mas sim a puta da choraminguisse do "Ai meu deus, eu sou um monstro, eu sou um vampiro! A angustia, o medo, o horror!" Até as aventuras oficiais eram à volta do "E agora tás lixado porque a tua vida anterior está impossível de alcançar e BEBES SANGUE! (Oh noes!)" E onde eu vi vampiros morrerem Final Death porque levavam 2 out 3 tiros de uma pistolita um segurança nocturno humano. Requiem fez pouco de original porque voltou a esse aspecto do jogo. Acho que na terceira, eles meteram tudo mais "heroico" porque francamente, o pessoal já se andava a passar um bocado com a angústia e o drama e perguntaram se por acaso não haveriam vampiros que não fossem uns coninhas.

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[/quote] Eu joguei muito pouco Vampire. Mesmo muito pouco. No total, umas 10 sessões no máximo dos máximos. Tenho acompanhado de fora as várias edições, e até agora a minha opinião não mudou: vampires suck. :-)

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Em breve coisinhas novas!

Líder inconsciente do ultra-secreto grupo anti-D&D (mas só na edição 5.3)

Bravo, bravo, bravo, muito bom!

Mas... Só agora? Eu disse isso tudo que aí está nos tempos negros de 2005, com muito menos palavrões e insultos, e FUI EXPULSO DESTE SITE. Ok, regressei - de certo modo, que só aqui apareço de páscoas a natais porque este site me parece (ainda) a propaganda da Cientologia do RPG que é a Corja - não a Forge, como eles querem ser, mas a Corja que reza ao Sr. "L." Ron "Hubbard" Edwards. Ah, e a quem a carapuça sirva que a ponha que não menciono nomes.

O pior é que os termos simulacionista e Narrativista, só por si, são absolutamente dignos e descritivos de elementos dos RPGs. Mas essa Corja desvirtuou-os tão completamente que não os posso ver à frente. E por causa disso continuo a desconfiar deste site, ainda cheira à "santidade" da Corja.

Diz-se que agora até gosto de jogos indy. Deixem-me esclarecer duas coisas:

1) NÃO HÁ JOGOS INDY, FODA-SE!!! O nosso hobby é TODO abaixo de indy: é marginal. Praticamente ninguém fora do hobby sabe cu sobre ele. "Mas e o D&D" perguntam-me? Esperem, esperem: temos um hobby onde há centenas de jogos e dezenas de editoras de jogos, todas elas pequenas ou médias empresas a um mês de negócios médios da falência, onde há uma empresa monstruosa, e vêm-me com indy e maistream? Então só a WotC/Hasbro é mainstream. O D&D é o ÚNICO jogo que alguém fora do hobby, mais ou menos, poderá ter ouvido falar. Havendo centenas de jogos, e de emrpesas, a WoTC e o D&D não são a regra, são a excepção. Ah, mas os indies publicam os seus própios jogos. Bom, não. Há empresas que piblicam jogos a que chamam indy, como a evil hat (que adoro e respeito). Bom, não, os autores indys têm os direitos do proprio trabalho. Ahhh, sim, pois, então o Feng Shui Action RPG, publicado pela Atlas Games, é indy - pois os direitos são exclusivos do Robin D. Laws. Não, porque a Atlas... Gimme a break! Mas... Será que... Pois é, e se Indy for só um adjectivo aplicado aos autores membros da Corja? Ah, mas parece que assim é. Então, o termo "indy" segue o gaminho dos termos "narrativista" e "simulacionista", desvirtuado para servir a corja, usando-o para se pintar como o "rag tag band of rebels" contra o império do "mainstream" --> mainstream esse que só existe nos textos corjitas.

2) NUNCA FORAM OS JOGOS QUE ME IRRITARAM! Qualquer jogo que se pinte como um RPG tem de valer por si, pelo valor de diversão e satisfação que trás a um dado grupo. Nunca disse que não jogo seja o que for., RPGs são como a comida - prova-se sempre pelo menos uma vez. Faço uma excepção: o Sorcerer. Esse não entendi o que faz, uma vez que o autor está sempre a dizer o que o jogo não é e o que não deve fazer, e a dizer mal dos jogos que fazem isso, que, francamente, não encontrei os sítios onde diz o que faz. Estava também tão cheio de ódio aos seus pares game designers e aos jogadores em geral, que no meio dos meus vómitos não devo ter visto a meia frase onde diz as regras do jogo. De resto, experimento tudo. Claro, há livros de regras que me entusiasmam mais ler que outros, e experiencias de jogo que me atraem mais do que outras. Dos jogos de autores pertencentes à Corja que li, o Dogs in the Vineyard deixou-me indiferente, o TsoY curioso, e o Burning Wheel interessado. O Burning empire, mesmo depois de o ler, ainda me parece um boardgame. Pá, quando o autor, num dos primeiros parágrafos, diz que os jogadores e o GM jogam uns contra o oiutro e jogam para ganhar... o que nunca quer dizer que não seja divertido. Nunca experimentei. Ah, li o Capes. Achei um cagalhãozinho pretencioso de um gajo que nunca na vida entendeu qual era a função de um GM. Mas se me convidarem para jogar, força, que eu jogo tudo.

Bom, aqui temos uma adenda ao teu post, Lady. A ver se sou expulso outra vez. Como não te expulsaram a ti, talvez haja esperança.

[quote=Verbus]Faço uma excepção: o Sorcerer. Esse não entendi o que faz, uma vez que o autor está sempre a dizer o que o jogo não é e o que não deve fazer, e a dizer mal dos jogos que fazem isso, que, francamente, não encontrei os sítios onde diz o que faz. Estava também tão cheio de ódio aos seus pares game designers e aos jogadores em geral, que no meio dos meus vómitos não devo ter visto a meia frase onde diz as regras do jogo.[/quote]Os fãs de Sorcerer já têem uma piada recorrente que é o próprio livro de Sorcerer ser supostamente um demónio que vai alterando o seu conteúdo conforme o Ron vai respondendo ás suas dúvidas e questões sobre o jogo apontando para alguma frase perdida lá na página XX. Aparentemente, o Ron está convencido que só precisa de dizer uma coisa uma vez e quem quiser que entenda. Já percebi que é assim que se tem de ler aquele livro, mas nunca consegui jogá-lo nem tenho grandes esperanças (já o li três vezes).

Curiosamente, amigos dele como o Vincent Baker escrevem jogos que se percebem perfeitamente e que têem bastante mais sucesso, além de discutirem teorias, design, etc. de uma forma bastante mais humilde, razoável e não menos válida. Oiçam, por exemplo, esta conversa recente entre o Vincent, o Joshua e o Robert sobre jogos abandonados pelos seus autores.

[quote=Rick Danger]

Curiosamente, amigos dele como o Vincent Baker escrevem jogos que se percebem perfeitamente e que têem bastante mais sucesso, além de discutirem teorias, design, etc. de uma forma bastante mais humilde, razoável e não menos válida. Oiçam, por exemplo, esta conversa recente entre o Vincent, o Joshua e o Robert sobre jogos abandonados pelos seus autores.

[/quote]

Concordo inteiramente. Os outros jogos que li dessa malta ao menos são jogos. Têm lá bem explicitados o que fazem, e os autores, se dizem alguma "teoria", é mais para explicar porque o fazem. E normalmente com linguagem corrente e não com a algaraviada inventada pelo "L." Ron "Hubbard". Isto independentemente se se gosta ou não dos jogos. Eu não posso dizer nada porque não joguei nenhum.

E sei que é muito diferente ler as regras de um jogo - mesmo um rpg - e jogá-lo de facto. Na minha longa história, houve manuais que me entusiasmaram ler mas o jogo foi mau de jogar, e o contrário, jogos cuja leitura me deixou indiferente mas que foram bestiais de jogar.

Mas fico a pensar... E se não foram os jogos? Nem as regras nem o setting? E se foi o grupo de jogo que fez a diferença? De facto, se calhar o mais importante numa experência de RPG nem são as regras nem o setting, mas as pessoas com que jogamos, GMs e jogadores. Ainda não analisei isto a fundo, mas já vi que um jogo e/ou sistema que não resultou com um grupo foi maravilhoso noutro. O mesmo com settings. Dá que pensar...

[quote=Verbus]Mas fico a pensar... E se não foram os jogos? Nem as regras nem o setting? E se foi o grupo de jogo que fez a diferença? De facto, se calhar o mais importante numa experência de RPG nem são as regras nem o setting, mas as pessoas com que jogamos, GMs e jogadores. Ainda não analisei isto a fundo, mas já vi que um jogo e/ou sistema que não resultou com um grupo foi maravilhoso noutro. O mesmo com settings. Dá que pensar...[/quote]Não te preocupes muito com isso, acho que é natural. Desde que entrei nos boardgames há já uns tempos percebi que também neles conta muito as pessoas com quem se joga, por isso esta não é uma espécie de mística maldição que especificamente os RPGs têem que suportar. O grupo importa sempre para qualquer actividade interactiva e não há nada que o texto de um jogo possa fazer para magicamente põr toda a gente a divertir-se e a jogar da mesma maneira. Claro que, até certo ponto, como apregoam o Jared e o Luke nos últimos panels que têem dado nas convenções, "Design is mind control" mas há sempre um limite a partir do qual o que conta é as pessoas envolvidas.

Atenção: não me refiro a quando as coisas correm mal por causa da personalidade dos jogadores. Ou jogadores problemáticos, sabotadores, ou malcriados, ou... Não. Refiro-me a grupos perfeitamente funcionais, com pessoas que se respeitam... mas nuns um sistema/setting resulta, noutros não. Por partes e por exemplo: num grupo perfeitamente funcional, o D&D funciona bem, mas o Savage Worlds não. Noutro pode ser vice-versa. E não me refiro também a grupos que não querem experimentar o outro sistema: refiro-me a que experimentam, e por alguma razão não resulta.

Daí aconselho todos os gamers a familiarizarem-se com o magnífico Robin's Laws of Good Gamemastering, que ao contrário do que se espalhou por aí não é uma "teoria" concorrente ao GNS/Big Model da Corja, mas são conselhos para ajudar os GMs a criarem as experiências de jogo que mais se adequam aos seus jogadores. Conselhos que vão desde a escolha do sistema, aos gostos dos jogadores, às aventuras que eventualmente agradarão mais áquele grupo, e mais. Poderão dizer que ele não diz senão coisas que os GMs já fazem. Bom, sim, ele próprio o admite, mas o importante é que o façam conscientemente, avisados que é isso que estão a fazer.

Eu já descobri que a maneira de me assegurar que tenho as costas quentes é meter um GRANDE disclaimer no início. Assim, se me chatearem, aponto para lá e digo "Eu avisei, não avisei?" E este post foi até muito calminho comparado com outros rantfests que tive em episódios anteriores, onde ataquei a masculinidade de várias pessoas, insultei D&D, e distribuí sopapos a amigos e inimigos ao mesmo tempo.


Aliás, o RicMadeira (volta, estás a perdoado!) chegou mesmo a ameaçar trancar o tópico por causa da resmunguisse que gerou. Ainda considero isso uma marca de orgulho!

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"Sete Dias de Criação" - Uma Seman

Então continua. É que, à conta desta entrada do teu blogue, estou a considerar seriamente regressar aqui às lides e recomeçar a escrever regularmente. Uma vez que a discussão que gerou foi, basicamente, civilizada (tirando as minhas intervenções, mas não consigo falar da Forgientology nem do Ron "Hubbard" Edwards de outra maneira) e sem ameaças por causa das terríves "heresias" que aqui estávamos a dizer. Por causa deste post, pode ser que possa voltar a ter um "grão de mostarda" de fé nos gamers que usam o lado de rpg deste site.

Oh, aperdoa ao Rick Danger, que, tadito, sempre que vê algo novo e brilhante fica todo entusiasmado. Acho que a maior parte das pessoas que anda por aqui nem gosta particularmente dos jogos Indy (sim, eu digo INDY e volto a dizer INDY, independentemente que te objectes ao termo). As discussões que tive com ele sobre isso (e o facto que nenhum dos jogadores deles queria experimentar indies) n ajudaram o rapazito lá muito.

Além do mais, quanta mais gente aqui, mais gasolina para deitar ao fogo.

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"Sete Dias de Criação" - Uma Seman

Quando me dei ao trabalho de ler o ensaio sobre o Narrativismo (e sim tenho um pouco mais de paciência que a Lady_Entropy a ler mega-teses) apercebi-me que estava tudo mal definido e contraditório, pelo nome esquisito do Propp!

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Setúbal e Almeirim

[quote=LadyEntropy]

Oh, aperdoa ao Rick Danger, que, tadito, sempre que vê algo novo e brilhante fica todo entusiasmado. Acho que a maior parte das pessoas que anda por aqui nem gosta particularmente dos jogos Indy (sim, eu digo INDY e volto a dizer INDY, independentemente que te objectes ao termo). As discussões que tive com ele sobre isso (e o facto que nenhum dos jogadores deles queria experimentar indies) n ajudaram o rapazito lá muito.

[/quote]

Eu acho o Rick um tipo inteligente e entusiasta que gosta de diversos jogos. Os seus gostos nem sempre são os meus, mas nunca impugnei nem a inteligência nem a moral de ninguém por diferença de gosto. Impugno sim, e a preferência sexual e hábitos higiénicos, ascendência e maneiras à mesa (Por exemplo, chamo Panasca, enrabador de porcos, comedor de merda e canibal), a quem ao dar uma opinião se quer mostrar mais inteligente, bonito, superior, enfim, mais do que o comum dos mortais, ou, pior, mais do que eu Wink. Ora a Corja que eu conheço é inteiramente constituída por gente dessa, a começar pelo Papa lá deles. Diferenças de opinião? Venham elas. Por exemplo, gosto muito de ler a maioria das intervenções do Sérgio Mascarenhas, por serem bem expostas, logicamente escritas e muito bem defendidas. Muitas das vezes não concordo com nada do que lá está, e na melhor das hipóteses só concordo com cerca de 60% do que lá está. Epá, mas se gosto de o ler. Uma excepção: as críticas aos manuais do sorcerer que fez há uns anos na RPG.net em que concordo a 200%. Assim, o Rick que diga o que ache por bem dizer.

Quanto ao termo indy, e outros que correm por aí, que hei-de eu fazer? Já disse a minha opinião e pronto. Haver termos que não gostamos e que entram para o léxico comum são factos da vida. O meu Pai ainda fervilha com o facto do termo "bicha" ter passado a ser "panasca" e que o que ele sempre considerou ser uma bicha tenha passado a ser uma fila. Eu também tenho visto com tristeza, desde a minha adolescência, o termo "cínico" ter perdido o sentido original e passar a significar hipócrita, embora verifique com prazer ainda haver muita gente a usar o sentido real. Tanto mais que o cinísmo - não acreditar nas boas intenções das pessoas e dos argumentos - é tradicionalmente uma arma usada contra vários tipos de hipocrisias. Assim, o termo Indy para certo tipo de rpgs veio para ficar, quer eu goste quer não. Até eu o uso nessa acepção, por ser um rótulo que facilita muito a comunicação, e porque não vale a pena lutar contra a maré quanto a evoluções linguísticas. Não são as línguas entidades vivas?

Aliás, irrita-me muito mais a desvirtuação dos termos "Narrativista" e "Simulacionista" pela Doutrina Sagrada da Corja. Infelizmente, já não se podem usar num ambiente de RPG sem ir dar áquela treta. Não me preocupa o "Joguista", que foi um neologismo inventado pelo Hubb... perdão, Edwards e que por isso não existia antes para ser desvirtuado.

Mas, também aí, não se pode fazer nada. A menos que dizer que o Ron Edwards é um comedor de merda enrabador de porcos canibal filho de irmãos incestuosos e mongoloide.

Quando a experimentar indies... força. É onde perco um pouco a moral, embora tenha lido muitos, só joguei Mouseguard e meia Demo de Burning Wheel. E o que acho, em resumo, já o disse acima. Mas suponho que, se forem gamers normais a experimentar, e não um gamer rodeado de Corja, nalgum tipo de "retiro espiritual", não deverá fazer muito mal experimentar. Ficam logo a saber como o jogo é mau e vacinados (diz ele com muita maldade e sem nenhum sentido de justiça).

O rótulo dos “indies” sempre foi algo difuso na internet porque ora significava RPGs de edição de autor como os de pequena tiragem ou provenientes do movimento do The Forge. Para mim é apenas uma designação tal como “retro-clones” ou “licensed” apesar destes últimos serem mais definidos e portanto mais úteis. Por outro lado nunca percebi onde se foi desencantar essa dos “Indy”. Algum cão de um aventureiro neo-pulp? :slight_smile:

Pelo que li tanto o Ron Edwards e o Paul Tevis (acho) tinham uma agenda por detrás da fundação do The Forge: a criação de um pequeno mercado dentro do mercado dos RPGs que se baseasse na comunidade do fórum e se distingue-se do grande mercado tornando-se auto-suficiente no processo. Acho que o conseguiram… mais através do “misticismo” do que através de “política”! Eh, eh.

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Eu por mim dou mérito ao The Forge por ter publicitado (através do passa-a-palavra e de até algumas polémicas) alguns autores e jogos de que gosto.

Jogos são jogos e existem uns melhores e outros piores, os quais posso avaliar se são mais a meu gosto ou se têm ideias geniais no seu texto. Costumo interessar-me pelo que sai de novo. E em meu detrimento sou bastante obcecado no meu entusiasmo pelo raio dos jogos de RPG que conheço e emocionado em jogá-los e falar deles.

Por outro lado não o faço o mesmo com pessoas ou grupos de pessoas dado que não são objectos e portanto menos complexos e moderados que as pessoas. À parte do Aria e do F.A.T.A.L claro. :smiley: Ah, e sim enganamo-nos muito mais facilmente a ler pessoas do que livros.

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[quote=jrmariano]O rótulo dos "indies" sempre foi algo difuso na internet porque ora significava RPGs de edição de autor como os de pequena tiragem ou provenientes do movimento do The Forge. Para mim é apenas uma designação tal como "retro-clones" ou "licensed" apesar destes últimos serem mais definidos e portanto mais úteis. Por outro lado nunca percebi onde se foi desencantar essa dos "Indy". Algum cão de um aventureiro neo-pulp? :) Pelo que li tanto o Ron Edwards e o Paul Tevis (acho) tinham uma agenda por detrás da fundação do The Forge: a criação de um pequeno mercado dentro do mercado dos RPGs que se baseasse na comunidade do fórum e se distingue-se do grande mercado tornando-se auto-suficiente no processo. Acho que o conseguiram... mais através do "misticismo" do que através de "política"! Eh, eh!
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É um rótulo que faz imenso sentido nas indústrias musical e cinematográfica, especialmente nos EUA, onde 95% da produção é feita por empresas gigantescas, e os outros 5% são os chamados "independentes" dessas empresas. Querer aplicar o termo à indústria do RPG é absurdo: Há 1 empresa monstruosa, que faz 1 jogo: o D&D. Que é o único rpg que atinge camadas da população não aderente ao hobby. Sim, porque praticamente ninguém fora do hobby conhece outros RPGs, excepção feita dos amigos e SOs dos gamers. Ainda hoje muita gente pensa que o mundo do rpg se resume ao D&D. Depois temos dezenas de editoras, todas elas pequenas ou médias empresas, e individuos, que publicam centenas de jogos. Se virmos pela penetração pública, então só o D&D é "mainstream" e tudo o resto é indy.

Mas, estranhamente, e pelo menos em 2005, o Papa Hubbard Edwards aprovava especialmente o D&D 3.x (nem me recordo se já existia 3.5 nessa altura) como grande exemplo de jogo Gamist. E a terrível industria castradora eram então todas as pequenas empresas a um mau negócio da bancarrota, não a Hasbro/WotC.

Mas como já disse, o termo veio para ficar, goste ou não.

*Sigh*

Concordo que é um termo mal usado e enganador.

Ah, mas o que o Ron Edward escreve é algo que se pode ler mas só se obrigarmos forçosamente a nossa razoabilidade a permiti-lo. :stuck_out_tongue:

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[quote=jrmariano]Concordo que é um termo mal usado e enganador. Ah, mas o que o Ron Edward escreve é algo que se pode ler mas só se obrigarmos forçosamente a nossa razoabilidade a permiti-lo. :P

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Sim, porque, parafraseando um dado autor, que não me recordo muito bem quem, ler o que ele escreve causa danos cerebrais.

“Dado um jogo bem desenhado, quer quanto ao sistema quer quanto à sua apresentação, todos as dinâmicas intervenientes no seu uso devem-se aos jogadores que o jogam.” :slight_smile:

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Ron Edwards sucks big donkey balls! Kenneth Hite rulez! Luke Crane iz da man! Greg Stolze iz da mastah!

Resume a minha opinião. Quem conhece estes nomes sabe o que quero dizer.