Como é que costumam tratar o assunto de Conhecimento do Jogador (OOC) e Conhecimento do Personagem (IC)?
Nota inicial: a ideia não é descobrir a Verdadeira Maneira de tratar isto, apenas trocarmos as nossas ideias e experiências e com sorte descobrir outros métodos que gostaríamos de experimentar.
Eu sou um mãos largas neste assunto, todos os (parcos) apontamentos que escrevo ou penso para as sessões estão totalmente disponíveis aos jogadores, basta eles pedirem.
Para mim esta questão só pode ser respondida de uma maneira "depende do que é que diverte mais os jogadores", por exemplo em The Shadow of Yesterday eu perguntei aos jogadores se eles queriam que eu disponibilizasse a tabela de relações que tinha feito para a campanha e eles disseram enfaticamente que não, contudo isto depois pode não se aplicar em casos específicos de jogo, quando por exemplo eu fiz aparecer um goblin que ia dizer "uma frase críptica" que depois podia ser interpretada de várias maneiras pelos jogadores (e todas elas eram verdade), da primeira vez que o meti em jogo não referi tudo isto, disse só que ele ia "dizer uma coisa" e um jogador atirou-se logo a ele para não o deixar falar, da segunda, quando expliquei a fundo a minha intenção para esse NPC então o mesmo jogador ficou a perceber melhor a situação, achou fixe e deixou o gajo falar. Neste específico momento de jogo o jogador pode tomar uma escolha IC que o divertiu mais com base em OOC, o que para mim funciona bem.
Por este caso pode-se especular duas formas de OOC:
- Conhecimento sobre a preparação do GM para a campanha toda;
- Conhecimento sobre a preparação ou improviso do GM para específicos de jogo
Como GM disponibilizo os dois com igual fartura, basta pedirem, por pelo que percebo há quem goste de usar OOC (em qualquer das suas formas) para dirigir o seu PC directamente para as situações que o vão divertir, também há quem goste (como eu em certos jogos, exemplo: Vampire) de não saber nada de nada e ir explorando a história unicamente pelos olhos do PC.
Para além deste ponto de vista do GM, existem também o ponto de vista de certos jogos.
Dogs In The Vineyard é totalmente injogável se os jogadores não tiverem rapidamente em plena posse os dois tipos de OOC.
The Shadow Of Yesterday obriga mecanicamente a que eles tenham pelo menos o segundo tipo de OOC.
Vampire acho que funciona melhor com o segundo tipo do que com o primeiro, embora as regras não sejam claras sobre isso.
D&D é que me atrofia um bocado, eu gosto do jogo, sinceramente, gosto da maneira como está desenhado e estruturado, mas o capítulo inicial do DMG fez-me um nó nos olhos que ainda não consegui resolver. Acho completamente errado (e este será o único juízo de valor que irei fazer neste tópico) penalizar os jogadores por usarem OOC quando resolvem uma acção (o tal exemplo da alavanca), quanto muito se um jogador quer utilizar um conhecimento muito rebuscado que em principio ele não teria (por muito vago que isto seja) acho que o que se deve aplicar é role de skill, utilizando a tabela que vem no DMG para DCs e se ele tiver sucesso tem direito a que o seu PC tenha esse tal conhecimento. Pelo menos é o que eu estou a fazer na minha campanha, não me faz sentido absolutamente nenhum penalizar os jogadores por usarem mais ou menos OOC. O que salvaguardo é obviamente a informação sobre os desafios que tenho preparado (quem vão ser os oponentes, quantos são, que armadilhas têm preparadas, etc.), por que descobri-la faz parte do jogo e do desafio táctico da coisa, revelá-los seria quebrar um bocado a diversão do jogo.
Spirit of the Century é o jogo que, do que tenho visto, lida melhor com esta situação, os concelhos para o GM é "fornece informação", quanto mais informação fornecer aos jogadores mais acção a sessão vai ter, a mecânica permite que mesmo que os jogadores não tenham informação completa sobre os seus oponentes podem "criá-la" através de roles, ou tentar descobri-la da mesma maneira.
Qual é a vossa experiência nesta área?