Frade

LUCIUS, Male Religious, Charismatic2: Init +0; Defense 11; PF/PV 8.6/12; Atk +0 melee, +1 ranged; SV Fort +3, Ref +2, Will +4; Rep +2; Str 8, Dex 10, Con 12, Int 13, Wis 14, Cha 16.
Skills: Bluff +7, Diplomacy +9, Gather Information +9, Intimidate +7, Knowledge (behavioural sciences) +5, Knowledge (history) +5, Knowledge (theology and philosophy) +6, Perform (act) +7, Perform (sing) +7, Sense Motive +6.
Feats: Iron Will, Simple Weapons Proficiency, Trustworthy.
Talents: Charm.
Languages: Comum, Paternal.

Tendo sido um dos acólitos mais promissores do teu tempo, seria de esperar que a tua ascensão dentro da hierarquia do Priorado tivesse sido mais rápida. Mas, ao que parece, o Legado Carson Muir tinha outros planos para ti.

Segundo te foi dado a perceber, a tua personalidade conseguia mais efeito junto da população, enquanto frade, do que no interior da Mesa de Contemplação, enquanto prior.

Por ti, tanto melhor. Tinhas facilidade em mover-te nos diversos círculos de Emerson e as pessoas pareciam ouvir-te com facilidade. Ainda assim, observavas impotente ao decréscimo de fiéis na Casa do Primeiro Pai.

É, pois, no sentido de alterar essa tendência, que o Legado te chama à sua presença, no Paço Paternal:

"Diz-me, meu filho Lucius, até que ponto estás comprometido com a nossa causa?"

Olhando em redor do Paço, como se notasse algo entusiasmante no brilho da luz, faço um meio sorriso de auto-realização e digo:

"Caro Legado, forte é a minha convicção em servir a nossa Casa enquanto os meus membros sejam fortes os suficientes para ajudar a abrir as nossas portas a quem precise do nosso acolhimento. Em como poderei ajudar o Priorado?"

"Tens assistido, por certo, à escassez de fiéis que se deslocam à Casa d’O Primeiro Pai. E à velocidade contrastante a que se sucedem os avanços tecnológicos. E à crescente onda de poluição que se propaga das fábricas. Fábricas essas cujos responsáveis são os primeiros a não pôr os pés no templo para absorver A Palavra. — faz uma ligeira pausa.

"São tempos nefastos estes em que vivemos: em que cada vez mais gente se afasta dos puros ensinamentos d’O Primeiro Pai.
Custa-me pensar que sejam essas mesmas pessoas a decidir sobre se A Arca deve ou não ser explorada.
A Arca, que é fonte de vida! A Arca, que é sagrada desde os tempos da Fundação! — exclama, de olhos abertos.

“Irmão Lucius — continua — venho perguntar-te: tens alguma solução para contrariar esta tendência diluviana?”

"Caro Legado, a palavra surge-nos triunfante vinda dos céus, e é por isso que peço a sua benção para em seu nome ter uma audiência com os fieis responsáveis pelo nosso sector industrial. De certeza que a Palavra encontrará um repouso certo nos seus corações quando proferido pelo fôlego vivo de um seus Priores" - digo com um olhar fixo e um tom quase monocórdico.

Virando demasiado subitamente a cabeça para o lado direito reafirmo também - " Mas não duvido que nas próximas congregações todos os nosso irmãos do Priorado conseguirão demonstrar através da glória anunciada d'O Primeiro Pai que a Arca é um objecto de tranquila contemplação e não de invasão desmedida."



"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

Ele ouve-te atentamente. Porém, mal acabas de falar, ele responde, olhando o chão:

"Sim, sim... mas irmão Lucius, primeiro terás que mostrar ser digno d'O Primeiro Pai. Terás que jejuar durante três dias, para depois seres levado até à Arca. Aí, se fores digno d'Ele, serás agraciado com uma visão." — diz-to como se a pergunta dele tivesse sido de retórica e já tivesse uma solução para te apresentar.

"Assim o farei, Caro Legado. Com a sua permissão irei retirar-me." digo, planeando mentalmente o modo como passarei as horas seguintes em contemplação e oração.

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

O Legado relembra que só se conseguires limpar a mente de todo o materialismo que envenena a mente de todos em Emerson conseguirás ser veículo da mensagem d'O Primeiro Pai.

Ou seja, faz os seguintes lançamentos:

1d20+1

1d20+3

Roll(1d20)+1:
5,+1
Total:6

Roll(1d20)+3:
1,+3
Total:4

OOC: Parece que o materialismo e outros interesses mais profanos deram mesmo cabo da concentração do nosso Lucius! Eh, eh... Mais tem a provar então.

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

[OCC: O primeiro teste era de Concentração e o segundo de Fortitude.]

Parece que não conseguiste deixar que a mente voasse alto durante os três dias em que estiveste confinado à tua cela. E, uma vez que a tua mente não conseguiu alhear-se das coisas terrenas, o teu corpo sentiu um maior desgaste e tu agora sentes-te um pouco cansado. [Perdes 1 PF.]

És levado até um descampado e o prior que te acompanhava indica-te uma direcção. Terias que seguir o resto do caminho sozinho — era a primeira vez que ías até à Arca e (sem saber o que irias encontrar) esperavas ser digno d'O Primeiro Pai.

Vamos ver se, mesmo com o corpo e mente em baixo de forma, a tua alma consegue ser veículo da mensagem divina.

[Faz um teste de Will.]

Roll(1d20)+4:
13,+4
Total:17

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

Os teus passos levantam muita poeira.

É então que chegas à tal brecha na falésia — o Legado referira que para chegares À Arca terias que entrar por aí, e que, quando avistasses a Arca, logo a saberias reconhecer.

Pauso por alguns minutos pesarosos defronte da brecha, refrescando-me na sombra que parcialmente cobre o meu corpo. Hesito…

“Os meus pensamentos andam muito turvos ultimamente. A clareza já devia ter-me inundado com a sua luz fulminante. Traz-me essa pureza, Grande Pai. Não por mim mas para que possa enaltecer a justeza da tua visão.” - penso repetidamente como se esse padrão podesse trazer ordem ao meus caos interior.

Avanço decidido no momento que a sobre me bate na zona do torax.

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

Ao saires pelo canhão da falésia deparas-te com a mais assombrosa visão (para usar as tuas próprias palavras).

A Arca.

Sempre que a tentaras imaginar na tua mente nunca tinhas chegado a um ínfimo do que era de facto. Pela sua dimensão, pela sua simplicidade e, ao mesmo tempo, pela sua magnificiência, pelos seus detalhes... era de tirar a respiração!

A sua superfície, em alguns pontos, reflecte as colinas.

Aproximas-te.

Devagar, apreciando a majestosidade d’a Arca, faço do meu caminho o caminho do homem pio, com a reverência que lhe compete.

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

A noite vai caindo. As luas desenham dois quarto-crescentes no céu violeta-alaranjado. A superfície espelhada d'A Arca retribui todo esse colorido e tu sentes-te envaidecido por teres sido escolhido para testemunhar tamanha beleza.

Continuas ainda umas horas a absorver cada momento mas o cansaço leva a melhor e adormeces numa saliência rochosa.

No teu sono, recordas as palavras do Legado Carson Muir:

«Irmão Lucius, lembra-te: só se te mostrares digno d'O Primeiro Pai conseguirás ser veículo da Sua mensagem, plena de sabedoria. Serás agraciado com uma visão, que tanto poderá ser de esperança —que não terás dificuldade em reconhecer—, como uma premonição sobre a descida nefasta do Anjo Negro. Se fôr esse o caso, O-Primeiro-Pai-não-o-queira, são vários os sinais que te permitirão reconhecer o Fantasma-do-Passado...»

Acordas com um <BEEP> seguido de um <SWUUSH>. Ainda com os olhos semi-cerrados avistas uma silhueta luminosa, que paira sem tocar o chão numa varanda d'A Arca.

«Surgirá com corpo humano, envolto numa aura de luz enganadora — o seu tom azulado reminisciente da Terra-mãe, onde o Pecado Derradeiro teve lugar...»

A figura avança, mesmo sem mexer as pernas. Carrega uma mochila, vários aparelhos que não consegues reconhecer, e usa um capacete que não te deixa ver a sua cara.

«Ostentará Artefactos do passado, tal como techno-armas de destruição maciça e máscaras anti-gás — já que o ar da Terra-mãe se tornara irrespirável como resultado da acção do Homem...»

Passado alguns minutos a figura roda sobre si mesma e regressa ao interior d'A Arca, ao que se abre uma porta (que lança uma nuvem de vapor para o exterior) e o Fantasma-do-Passado desaparece.

«De novo é enganador na sua calma aparente, já que apenas observa o despontar da destruição trazida pelo Anjo Negro e, com a mesma ausência de sentimentos, vira costas ao povo sofredor, regressando à Arca que encerra em si o princípio e o fim, o Alpha e Omega.»

Devastado por tal visão mantenho-me estático por largos minutos. “O que significará esta visão, neste momento tão crucial para a nossa comunidade? Estou confuso.” penso tortuosamente.

Espero algumas horas por uma nova visão com a esperança infíma que o Fantasa-do-Passado apareça de novo e nesse momento repare em mim.

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

[PF de volta ao normal.]

O que o Legado mais te pediu foi que fosses expedito no caso da visão apontar para o pior cenário. Terias que ir a correr ter com ele ao Distrito Paternal para, juntos, decidirem o que fazer.

Regresso de depois de duas horas de espera cometendo na minha memória tudo o que presenciei para depois relatar fidedignamente ao Legado.

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa