A Amiga da Onça: Episódio 6 - Dr. StrangeRon or: "How I Learned to Stop Worrying and Love the Setting"

Pois, a dissonância cognitiva é universal mesmo. :slight_smile:

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Setúbal e Almeirim

[quote=jrmariano]"Dado um jogo bem desenhado, quer quanto ao sistema quer quanto à sua apresentação, todos as dinâmicas intervenientes no seu uso devem-se aos jogadores que o jogam."
[/quote]

Olha outra: "Tudo o que os game designers fazem, desde regras a settings a ajudas de jogo, contam, contam, na melhor das hipóteses, 30% da experiência de jogo. O resto é o que se passa à mesa."

[quote=Dwarin]

Ron Edwards sucks big donkey balls! Kenneth Hite rulez! Luke Crane iz da man! Greg Stolze iz da mastah!

Resume a minha opinião. Quem conhece estes nomes sabe o que quero dizer.

[/quote]

Robin D. Laws kicks mucho ass!

Não sou fã do roll-under percentil. Qual é o DC de uma Experiência de Jogo (BOM)?

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Setúbal e Almeirim

Estás a citar o próprio Ron Edwards, vê lá tu, que falou assim quando se referiu Vampire: lê-lo dá danos cerebrais.



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Em breve coisinhas novas!

Líder inconsciente do ultra-secreto grupo anti-D&D (mas só na edição 5.3)

O Senhor Ronhas devia ser enrabado por Nosferatu depois dessa enormidade.

Se calhar ainda gostava.

Danos cerebrais, danos cerebrais. Eu dou-lhe os danos cerebrais. Se para ser "normal" tenho que louvar o trabalho e atitude dele, prefiro ter dano cerebral. Porque o senhor Roninha não consegue escrever settings (só reaproveitar) e por isso é que não gosta de livros que são melhor que ele nisso. Afinal, ele para escrever o suplemento para Sorcery precisou de ir fanar inspiração a outros livros, e no livro base desculpa-se com o "Eu n quero dar setting, quero que vocês o desenvolvam sozinhos". Pois pois, para mim isso cheira a desculpa.

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"Sete Dias de Criação" - Uma Seman

Este é um daqueles pontos onde eu não tenho certeza da falta de razão dele.

Aliás, extrapolando um bocadinho, se formos ver o género dos vampiros na ficção, quase quase que podíamos dizer que ler a Stephanie Meyer dá danos cerebrais.



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Líder inconsciente do ultra-secreto grupo anti-D&D (mas só na edição 5.3)

[quote=Rui]

Estás a citar o próprio Ron Edwards, vê lá tu, que falou assim quando se referiu Vampire: lê-lo dá danos cerebrais.

[/quote]

*Abre a boca de espanto* Não! Jura! E eu que nem sabia nem nada!

PS: Irony is not working with iron...

Fazendo a devida ressalva (que parece ser uma espécie de “get out of jail free card”), sem querer espicaçar, eu não conheço a obra toda dele, mas do que conheço, não acho que seja assim tão impressionante.

Ainda por cima, está tudo datado e ultrapassado, e mesmo as coisas novas não são nada de espectacular: será o Esoterrorists assim tão bom?



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Líder inconsciente do ultra-secreto grupo anti-D&D (mas só na edição 5.3)

Eu diria o mesmo dos autores referidos pelo Dwarin...

Quanto ao RDL, a minha opinião é ambivalente. Por um lado, ele tem o talento de pegar de face em coisas que os outros apenas pegam de lado e a medo. E de pegar melhor do que os outros. E não raro mais cedo. Mas, infelizmente, fico sempre com a impressão de que ele tem boas ideias, tem uma visão adequada, e depois perde-se na execução. Mesmo assim, fica à frente da maior parte dos tipos que se movem nas mesmas águas. Com a vantagem de não se pôr com posturas de prima dona ou de génio incompreendido.

Mas tudo isto sã peanuts. Se algum dia se fizer uma história a sério do hóbi o que se vai concluir é que a grande escola e o grande atelier de design, aquele que foi o melhor exemplo do que é a combinação de talento com capacidade de execução, foi a Chaosium dos anos 70/80. Ainda hoje há muito a aprender com eles. E, voltando ao RDL, não por acaso foi ele que o Greg Stafford foi buscar quando sentiu que tinha batido na parede como designer para o seu universo pessoal...

Sérgio Mascarenhas

[quote=Verbus]É um rótulo que faz imenso sentido nas indústrias musical e cinematográfica, especialmente nos EUA, onde 95% da produção é feita por empresas gigantescas, e os outros 5% são os chamados "independentes" dessas empresas.[/quote]A definição é muito mais clara nesses casos, mas "indy" para mim continua a significar um trabalho de criação de RPGs que seja relativamente independente de factores económicos ou de marketing - como por exemplo, o muito recente Freemarket feito pelo Luke e pelo Jared que acabou por se tornar numa edição limitada por causa dos custos de produção, ou seja, o jogo é um RPG todo esquisitóide transhumanista cuja prioridade número um ao publicá-lo não é vender e fazer dinheiro, é mesmo criar uma experiência de entretenimento diferente que, por acaso, é um RPG.

Aliás, esticando um bocado a cola ao "indy", até a nova edição de D&D pode ser considerada mais independente quando comparada à terceira edição, na qual a WotC deu, de facto, tudo por tudo para convencer toda a gente que RPG = D&D e que não haveria mais nenhum sistema para jogar à face da terra. Esta foi uma abordagem muito bem sucedida em termos de vendas (que criou toda uma nova geração de d20 roleplayers), mas agora 4E mostra como a vertente "indy" também tem um lugar no D&D, ou seja, os seus criadores também querem poder dizer "o nosso jogo é assim e não é assado - se querem assado, vão jogar outra coisa que nós temos a nossa visão do que queremos fazer e, se ela não coincide com a vossa, temos pena mas não estamos aqui apenas e só para fazer dinheiro".

Outro caso curioso é o da White Wolf que talvez até se terá tornado mais "indy" ao ter sido comprada pela CCP, no sentido em que deixaram de ter de publicar splatbooks todos os meses só para esmifrar mais alguns dólares aos seus fãs.

Tudo isto só para dizer que "indy" para mim não quer dizer necessariamente "bom", mas acho que tem mais potencial para ser diferente dos RPGs que eu já tenho ou que já conheço e menos tendência para repetir certos esquemas e conteúdos só porque estes já deram provas no mercado.

Quem tem seguido a evolução do RPG há tanto tempo como eu (desde 1984) pode verificar que foi um meio que sempre inovou e esteve sempre a fazer experiências e a alterar mecânicas, settings e maneiras de conseguir fazer as coisas. Mesmo antes da Wizards of the Coast aparecer, nos anos 80/90 havia a TSR e o AD&D por um lado, e o resto dos RPGs e suas editoras pelo outro. E nessas centenas de editoras houve todos os anos dessa época experiêcnias, inovações, maneiras novas de apresentar jogos e settings. Foi nessa época que surgiu o Rolemaster, o Pendragon, o Ars Magica, o Shadowrun, e outros, vários jogos que fizeram coisas nunca vistas antes. E o Vampire.

Agora, para que fique registado, eu não gosto de Vampire. E acho o Storyteller System altamente desajeitado e moroso de jogar. Dito isto, na altura em que saiu, os autores do Vampire não estavam nada à espera do sucesso que foi. Criaram um jogo experimental, através de uma empresa de meio tostão, para o que pensavam ser um nicho de góticos e gamers "de vanguarda", e a coisa explodiu logo com a primeira edição! O resto é história.

Se o meio deixou de inovar, é porque quase deixou de existir. É que na segunda metade dos anos 90, outra empresa de meio tostão saiu-se com outro jogo que deemonstrou ser imensamente popular e que quase matou a indústria do RPG. a empresa era a Wizards of the Coast e o jogo foi o Magic: The Gathering. Praticamente só se ouvia falar em falências de empresas de RPG entre a publicação do Magic e a promulgação do Open Gaming Licence, tal foi a drenagem que o Magic fez aos jogadores de RPG. Mesmo assim não deixou de se inovar: apareceu o Castle Falkenstein, que não tinha folhas de personagem e jogava-se com cartas, o Deadlands, que demonstrou que um setting de Western podia ser popular, para além das mecânicas inovadoras de mãos de poker para lançar feitiços, entre outras. É o descendente directo do sistema Savage Worlds, a propósito, que é o que eu tenho mais jogado nos últimos três anos ou assim.

Falei no Open Gaming Licence. Como nunca teve a intenção de o fazer, a própria empresa que ia matando o RPG também o salvou com essa manobra comercial. Trouxe, também, o D&D para a nova geração com a edição 3.x, goste-se ou não. Depois da revoada de falências, apareceram também dezenas de empresas a fazer D20. Com a recuperação da indústria, houve um grande interesse nos clássicos do jogo, tendo assim muitos nomes já lendários sido reeditados ou reimpressos. Se calhar este fenómeno duplo do princípio do século (a década de 2000 a 2009) é que deu a impressão que a indústria "jogou pelo seguro" e não inovou. O que foi é que esteve em recuperação de uma crise enorme. E às vezes isso traz uma época mais "prudente", por vezes até um pouco "reaccionária".

O que veio da Corja foram inovações? Permitam-me duvidar. Fala-se nos jogos "focados" como o Life With Master. Bom, não fui só eu quem ficou com a impressão que não passava de um boardgame sem board com uma linguagem mais pedante que a média dos boardgames, um jogo cujo objectivo era ver quem mata o master primeiro, escondido numa série de conversas. Atenção, não digo que isto não seja muito divertido, nem que não possa dar uma experiencia emocional muito forte. Mas será uma experiência de RPG? Jogos como o Tsoy e o PTA em que toda a gente ajuda a construir a história: Não acontecerá que a experiência não fica mais parecido com o jogo surrealista dos anos 20 chamado o Cadáver Esquisito do que RPG? As personagens não ficarão tão afastadas dos jogadores que estes já não têm nada a ver com elas? Jogos em que o principal é o confronto daquilo em que a personagem acredita: não se passará isso em todas as campanhas caseiras (atenção, não as publicadas)? O GM não terá forçosamente de ir fazendo a campanha conforme as decisões das personagems? Isso se não for um railroader ou um sandboxer terminal, claro, que também os há... Finalmente, jogos em que claramente os jogadores e o GM competem uns contra o outro, não serão mas é boardgames mais complicados? Pois a competição e a vitória, quando entram num jogo, são o seu elemento absorvente e tudo o mais é para inglês ver: não interessa se não servir ou para ganhar, ou para fazer o outro perder. Assim, as inovações ou são novas embalagens para coisas que se fazem desde o começo do hobby, ou chamar RPGs a coisas que são mais boardgames ou jogos de salão. Por mais divertidos e/ou intensos que possam ser: as emoções mais tramadas que tive a jogar foram com o jogo de salão Uma Questão de Escrúpulos (a ser jogado entre gente que se dá muito bem ou com muita capacidade de perdão, ou pode estragar amizades!), jogo que não tem nada a ver com um RPG nem que nos pintemos de preto. O sistema FATE, que é considerado Indy, é extremamente inovador e parece-me ser divertido. Mas os seus criadores têm uma ascendência lúdica anterior à Corja: vêm do FUDGE, já existente em meados dos anos 90... E no seu Spirit of the Century, nos agradecimentos, não mencionam ninguém da Corja (se não me engano)... Algo que é uma constante nos jogos vindos dessa seita.

E aqui estão mais umas considerações, de um veterano nestas lides.

Passando à parte os vários insultos que tens feito nos teus últimos posts, não só à malta da Forge que lá escreve e tem a ver com o Edwards apenas o facto de escrever lá, mas também a mim e a amigos meus, porque jogamos e gostamos de jogar estes jogos e porque vamos, eu menos porque não tenho disponibilidade, em retiros espirituais de indoctrinação, deixa-me dizer que a tua falta de conhecimento e experiência tolda o teu raciocínio.

Senão vejamos:

Confundes “focado” com boardgame, num jogo que nunca jogaste, apenas leste, se tanto, e sobre o qual conversaste com pessoas que pensam da mesma maneira que tu; quer-me parecer que não tentaste sequer aprofundar o teu conhecimento falando e discutindo com pessoas que já o jogaram. Aliás, estou errado: falaste comigo, e lembro-me que na altura até te mostraste bastante interessado em o mestrar. Uma das tuas falhas é em perceber que o que importa não é a mecânica de end-game, mas o que acontece aos personagens até lá; a mecânica de end-game é importante apenas para se saber o que acontece ao mestre e ao personagem que o mata (se por acaso se conseguir matar o mestre: mesmo isso não acontece sempre) depois; é mais ou menos como nas aventuras pré-feitas: sabemos que os heróis ganham, mas não sabemos o que acontece até ganharem. E isto é claramente uma experiência de rpg. Cada jogador tem uma personagem, com características, que sofre permutações ao longo da história, e que tem vontades e ambições, mas que são toldadas pelo mestre. Desafio-te a apresentar outro rpg que seja assim.

A tua análise do TSoY e do PTA também não é correcta: não são meras ferramentas de construção de histórias, como pareces querer passar, e não há, pela minha experiência, um maior ou menor afastamento do jogador em relação à sua personagem; digo-te, por os ter jogado mais que uma vez, que a inclusão de mecânicas de personalidade os torna ainda mais emersivos que os outros, onde só tens valores para Força e Destreza; e o resto? Posso dizer-te também que o Capes foi a experiência menos parecida com rpg que já tive; é ali que traço a minha linha. Ali não consigo mesmo ver um rpg. Outro é o Torchbearer, que tem excelentes mecânicas para construção do mundo, mas depois a experiência de roleplay é nula, ou muito próxima.

Além disso, ambos têm temáticas muito fortes, definidas quando o jogo começa; sabes sempre por onde te podes mover, e a coisa não fica de maneira nenhuma surreal. Também te posso apontar um jogo que se torna bastante surreal bastante depressa: Journey (ou Voyage, ou Sailling) to Atlantis.

Não, meu caro, em ambos tens fórmula bastante comum de “os monstros atacam, o que fazem?”, apenas está disfarçada.

Não percebo a tua afirmação de “O GM não terá forçosamente de ir fazendo a campanha conforme as decisões das personagems?”; então não é assim que se faz? Então se não for assim, não é um railroad?

Também não percebo a tua implicação com os jogos onde os jogadores competem entre si; para começar, lembro-te que o teu bem-amado Robin Laws escreveu o Rune, o primeiro exemplo de rpg competitivo que conheço; depois, os personagens não têm que se conhecer todos entre si: podem ter aspirações que entrem em conflicto, e se assim acontecer, qual o problema? Qual o problema de ter um rpg onde os personagens competem para ver quem tem mais glória, mas que no fim cooperam todos para matar o monstro (que é o que acontece com o Agon)? Qual é, verdadeiramente, o problema?

Será porque não é assim que se faz? Será porque é da Corja?

Já agora, o Ric Madeira pode já não andar por aí, mas isso não quer dizer que não haja pessoas a ofender-se com este tipo de nomenclatura. Eu por acaso nunca achei piada nenhuma e não estou a mudar de opinião.



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Rui:

Só entrei no domínio do pessoal com 2 tipos nesta thread: O Ron Hubbard Edwards por a Lady Entropy ter dado o mote e ser o que a thread "is all about", e tu. Mas não peço desculpa, porque não fui eu quem começou. Antes mesmo de publicar seja o que for nesta thread, fiquei enrabado com este parágrafo teu:

"Contudo, dá-me gosto ver por aí pessoal que me atirava com pedras e desejava a morte do Edu, e que hoje em dia joga jogos da corja dele. Que, curiosamente, até são bastante fixes, dizem eles, enquanto engolem uma pernita de rã ou outra, com manteiguinha da boa. Noutra analogia feliz, é como odiar os nazis, mas apreciar as suas fardas (eram mesmo as mais fixes). Oh, sei lá, *cof* Mouse Guard *cof*. Assim num repant."

Será que já não posso ter conversas contigo sem que sejam depois postas a público? Isto disse-te eu em conversa privada. Sim, gosto do Mouse Guard (mas com reservas e isso não disseste). Sim, acho que o Burning Wheel tem muito interesse, pelo menos até certo ponto. Mas porque é que tens de me meter numa thread onde nem sou chamado? Daí o meu barb sobre "retiros espirituais", só para ver como é que dói. Sim, fiquei ofendido por usares uma conversa que não tinha nada que vir a público, usando jogos (que nunca me ofenderam) para defender o Guru (que, sinceramente, ele e muitos seguidores, teriam feito muito melhor em arranjar outro hobby em vez de chatear quem joga e gosta), que te disse, NA MESMA ALTURA EM QUE DISSE QUE GOSTAVA DO MOUSEGUARD, que o odiava ainda e mais a seita dele.

Gostas desses jogos? Óptimo. Mas deves ter lido o que escrevi na diagonal. Eu estava a referir-me ao que trazem de inovador, e não ao serem bons, maus, divertidos, chatos, intensos, frios. Quanto ao factor inovação, eu estou convencido - e tens razão, se calhar se os jogar desconvenço-me, ou então confirmo - que muita da inovação é forçada e mais uma tentativa de "prove a point" da doutrina do que criar um RPG divertido. Tanto querem inovar que muitos ou a) Acabam por ficar mais parecidos com boardgames ou a) criação conjunta de histórias dando pouca importância à personagem ou ainda c) embalar de maneira diferente coisas que já se fazem há muito à mesa de jogo de todo o mundo. Aí tenho de tirar o chapéu ao Luke Crane que diz que é exactamente isso que faz nos jogos dele: coisas que se fazem informalmente em todo o lado, ele formaliza-as e integra-as no sistema de regras. Outros chamam ao que ele faz inovador mas ele nunca. Assim, o teu tiro falhou completamente ao lado.

ah, e c) Jogo competitivo. Não conheço o Agon, mas o objectivo é ganhar o jogo? Se não for, estamos cá. Se for, isso não absorve os jogadores de tal modo que tudo o resto não são manobras para o conseguir? O que não faz disso um jogo de sociedade? No Burning Empires, com todas as mecânicas de RPG que tem, o Luke Crane diz logo à Cabeça que o jogo é uma competição entre o GM e os jogadores e é jogado para um lado ganhar ao outro. E enquanto não o jogar, ainda estou indeciso em chamar-lhe um RPG por causa disso. Porque penso que tudo o que me agrada num RPG - interpretação, "dépaysement", "emprestar" o meu corpo e mente para que "outro" viva, habitar outro universo, e mais - terão necessariamente de ficar em segundo plano, e a minha estratégia para ganhar ser principalmente aquilo que penso. Se não exclusivamente. Senão, perco. Faz do jogo mau? Se calhar é divertidíssimo, intenso, uma experiência fantástica. Será de RPG? Terei de experimentar. Quanto ao Rune, de facto fiquei curioso, quando saiu, mas nem olhei para ele. E porquê? Porque à partida dizia que era competitivo. Assim, perdi imediatamente o interesse. Independentemente de quem o escreveu. Não, aqui há reconhecimento de bom trabalho e não culto da personalidade. Quem faz isso são os outros gajos.

Mais uma vez e em letra grande: NÃO ESTOU A CLASSIFICAR OS JOGOS MENCIONADOS COMO BONS OU MAUS, APENAS A REFERIR-ME AO FACTO DE SEREM INOVADORES OU NÃO. E de duvidar que o são E permanecem rpgs. Mais, e em letra grande: EU NÃO OS JOGUEI E PODE SER QUE A MINHA OPINIÃO MUDE APÓS JOGAR. E mais importante:

É A MINHA OPINIÃO, E AS OPINIÕES SÃO COMO OLHOS DU CU, CADA UM COM A SUA. Ao contrário dos olhos do cu, as opiniões podem mudar, coisa que eu fiz em relação ao Luke Crane e aos seus jogos. Independentemente das suas más companhias. O Mariano disse que não havia aqui heresias, apenas opiniões. Que as heresias eram coisa da idade média. Das duas uma: ou ele se enganou no ano e estamos mas é em 1010, ou ele não te teve em conta. Não é, Torquemada?

Ofensas quanto à linguagem:

a) A Lady colocou dois grandes disclaimers no principio da thread a indicar o nível de língua que ela ia utilizar, doa a quem doer. E que as opiniões iriam ser transmitidas da maneira que ela entendesse. Como bom hóspede da thread, segui-lhe o exemplo, partindo do princípio que se a iniciadora da thread pode dizer as coisas nestes termos, então eu também posso. até seria uma descortesia mitigar as palavras quando tenho uma opinião tão parecida com a dela - e eu que pensava que ela ou seria indiferente quanto ao Hedwards, ou até lhe teria alguma simpatia. E como eu disse acima na thread, a quem a carapuça servir, que a ponha.

b) Tenho de dizer que fico particularmente ofendido com praticamente tudo o que é escrito - de doutrina (a chamada teoria) e não de jogos - pelo Ronha Ranhosa e pela sua Corja. E que qualquer pessoa que goste de RPG também o fica. O que acontece é que, não sei porquê, este hobby atrai gente que não o entende, o odeia, e em vez de fazer o que é certo - nomeadamente, arranjar outro hobby - tenta alterá-lo até ficar irreconhecível. E isso em si não é mau. O mau é dizer que isso é que é bom e os outros são todos maus, estúpidos, dementes, e/ou infantis. E inventar uma nomenclatura incompreensível demonstrando isso mesmo torna a coisa perigosa e seitosa. (Quem quer entender o que quero dizer, vejo isto e isto, que se aplica bem com as devidas alterações quanto à situação, claro...). O que eu digo e a minha linguagem ofende a Corja (e mais uma vez, a quem servir a carapuça que a enfie)? Óptimo! Só lhes faz é bem!

E para que fique escrito, e para que não confundas, no parágrafo acima NÃO ME REFIRO A JOGO NENHUM, que acho que, tenha a origem que tiver, que deverá ser visto pelas suas qualidades intrínsecas.

Não me interessa, Rui, que concordes ou não com o que disse acima. Se reteres alguma coisa, fico contente. Mas o importante que deves reter é:

Não exponhas em público o que te disse em confidência. E podes considerar, por defeito, que qualquer conversa que tenhamos só os dois foi dita em confidência.

Se reteres só isto, fico já extremamente satisfeito.

O teu amigo,

Se é para reter apenas uma coisa, que não tenhamos conversas coprófilas: foi o teu amigo Hugo Barbosa quem me disse que estavam a jogar Mouse Guard, tu só o confirmaste.

Um teu criado,

Rui



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Líder inconsciente do ultra-secreto grupo anti-D&D (mas só na edição 5.3)

Meninos, portem-se bem, se estão com divergências sobre o que é ou não pessoal para partilhar em threads, discutam-no entre voceses escusam de se estar a expor em publico dessa maneira, uma vez que esse não é o objectivo da thread.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Toda a razão. As minhas desculpas pelos comentários pessoais.

…porque estas coisas geram sempre discussão e eu já não tenho paciência para isso. Concordo plenamente (ou quase, porque o post é tão longo que uma parte li demasiado rápido) com a Lady Entropy (embora se fosse eu a escrever usasse menos vezes a expressão “carago”. Mas eu sou lisboeta). De resto, só é pena que ela não tenha aparecido com esta energia toda quando eu, o Verbus e mais um ou dois andaram por aqui a tentar fazer passar uma mensagem que muita gente continua a distorceer. Não sei se distorcem propositadamente, ou se realmente não a conseguem ler tal como ela é - não estou a chamar estúpido a ninguém, mas é daquelas coisas, eu gosto do ‘Casablanca’ e por muito que me venham provar que é um filme romântico kitsch e wahetever, eu não vou dar razão a ninguém, nem vou tentar compreender os motivos porque estão a criticar o filme. Gosto e gosto, pronto. Anyway, já estou a escrever demais. Lady Entropy, muito bem. Discussões sobre isto? What’s the point? Já se sabe que ninguém vai concordar com ninguém no fim e que - mesmo durante o processo - nenhum dos lados vai sequer entender o outro. Desde que deixaram de me tentar enfiar os jogos Indie e o Ronaldo pela garganta abaixo (obrigado por isso!) tenho conseguido discutir muito pouco a propósito de posts. E vou continuar a tentar fazê-lo. Muito menos a propósito de RPGs.

[quote=Verbus]a) Acabam por ficar mais parecidos com boardgames.[/quote]Da minha parte, acho que, se os boardgamers não se importam nada de esticar ao máximo as suas fronteiras até ao ponto em que os seus jogos são quase RPGs, não vejo problema nenhum em retribuirmos o favor (e que se f*dam as etiquetas, já agora Laughing ). O que me interessa principalmente é se o jogo é bom e se faz aquilo que diz na caixa. Deixo as guerras dos RPGs/Storygames/Wargames/Indies/Boardgames para quem tem tempo para essas coisas pois, felizmente, eu tenho a sorte de gostar deles todos e de não me importar com supostas linhas de demarcação. Game on!

Quaisquer discussões nesta thread sobre Indies vs. Mainstream (whatever that means) fogem um bocado à intenção do post original que era escavar o Ron Edwards, um tipo que se lembrou de inventar, ou verborreirar, uma teoria sobre a qual nem sequer é muito divertido discutir, quanto mais jogar. Jogo como sempre joguei e admito que vou adaptando algumas coisas que acho interessantes de jogos ditos indies. No entanto, eu digo que todos são jogos para não estar a contribuir para a fogueira.

Há uns que são razoalvemente merdosos, como o Bachanal ou Capes (o meu prémio de "turd of the year" vai para este jogo). Outros são interessantes, como o My Life w/ Master e Mountain Witch ou mesmo Carnage Among the Stars mas que se esgotam passadas duas ou três campanhas (se é que se podem apelidar disso... diria mais mini-aventuras). Isto é o que se chama um jogo focado... só faz aquele tema muítissimo específico mas pronto... não faz mais nada, one-trick poney e tal. Outros são brilhantes (disclaimer: opinião puramente pessoal e não me venham cá com merdas que isto está escrito na pedra) como o Burning Wheel ou Burning Empires. São para toda a gente? Não. Mas li-os e se calhar vi lá coisas que o marmanjo ao meu lado não vê. Ele é conho? Não. Apenas tem gostos diferentes. Isto é como aquela do Lex Luthor: Uns lêem Dostoievsky e passa-lhes tudo ao lado, outros abrem o plástico de uma pastilha elástica e vêem os segredos do universo.

Meus amigos, as pastilhas de uns são os Dostoiveskis de outros e vice-versa. Neste momento, estou a jogar Call of Cthulhu e vou começar a campanha mais clássica que há. Gosto menos de Burning Empires? Não. Gosto mais de Call of Cthulhu que de Burning Empires? Sim. Gosto mais de Call of Cthulhu do que de sexo? Não. Enfim... isto para dizer que podíamos estar aqui toda a vida e mais seis meses que a coisa não desemborrava.

Voltando à thread original da Lady Entropy: o homem perdeu todo o meu respeito quando disse que Vampire causa danos cerebrais. E eu que até nem gosto de Vampire mas uma deixa dessas deixa-me a pensar se o homem não se terá masturbado demais ao som da sua gloriosa Theory que, como diziam na idade média, causava demência e calos nos dedos. Ele está como o George Lucas: Fuck him with a pinecone!

Agora falando só de indyistas só para não dizerem que eu sou anti-indie: Luke Crane rulez! Ron Edwards SUCKS! Mas pior ainda é o tipo que escreveu Capes (desculpem lá que não me lembro do nome senão fico com danos cerebrais). Pelo menos The World of Synibarr não se auto-bajulava como sendo o melhor roleplay do mundo que vai acabar com a tirania dos GMs. Dasse! Estes gajos têm más experiências com GMs da treta e depois decidem escrever os próprios rpgs deles para ver se fazem melhor e sai-me esta cagada. E nem sequer é pelo conteúdo "inovador" de troca de papéis NPC-Vilão-Superheróis mas sim pelo tom "sou muita bom(beiro), este rpg é muita bom(bombeiro) e quem joga rpgs com GMs é muita merdoso!"

E tenho dito.