E os Vencedores do RPGénesis 2010 são...

[quote=jrmariano]É de ponderar porque é que este teve mais sucesso que os outros.[/quote]Suspeito que será porque é um evento feito à medida da pequena comunidade de roleplayers que temos em Portugal. Parece-me que ainda não temos gente suficiente para fazermos eventos mais ambiciosos, nomeadamente... [quote]o primeiro passo já está dado mas ainda mais importante para garantir a tal produção do "RPG tuga" é levar os manuscritos ranhosos e apressados à revisão e ao playtest ("iterative design for the win!").[/quote]...não temos gente suficiente para uns serem designers, outros playtesters, outros editores, outros fãs, outros financiadores e outros promotores. Na medida do possível, temos que tentar põr todos estes chapéus na cabeça enquanto a nossa comunidade não se alarga e se interliga o suficiente para cada um se poder concentrar em só uma ou duas destas coisas.

Na minha opinião, nenhum RPG "a sério" pode ser feito sem um considerável playtesting, pelo que, pragmaticamente falando, testar jogos será o próximo passo que se evidencia após este evento. Compreendo que alguns designers possam achar que há maneiras de dispensar até certo ponto o playtesting, mas pelo menos a minha experiência diz-me o contrário e este é o ponto em que a produção de RPGs se cruza com a promoção dos RPGs. Da minha parte, faço o que posso, mas não conto ter no próximo ano a mesma disponibilidade que tive até agora, por isso eu se calhar é que estou a fazer sugestões para mais alguém assumir alguma iniciativa, seja ela qual for.

Batendo na tecla do playtesting, pergunto-me quantas sessões um designer daqui estará a a contar poder fazer de playtesting. Cinco ou seis? E quantas poderão acontecer sem ele estar presente, três ou quatro? E dentro de que prazo, seis meses? Tanto "os américas" como os ingleses contam com um feedback muito mais rápido e frequente, mesmo sem precisarem de fazer o circuito das suas cons, mas não me parece que possamos depender da comunidade de língua inglesa para testar os nossos RPGs, nem da comunidade brasileira, já agora. Acho que a caridade começa em casa e não vale a pena esperar que alguém dê por nós.

Além do mais, julgo que um terreno de roleplay fértil a playtesting é também inspirador para a criação de RPGs e uma coisa leva à outra, pelo que será natural que os designers testem os jogos uns dos outros e parece-me que é por aí que temos de ir, dentro ou fora daquilo que possa ser o contexto de um evento.

1- não acredito que não haja gente; acredito que não haja gente que não vem ao AoJ, mas também acredito que se possa mudar isso, se começarem a aparecer mais eventos AoJ, patrocinados pelo AoJ, ou simplesmente com o nome AoJ em t-shirts. Quando, a título de exemplo, o pessoal do Táquinas faz demos de D&D, fá-lo em nome próprio, mas para uma comunidade alargadíssima. Quando o pessoal do AoJ faz eventos de rpg, fá-lo em nome próprio, e apenas e só para a meia dúzia de carolas que aqui aparecem. Se, e isto é um “se” com tantas implicações que mete medo, o AoJ fosse um polvo, chegaria a ambos, mais pessoas tomariam conhecimento do portal, mais pessoas saberiam o que a meia dúzia de carolas anda a fazer, mais pessoas estariam abertas a experimentar, se calhar a comprar, patrocinar, pedir mais, e concorrer com o que se faz lá fora. Tu Rick tens o Jogador-Sonhador; não acompanhei todos os teus episódios, mas chegaste a falar do RPGénesis? Das pessoas que te ouvem, de um e do outro lado do Atlântico, quantas participaram no evento?

2- Não acredito que não seja possível contar com as comunidades estrangeiras para divulgar o que se faz por cá; na minha experiência, com o BBZ consegui pôr brasileiros a jogá-lo, e consegui que o pessoal do rpg.net desse bitaites atrás de bitaites para o jogo, na forma de desafios que se poderiam fazer dentro do jogo aos concorrentes; quando estava mais envolvido no Gates também pedi playtesters, e houve pelo menos uns 5 gajos que me pediram o documento de testes para ler, assim como 1 deles que comentou e criticou activamente durante quase 2 semanas; para ASdC, quando pedi ajuda para saber que monstros cthulhianos poderiam sobreviver numa singularidade, houve também 4 ou 5 que disseram que era uma ideia brutal e que queria jogar. Fora desta malta, há gente que tem muito nome e que critica regularmente jogos independentes; só para dar um exemplo, o Ken Hite tem uma coluna especialmente dedicada a isto.

Eu acredito que é possível fazer algo, mas não acredito que seja possível fazer bom, ou sequer comercial, sem ajuda de uma equipa; acredito que um evento destes poderia lançar bases para isso. A malta que eu falava há pouco era toda diferente: os que comentaram o BBZ não eram os mesmos que comentaram o Gates e por sua vez não eram os mesmos que comentaram o ASdC; estamos a falar, provavelmente, de mais de 20 marmelos espalhados pelo mundo que sabem o que EU faço; imaginem o que seria se houvesse um esforço maior.





A planear: D&D 4th Dark Sun

[quote=Rui]1- não acredito que não haja gente; acredito que não haja gente que não vem ao AoJ, mas também acredito que se possa mudar isso, se começarem a aparecer mais eventos AoJ, patrocinados pelo AoJ, ou simplesmente com o nome AoJ em t-shirts.[/quote]Uma coisa é haver gente, outra é haver uma comunidade e a verdade é que a maior parte das pessoas que jogam RPGs não sentem necessidade nenhuma de vir ao AoJ (mesmo que tenham visto o site nos eventos patrocionados), já que continuam a jogar o mesmo RPG com o mesmo grupo há anos e, se isso acabar, nada mais lhes interessa. Mesmo que até joguem campanhas diferentes com pessoas diferentes, também se dá o caso de pegarem sempre no mesmo RPG e em mais nenhum, além da hipótese de esse mesmo RPG poder não estar a ser jogado com as regras que outros grupos seguem, pelo que não é só uma questão de crescermos em quantidade, mas também em termos de variedade e na vontade de partilhar experiências a partir de uma plataforma comum. Aliás, para efeitos de playtesting, a quantidade já se pode considerar suficiente, é nos outros factores que a comunidade ainda precisa de crescer.

[quote]Tu Rick tens o Jogador-Sonhador; não acompanhei todos os teus episódios, mas chegaste a falar do RPGénesis? Das pessoas que te ouvem, de um e do outro lado do Atlântico, quantas participaram no evento?[/quote]Sim, falei logo no final de Julho, mas não sei se algum dos participantes é ouvinte regular. Espero que, de facto, o podcast possa fazer a ponte entre roleplayers portugueses e brasileiros.[quote] 2- Não acredito que não seja possível contar com as comunidades estrangeiras para divulgar o que se faz por cá[/quote]O que eu digo é que não devemos depender deles já que, dos exemplos que deste, quantas sessões de playtesting houveram efectivamente para cada RPG, uma ou duas? Acredito que seja útill principalmente para aquele tipo de playtesting em que já sabes que o jogo funciona, só precisas de testar como é que um grupo de estranhos reage ao teu texto, mas para aquele playtesting mais inicial em que cada sessão vai mudando o jogo e sucessivos protótipos das regras vão sendo testados é preciso contactar com pessoas mais próximas e que conheçamos melhor.

Já me estava a prepara para fazer um comentário crítico e construtivo a esta situação mas decidi que vou é encerrar o tópico e banir os respectivos cúmplices de difamação do meu bom nome!

Ou então vou simplesmente regozijar na glória e poder do meu ser que com apenas uma palavra conseguiu provocar tanta discórdia e confusão mwuahahhahaha.

Obrigado por este pequeno momento de distracção do trabalho, comentários construtivos para mais daqui a bocado :)

Boas,

Bem, isto aqui está cheio de coisas a serem ditas, quase todas com razão embora sobre assuntos diferentes:

RPGénesis em si: Eu cá gostei, foi uma actividade (que é para não me voltarem a injuriar) simples, criativa, exigente, tudo fixe :).

Julgo que para os objectivos que se propunha atingir, cumpri-os na perfeição. Fez pessoas entrarem no concurso apenas na desportiva e ganharem o gostinho para continuarem a pensar em jogos e desenvolver mais. Ou seja, por pessoas a escreverem, sucesso.

Para mim, teve o bónus adicional de me ter dado um objectivo onde me focar para, finalmente escrever um jogo de RPG, algo que já queria fazer à bastante tempo. Mais do que isso, plantou uma semente que pretendo tratar muito bem, através de playtestings, expansão de regras, universo de jogo, tudo.

Planeio inclusivamente, daqui a uns meses, abrir um site onde terei o jogo disponível para download gratuito, com regras revistas, arte mais trabalhada e escrito em português e inglês (sim, quero disponibilizar o jogo para o maior público possível).

Quanto a se é um concurso ou não, deixo ao critério da vossa semântica, percebo o ponto de vista do Sérgio e do Rick e da Lady. Mas também como pelos vistos fui eu que provoquei a discórdia, retiro já a referência formal ao termo júri ou qualquer outra anotação prévia ou futura nesse sentido :p

O limite de palavras foi-me indiferente, eu sempre senti que ia atingir esse valor de forma natural e sem me preocupar, foi o que aconteceu. De resto o Rui já relembrou que foi apenas uma sugestão entre muitas, a Lady já respondeu, sigamos em frente.

A independência dos … avaliadores (?) para mim é uma não questão, é como diz a Lady, ou tens as palavras ou não. Não existe, uma análise profunda do conteúdo funcional do trabalho em si, o que me parece bem tendo em conta o espírito da coisa, logo não há tendencialismos ou escolhas de favoritos.

Uma questão final para o RPGénesis, planeiam efectuar isto todos os anos e se sim, qual será o critério para escolha dos temas?

Super–duper-hiper-megalístico-concurso-RPGs-AoJ, ideia gira, novo tópico. Acho que não se enquadra no espírito do RPGénesis (que me parece muito bem definido) e deveria ser tratado num evento à parte.

Nada impede de haver dois eventos de criação de RPGs em Portugal, pelos vistos existe massa critica suficiente interessada, por isso força nisso. Até se pode utilizar alguma das convenções para apresentação do vencedor final, seja Lisboa, Porto ou até Leiria. Apoio fortemente esta iniciativa e ajudarei no que for preciso, acho é que deveria ser discutida num tópico à parte, até porque merece esse tipo de destaque.

Em suma: como rampa de lançamento para a escrita, adorei o RPGénsis, para algo mais formal, façamos outra coisa.

No meio disto tudo também parece ter surgido a velha questão do RPG Tuga, isso então é para claramente assunto para outra conversa :)

A ideia era sim, ter todos os anos (se bem que quando o discutimos decidimos ver se funcionava primeiro, e depois pensar nas edições seguintes).

Como só agora é que achamos que vamos conseguir ter um evento anual e repetido, realmente ainda n decidimos como determinar o "tema opcional" de cada ano. Talvez uma votação a nível do AoJ um mês antes do evento começar? Damos uma semana para pessoas proporem temas, depois uma listagem com votação para ver qual ganha como "Tema do Ano" e, pronto, temos escolhido o tema. Ou alguém tem outras sugestões?

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https://www.abreojogo.com/files/rpgenia.jpg

Eu Escrevi Um RPG Numa Semana!

Eu gostava que fosse mais aleatório, se possível. Não sei bem como é que se faria uma coisa dessas, provavelmente algo à imagem do Iron Chef, pegar numas palavras ao calhas e com elas desencantar um tema e um jogo.

Votação julgo que pode influenciar demasiado para os gostos de uns e deixar outros para trás, sendo aleatório cada um que se desenrasque como achar melhor.

No total, os vencedores deste RPGénesis escreveram 52.425 palavras entre todos os RPGs criados, dando uma média de 10.485 palavras por autor (mais do dobro do limite mínimo). O Livro do Génesis que já foi enviado aos RPGénios no passado Domingo é um .pdf de 134 páginas A4. Nele..

..a palavra.. ..aparece..
RPG 130 vezes
jogo 262 vezes
personagem(ns) 360 vezes
história(s) 111 vezes
jogador(es) 552 vezes
mestre/MJ/GM 230
sessão 54
dado(s) 237
campanha 11
aventura 13
cena(s) 163
turno(s)/ronda(s) 60
experiência 9
teste(s) 235
acção(ões) 57
conflito(s) 116
mundo 114
ponto(s) 164
atributo(s) 153
combate(s) 93
folha(s) 70

Por acaso os honoráveis craidores não querem enviar ao digno Moi Memme uma cópia dos RPG´s criados?Aqui o Figueira está curioso ;.)

E parabéns a todos pelo esforço.

Uma pergunta estúpida:

Um tema não impede o processo criativo de alguma pessoas?

Se o Universo de criadores de Roleplay em Portugal fosse gigantesco era capaz de fazer mais sentido uma divisão por temas, mas não havendo um número grande de pessoal a escrever porque não manter um tema livre?

[quote=lbfigueira]Por acaso os honoráveis craidores não querem enviar ao digno Moi Memme uma cópia dos RPG´s criados?[/quote]O livro em .pdf que contém todos os RPGs criados é um prémio reservado aos participantes vencedores, mas claro que nada impede que cada autor mande o seu jogo a quem quiser. Da minha parte, isto é o percusso que eu para já quero partilhar, pelo menos até conseguir fazer novas sessões de playtesting. O meu texto já tem lá tudo o que é preciso, mas ainda está muito cru.

Ok,

Estava curioso para ver os produtos criados e ajudar com a experiência que tenho.Não é muita, mas é alguma :-).

Aqueles que quiserem uma opinião sobre fine tunings sobre aquilo que criaram mandem-me os PDF's.

Podes olhar para isto, se quiseres:

https://www.abreojogo.com/forum/rpg_teoria_e_sistemas/2010/09/querem_ajudar_me_fazer_um_rpg_generico_partir_do_asdc





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