Existem RPGs Portugueses?

Desde há uns anos para cá que os utilizadores do Abre o Jogo têm indagado, apoiado ou até organizado a criação de RPGs originais portugueses. Eu próprio lancei algumas ideias sem qualquer uma tivesse vingado particularmente.

Autores e entusiastas do RPG, podiam relatar e descrever aqui neste thread os vossos esforços nesse sentido? Talvez um pouco de luz sobre estes projectos motive alguma inspiração e me ajude a escrever um artigo a publicitá-los. :slight_smile:

Os meus ensaios inconclusivos:

  • O Gentlemen Explorers que está disponível na RPGnet. É um jogo incompleto e em inglês mas é de concepção portuguesa...
  • Uma tradução incompleta do Gnomes do Olivier Legrand.
  • Imensas notas impublicáveis.

Pode ser que um dia destes me saia finalmente com um jogo completo. Depende das conclusões a que chegar com a análise que tenho em curso do HeroQuest 2.0.

Sérgio Mascarenhas

Lembro-me de ler o Gentlemen Explorers e ficar com o cérebro a explodir! Agradeço as tuas respostas pacientes às minhas perguntas la na RPG.net. :slight_smile:

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…tenho o Numis, o jogo de moedas mágicas com miúdos; o Mythos, o jogo de narrativas épicas; e ainda o Timebombers sobre viagens no tempo para impedir catástrofes temporais.

E vocês?

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...errr.. não? Ashamed

Aproveito para dizer que precisamos sempre de mais playtesters! Laughing

Para já, prefiro não publicitar versões alpha.
A maior parte delas ficam pelo caminho, aprende-se com o que se fez e passa-se para outra.

Bem, o GE começou a partir de uma reflexão sobre o HeroWars. Ora o HQ2 dá muito mais que pensar...

O meu plano actual é fazer um jogo one shot onde testo o HQ2, vejo o que funciona comigo, o que não funciona e as alternativas da minha lavra (sei precisamente qual o universo de jogo que vou utilizar). Depois publico-o em formato pdf livre para ver reacções. Quando as ideias estabilizarem escrevo um rpg em pt baseado na minha versão modificada do HQ2...

Sérgio Mascarenhas

Continua com o bom trabalho!

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Eu ainda por aqui tenho no AbreoJogo as minhas notas do meu projecto, o Wish RPG. Neste RPG, os jogadores interpretam personagens que por algum acaso do destino ganharam acesso a Desejos, conferindo-lhes um poder quase ilimitado. Pensem numa exploração mais profunda da temática do Aladino, de ganhar poder potencialmente infinito. Mas sempre com um preço, seja ele ser caçado por os ter, ou poder perder os Desejos, ou mesmo perder-se a si próprio e ao mundo que conhece.

Alguns de vocês já tiveram uma introdução, e já falámos um pouco sobre ele, mas a falta de gente para o jogar impediu-me de passar à próxima fase, o playtest. Incrivelmente um dia apareceu-me um colega nosso brasileiro no MSN a informar-me que tinha experimentado o jogo com os amigos. É claro que o comentário foi que ainda precisava de bastante trabalho, mas soube bem saber que alguém que me é totalmente desconhecido apreciou o meu trabalho ao ponto de o testar. Obrigado Kriador.

Após estes contactos, decidi que realmente o jogo tinha graves falhas, e que precisava de ser levado para um novo nível. Como tal anunciei o desenvolvimento de uma versão Beta, que introduzia novas mecânicas e novos elementos. Mas mais uma vez a vida dá-nos sempre a volta e nunca consegui acabar este objectivo proposto.

Tudo isto para dizer que realmente um autor é necessário para criar um jogo, mas mais importante é ter playtesters que testem activamente o sistema. Por isso mesmo vemos na maioria dos RPGs uma lista enorme de pessoas envolvidas na sua criação. Raramente temos um génio que faz tudo sozinho. E eu sei que não sou um génio, por isso se tivesse mais 2 ou 3 pessoas a discutir o meu jogo comigo, é bem possível que o acabasse. E se o acabasse, teria muito orgulho em o publicar (lulu.com seria o mais certo).

Ainda tenho o projecto A Academia (que chegou mesmo a entrar em playtesting e a ter algumas importantes mudanças em termos de mecânica) e ainda tenho um setting meio feito da minha cabeça para um RPG num mundo meio “fantástico” dos Descobrimentos Portugueses (baseado no pressuposto que se os marinheiros achavam que haviam monstros no mar, alguma razão deviam ter)«


“HOUSE FLAMBEAU - where you teach your apprentices by pissing them off until their will to set you on fire overcomes the stactic paradigm”

“I still miss my ex-wife, but my aim is improving!”

[quote=The_Watcher]Tudo isto para dizer que realmente um autor é necessário para criar um jogo, mas mais importante é ter playtesters que testem activamente o sistema. Por isso mesmo vemos na maioria dos RPGs uma lista enorme de pessoas envolvidas na sua criação. Raramente temos um génio que faz tudo sozinho. E eu sei que não sou um génio, por isso se tivesse mais 2 ou 3 pessoas a discutir o meu jogo comigo, é bem possível que o acabasse.[/quote]Há muitos autores que sozinhos escrevem e publicam os seus RPGs, mas certamente que eles estão inseridos numa comunidade que lhes permite discutir, trocar e testar as suas ideias regularmente. Quando se lê os artigos, entrevistas, podcasts e notícias sobre o Ken Hite, Vincent Baker, Greg Stolze, Ron Edwards, etc. dá a ideia que eles se conhecem a todos e alguns deles jogam mesmo uns com os outros. Parece-me que isso é essencial para haver "génios" e para haver uma produção continuada de RPGs self-published.

Ou estavas só à espera que eu viesse aqui meter o bedelho?

–~~–

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar.

Exactamente isso que eu estava a pensar, mesmo que os autores sejam um one-man-show, têm muita bagagem por trás, nomeadamente amigos com quem discutir as ideias, e experiência. Não nos podemos esquecer também que são pessoas já viram muita coisa, que já jogaram incontáveis sistemas e que aprenderam um pouco com todos eles. Só assim é que se pode chegar a um ponto tão avançado sem mais ninguém a ajudar (ou com ajuda mínima). Não nos esqueçamos de por as coisas em perspectiva, que nenhum RPG com um sistema imenso é feito por apenas uma pessoa. É sempre uma equipa a criar coisas que se encaixam umas nas outras até terem um resultado final.

O máximo que nós poderemos almejarno nosso cantinho é conseguir fazer um joguito simples, focado para aquilo que tensionamos mostrar, e pouco mais. Fazer um sistema complexo com muitas opções de personalização e imensos complementos é algo fora do nosso alcance (pelo menos em tempo útil)

Mesmo assim vejo que não somos assim tão poucos criadores e não há assim tão poucos títulos. Se calhar se cada um désse uma mãozinha aos outros, poderiamos todos ir em frente pelo menos mais um passo nos nossos respectivos projectos. Ou mesmo chegar a produto final, mas isso já é um desafio, não é?

Talvez devessemos desencantar um círculo de designers que dessem feedback e material adicional de maneira informal. Talvez aqui no AbreoJogo?

Se for no intuito de tornar possível a publicação de um jogo de certeza que posso gastar mais uns neurónios num jogo que não seja da minha criação.

Continua o problema do playtest…

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Eu? Eu brinco, mas não gozo… :slight_smile:

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[quote=jrmariano]Talvez devessemos desencantar um círculo de designers que dessem feedback e material adicional de maneira informal. Talvez aqui no AbreoJogo? Se for no intuito de tornar possível a publicação de um jogo de certeza que posso gastar mais uns neurónios num jogo que não seja da minha criação. Continua o problema do playtest[/quote]

Quanto ao playtesting, já aprendi bastante nas poucas ocasiões que tive para experimentar as minhas criações - não só em relação aos jogos testados, mas também na forma como o playtesting serve propósitos diferentes dependendo de quão bem definido o RPG já se encontra. Em qualquer ocasião, é precioso.

A ideia de "um círculo de designers que dessem feedback e material adicional" é algo que já tentamos com o nosso grupo aqui no AoJ, não é? Talvez fosse bom algo menos formal, no sentido de ser mais um caderno de ideias ou um diário de bordo dos vários autores. Algo menos "o meu RPG é isto, o que é que vocês acham?", e algo mais "se eu quiser fazer um RPG assim, a criação de personagem poderá ser assado?" ou "nunca joguei nada que tivesse uma regra assim, alguém já experimentou isto antes?" ou "relembrem-me porque é que muitos sistemas de combate têem iniciativa - não sei se vou precisar dessa mecãnica" ou "porque ordem é que devo explicar o meu RPG, começo por onde?" ou etc., etc., etc. qualquer coisa que nos passe pela cabeça relacionada com a criação de RPGs. Dito de outra maneira, se nós conseguíssemos em dois ou três paragráfos explicar a nossa ideia a qualquer pessoa e tudo fazer sentido à primeira, para que é que precisávamos de ajuda? :) Acho que devíamos deixar de tentar apresentar tudo direitinho logo ao primeiro post e falar mais da nossas dúvidas e dificuldades.

Talvez ajude se o grupo for mais privado? As pessoas sentir-se-ão menos expostas.

Outra coisa, o tópico pergunta por RPGs em língua portuguesa ou RPGs feitos por portugueses?

Um grupo privado mas de fácil convite se o admnin fosse solicitado parece-me o melhor. O foco e o propósito de discussão que sugeriste só depende mesmo dos iniciadores da discussão e comentadores. No grupo sempre se podia pôr umas linhas orientadoras nesse sentido.

A ideia era mesmo RPGs nacionais por isso presumo que sendo em outra língua não deve ser grande problema.

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Não acho que seja necessário um grupo privado, por exemplo se vires a Forge, o fórum de First Thoughts (local onde o pessoal expõe as suas ideias para jogos) está completamente disponível até se não tiveres logado.

Acho que o acesso fica mais fácil dessa maneira, o que me parece mais produtivo para o propósito em causa.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Bem, talvez o ponto de partida seja termos uma ideia dos projectos que cada um tem na cabeça. Vou começar um fórum à parte para isso mesmo.

Quanto à língua, penso que há três alternativas, o português, o inglês e as outras. Começando pelo fim, as outras é a tratar em termos de tradução do que se faça em português ou em inglês. O português deve ser o objectivo final, ou seja, a publicação de um jogo na nossa língua e adaptado ao nosso mercado. O inglês surge-me como uma solução intermédia: permite testar e discutir ideias em fóruns em língua inglesa que têm bastante mais movimento e experiência que os tugas.

Sérgio Mascarenhas

PS Já abri o fórum, é aqui: https://www.abreojogo.com/forum/rpg_geral/2009/07/projectos_em_torno_do_rpg.

É que pareces ter-te esquecido disto:

The 101
Ephebos
Big Brother Zombie
Filth & Fury

(tudo coisas que podem ser vistas no Ideonauta)

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar!

Ah, mas esses projectos são teus. Queria que viesses falar deles, claro! :slight_smile:

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