Dia 1

Tudo está silencioso na grande mansão do Mestre, mas ninguém consegue dormir. Esta é a noite da grande experiência, aquela para o qual todos estiveram a trabalhar tão arduamente durante anos.

Máquinas foram arrastadas e montadas no subsolo da mansão, os melhores espécimes foram raptados a meio da noite para servirem um propósito maior, horas e horas de planeamento e cálculos foram efectuados para que tudo estive em perfeita harmonia para a noite de hoje.

Todos os servos estão confinados aos seus quartos, não propriamente por ordem explícita do mestre, mas apenas porque nenhum se atreve a por o pé num local mais exposto do que a coberta dos lençóis da sua cama, por medo que a impertinência desse simples acto pudesse de alguma forma interferir com o que estava a acontecer nas galerias e corredores que serpenteiam por debaixo da escola.

Ao fim de algumas horas de expectativa soa o gongo. Um som reconhecido por todos os servos da Mansão, o Mestre chama.

Receosamente, as portas dos aposentos começam a abrir-se e criaturas horrendas e deformadas começam a encher os corredores murmurando entre si prognósticos para os desejos do Mestre.

Podem usar este bocadinho antes de chegarem ao pé do Mestre para mostrarem um bocado os vossos personagens, falarem, fazerem coisas, etc.

Quando chegarem ao pé avisem para eu seguir.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

À noite, o grotesco jardineiro aprendeu a ser silencioso e a evitar que a sua voz áspera e bruta se faça ouvir. Ouvindo os seus companheiros deste triste destino a aproximarem-se, Razvan esgueira-se atrás deles de cabeça baixa, suspirando pelo amanhecer.

Assim que sinto todos a recolherem para os seus aposentos, fujo até à aldeia para puder ver a minha filha e dar-lhe o único beijo que lhe consigo dar num dia inteiro.

Ao aproximar-me da mansão oiço o gongo de chamamento. Corro para que ninguém saiba que não estava no meu quarto... e para que ninguém descubra o porquê de eu fugir durante a noite para me deslocar à aldeia.

Depois de degastar o soalho do seu quarto com tantas idas-e-vindas ansiosas o Mordomo ouve o gongo e estremece. Havia chegada a hora!

Este olha concentradamente para o espelho de corpo e inteiro, esperando assim compor-se imaculadamente para as vistas exigentes do Mestre. Enquanto isso olha de soslaio pela janela em direcção ao barracão onde Marius está escondido. Um recear pesado aflige-o mas algo distrai-o: sons de passos apressados a aproximarem-se da mansão?

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O grupo de servos converge como um autómato, nos corredores em direcção à entrada para as cavernas subterrâneas.

Lá em baixo gotículas de humidade cobrem as paredes e as correntes de ar irrompem irregularmente o silêncio com uivos distantes.

Chegam a uma galeria, parcamente iluminada por uma espécie de vidro incandescente presa no tecto. O Mestre está sentado do outro lado da entrada, num grande cadeirão de madeira massiva, a sua cabeça apoiada na têmpora esquerda sobre a ponta dos dedos e o rosto escondido entre a escuridão e os temperamentos erráticos da luminosidade do vidro.

Ele olha-vos a todos como um predador para a presa, cada um de sente a raiva daqueles olhos semi-escondidos na escuridão a trespassar-vos como lanças.

O chão está coberto de estropiados corpos, todos eles crianças. Algumas sem braços, outras sem estômago ou coração. Os corpos empilham-se horrendamente uns sobre os outros, no que pareceu ser um resultado de uma selvagem batalha campal. A história aparece ali representada no seu retrato final, três crianças tentaram comer um bebé e morreram engasgadas nos seus órgãos e ossos, outras lutaram entre si, mordendo e arranhando-se até à exaustão e esmagando as cabeças uns dos outros contra as paredes da galeria, rendendo o seu corpo massacrado e cansado ao descanso final, outras simplesmente mutilaram-se arrancando os olhos e a língua acabando por morrer numa poça do seu próprio sangue.

Sem alterar a sua expressão o mestre impõe a sua voz sobre este espectáculo.

“A experiência falhou, elas cederam à loucura do mundo em que vivemos e viraram-se contra elas próprias, foi mais forte do que elas, não conseguiram aceitar o conhecimento supremo.”

Levanta-se e caminha pela sala sem prestar atenção ao que está a seus pés, mas, ainda assim, sem qualquer esforço, não toca em nada.

“Não eram as cobaias mais apropriadas, não eram fortes” baixa levemente a cabeça com pesar “ou então tenho simplesmente que aperfeiçoar a fase de treinos para o teste final”.

Levanta a cabeça e olha directamente para vocês os três.

“Wilhelm limpa este lixo, queima tudo, não deixes nada para trás.”

“Razvan preciso de material novo para uma nova fórmula, vai à aldeia e traz-me pó de rosmaninho, julgo que o ervanário deve ter disso. Deixa-o na sala de estudos dentro de uma hora.”

“Shaeagle, preciso de cobaias novas. Parece que um conjunto de peregrinos está de passagem pela cidade e ficou a dormir na igreja, faz uma lista dessas pessoas e toma nota das que aches apropriadas para a nova experiência, deixo ao teu critério. Quero a lista ao amanhecer e não uma folha em branco.”

“Quanto aos restantes, vou-me retirar para os meus aposentos, preparem-me um banho, as roupas de dormir e arrumem o sala de estudos.”

Sorri.

“Meus caros, o fracasso é o caminho para o sucesso! O falhanço desta experiência apenas faz com que o triunfo final seja mais doce, mais … MAGNIFICO!!!”

OOC
Quem quiser pode ter reparado que a Shaeagle chegou ao pé do grupo um pouco ofegante e o cabelo meio desalinhado.

Razvan, como é óbvio não só não tens dinheiro como o Mestre não te vai dar nenhum para ires às compras.

Wilhelm, quando o Mestre de dá a ordem, notas que um dos corpos parece que ainda está vivo.

Dúvidas?

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

A caminho da aldeia, para averiguar os nomes para o mestre, falo para mim mesma:

- O "fracasso é o caminho para o sucesso"... pois, pois... já andamos nisto à algum tempo e nunca mais se vêm resultados.... desta vez tenho mesmo de ter em atenção a lista das pessoas... tenho de ser muito meticulosa! Não posso falhar!

Ao chegar, deparo-me com a minha filha a brincar no pequeno jardim logo à entrada da aldeia. Depressa desvio o olhar com susto (como se estivesse a ver algo muito belo) e apressando o meu passo vou directa para a igreja.

Por esta altura já todos os peregrinos se encontravam na igreja. Cuidadosamente passo entre eles, dirijo-lhes a palavra e pouco ou nada reparam em mim. Faço a lista do que considero serem os especímenes perfeitos para a experiência.

De repente dou por mim especada a olhar para um canto... vejo algo que nunca antes tinha visto... uma criança um pouco mais velha do que a minha filha a ler livros impróprios para a sua idade e para a sua pequena cabeça, que ainda não deveria perceber coisas tão intelectuais e filosóficas.....

Olho para a janela apercebo-me o escuro que está lá fora e num impulso agarro a criança e levo-a dali comigo sem ninguém se aperceber....

Ao chegar à mansão procuro o mestre para lhe dar aquele ser que encontrei que considero ser algo extraordinário a ser usado na experiência do mestre.

Ok, levar a criança é um acto de vilania, ou seja, rolar o teu self-loathing + fear contra a reason. No teu caso seram 5 dados do teu lado contra 3 do lado do NPC (re-lembrar que os 4s não contam).

Se ganhares levas a criança contigo e ganhas um ponto de self-loathing, se perderes ela começa a espernear e escapa-te das mãos. Possivelmente chamando depois a atenção dos restantes peregrinos.

Vale?

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

O Wilhelm junta um mais um e chega à conclusão que aqueles passos apressados eram de certeza os de Shaeagle. O que será que ela anda a fazer fora da mansão e porque o fez mesmo numa altura tão crítica?

Este começa a arrumar todo o lixo e restantes restos mortais que rodeiam o possível sobrevivente levando mais do tempo que costuma e tentando evitar aproximar-se. Quando finalmente ele olha a atenção para o corpo, o que é que ele vê?

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OOC: Roll Sheagle : 5d4 → [4,1,3,3,4] = 7 NPC : 3d4 → [1,1,4] = 2

Sobes o self-loathing por um, passa a dois.

IC: Atarefados como estavam com os preparativos para a pernoita, ninguém repara em ti enquanto levas a criança. Esta estava demasiado concentrada nas suas leituras e não estando habituada a ser agarrada a meio da noite do seio dos seus companheiros, apenas consegue encolher-se com medo e seguir-te, tentando esconder a cabeça entre os cabelos e fixando a ponta dos sapatos.

Quando chegas à mansão …

OOC: Please hold

Estás sozinho, os outros servos do mestre não invejam o teu trabalho e decidem deixar-te a faze-lo sozinho, como apenas tu o sabes fazer.

Por entre os escombros de carne e osso, reparas numa jovem rapariga, não mais de 12 anos, de cabelos pretos e claramente sub nutrida, desmaiada. A sua cabeça foi atirada contra uma das paredes, outro rapaz mais pesado caiu em cima dela. Parecia morta para o mundo, mas quando tiras o corpo decepado do rapaz de cima dela reparas que ainda respira, apesar de não estar consciente.

Podes colocar na página geral do jogo um ficheiro de excel por cada personagem para irmos acrescentando os "pontos". Caso contrário chegamos a um ponto que perdemos o tino da coisa:p

Tudo eu... já está.

Saindo a correr cá para fora, Razvan anseia por ver a primeira nesga de sol a subir no horizonte de forma a afastar da sua mente a imagem de mais uma cena horrível entre as muitas que ele é forçado a testemunhar ao serviço do Mestre. Teria ele culpa nos sucessivos falhanços destas experiências? Talvez sejam grandes demais os fungos que ele recolhe, demasiado intensos. Ou talvez devesse colhê-los em locais onde haja um pouco mais de luz. Como um simples homem da terra, Razvan não pode deixar de pensar que o sangue daquelas crianças também está nas suas mãos.

No entanto, há sempre trabalho a fazer. Feliz de caminhar novamente entre as ervas e os arbustos, o jardineiro dirige-se em direcção ao rio onde ele sabe que, ao amanhecer, a linda rapariga de vestido bordado vai estar. Andando cautelosamente, Razvan está atento ás plantas que encontra e começa a colher dois conjuntos em separado: um para oferecer à linda rapariga, já conhecendo o tipo de ervas que ela costuma procurar; e outro para levar até ao ervanário e tentar convencê-lo a trocá-lo pelo pó de rosmaninho que o Mestre pretende.

À medida que o sol começa a nascer, o som dos pássaros torna-se mais forte e prolongado, pelo que Razvan aproveita para sussurrar uma canção baixinho, uma rima tradicional que a senhora Brigita costuma cantar quando está a cozinhar. Chegando ao rio já com duas mãos cheias de erva para oferecer (que até vão ficando mais rechonchudas com o seu toque, agora que a noite chegou ao fim), o estranho jardineiro esconde-se atrás de uma árvore procurando ver a rapariga a aproximar-se.

OOC: Overture para a rapariga, sim?

OOC: Roll NPC: 2 PC : 3

À rasquinha mas deu. Podes subir o love pela rapariga para um.

IC O luz do sol começa a despontar por detrás dos montes e árvores, a água do rio recebe-a e devolve-a ao mundo com o dobro do esplendor, aproveitando para se empraltar em tons de prateado.

Por detrás da árvore vez a rapariga a aproximar-se, vem descalça mas isso não a parece incomodar.

Colhe uma flor aqui, outra ali. Aproxima-se da árvore.

Parece completamente absorta na sua tarefa quando, de repente, levanta o seu olhar, lançando os cabelos ondulantes para trás dos ombros, e solta um berro de espanto ao ver-te ali escondido. Também espantados com o som ficaram os pássaros, que decidiram debandar para outras paragens onde o seu canto não fosse interrompido por aquele tipo de cacafonias.

“Oh, peço imensa desculpa, assustou-me… “ diz ela sobressaltada.

“Mas que lindas flores traz ai. Como se chama senhor?”

IC: Atarefados como estavam com os preparativos para a pernoita, ninguém repara em ti enquanto levas a criança. Esta estava demasiado concentrada nas suas leituras e não estando habituada a ser agarrada a meio da noite do seio dos seus companheiros, apenas consegue encolher-se com medo e seguir-te, tentando esconder a cabeça entre os cabelos e fixando a ponta dos sapatos.

A caminho da mansão, de mão dada aquela criança, começas a lembrar-te do que se passou meras horas antes com outra criança, mais ou menos da mesma idade, mais ou menos com as mesmas feições, era tua filha.

OOC: Estamos a fazer uma pequena overture em retroespectiva.

Wilhelm hesita por momentos em fazer o que está certo.

“‘Como é entorpecedora a escuridão do oblívio!’ Hmmm… Quem é que disse isso mesmo?”

Algo começa a moventar-se: este começa a olhar quer para o corpo decepado do rapaz quer para a rapariga inconsciente quase morta num movimento pendular. Sempre que o seu olhar passa os olhos por ela… o movimento fica cada vez mais lento.

Finalmente a sua atenção prende-se no corpo masculino. Sem olhar para a rapariga levanta-o e empilha-o em cima dela. Faz o mesmo com os restantes corpos até que nada forma feminina se pode vislumbrar.

Wilhelm dá início então ao longo e moroso processo de se incinerar corpos mortos sem deixar se grandes vestígios ou outro tipo de contra-tempos.

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Setúbal e Almeirim

Para efeitos de referência espacial, vais queimar os corpos naquela galeria não é?

Tudo ao mesmo tempo ou um de cada vez?

A minha filha, minha rica filha.... que visão tão deslumbrante que até me assusta. A possibilidade que tive de dar um beijo e saber como estava foi tão enriquecedora. Ver os seu cachos de cabelo, a sua tez clara, os seus olhos escuros é pena não puder ter isto mais vezes. Mas ao aproximar-me dela para lhe dar um beijo....

Rola, sim?:p

OOC: Roll NPC: 1 PC: 2

Tudo a passar à rasquinha. Podes subir um de love pela tua filha

IC Beijas-lhe a face enquanto dorme profundamente, ela não acorda nem reage ao beijo, quase como nem sentisse que estivesse alguém no quarto com ela.

Contudo ao afastares-te reparas que a mão dela está a agarrar a tua saia, com a força delicada que um criança consegue fazer e dos seus lábios, entre o respirar pesado do sono, sai “mamã”.