O grupo de servos converge como um autómato, nos corredores em direcção à entrada para as cavernas subterrâneas.
Lá em baixo gotículas de humidade cobrem as paredes e as correntes de ar irrompem irregularmente o silêncio com uivos distantes.
Chegam a uma galeria, parcamente iluminada por uma espécie de vidro incandescente presa no tecto. O Mestre está sentado do outro lado da entrada, num grande cadeirão de madeira massiva, a sua cabeça apoiada na têmpora esquerda sobre a ponta dos dedos e o rosto escondido entre a escuridão e os temperamentos erráticos da luminosidade do vidro.
Ele olha-vos a todos como um predador para a presa, cada um de sente a raiva daqueles olhos semi-escondidos na escuridão a trespassar-vos como lanças.
O chão está coberto de estropiados corpos, todos eles crianças. Algumas sem braços, outras sem estômago ou coração. Os corpos empilham-se horrendamente uns sobre os outros, no que pareceu ser um resultado de uma selvagem batalha campal. A história aparece ali representada no seu retrato final, três crianças tentaram comer um bebé e morreram engasgadas nos seus órgãos e ossos, outras lutaram entre si, mordendo e arranhando-se até à exaustão e esmagando as cabeças uns dos outros contra as paredes da galeria, rendendo o seu corpo massacrado e cansado ao descanso final, outras simplesmente mutilaram-se arrancando os olhos e a língua acabando por morrer numa poça do seu próprio sangue.
Sem alterar a sua expressão o mestre impõe a sua voz sobre este espectáculo.
“A experiência falhou, elas cederam à loucura do mundo em que vivemos e viraram-se contra elas próprias, foi mais forte do que elas, não conseguiram aceitar o conhecimento supremo.”
Levanta-se e caminha pela sala sem prestar atenção ao que está a seus pés, mas, ainda assim, sem qualquer esforço, não toca em nada.
“Não eram as cobaias mais apropriadas, não eram fortes” baixa levemente a cabeça com pesar “ou então tenho simplesmente que aperfeiçoar a fase de treinos para o teste final”.
Levanta a cabeça e olha directamente para vocês os três.
“Wilhelm limpa este lixo, queima tudo, não deixes nada para trás.”
“Razvan preciso de material novo para uma nova fórmula, vai à aldeia e traz-me pó de rosmaninho, julgo que o ervanário deve ter disso. Deixa-o na sala de estudos dentro de uma hora.”
“Shaeagle, preciso de cobaias novas. Parece que um conjunto de peregrinos está de passagem pela cidade e ficou a dormir na igreja, faz uma lista dessas pessoas e toma nota das que aches apropriadas para a nova experiência, deixo ao teu critério. Quero a lista ao amanhecer e não uma folha em branco.”
“Quanto aos restantes, vou-me retirar para os meus aposentos, preparem-me um banho, as roupas de dormir e arrumem o sala de estudos.”
Sorri.
“Meus caros, o fracasso é o caminho para o sucesso! O falhanço desta experiência apenas faz com que o triunfo final seja mais doce, mais … MAGNIFICO!!!”
OOC
Quem quiser pode ter reparado que a Shaeagle chegou ao pé do grupo um pouco ofegante e o cabelo meio desalinhado.
Razvan, como é óbvio não só não tens dinheiro como o Mestre não te vai dar nenhum para ires às compras.
Wilhelm, quando o Mestre de dá a ordem, notas que um dos corpos parece que ainda está vivo.
Dúvidas?
"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"
