Barundar II

Deixo outra moeda de cobre no fundo da caneta de cerveja para o puto e lá sigo caminho.

Quanto ao que me propõem: "Parece-me boa idéia. Mas como esperam meter-me lá? Estão a pensar em encenar uma briga qualquer à frente dele para que eu me faça notar? Não acham que ele vai desconfiar se eu fôr o único interessado no trabalho...?"

 

 

 

-Não, contratámos um humano para simular um assalto. Você só deverá aparecer e salva-lo. Brilhante, não é?

 

 

 

 

 

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

"Sim, é uma boa ideia. Ainda mais se ele fôr tão paranóico com a segurança como o anúncio dele leva a crer!"

"E onde é que isso ficou combinado acontecer? Vai ser já hoje?"

-Ele ficou de aparecer num ferreiro esta tarde. Apareça lá e assista a tudo...

O mercador dá-te a indicação do ferreiro.

-Mais alguma coisa?

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

Sendo assim, aproveito para ir procurar uma adaga-de-arremesso ao ferreiro. Será que as tem?

Mas isso é uma cena secundária — vou dar mais atenção, claro, ao desenrolar dos acontecimentos…!

 

 

 

Estás a regatear o preço (10 Mo por punhal), quando vês um homem baixo, de aspecto nervoso (a descrição que te deram) que é abordado por 2 individuos que lhe exigem a bolsa. Toda a gentefinge que não é nada com eles. Ele protesta e tenta fugir, mas eles apanham-nos.

 

 

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

Pego em dois punhais e pergunto ao vendedor se "Posso testar o peso do punhal?" e, acto contínuo, rodo os pés e lanço um contra uma estante, mesmo ao lado dos assaltantes.

Dou uma volta no ar com o segundo enquanto digo, em voz alta: "A menos que queiram descobrir se este punhal espeta melhor nalga ou coxa, sugiro que deixem o cavalheiro em paz...!" — e, punhal na mão, irrompo em perseguição!

[A ideia era pô-los a fugir co'a carteira do homem para eu ir a correr atrás deles e homem não ter de presenciar a troca de galhardetes.]

Algo corre mal: os homens não vão embora como combinado e respondem-te:

-Desaparece pigmeu, antes que te faça às postas.

Um deles saca da espada e prepara-se para te atacar, enquanto o outro continua a tentar roubar a carteira.

 

 

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

Pois então atiro o punhal ao mais afastado (o que ainda o está a assediar) e saco da minha espada-curta para uma carga ao que ficou para trás, com todo o ímpeto que a velocidade a que a minha corrida me permitir...!

"Realmente, — penso para comigo — o patrão tinha dito que era UM homem, não dois..." e digo, secamente: "Deixa 'tar qu'o pigmeu já t'amansa!" — e ZÁS! desfiro o golpe.

[Nota: para além destes dois punhais que estava a experimentar, ainda tenho outro, meu, escondido nas costas à altura da cintura.]

https://invisiblecastle.com/roller/view/1656295/

https://invisiblecastle.com/roller/view/1656298/

Acertas no tipo atrás que fica a guinchar. O outro olha para o colega e desata a fugir abandonando-o.

 

 

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

Não deixo de esboçar um sorriso ao ver o tipo (que ainda agora era só garganta) a fugir de rabo entre as pernas. Mas vamos lá ver se lhe consigo meter o rabo de lado — saco do meu punhal e atiro-o às nalgas do fugitivo! Mais para o obrigar a ter de arrastar uma perna do que para desferir verdadeiro dano...!

Quanto ao colega que por cá ficou a guinchar — arranco-lhe o punhal que, momentos a trás, lhe atirara. E ameaço-o, punhal na mão, de que "Se não sais já a correr daqui pra fora os guardas ainda te encontram num beco mal-cheiroso, com ISTO espetado sei eu onde!"

Suspeitando que ele vai sair dali, se não a correr ao menos a arrastar-se; viro-me para o dono da carteira e, com ar irritado, em tom de confissão: "Cada vez me chateia mais ter de viver entre humanos. Não desfazendo, é claro." [a ideia é tentar criar alguma empatia com o homem para que seja ele a convidar-me para ocupar o lugar e não eu a propôr-me] "Espero que esteja tudo bem consigo.", e logo volto a entrar na loja do ferreiro, ajudando com o segundo punhal a sacar o primeiro da estante e observando-os bem. Não vá terem ficado tortos no processo.

Nisto, viro-me para o ferreiro e: "Vai ter de me fazer um desconto qualquer. Estes punhais já são em segunda mão.", e pisco-lhe o olho.

O homem agarra-te pelo braço e diz-te:

-Espere! Ando à procura de homens, quer dizer, gente competente para lutar e você mostrou ser ...

De repente são interrompidos por um individuo muito magro que diz de forma teatral, quase como se tivesse decorado um texto:

-Rendei-vos e entregai-me a carteira! Se o fizerdes, nenhum mal vos sucederá!

Vês pela maneira como ele tem a espada na mão, que deve ser a primeira vez que empunha uma.

 

 

 

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

Viro-me para o magrelas e digo, em tom seco mas intimidante: "Acho bem que te pires daqui, ó franganote! Este senhor acaba de me contratar para o livrar de gajos incómodos como tu — não me obrigues a magoar-te...!"

Falo-lhe assim para que perceba que o objectivo da missão dele já foi cumprido — eu já fui contratado — e que, por isso mesmo, pode ir embora sem apanhar uma coça, porque eu não ía ser nada meigo com ele, encenação ou não...!

Agora, caso ele seja morcão ao ponto de insistir, eu tento desarmá-lo (o que não há-de ser difícil) e dou-lhe um soco no nariz, para ele experimentar o salgadinho do seu próprio sangue!

O magrela fora de campo, viro-me para o meu 'patrão' e: "Os meus honorários são 75 moedas de Ouro por dia, mais 500 no final da tarefa. Estamos combinados!?"

 

 

 

 

O outro vai-se embora de cabeça baixa, mas aliviado por não ter de lutar.

O teu patrão engole em seco mas depois diz:

-Hum, é capaz de ser preferivel a contratar um bando de malandrins. Mas não se importa que eu faça algumas perguntas sobre si, pois não?

Dá-te uma morada e diz-te para apareceres ao anoitecer (algumas horas depois).

 

 

 

 

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

"Vocês humanos são sempre uns desconfiados de primeira ordem. Entre nós, anões, basta darmos a nossa palavra.

"Mas vá, homem. Faça as perguntas que quiser à vontade!" — sorrio. E, quase que em confidência: "Eu percebo que, numa cidade como esta, nos sintamos obrigados a esses passos para confiar nos outros, não se preocupe."

[Um Bluff inofensivo...]

-Para quem já trabalhou antes? Tem preconceitos contra pessoas que tenham ideias, ahm diferentes do resto da sociedade?

 

 

 

 

 

 

Olhe, se quer saber, cheguei há dias à cidade. Tenho andado de tasca em taberna à procura de alguém que me queira contratar e, até agora, nada.

Antes disso, costumava trabalhar nas caravanas entre Asbravn e Iriæbor, lá para os lados dos Thunder Peaks.

Quanto à minha visão da sociedade, vejo-a quase como um simples observador. É que, sendo anão, tudo para mim é exótico e aberrante ao mesmo tempo!

-Optimo, óptimo, nesse caso está tudo acordado. Apareceça amanhã no portão norte da cidade, logo pela manhã.


"Combinado." — digo-lhe, enquanto faço sinal de que é melhor ir pagar os punhais ao ferreiro, ao que me despeço.

De volta ao ferreiro, digo-lhe que "Não se preocupe, sempre vou levar os punhais." e saco da minha bolsa. "Mas olhe, vou-lhe pedir que entregue um terceiro punhal a ESTA morada, dizendo lá ao senhor que não se preocupe, já arranjei trabalho lá pró norte." — dou-lhe umas moedas extra e vou embora.

Isto de mandar recado pelo ferreiro é porque não quero estar a falar pessoalmente com o comerciante. Não vá o meu recém-patrão vir a descobrir e dificultar o esquema...!

Well, não acontecendo nada de mais durante a noite, lá estou eu ao alvorecer no portão norte.

Vocês arrancam e lá seguem viagem. Esta curiosamente não tem grandes incidentes. Um ou outro assaltante e nada mais; o vosso aspecto modestro também ajuda. Só que demoram um mês. Até chegarem a uma vila chamada Brur. A maior parte dedica-se às actividades normais (agricultura, pastoricia), tem um razoável número de lenhadores, devido à qualidade da madeira da zona. Tem uma estalagem, e um par de tavernas. O teu patrão dirige-seà estalagem e vai fazer contas com o dono; tu ficas na parte que funciona como taverna; tem meia dúzia de clientes (gente local) e uma servente.

 


 

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"