Coisas que os jogadores fizeram que os colegas e GMs lhes quiseram bater com uma mesa

É uma das threads da RPG.net que mais me tem divertido e feito rir a bom rir - juntamente com a sua irmã Coisas que o GM fez que os jogadores lhe quiseram bater com uma mesa que eu criarei em seguida nestes fóruns. Acho que podemos ter um pouco mais de humor e boa disposição aqui. Começo por esta:

Estamos a jogar GURPS num universo de Fantasy cozinhado pelo GM. Houve uma luta climáctica em que a party tomou uma torre de feiticeiro aos maus, e a minha personagem- um ladrãozito meio-elfo de 15 anos - e o grande feiticeiro do grupo perseguimos o último dos maus. O grande feiticeiro tinha imensos feitiços tirados do GURPS Magic, coisas como Criar Vento a Paralisia a Transformar pedra em lama, a Voar, a Leve como uma pena. O Mau entra numa sala, e quando lá chegamos, o GM descreve um laboratório de alquimia cheio de retortas e de produtos e de um enorme cheiro a enxofre. O Mau entra num pentagrama e começa a fazer invocações - que o Feiticeiro reconhece como sendo Teleportação.

Imediatamente, o seu jogador indica:

- Mando uma fireball!

Wham!

 

Boooooooom!

LOL

O jogador hedonista

Sessão de Dungeons & Dragons da caixa vermelha (aprox. 1992) em que eu era o GM: o grupo que já não me recordo muito bem em que classes/raças consiste viaja por uma floresta até que encontrar uma aldeia élfica. Uma grande multidão acolhe os PCs e leva-os até ao palácio do rei (?) élfico (não perguntem Laughing). No interior, todos os PCs fazem uma grande vénia e cumprimentam o rei, etc. quando um dos jogadores se sai com esta:

Idiota: "Como está, rei? Paz, amor e muita f**a!"
GM:?
Outros jogadores: ?

Antes de continuar, devo dizer que sempre que fiz sessões de fantasia, deixei bem claro que não gosto de asneiradas à mesa, principalmente se a fantasia é clássica. Ninguém ouve o Aragorn ou o Gandalf a mandar bojardas e, ainda para mais, isto era D&D e não Warhammer Fantasy Roleplay. Mas continuando: ficaram todos parados. Obviamente que o rei não gostou da brincadeira e mandou prender o idiota. O meu irmão, que na altura jogava, decidiu interceder pelo idiota até porque queriam que o grupo se mantivesse unido. A título excepcional e porque poderia ter sido um deslize do jogador, lá aceitei e o rei pediu ao idiota que fosse à presença dele e lhe pedisse desculpa.

Idiota: (de joelhos) "Rei, peço muita desculpa. (pausa) E paz, amor e muita f**a!"
GM:???
Outros jogadores: (grandes risadas)

Marcha a personagem do idiota de novo para a cadeia. Lá vai o meu irmão, que por esta altura também já perdia a paciência, interceder de novo pelo idiota. Repetição da cena:

Idiota: (de joelhos) "Pronto, está bem, Rei, agora é peço muita desculpa. (pausa) E paz, amor e muita f**a!"
GM: Ok, é assim. O rei nem te manda para a prisão, és sumariamente executado ali, cortam-te aos bocadinhos e alimentam os cães com os teus bocados. (Isto era mesmo para evitar que o idiota voltasse a jogar, believe me, ele era mesmo idiota.)
Outros jogadores: Ok, nós continuamos para o templo.

O grupo continua na direcção de um templo para o investigar. Rebenta um combate. Todas as personagens lançam a sua iniciativa e declaram as suas acções:

Idiota: Eu ataco um dos orcs
GM: Espera lá. Tu... o quê? A tua personagem está morta.
Idiota: Hã? Mas eu pensei que aquilo tinha sido tudo a brincar!

Os outros jogadores rebentam à gargalhada e o GM só não lhe manda com a mesa na cabeça porque estava atrás do "shield" sem saber se havia de rir ou chorar.

Jogador com déficit de atenção

Shadowrun em que outro era o GM e eu um dos jogadores (e não, não fui eu o jogador a quem queriam bater):

O grupo viajava a pé pelo deserto em direcção a uma cidade. Acampam para pernoitar. O mágico do grupo decide entrar em forma astral e explorar o caminho adiante, e talvez chegar à cidade (em Shadowrun viaja-se extremamente rápido em forma astral). Deita-se no chão e pede a uma outra personagem para o guardar. Convém assinalar que enquanto está em forma astral, o mágico deixa o corpo físico inerte para trás e não pode fazer nada fisicamente até voltar ao corpo. E assim é, uma personagem em forma astral, outra a guardá-lo e os restantes a preparar o acampamento.

Troll (tanto personagem como pessoa): Estou farto desta porcaria de sessão. VOU AVACALHAR!
Eu: O quê?!
Mercenário (que guardava o corpo do mágico): Eu continuo a guardar o corpo.
Troll: Eu ataco o mágico.
Mágico: Eh lá. Acalma-te lá. O mercenário está a guardar-me!
Troll: Então eu ataco o mercenário.
Mercenário: Eu... defendo-me?

Reparem que o GM não abria a boca e aceitava toda a situação como normal. Não ajudou muito à cena que o Troll fosse uma personagem chulada ao máximo e que cada murro era logo para arrancar a cabeça. A situação descambou e, todos, menos o troll, decidiram que era melhor ir ver se estava a chover lá fora do que aguentar aquilo.

"You think I'm old and feeble, do you? Well, face my Flying Windmill Kick, asshole!"

Sessão de Dungeon and Dragons. Os meus jogadores encontram uma pequena urna pouco maior que uma mão. Ela continha umas cinzas de um elfo que deveria ser colocada num determinado local para dar paz a um fantasma (eu já tinha dado uma série de dicas). Bem, nem tentam abriar a tampa (que era apenas retira-la, nem lançamentos era necessário): atiram directamente a urna a uma parede para a partir para ver se encontram joias. Mais tarde tiveram de enfrentar o fantasma e a coisa correu mal.

Vampire Dark Ages. Uma cidade onde os jogadores estão é atacada de noite. Uma Pj (que insistiu em ter aparência de 5), vê os primeiros soldados a escalar a muralha num ataque surpresa que mais ninguém vê. Pensam que ela gritou ao alerta? Nãããããã. Corre em direcção aos soldados invasores e pede de joelhos que a poupem. Ñão conseguiu perceber porque é foi violada repetidamente pelos invasores (disse-me que sendo cavaleiros, eles não deveriam fazer isso), pois o código de cavalaria os deveria impedir.

Sessão de Mutants and Masterminds, Teen Supers; tem havido um surto de mortes no liceu, provocado por ingestão de drogas que faz o seu consumidor transformar-se num monstro insano.

Todos os alunos estão a ser interrogados pelos detectives Pitt e Freeman. Um dos alunos era um dos jogadores que se saiu com esta:

GM: Então conte-nos lá o que se lembra do dia das mortes.
Jogador: Eu não tenho grande memória das coisas.
GM: De certeza? Deve lembrar-se de alguma coisa; estava a fazer um teste, de certeza que aquilo que o tirou da sala de testes estará presente na sua memória.
Jogador: Não me lembro mesmo. Estava drogado.
GM: Drogado?
Jogador: Sim.
GM: Muito bem, isso é um caso diferente. Quem lhe deu as drogas?
Jogador: Não sei, estava bêbado nessa altura.

Ninguém percebeu porque é que ele fez aquilo. O jogador desculpou-se dizendo que as perguntas do detective eram muito dificeis e o baralharam.

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

Tinha um jogador no grupo que era um autentico troll....

Uma certa noite os jogadores resolveram assaltar a casa da ervanaria, arrombando a porta. O troll ficou de guarda para ver se vinha alguem

Eu: Começas a ouvir passos, e quando olhas para a esquina da casa, aparece um guarda do castelo que olha para a porta no chao e pergunta: "O que se passa aqui?"

Troll: Eu apanho a porta do chão, coloco-a no sitio e digo "Não se passa nada!"

 

Noutra noite, o grupo estava à porta de um moinho de água onde estava barricado um mágico, e o troll não conseguia acreditar que a única maneira de entrar era pela porta. Depois de 10 minutos de discussão....

Troll: Epah tem de haver outra maneira de entrar. Atiro-me à agua para ver se não existe nenhuma entrada secreta debaixo de água

Eu: Levas com uma pá na cabeça e morres afogado....

[quote=kabukiman]Ñão conseguiu perceber porque é foi violada repetidamente pelos invasores [/quote]

Se eu estivesse lá, seria eu a dar-te com a mesa na cabeça. Certamente que ninguém no vosso grupo percebe o trauma emocional de uma mulher violada, ainda para mais repetidas vezes.

Por outro lado, espero que o seu acto heróico tenha salvo a cidade - se vários soldados deixaram de invadir a cidade para se servirem da primeira mulher bonita que lhes salta aos pés, isso deve ter servido para mais alguém ver que havia ali soldados que não faziam parte das forças da cidade, já para não falar dos próprios gritos da mulher, que certamente avisariam alguém.


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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

[quote=Rui]

[quote=kabukiman]Ñão conseguiu perceber porque é foi violada repetidamente pelos invasores [/quote]

Se eu estivesse lá, seria eu a dar-te com a mesa na cabeça. Certamente que ninguém no vosso grupo percebe o trauma emocional de uma mulher violada, ainda para mais repetidas vezes.

Por outro lado, espero que o seu acto heróico tenha salvo a cidade - se vários soldados deixaram de invadir a cidade para se servirem da primeira mulher bonita que lhes salta aos pés, isso deve ter servido para mais alguém ver que havia ali soldados que não faziam parte das forças da cidade, já para não falar dos próprios gritos da mulher, que certamente avisariam alguém.


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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

[/quote]

O que é uma coisa tem a ver com a outra? O que deveria ter feito era fugir ou gritar e não colocar-se à mercê dos inimigos (afinal não estavamos a jogar pendragon). Nenhum de nós percebe o trauma emocional de combater e no entanto jogamos soldados em combate. É um mundo de faz de conta sem as partes desagradáveis.

 


Se não consegues ver que violar alguém é exactamente o oposto de “é um mundo de faz de conta sem as partes desagradáveis” então acho que há algo de muito errado contigo.

Edit: e posso estar muito enganado, mas uma mulher violada, ou prestes a sê-lo, grita de certeza absoluta.

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-Noddy, Lord of Darkness

Muito Recentemente numa sessão de Warhammer Fantasy tinhamos de salvar(raptar) um bébé do cimo de um edificio fortemente guardado para o devolver a mãe que era uma priest.

A solução da party, à qual eu me opus violentamente não sei bem porque, foi amarrar uma corda a volta do pequeno e atirá-lo pela janela para o troll slayer dwarf que aguardava fora dos muros. Escusado será de dizer que o mestre de jogo já estava a esfregar as mãos ...

Houve uma sessão de werewolf em que participei onde a maior parte do pessoal era novo em RPGs e as personagens (incluindo a minha) eram bastante fraquinhas a nivel de pancadaria...

penso que a aventura era uma introdutória que vinha no GM Screen ou whatever...

o nosso objectivo era ir recuperar uma caveira em cristal de um lobo que estava num expositor de um museu...

mais voltas menos voltas desatamos à pancadaria com os guardas do museu que afinal eram fomori ... foi a pior/mais engraçada luta da minha vida pois não só tinhamos personagens pouco bélicas (e só o descobrimos tarde de mais) como os deuses dos dados estavam particularmente zangados connosco! :D

após umas horinhas de pancadaria à moda antiga todos esfarrapados e com um dos nossos lobisomens morto numa das salas... fomos então à sala principal buscar a caveira de cristal! mas ir lá busca-la era simples demais ... um dos jogadores decidiu fazer um final grandioso para um grupo de aventureiros tão trapalhões!

decidiu fazer as coisas em grande... isto é saltar para cima da vintrine e partir os vidros ... "porque é que me hei-de preocupar com uns vidros partidos se sou um lobisomem de 300 kilos" a que toda a gente responde com a tipica mão na testa e revirar de olhos ... e o GM remata: "tu sabias que o cristal parte-se? certo?"

e pronto ... foi a ultima aventura daquele gang ...

:D

[quote=Rui]Se não consegues ver que violar alguém é exactamente o oposto de "é um mundo de faz de conta sem as partes desagradáveis" então acho que há algo de muito errado contigo.

Edit: e posso estar muito enganado, mas uma mulher violada, ou prestes a sê-lo, grita de certeza absoluta.

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness[/quote]

 

Eu vou repetir: ela foi a correr em direcção ao inimigo (calada, pois eu perguntei-lhe se ela queria gritar e disse-me que não), colocou-se de joelhos em frente a eles; o que esperavas que eu dissesse, que o inimigo começasse a assobiar para o ar e a ignorasse? Parece-me que o mais sensato teria sido correr na direcção oposta a eles e gritar. E quando digo sem as partes desagradáveis, é porque ninguém é efectivamente magoado. E se nos rpgs as perrsonagens combatem, morrem, são feridas, porque é não se há de fazer uma coisa dessas (violar uma personagem que se porta de forma particularmente estúpida)?

 

 

 

Tu é que não percebeste que não estou a falar de fazer sentido ou não soldados em guerra violarem pessoas - isso toda a gente sabe que acontece.

Como me parece que por muito que te tente explicar que isso é a pior infantilidade e que quem procedeu mal foste tu e não a jogadora e tu NUNCA IRÁS PERCEBER ISSO, remeto-me ao silêncio.

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

GM (eu): À medida que se aproximam vão-se apercebendo que é o acampamento de um exército saxão bastante grande, provavelmente várias centenas de guerreiros. O que querem fazer.

4 Jogadores em uníssono (cada um controlando um cavaleiro e um escudeiro): Carregamos contra eles!

P.S. - Fui um GM muito, mas mesmo muito bonzinho dessa vez.

Desta vez o jogador era eu. :slight_smile:

Party de D&D 3.0, eu estava a jogar um halfling ex-jogador de Blood Bowl; a missão envolvia (acho eu) perseguir um ranger renegado, ou algo do género.

Na floresta, passamos por uma aldeia de goblins; toda a gente se esconde, menos o valente ex-Blood Bowler, que carrega energeticamente SOZINHO sobre a aldeia.

Só a meio do caminho, já fazendo inveja às almofadas de alfinetes tal era a carrada de flechas espetadas no bucho, é que me apercebi do erro do meu caminho.

Na aldeia, acabei por matar o chefe goblin à cabeçada.

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

[quote=Rui]… remeto-me ao silêncio.
[/quote]

Provavelmente teria sido a melhor opção logo do inicio…
No exemplo que deste de M&M também não vejo o que o jogador fez de mal…até acho que fez excelente role play, mas como cada jogo é de cada um, opto por não comentar…

Just a tought…

:wink:

Evil never dies, it just waits to be reborn…

Gostos diferentes. :slight_smile:

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To crush your enemies, to see them driven before you, and to hear the lamentations of their women.
-Noddy, Lord of Darkness

Oi, vamos mas é a ter calma, porque acho que tu percebeste mal o problema aqui. Ser politicamente correcto é muito bonito e violação é uma coisa muito feia que eu não desejaria ao meu pior inimigo. No entanto, e eu lembro-me porque estava lá, o que realmente fez a jogadora merecer uma mesa na cabeça (e que o Fabiano não explicou muito bem) foi que ela foi a unica que topou os inimigos a aproximar. Em vez de gritar “Aqui d’el rei” que vêm ai inimigos, não senhora… ela foi de mansinho até eles, por-se de joelhos e implorar que não a violassem. Uma gaja. Sózinha. Cigana (ainda se fosse uma lady, os gajos podiam ser nobres e só capturá-la).

Enquanto que o resto da party e da cidade ficou a ver navios E FORAM APANHADOS DE SURPRESA, porque a menina por algum motivo decidiu ir implorar misericórdia em vez de alertar os guardas, os outros vampiros, a populaça. E não me venhas dizer que enquando ela era violada ela podia gritar, porque os soldados burros não eram e obviamente que a iam amordaçar.

E como GM te digo - a violação foi um resultado óbvio das acções dela (eu ia dizer “merecida” mas tu depois ainda me acusavas de ser insensível ao trauma causado por uma violação). Mas ela merecia uma mesa na cabeça porque podia ter impedido o ataque ou pelo menos o massacre que se seguiu se tivesse meremente gritado “Vêm aí soldados atacar-nos!”.

Errado. Foram apanhados de surpresa porque nenhum das dezenas ou centenas de guardas que deviam estar de sentinela fizeram o seu trabalho como deve ser (ainda para mais quando as tropas de infiltração inimigas pararam o que estavam a fazer para curtirem um bocadinho), porque o responsável pela defesa da cidade não quis manter as muralhas iluminadas, e porque nenhum Vampiro com Auspex o usou para o que realmente interessava, LOL. :wink:

O que não deixa de ser idiota o que a jogadora fez.

"You think I'm old and feeble, do you? Well, face my Flying Windmill Kick, asshole!"