BGG e o crescimento dos Boardgames em Portugal

Quando descobri o Boardgamegeek em 2004 iniciei um hábito de ir adicionando à minha lista de geekbuddies todos os utilizadores portugueses que fossem aparecendo. Durante algum tempo parei de fazer isto, e tenho neste momento cerca de 40 utilizadores tugas como geekbuddies.

Hoje aproveitei para clicar na bandeirinha portuguesa que aparece debaixo de todos os tugas no BGG e dei de caras com 13 páginas com 30 tugas/página, aproxidamente TREZENTOS e NOVENTA TUGAS!!!!

Se existem 390 inscritos no BGG devem existir muitos mais jogadores por cada inscrito, uma vez que num grupo de jogadores tende a haver poucos geeks-alfa.

Cresceu assim tanto a cena dos boardgames na nossa terra?

Porquê um salto tão grande num curto espaço de tempo?

Qual o primeiro jogo desta malta? Serão descobridores de Catan?

Quem vende jogos a este pessoal todo? Corte Ingles? As Lojas de BD?

Quando começaremos a ver nos bares das faculdades os estudantes a jogar Puerto Rico?? (ou no meu caso, os professores :) )

Deixaremos de ser vistos como aves raras pelos nossos conhecidos?

Um abraço

Mario

Bem, eu ando nas andanças de boardgaming desde 99, logo não sou um novo utilizador.

Bem, é provavel, mas com a variedade que começa a ser inserida no mercado, talvez jogos como o Ticket To Ride ou o Alhambra comecem a ser mais comuns a ajudar uma pessoa a tornar-se um boardgamer. O Lobo também pode ser um jogo de introdução de novatos, agora que está a ser mass-marketed a todo o pais.

Eu cá compro tudo no Phillip, o dono da Runadrake. Boardgames, RPGs, ele arranja tudo a preços baratos.
Ha depois outras lojas, no fim, quantas mais melhor a hipotese de haver mais boardgamers.

“You can not escape me!” he roared. “Lead me into a trap and I’ll pile the heads of your kinsmen at your feet! Hide from me and I’ll tear apart the mountains to find you! I’ll follow you to hell!”

Excelente tópico, Mário!

Bom, eu tecnicamente ando nisto desde os 13/14 anos mas não me considero um boardgamer até recentemente... fui com os meus amigos mais conhecedores a uma loja que importava estas cenas esquisitas, uma mini-divisão num prédio de escritórios recheada de jogos, com ideias de comprar o meu primeiro RPG. Em vez disso, comprei foi o Battleforce, um primo do Battletech (que passado uns tempos até teve uma edição portuguesa... bom, pelo menos com regras em Português incluídas); depois para RPG contentei-me com fotocópias do Shadowrun 1a Edição que o irmão do JPN comprou. Embora o meu primeira seja para sempre os RPGs, o Battletech e outros derivados da mesma empresa ocupavam-me ocasionalmente.

Agora a minha Golden Age of Boardgaming, que não tem parado de ficar mais golden à medida que os meus parceiros de jogo e jogos jogados vão crescendo exponencialmente, começou sem dúvida bastante recentemente com um jogo do Sr. Reiner Knizia chamado Lord of the Rings; eu nem por isso, mas a minha mulher e todo o meu círculo de amigos são vidrados no Tolkien e na sua obra, e na altura estava toda a gente em frenesim à espera de ver o que raio vinha aí pela mãozinha do St. Peter Jackson. Ainda por cima era um jogo colaborativo (colaboração é um dos pontos que mais gosto no RPG!), e havia algum burburinho em torno dele, de modo que importei do Reino Unido uma cópia assim que saiu. Muito, muito fixe, e muitas tardes de jogatana nos proporcionou a coisa! Depois daí a outros eurogames e ao boardgamegeek demorou pouco; salvo erro o meu eurogame seguinte já foi o Starfarers of Catan (Settlers, mas com estilo e tema, uau!), comprado numa tabacaria perfeitamente normal num centro comercial perto de mim... e pronto... o resto, como se diz, é história! :)

Quantos aos jogadores tugas, eles têm de andar por aí! Se estes jogos se vendem em papelarias, tabacarias, etc, é porque alguém os compra com regularidade, portanto... onde está o resto dos nossos companheiros de armas?? Será que não usam a internet? Será que não sentem necessidade de descobrir mais sobre o mundo dos jogos, de contactar outros jogadores?

Pois muitos dos jogos que se vendem por aí têm um etiquetão a dizer www.netsurf.pt, onde acho que é um sitio imprescindivel para ir divulgando o que o ppl de Lx vai marcando de encontros e ‘chamá-los’ a aparecer.

Manuel Pombeiro
a.k.a.Firepigeon
LUDO ERGO SUM

Viajando um bocadinho no tempo:

Até 1995 - O habitual: monopolio, risco e uma sueca de vez em quando... nada de muito serio. Levo grandes abadas em xadrez....

1995 - Entro para a faculdade fazendo com sucesso as disciplinas "King II" e "Copas IV"

1996 - O viciado que existe em mim manifesta-se com Magic

1997 - Em paralelo com Magic começo a fazer de Storyteller de "Vampire: Dark Ages"

1998 - Compro na devir um jogo chamado Guilhotina

1999 - Compro na devir um jogo de cartas chamado Instinct, numa prateleira cheia de pó. Mais tarde compro também o Settlers of Catan (talvez o único boargame na loja, sem contar com as miniaturas)

2000-2006 - Mando vir pela Internet as expansões do Settlers, atraves do funagain.com (e daí passei para o BGG). Depois de ter comprado o El Grande, Bonhanza e Modern Art percebo que atingi o ponto de não retorno. Passo a comprar cerca de quatro jogos por ano sempre pela internet.

2006 - Abreojogo.com, runadrake's

Até há bem pouco tempo, quase não se viam jogos. Apenas havia a Devir e mais tarde a Tema do Colombo. No entanto, vender não é a mesma coisa que mostrar interesse: para eles aqui são apenas caixas e isso nota-se à distancia. Eu bem lhes dei listas de recomendações para comprarem para a loja, deixei o meu número para arranjar novos jogadores ou fazer demonstrações e ZERO!

Agora já consigo matar a barriga de misérias todas as quartas (e um dia extra por mes), em vez de ser de tres em tres semanas. Agora sou um orgulhoso viciado, e já deixei de acreditar que tinha uma grande colecção de jogos ou que era o único em Portugal (eu sei que é um exagero) a encomendar jogos da Internet.

Não sei se é moda momentanea, mas o passa-palavra é bastante importante. Adicionalmente, noto a olhos vistos um incremento na qualidade dos componentes bem como o aspecto visual dos jogos.

Quanto ao jogos nos bares da faculdade: se mostrassemos uns quantos jogos, tenho a certeza que se angariavam uns quantos curiosos num fechar de olhos. E não me esqueço quando as universidades fechavam apenas para ver o DragonBall.....

Acho que o ano de 2006 foi um ano importante para os jogos de tabuleiro em Portugal. Muita coisa aconteceu.
Quando o ano passado resolvi abrir um blog (www.jogosdetabuleiro.blogspot.com) sobre o tema não havia nenhum site, tirando a Devir, que falasse de jogos em Português. Mesmo aqui o abre o jogo não tinha muitos artigos sobre o assunto.
O blog, apesar dum arranque coxo, serviu no entanto para que os jogadores pudessem consultar o mesmo espaço e deixar os seus comentários. Pelo menos começamos a conhecer os nomes uns dos outros.
Hoje em dia o site conta com mais de 1000 visitantes por mês o que é um numero bastante aceitável para Portugal, muito embora grande parte dos frequentadores seja do Brasil.
Por outro lado outros sites também viram a luz do dia, como o www.bodegueims.blogspot.com e o www.spielportugal.blogspot.com bem como o brasileiro www.obatijolo.blogspot.com
O Abre o Jogo viu quadruplicar os posts sobre jogos de tabuleiro o que talvez viesse descaracterizar a ideia inicial dum site dedicado ao RPG, mas que dá para ter uma ideia da quantidade de malta que anda a jogar.
Também temos de referir os encontros semanais e mensais que juntam muita gente que deixa de ser assim anónima e que se junta toda para momentos de boa disposição onde se fala e se joga muitas horas seguidas.
Tenho a sensação que para o ano ainda vai ser melhor. Para já os indicadores são bons.

Bem eu já nem me lembro qual foi o meu primeiro jogo mas sempre adorei jogos e por isso o monopolio foi o meu favorito durante muito tempo. Depois entrei nos RPGs, passando de seguida para Epic Space Marine, o que me levou a varios de miniaturas como o Necromunda e o Warhammer 40K. Entretanto apareceu Magic:The Gathering e pimba! toma lá de comprar kgs de cartas.... Tenho a ideia que o primeiro que comprei foi mesmo o Settlers of Catan que já tinha ouvido falar e comprei na Hobbytown em Charleston, South Carolina. Depois por cá comprei n expansões na Tema e qdo voltei aos States comprei varios jogos na Funagain.com , hobbytown e Green Dragon.

Por cá tenho sido cliente de todas as lojas e "geralmente" não tenho razões de queixa. Compro agora onde encontro mais barato por cá e tento visitar todos os "dealers" desta "droga": Puros &Co, Tema, Netsurf. Ainda não fui à Runedrake, mas até já compraram lá coisas para mim ;) Está na minha lista de visitas a fazer uma vez que até conheço o Phillipe à um tempito...

Mas a julgar pela oferta e qualidade de oferta cada vez maior e pelo que falo com os donos das lojas, os boardgames chegaram a PT para ficar e até ontem já ouvi falar de Settlers numa entrevista da radio!

Acho que estamos a ficar finalmente bem servidos.

JAC

Desde 1995/6 que jogo boardgames, mas nesse tempo tudo se resumia ao RISCO. Foram horas intermináveis de combates ferozes. Depois veio o PETRÓLEO e o EXAME, que fazem parte do imaginário colectivo do nosso grupo. Depois de uma certa acalmia, a partir de 2004/5 descobrimos as novas versões do RISCO e o SETTLERS OF CATAN e a partir daqui foi um queimar de fósforo. Em 2005 descobrimos o BGG e começamos a ouvir falar de jogos como PUERTO RICO e POWER GRID. Eu, o Soledade e o Brainst0rm começamos a pesquisar e é neste glorioso ano de 2006 que as nossas vidas mudaram drasticamente e nos tornamos oficialmente geeks. Agora, entre nós possuímos cerca centena e meia de jogos. Descobrimos os blogs e o ABREOJOGO.
Creio que a tendência é haver um crescimento exponencial de boardgamers em Portugal. Por cada novo grupo que surge corresponde a uma meia duzia de pequenos geeks em potência e se cada um desses levar o bichinho para fora do seu grupo, este crescimento começa a ganhar mais força.
O facto de começarem a surgir eventos a juntar boardgamers reflecte essa tendência. Para já estes encontros ainda estão muito concentrados em Lisboa. Mas isso não é negativo, é importante e é de louvar.
Aos poucos seremos mais e quando formos mais estaremos a um passo de sermos muitos... e quando formos muitos... Meu Deus...!
Um grande abraço à malta toda...

https://oblogdocosta.blogspot.com

Então e quando é que será que se consegue arranjar um ajuntamento com ppl de fora de Lx? Será que haveria gente interessada num fim-de-semana de loucura?

Manuel Pombeiro
a.k.a.Firepigeon
LUDO ERGO SUM

Sempre gostei de jogos de computador, e tive a grande sorte de arranjar uma namorada extremamente boa e ainda de boas famílias. Com isto quero dizer que ela era tão ou mais viciada em jogos de computador como eu, e que os irmãos são completamente viciados em jogos. Qual realeza - isto é que é linhagem. Roam-se de inveja, geeks. Obviamente que me casei! Os filhos vão pelo mesmo caminho, e adoram mexer nos jogos ou ver jogar. A pergunta deles ao Sábado e Domingo costuma ser: "pai, hoje vêm cá amigos?" Smile

Sempre gostei de jogos, tipo xadrez. Comecei a jogar Magic em 1996, que é um jogo interessante para quem joga, mas dez vezes mais interessante para quem o vende. Uma proposição extremamente desigual, por isso tenho um ódio particular por CCGs ou qualquer outra coisa que cheire a exploração dos jogadores.

Os jogos de tabuleiro vieram só em Agosto de 2005, por intermédio de um dos cunhados. Comprámos logo um Ticket to Ride Europe e um Carcassonne, que se tornaram o núcleo agregador de um grupo crescente de mânfios - os tais amigos. Somos cerca de dez que nos juntamos aqui na nossa simpática aldeia da região Oeste. Respondendo à questão do número de registados no BGG, penso que só dois dos dez estamos registados. Temos cerca de quinze jogos diferentes, entre todos.

Os jogos, tenho comprado principalmente on-line na Adam Spielt, www.adam-spielt.de - onde eu tenho dois grandes inconvenientes: 1) ich spreche nicht Deutsch - divirto-me a tentar ler os catálogos que me mandam, normalmente acerto uma palavra em vinte; 2) não vivo na Alemanha, onde aqueles sortudos têm portes gratuitos a partir de 50 euros. Os jogos virem em alemão não me afecta nem um pouco: aliás, o jogo com mais texto em alemão que tenho, o Puerto Rico, é por mim considerado os 27 euros mais bem gastos de toda a minha vida.

Não foi engano, o PR custou mesmo 27 euros. A grande vantagem da Adam é essa - preços acessíveis. Mesmo com os portes que não são nada meigos (tipicamente 10-15% do custo total da encomenda a partir de 8 jogos), fica extremamente barato. Um Catan por 14 euros? (Já esgotou.) Um Lobo (em alemão) por 12? Ainda não conheci uma loja portuguesa onde se comprasse a preços decentes. Aliás, eu vejo dois grandes problemas para a maior expansão dos jogos de tabuleiro em Portugal: o preço, que trava praticamente toda a gente; e a falta de jogos/regras em português, que impede que se torne mais mainstream. A massificação dos jogos só será possível através do esforço pessoal e sem fins lucrativos; compreendo que as lojas tenham que rentabilizar alugueres de espaços e salários, portanto acho que para baixar as margens só criando núcleos de jogos em associações, escolas, etc. e promovendo encomendas sem lucro para ninguém.

É isso. Quando vou ao Porto tento dar um pulinho (lá diz-se "um pincho") à Associação de Jogos do Norte, também conhecida como Loja XXL. https://www.xxl-gaming.com/ - um local muito variado, aliás variado de mais para mim: um espaço gigantesco com barzinho, loja de board games, loja de paint ball, mesas com pessoal a jogar CCGs, pista de carros telecomandados aí com uns 25 m2, mesas com cenários de miniaturas, uns 30 PCs para jogar... enfim, eu arrasava aquilo tudo e era só mesas para jogos de tabuleiro Wink, que por sinal é a parte menos desenvolvida, mas tem um tipo fixe a organizar. Sim, é o tal meu cunhado. Não, ele não tem mais irmãs.

Caro Tintaazul,

Essa loja fica por baixo de casa dos meus pais no Porto. Quando lá passo está toda a gente a jogar CCG e jogos online. Mas os boardgames vão conquistando o seu lugar.

Quando estou desesperado por um jogo novo e não consigo aguardar por uma encomenda vou até ao Shopping brasilia ao Mundo Fantasma que eles tem sempre umas novidades por lá. (caras, mas estao mesmo ali ao lado)

Um abraço

Bem-vindo, Júlio! Espero que desfrutes do site!

Será que o teu cunhado não quer aproveitar aqui o site para divulgar e organizar as iniciativas dele? Temos cá bastante gente do Norte; não são bem boardgamers, mas com pessoal por cá a fazer por isso haveriam de aparecer mais “tabuleiristas” do Norte.

O primeiro boardgame que joguei (não contando monopólio e afins) foi o risco no princípio dos anos 90. Eu já tinha uma dezena de anos antes inventado um jogo com uns amigos, mas era tudo muito incipiente (julgávamos que estavamos a inventar uma coisa só nossa, mal sabiamos…). Lá para 1994 joguei diplomacia. Fiquei viciado. Por volta de 2000 joguei Advanced Squad Leader e Great Battles of Caesar. Por falta de jogadores, deixei os boardgames e jogo miniaturas (Warhammer, DBA, Arcane Warfare).

Tintazul, já deste uma vista de olhos pelas nossas promoções e stocks? O que achaste em termos de preços? :)

Tens alguma sugestão a fazer sobre isso?

Obrigado,

Runadrake's Colosseum Romae

Já vi, sim, e acho caros para o que eu estou habituado. Bem, se for para comprar um só jogo, fica por vezes mais barato comprar aqui em Portugal, mas quando se junta a encomenda de seis ou oito jogos, então compensa fazer uma encomenda da Alemanha. P. ex. o Friedrich, que é um dos jogos que eu tenho debaixo de olho, custa 48 euros directamente do editor www.histogame.de - o jogo que voces têm mais em conta é a expansão Burgfräulein und Drache para o Carcassonne, que me custou 12 euros na Adam. O grande problema da Adam é o facto dos jogos virem em alemão; p. ex. jogos como o Citadels (Ohne Furcht und Adel) que eu tenho debaixo de olho, são impossíveis de jogar devido à dependência da língua.

Eu compreendo os custos de quem tem uma loja física para manter - e espero que vocês donos de lojas compreendam igualmente que não é má vontade da parte de quem compra, eu preferia comprar em Portugal mas um euro é um euro - e em muitos casos estamos a falar de 10 ou 15 euros de diferença em cada jogo. Assim compensa pagar portes. P. ex na Adam, o primeiro quilo da encomenda custa 18 euros; os seguintes custam mais ou menos 1,50 euros cada. Ou seja: 1 jogo, 20 eur portes; 2 jogos, 23 eur portes; 3 jogo, 26 eur portes; etc. (porque a embalagem também pesa, e não é pouco!) Dói pagar 35 euros de portes numa encomenda, como já nos aconteceu; mas se fossem comprados por aqui, a encomenda ficaria 100 euros mais cara.

A solução que vejo é - se vocês das lojas têm grandes margens, reduzam-nas; se não, o pessoal junta-se para encomendar do estrangeiro.

Enfim, o Philip tem uma lista de jogos que nós vamos comprar (foi o Tereso que lhe deu); nós vamos decidir até dia 8 onde vamos fazer a encomenda. Se ele tem preços ao nível da Adam Spielt, que diga qualquer coisa até lá!

Desculpa mas estás a criar diferenças de preços comparando jogos diferentes; nem “grandes” margens de lucro (mencionar isso é injusto para quem vende todos os jogos com um mínimo de 10%, muitas vezes 20%, de desconto sobre o PVP) nem custos de espaço físico são para aqui chamados. Os jogos que o Phillip vende são todos em inglês; mesmo o Friedrich, não é o da Histogame, é o da Rio Grande Games. Na maioria dos casos, são jogos fabricados na China/Europa no mesmo sítio dos seus irmãos alemães, que são então enviados para os EUA, de onde são depois vendidos. Além de haver mais um intermediário no processo (o editor da versão americana), os jogos são importados para cá através do Atlântico com custos acrescidos de transporte e alfândega. É por isso que as versões inglesas são bastante mais caras… mas são-o em todo o lado por essa Europa fora.

Comparando os preços das versões americanas vendidas pelo Phillip, com os preços as versões americanas vendidas pelas lojas online europeias… a situação que descreveste inverte-se. Pior que isso, muitas vezes estas lojas online alemãs nem sequer possuem estes jogos, quanto mais a preços mais baratos. A gigante Adamspielt, sem contar com as expansões do Runebound, só tem dois jogos da Fantasy Flight Games, e três da Rio Grande Games!! Compara antes os preços do Phillip com os preços dos jogos nos catálogos da FFG e RGG da playme.de, por exemplo. As diferenças de preço são de apenas alguns Euritos, e tão depressa favorecem a playme (mas sem contarmos com portes de envio) como o Phillip, apesar de obviamente o Phillip não poder encomendar os seus jogos em quantidades brutais e ter mais descontos.

Para o pessoal hardcore que não se importa de adquirir a versão alemã, obviamente que compensa ir a uma das grandes lojas online alemãs e adquirir lá os seus jogos… poupa muito euros, e com isso não há discussão possível!! :slight_smile: Mesmo para o pessoal que não gosta de versões alemãs isso compensa no caso dos vários jogos independentes de linguagem… isto se não se importarem de, na maioria dos casos, terem de imprimir as suas regras da internet. Agora quem prefere ou ia comprar de qualquer maneira a versão inglesa, meus amigos, essa pessoa pode de facto poupar uns cobres comprando cá dentro. Em vários casos, melhores preços só mesmo se um gajo viver nos EUA e poder comprar nos grandes vendedores online, com 30-35% de desconto sobre o PVP e portes de envio gratuitos.

"(...) A solução que vejo é - se vocês das lojas têm grandes margens, reduzam-nas; se não, o pessoal junta-se para encomendar do estrangeiro(...)"

Bem.

Esta interpelação foi profundamente desagradável para quem apenas perguntou uma opinião sobre a oferta que tem! :|

Ponto n.º 1 - Nós não somos "aqueles das lojas"; não somos os vossos adversários, nem queremos mal aos clientes.

Ponto n.º 2 - Sou de opinião que falhou algo no teu raciocínio: em vez de comparares oferta nacional com a oferta estrangeira, compara antes a oferta nacional com a própria oferta nacional, e analisa bem o mercado nacional, conforme ditam as regras microeconómicas (quem perceber de Economia corrija-me se estiver errada). Alguns preços vão ser maiores, outros menores. Sempre.

Cabe ao cliente decidir; mas quando decidir, que tenha a consciência de que fez a melhor opção, que a fez ponderadamente, e que comparou as várias opções que se lhe apresentaram, e que a sua escolha foi racional.

Isto é que é o Consumidor defender-se!

Até vos digo mais, e novamente corrijam-me se estiver enganada, mas temos que ver que mesmo que a oferta estrangeira seja melhor, por vezes sacrificar um "Euro" para estimular o mercado nacional é um sacrifício perfeitamente viável.

Parte dos seguintes pressupostos: és uma empresa de jogos que enfrenta a concorrência estrangeira; tens que vender o teu produto; os teus clientes vão inclusive visitar o teu espaço mas optam por comprar no estrangeiro porque fica um "euro" mas barato (sempre são dois cafés, atenção!!). Tu queres apresentar preços mais competitivos, mas não tens clientes suficientes a comprar-te, logo, não podes ter um desconto aceitável no material que mandas vir. Logo, NUNCA podes praticar preços idênticos a um mercado instituido, como é o caso alemão. Logo, NUNCA os teus clientes te vão comprar se continuarem com o raciocínio falho que aqui foi apresentado.

Há uma notícia que ouvi na rádio há pouco, qualquer coisa como (e salvaguardo o facto de ter sido com outras palavras): os portugueses dizem que a vida está má e que não conseguem poupar, mas não hesitam em gastar centenas de euros em telemóveis! Deu que pensar, esta notícia!!!

Minha gente: isto não é uma questão de mercado, é uma questão de mentalidade!

Volto a dizer, protejam-se como consumidores; mas não partam das premissas erradas das "margens de lucro exageradas", nem sofram do complexo português de que ter um negócio tem como pressuposto base... enganar os outros!

Em último grau, a escolha é sempre vossa!

Ponto n.º 3 - Volto a frisar que a tua interpelação sobre as nossas margens e funcionamento da nossa empresa foi incorrecta, bem como o comentário de irem comprar no estrangeiro caso tenhamos "grandes margens". Não é o Modus Operandi da empresa, nem o que ela tem de lucro que aqui interessa; o que interessa é que ela tenha o melhor para oferecer ao cliente.

Nós não queremos, nem é nossa política (e quem é nosso cliente sabe disso) enganar, roubar ou iludir os nossos clientes.

Eu não vou discutir margens da empresa porque isso brada aos Céus, mas só te digo isto: verfica bem o(s) mercado(s) antes de decidires seja o que for.

Da nossa parte, caso necessites de algum esclarecimento adicional, estaremos aqui para te respondermos na nossa medida dos possíveis.

E fico-me com o seguinte: o Friederich está neste momento na nossa loja à venda por 55€; o preço é promocional; de 48€ para 55€ é a diferença quase do transporte, ou ela por ela; se quiseres ser mesmo rigoroso, pondera os seguintes factores; tempo passado na Net à procura do jogo, e consequente visualização do site (tempo também é investimento ;)); custo da Internet a dividir pelo tempo que passaste a ver as coisas; custo da electricidade; custo do equipamento informático; tempo à espera da encomenda; tempo passado à espera da encomenda Versus a tua necessidade dela (e de a ter em tempo útil, etc); desgaste físico do material de escritório; e a lista pode continuar, se assim desejares, e podes adicionar todos os factores de que te lembrares.

E tira as tuas conclusões. E vais perceber o porquê das necessidades das margens de lucro RACIONAIS que uma empresa tem de praticar.

Só te quis com isto tudo demonstrar na prática certas coisas, e chamar a atenção para factores que podes ou não já ter considerado. É bem possível que percebas disto bem mais do que eu, e apenas tenhamos posicionamentos diferentes ;)

Enfim, para acabar, eu não quero fazer disto uma discussão de doutrinas sócio-económicas; penso que o ponto aqui é só um: Euritos ou não euritos.. Eis a questão! E é questão para toda a gente!

Um grande obrigada/ o pela tua opinião,

Runadrake's Colosseum Romae

Vá, não se chateiem.

O Júlio tem toda a razão; ele não está a falar de uns Euritos para o café, está a falar em diferenças de preço que começam em 5 Euros, muitas vezes passam os 10, e podem chegar aos 20. Multiplicando isso por 5 ou mais jogos, que é a encomenda típica que se faz a uma loja destas para poupar nos portes de envio, e a poupança dá para comprar mais dois jogos, pelo menos. Contra factos não há argumentos.

É tudo uma questão de o pessoal se importar ou não com, preferir ou não, as versões alemãs às versões inglesas dos jogos. Em bastantes casos, o único inconveniente é apenas umas palavras em alemão nas cartas/tabuleiro e ter de imprimir as regras em inglês da internet… tem a vantagem não só do preço, mas também da disponibilidade, visto que estes jogos aparecem no mercado primeiro que as versões inglesas e um Eurogamer hardcore quer as últimas novidades no dia em que saem, não para o ano que vem. Agora noutros casos já não é bem assim, pois é preciso ter uma tradução das frases-chave à mão, ou até imprimir textos em autocolantes com os textos em inglês para colar sobre as cartas/tabuleiro e torná-las legíveis.

Se eles não se importarem, escusas de pregar… a única solução é mesmo encomendares e venderes tu as versões alemãs que são bem mais baratas que as outras (que vão passear até aos EUA e voltam, passam por duas ou três alfândegas e pelo menos mais um intermediário antes de voltarem para a Europa e vocês as venderem). Ora isto é provavelmente impraticável devido às encomendas minímas e à clientela alvo reduzida; não é que estes clientes sejam poucos, porque não são, são é esquisitos com o adquirem: têm tantos jogos (pelo menos no conjunto do seu círculo de parceiros habituais), que não compram mais um sem achar que traz muito de novo à mesa ou que é um jogo muito bom; jogos “apenas” bons não chegam para esta malta, que disso já têm bastante.

Bolas. Já pus a pata na poça! Regina, não era para ofender. Eu ainda não vos conheci pessoalmente, mas têm o meu carinho (pronto, não pareceu muito...) até porque têm uma loja aberta aos jogadores, dois amigos meus costumam ir aí, e eu próprio quero ir, apenas a distância e a vida familiar não têm possibilitado. Mas um dia vou!

Outra indicação de boa vontade é que o Philip tem uma lista de uma dúzia de jogos que quero encomendar, para ver os preços - se forem comparáveis aos da Adam, claro que prefiro comprar na Runadrake. E tive o cuidado de explicar que vou decidir da compra até dia 8 - isto para não andarem a ver preços para mim, e por exemplo daqui a duas semanas ficarem a saber que eu já tinha feito a encomenda. Era aborrecido. Por isso, por favor, se têm possibilidade tratem de me informar dos preços antes dessa altura.

A expansão dos jogos de tabuleiro em Portugal também se fará através das lojas que vão abrindo aqui e ali, como é o vosso caso e eu fico contente por existir a Runadrake - prontos, e Homem Azul e tal - mas enquanto os preços forem assim tão grandes compensará comprar nas lojas apenas:

1) se o comprador quiser um jogo em outra língua que não em alemão;

2) se o comprador quiser apenas um jogo - eu posso comprar O Lobo em português no Corte Inglês por 20 euros, ou na Adam em alemão por 12 euros - mas vou pagar 18 em portes portanto são 20 contra 30 euros.

Peço desculpa por mencionar o preço do Corte Inglês, é apenas porque não sei o preço numa loja com um serviço pessoal como a vossa! entre um supermercado e uma loja, eu escolho a loja; entre a compra on-line e a loja, também escolho a loja se a relação qualidade/preço se comparar. E a palavra "se" é muito importante; aqui entram factores como a língua (essencialmente). Estou a pensar comprar, ou motivar outros do nosso grupo, a comprarem o Citadels, e os preços que tenho até agora são:

- lapcra.org: 18 euros, em espanhol

- adam: 9 euros, em alemão

O meu pai sempre me disse, "Filho, estuda alemão porque é extremamente importante para a tua profissão!" Ele até me pagava um curso de alemão, mas isso era nessa altura... Foi pena eu ainda não ter começado a jogar jogos de tabuleiro, hoje eu iria aceitar com todo o gosto!

Já agora, estou inclinado para o jogo em alemão, MAS se a Runadrake tiver o Citadels em inglês por 18 euros, podem mandar pelo Tereso na 4.ª feira, que se mais ninguém no nosso grupo quiser, eu quero. Espero que esta tentativa de compra não seja mal interpretada!

Voltando à palavra importante "se", só o que mais tenho a comentar em relação ao meu e-mail é que essa palavra importante não foi lida da forma como eu pretendi que fosse:

"SE têm grandes margens"

Eu NÃO sei se têm margens grandes ou pequenas. É um bocado de lata perguntar se as margens são grandes... mas eu já tinha dito que compreendo que há custos em manter uma loja física. As margens são grandes? Imagina que sim - supõe que estou a falar com um dono de uma loja que me diz, por absurdo, que tem margens de 200% - compra por 20, vende por 60 - eu disse que era um exemplo absurdo! Eu dir-lhe-ia (se tivesse confiança): "pá, assim não dá, tens que baixar essas margens se não os gamers vão todos comprar em outros sítios - ou então não compram e ninguém ganha nada!" Portanto, SE. Se não é esse o caso, tudo bem - fazem pela vida, com dificuldades, como tantos de nós.

Eu compreendo a tua perspectiva como pessoa que gosta de jogos o suficiente para abrir uma loja ou trabalhar numa - ainda não é um negócio de futuro em Portugal. Nunca será forma de enriquecer, eu sei disso e tu sabes ainda melhor; quem quer ter muitos clientes, abre uma farmácia ou um snack-bar, que fregueses nunca faltam! Aliás, eu não me referi a "aqueles das lojas", mas a "vocês das lojas" - era uma identificação de um grupo respeitado de pessoas, nunca quis dar a entender que fossem essas coisas más que tu mencionas.

Compreendo que tu vendes o melhor que podes, tentando manter uma boa relação com o comprador. Então, só te peço que compreendas também que eu como comprador procuro comprar o melhor que posso - de preferência a alguém com quem tenha uma boa relação pessoal (ou pelo menos a uma cara, e não a uma página do browser!), jogos numa língua que eu compreenda bem, e ao melhor preço possível. O dinheiro não é tudo; a relação pessoal e o incentivo à cena de gaming em Portugal valem bem uns euros. Se estamos a falar de uma diferença de 20 para 23 euros num jogos, eu posso pagar essa diferença; de outra forma eu não posso pagar. Gostava de frisar que este ano ainda só comprei um jogo para mim - e aliás, não foi um jogo, foi uma extensão ao Carcassonne. Não nado em dinheiro, e só por uma conjugação de acontecimentos que não vou explicar é que agora vou fazer uma encomenda de uma dúzia de jogos. E apenas dois serão para mim.

Espero ter explicado que não é má vontade da minha parte. Longa vida à Runadrake e às outras lojas de jogos, que têm providenciado forma de comprar e local onde jogar jogos e conhecer jogadores!

Não senhora Ricardo, não me chateio e percebo perfeitamente a vossa escolha, mas eu só chamo a atenção que às vezes para se manterem vivas as coisas, temos todos de fazer sacrifícios em conjunto: as empresas de jogos que baixam as margens, e o cliente que lhe custa a dar mais 5 euros, mas tem uma empresa de jogos/ espaço de jogo que assim ganham viabilidade.

O Phillip que vos diga, mas foi assim mesmo no caso alemão: o mercado começou a ser igual ao nosso, porém, a diferença era que os clientes fidelizaram-se às lojas, e mesmo que investissem um pouco mais num jogo, sabiam que se estavam a ajudar a eles próprios também...

Infelizmente nós por aqui achamos que quem tem um negócio automaticamente pratica preços irrazoáveis porque quer é ter lucro a todo o custo... E não percebemos que comprar no estrangeiro e poupar alguma coisa pode inviesar de vez o mercado! De vez!

Por isso, eu entendo que nem todos tenham a possibilidade de suportar as difereças de preços mas volto-vos a dizer, não comparem preços nacionais com preços internacionais! Nós saímos sempre mal neste momento! Olhem, sim, para as várias ofertas que se vos apresentam cá em Portugal antes de decidirem ir lá fora comprar! E façam bem as contas e ponderem todos os factores antes de mandarem vir lá de fora!

É um apelo que vos fazemos não como loja, mas como Consumidores!

Um grande obrigado/ a,

Runadrake's Colosseum Romae