Já tendo lido o novo PHB acho que posso tecer alguns comentários ao conteúdo do mesmo.
Antes disso quero salientar que ainda não experimentei jogar, apenas li a regras e como tal tudo o que disser abaixo poderá mudar assim que o fizer.
Também queria referir que tudo o que disser abaixo é a minha opinião pessoal sobre as novas regras e como tal, vale o que vale…
Cá vai disto então:
Design:
O livro é uma leitura agradável e bem estruturada.
A informação está bem distribuída e normalmente concentrada onde se faz referência ao assunto (ou então refere a página) o que poupa tempo na procura.
A arte é boa embora algumas imagens pareçam um pouco “digitais” demais para o meu gosto, parecem feitas a computador (e provavelmente até o são) mas no geral a arte é boa e em algumas situações ocupa uma página inteira!
Alguns pontos a salientar:
Ao ler o livro e passar pelos capítulos das raças e classes tive uma confirmação e uma surpresa.
Tive a confirmação de que o jogo é um MMORPG em “pen and paper” ou pelo menos uma tentativa disso.
Mas a grande surpresa que tive foi o facto de ter a nítida sensação de estar a ler as regras para um “collectible card game” um pouco mais complexo.
Todas as classes seguem o mesmo “esqueleto” de design e funcionam de mesmo modo o que é um pouco estranho para o que nos habituou o D&D.
As classes não spellcasters parecem ser spellcasters quando usam os seus poderes, e estão estranhamente equilibradas, ou seja de um modo geral, todas as classes fazem o mesmo “nível” de dano e efeitos quando estão nos mesmos níveis.
O wizard aparenta ser o novo fighter desta edição; como “controller” deixa algo a desejar. Todas as outras classes também fazem controlo de batalha ao nivel do wizard e fazem ainda mais coisas referentes à sua própria classe…weird…
A grande luta para acabar com o “Eu ataco” e “Dou 10 de dano” foi bem sucedida, agora usa-se “Eu uso o poder at-will X” e “Dou 10 de dano”.
Os ataques regulares parecem obsoletos e sem razão de existir.
Basicamente temos agora 5 alinhamentos; Lawful Good, Chaotic Evil, Good (o antigo Chaotic Good), Evil(o antigo Lawful Evil) e tudo o que tinha Neutral no nome passou a Unaligned.
Mais valia terem acabo com os alinhamentos…
O skills estão reduzidos em número e agora toda a gente soma metade do nível a qualquer skill que use, mesmo não tendo qualquer tipo de treino nele. Se tiver treino soma mais 5 ao mesmo. A mesma regra de metade do nível se aplica aos ataques e defesas.
Para quem queria “simplificar” substancialmente as regras, falharam redondamente, estas são tão complexas como as da edição anterior.
Para um newbie não vejo como ele possa facilmente abraçar o jogo quando lhe põem uma personagem já feita à frente, ou como poderá demorar menos tempo a fazer a mesma, tendo em conta que terá que ler todos os feats, skills e habilidades que pode escolher para a sua classe, isto claro se souber de antemão que classe quer fazer.
Os verdadeiros feitiços foram transformados em Rituais. Estes têm um tempo de conjuração e um preço associado de componentes, mas o mais engraçado de tudo isto é que qualquer classe tendo acesso a dois feats pode utilizar Rituais! Ou seja poderemos ter fighters a fazer Raise Dead…
Como suspeitava toda a estrutura dos poderes e mecânicas de jogo parece estar desenhada para ser especificamente inserida num “jogo de computador”…chamado D&D Insider.
Conclusão:
Olhando para o que pretende, o jogo parece conseguir os seus objectivos.
Pessoalmente não me desiludiu porque também as minhas expectativas não eram altas, mas também não me fascinou ao ponto de justificar uma mudança.
Vou experimentar jogar mas muito provavelmente não vou gastar dinheiro no jogo nem mudar de edição para os meus jogos de D&D.
Não haja grandes dúvidas, esta edição é um novo jogo com o logótipo “Dungeons and Dragons” estampado na capa.
A nota que lhe dou é um… mheee…
_____________________________________________________________<br “Artificial Intelligence is no match for Natural Stupidity.”