Bitaites... aos bitaites e a diferença de perspectiva nestas coisas...
[quote=Starita]
Pessoalmente acho o Pillars bem mais complexo (e isto não tem de ser "bom" nem "mau") que o Stone. Por vários motivos:
- Stone é totalmente independente da linguagem, Pillars não[/quote]
Este não é um aspecto que eu leve em conta para avaliar a complexidade. Por exemplo o Señor Oscuro que vi jogar ontem tem texto nas cartas, mas não é um jogo complexo, antes pelo contrário. É quase um Werewolf sem dia ou noite...
[quote]- No Pillars sentimos muito mais dificuldade (confesso que não o joguei muita vez e também possa ser por isso que fiquei com essa sensação, mas..) em fazer as acções. Parece que nunca ha trabalharadores sufs. No stone age, mesmo não os reproduzindo estamos sempre mais a vontade para fazer o quer quisermos e acharmos melhor.[/quote]
Isso porque o Stone Age assenta mais na sorte dos lançamentos para implementar essa "dificuldade". O Pillars é um jogo de gestão de recursos, trabalhadores e Master Builders são os recursos que tens que gerir. É um jogo de timing também porque tens que ir buscar as cartas que te interessam antes dos outros.
[quote]Pessoalmente acho que esta "liberdade de movimentos" torna o jogo mais fácil.(No pillars tem de se fazer uma melhor gestão, e até percebo que por este aspecto haja muita gente a preferir o Pillars, mas que é mais complexo, acho que é).[/quote]
Verdade. Mas eu vejo essa aparente facilidade de movimentos como um disfarce da complexidade. Não tens que te preocupar em alocar "bem" os trabalhadores porque a tua produção depende mais dos dados que disso, mas por outro lado tens mais em que pensar noutras áreas.
Quando digo que o Stone Age é mais complexo estou a pensar na não linearidade do raciocínio envolvido no progresso do jogo e na quantidade de coisas envolvidas na pontuação.
No Pillars tens uma sequência lógica em cada turno. Usas trabalhadores para obter recursos, Capatazes para obter algumas vantagens através da influência em certas partes do tabuleiro, depois usas os especialistas para transformar os recursos em pontos. É relativamente linear...
No Stone Age tens que pensar em mais coisas ao mesmo tempo e mais variantes envolvidas. Usas a população para obter recursos (aqui é igual, mas tens mais recursos. 5 contra os 3 do Pillars e com a agravante que estes recursos no SA têm influência directa na pontuação, mas só em certos casos, noutros é indiferente), depois podes usar esses recursos, em conjunto com a população, para obter pontos de duas forma possíveis, cartas, ou cabanas. Nas primeiras os pontos só irão ser contabilizados no fim, as mais das vezes, nas segundas os pontos resultam da "raridade" dos recursos usados, às vezes, mas nem sempre. No fim ainda tens que manter a população alimentada e durante tudo isto deverias dar alguma atenção à reprodução, descoberta de ferramentas e produção de comida...
Bem mais elaborado e menos linear.
Além disto, para explicar o jogo tens o apoio de uma narrativa no Pillars, no Stone Age, não. O Stone Age podia ter outro tema qualquer porque este não tem nada a ver com a sequência e evolução das mecânicas de jogo em si.
Quanto a serem melhor ou pior, é uma questão de gosto... Eu não gosto muito do Stone Age e acho bastante piada ao Pillars. Mas isso é irrelevante. Há quem tenha a opinião contrária.
[quote]Se calhar não metia alguem que nunca jogou jogo nenhum a jogar nenhum dos dois, começava mais por um carcassone ou assim..mas facilmente passava para o stone age.. e não tanto para o pillars=P[/quote]
Eu também não usaria nenhum dos dois com iniciados. Mas a ter que arriscar por um deles ia mais depressa para o Pillars, por dois motivos, excluindo a questão da dificuldade.
Primeiro porque posso fazer as pessoas "entrar" na ideia do jogo no Pillars usando a história. Porque acho que se consegue assim resumir as regras do Pillars em menos tempo e com maior facilidade de captação do que no Stone Age.
Em segundo porque no Pillars um jogador novato pode perceber que não ganhou simplesmente porque tem menos experiência, mas no fim ficará com a ideia que num jogo posterior se sairá melhor. No Stone Age ele pode ficar coma ideia de que simplesmente perdeu porque teve azar aos dados e, nesse caso, ficar sem vontade de voltar a tentar porque acha que é um jogo de sorte. Mesmo que não se concorde com a ideia de que a sorte é determinante no Stone Age, acho que é fácil perceber até que ponto é possível alguém ficar com essa ideia, não?
Mas lá está. São apenas formas diferentes de olharmos para a mesma questão. Eu percebo que o Pillars possa parecer-te mais difícil, mas isso não é o mesmo que complexo, na minha opinião. O Go é dificílimo, mas não é um jogo complexo. É até muito simples... e essa dificuldade com uso de poucas e simples regras é que lhe traz toda a beleza, mais uma vez, na minha opinião.
Have Fun!