Frade

LUCIUS, Male Religious, Charismatic2/Dedicated1: Init +4; Defense 12; PF/PV 12.0/12.-10; Atk +0 melee, +1 ranged; SV Fort +4, Ref +2, Will +5; Rep +3; Str 8, Dex 10, Con 12, Int 13, Wis 14, Cha 16.
Skills: Bluff +7, Diplomacy +9, Gather Information +9, Intimidate +7, Knowledge (behavioural sciences) +5, Knowledge (history) +5, Knowledge (theology and philosophy) +7, Listen +3, Perform (act) +7, Perform (sing) +7, Sense Motive +7, Spot +3, Survival +3, Treat Injury +5.
Feats: Improved Initiative, Iron Will, Simple Weapons Proficiency, Trustworthy.
Talents: Charm, Healing Knack.
Special Abilities: Telepathy, Time Slip. Defects: Fragile.
Languages: Comum, Paternal.

Para além das palavras avulsas do homem ferido, Lucius sentre extrema preocupação por parte dos outros dois. Mas mal tem tempo de digerir bem o sentimento, porque logo se ouve uma imensa explosão >BRAKADOOM< que os atira aos três ao chão e obriga Lucius a encolher-se com o impacto.

Há detritos a voar por todo o lado e uma coluna de fumo negro mistura-se agora ao fumo cinza que já subia aos céus. Nisto, há um segundo rebentamento e Lucius apercebe-se de que uma das chapas metálicas vem a girar pelo ar, mesmo na sua direcção, a grande velocidade.

O instinto de Lucius é encolher-se, mas tudo fica negro e, quando dá conta do ocorrido, apercebe-se de que a chapa metálica não chegou sequer a roçar-lhe. Pelo contrário, ao olhar para trás, assiste aos últimos segundos de vida do deinocavalo que, para seu grande choque, não tinha conseguido fugir à chapa metálica uma vez que se encontrava preso ao riquexó.

No entanto, não era esse o maior motivo de admiração dos operários: “Primeiro desaparece, agora são dois?” perguntam-se, em uníssono. E, de facto, Lucius apercebe-se da presença de outro de si mesmo.

Outro ele.

Outro Lucius.

Perplexo, Lucius, deslocando-se com dificuldade por entre um turbilhão de pensamentos (“EstouLoucoNãoPodeSer! DoisSãoUmUbiquidadeSinalSantidade! PaiQueEstásNaCúpulaNãoImpossível! CorrerRespirarDormirControla-te!”) chega à possibilidade confortável de que é apenas um caso de visão dupla devido à luz que lhe fere os olhos. Fecha por instantes os olhos e abre-os com a esperança vã de que o seu doppelganger tenha desaparecido… “Não! Mas como é possíve…”.

A sua perna dá um passo em frente e o seu braço levanta-se para tocar na figura que o defronta exactamente na ferida que o seu duplo mostra na fronte da sua cabeça.

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Ainda assim, a presença do outro Lucius tranquiliza-te. E ele chega mesmo a falar contigo, directamente com a sua mente:

"Acalma-te. Eu sou tu e tu és eu. O Primeiro Pai assim o quis."

Sentes uma carícia aveludada que resfria os teus pensamentos aflitivos e, logo a seguir, concentras-te em algo que te obriga com urgência: "não saiu a tempo", "o fogo", "alguém o acuda" — confluem os pensamentos dos operários.


Passo a explicar:

Time Slip: Consegues "saltar" vários segundos à frente no tempo. Para quem estiver perto de ti parecerá que desapareceste, apenas para, alguns segundos mais tarde, aparecerem dois de ti — o Lucius do "agora" e o Lucius "desaparecido". Ambos agem como um duplicado do original e, no final do "salto" um dos Lucius desaparece para alguns segundos no passado.

A duração do Time Slip é de até 5 rondas (ou seja, até 30 segundos) por dia.

Seguem ambos em direcção ao edifício em chamas para tentarem resgatar esse "alguém" que terá ficado para trás.

"Talvez se nos concentrarmos nos seus pensamentos." — sugeriu o outro Lucius.

E, de facto, pouco depois de entrarem logo começaram a captar os seus pensamentos: "raios partam" e logo conseguiram, em conjunto, dar com ele no meio da fumaça, puxando-o para o exterior.

Nisto, enquanto o outro Lucius ajuda o acidentado a caminhar, tu... simplesmente, desapareces!

Na verdade, voltaste um pouco atrás no tempo, até ao momento em que (há pouco) tinham aparecido dois Lucius. Uma vez que acabaste agora mesmo de passar pela experiência, reconfortas o outro Lucius (que está algo confuso), dizendo telepaticamente:

"Acalma-te. Eu sou tu e tu és eu. O Primeiro Pai assim o quis."

Ele acalma-se e logo seguem para o interior do edifício em chamas para tentarem resgatar quem tivesse ficado para trás. Encontram-no rapidamente, concentrando-se nos seus pensamentos e, uma vez no exterior, enquanto o ajudas a caminhar, o outro Lucius desaparece de vez.

[Well, espero que tenhas ficado com uma boa noção do que se passou!] <hehehe>

[Ilustração no próximo post!]

Uma vez fora do edifício em chamas os voluntários acercam-se de vocês, pegando no pobre homem acidentado. Este, parece surpreso por te ver ali e não consegues deixar de "ouvir" os seus pensamentos: "O Lucius, aqui?"

E logo se aproximam os outros três que tinham saído do edifício mais cedo. Isto, momentos antes da explosão final que derruba parte da cobertura do segundo piso.

Derrubado pelo impacto da explosão Lucius não deixa de olhar com atenção o homem que perto dele parece demonstrar dúvidas quanto à sua presença. Será que o conhece de algum lado?

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Ele comenta com os colegas: "A presença do Priorado só pode indicar uma coisa: o Anjo Negro está entre nós..." — e depois, voltando-se a todos os trabalhadores que, à sua volta, tinham sido lançados ao chão pelo rebentamento: "Camaradas! Amigos! Vejam quem temos entre nós: um membro do Priorado! E nem sequer é dia de inauguração... (ri-se), isso só pode querer dizer uma coisa...

É interrompido pelo ror de trabalhadores que a ele se ajuntavam:

"São os dias do Anjo Negro!", "O Anjo Negro vem aí!" ou ainda "Pai perdoa-me que pequei!"

[Desculpa lá a delonga — agora podes contar com um post novo a todas as 2ª-feiras!]

Lucius não conseguia relembrar-se de onde é que o homem que acabara de salvar o poderia reconhecer. E, absorto nos seus próprios pensamentos, não cuidou de acalmar a multidão que, pouco tempo depois, já chegava à conclusão de que o melhor a fazer seria regressar toda a gente para o centro da cidade, para poderem passar os seus últimos dias com a família e os amigos, e rezar para que o Primeiro Pai não fosse muito duro no seu julgamento.

Assim sendo, a maioria dos trabalhadores segue para a cidade, em tom de procissão.

Lucius tenta demovê-los, mas os trabalhadores já estavam decididos, ainda que lhe agradecessem os esforços.

Derrotado, Lucius retoma a procura do acidentado — um tal de Engenheiro Gonzowski, veio a saber. Não estava à vista. Teria seguido com os restantes trabalhadores de volta à cidade...?

Decide voltar para a cidade no riquexó. E, pelo caminho, vai falando com os trabalhadores fabris que encontra, tentando acalmá-los:

"Tenho confiança de que O Primeiro Pai está convosco e, se fordes fiéis aos seus ensinamentos, não deixará de olhar por vós nestes tempos difíceis!"

Mas não encontra o tal Engenheiro pelo caminho. No entanto, de volta à cidade, parece-lhe vê-lo a caminho do centro. Lucius segue-o até ao momento em que parece aproximar-se de... "mas é o Legado Muir!" com o seu hábito encarnado, diante de uma multidão.

Lucius tenta auscultar os pensamentos do Engenheiro mas não consegue "ouvir" nada. Entretanto, apercebe-se de que, a ladear o Legado Muir, se encontram três priores de hábito violeta... mas, do Engenheiro, nem sinal — desapareceu sem deixar rasto. Ter-se-ia misturado na multidão? Lucius olha em volta e, só agora se apercebe que, também aqui, o caos tinha estalado: o edifício para o qual se voltava o Legado Muir tinha sofrido um incêndio apenas há algumas horas atrás...!

Nisto, o Legado dirige-se à multidão:

"Irmãos, em verdade vos digo: o Anjo Negro está para chegar! Tendes que fazer uma introspecção para tentar responder à seguinte pergunta: Será que eu sou um espelho d'O Primeiro Pai? Será que os seus ensinamentos encontram em mim um seguidor convicto?" — e, depois de uma breve pausa (em que um dos priores se lhe aproxima dizendo qualquer coisa), continua:

"Irmãos, graves notícias acabo de receber(!): ao mesmo em que deflagrava este acidente nefasto no centro da nossa amada cidade, não muito longe de nós acontecia algo semelhante...!" — e, depois de engolir em seco: "Também no Hexágono a acção poluta do Anjo Negro se fez sentir." — ao que baixa a cabeça e, num tom mais grave: "Oremos."

Um dos priores parece ter-te visto e está a tentar chamar-te para junto do Legado.

Meu caro Lucius, subiste de nível!

Sobes em Charismatic ou queres ter um nível numa outra classe?

O Legado Muir continua:

"Irmãos, não é coincidência estarmos aqui reunidos num dia tão destrutivo para a nossa cidade! Este é um claro sinal de que O Primeiro Pai nos está a dar uma oportunidade...! — olha atentamente a multidão.

"Uma oportunidade de nos salvarmos através d'Ele, através da cooperação entre os seus Filhos, que somos nós, e através do abandono de práticas desaconselhadas desde tempos imemoriais..." — nisto, alguém na multidão o interrompe com frases de ordem:

"NÃO-AO-REFERENDO! NÃO-AO-REFERENDO!" — o que rapidamente junta quase toda a multidão numa só voz. O Legado Muir levanta os braços, pedindo que se silenciem.

"Calma! Muita calma, meus irmãos! Eu sei que vos tenho pedido que votem Não no referendo. Mas não confundam esse meu pedido com o que nos trouxe aqui hoje! É a demanda da salvação; é a luta contra a acção implacável do Anjo Negro; é ter uma vida baseada nos ensinamentos d'O Primeiro Pai: é respeitarmos a natureza, é respeitarmos o próximo, é respeitarmo-nos a nós próprios." — faz uma pausa perante o clamor da multidão: "E é conseguirmos retirar algo dos acontecimentos de hoje: de que talvez o desejo desenfreado pela evolução tecnológica, sem olhar a meios, nos possa ser mais prejudicial do que seria de esperar! E de que certamente O Primeiro Pai continua a velar por nós, e a defender-nos do Anjo Negro!" — a multidão fica uns segundos em silêncio para logo recomeçar com as mesmas palavras de ordem de há pouco.

Lucius, tendo contornando a multidão pela esquerda, chegava agora junto dos Priores. O Legado Muir mostra-se deliciado com a reacção da multidão e, quando se lhes dirige outra vez pedindo silêncio, surge alguém que o interpela:

"Não creio que essa conclusão seja a mais correcta, distinto Legado!"

O Legado, e a sua comitiva, mantêm-se em silêncio. A multidão volta-se na direcção do novo interlocutor. Ou melhor, da nova interlocutora — era Elaine, Membro do Conselho, o órgão administrativo de Emerson. Esta, confirmando ter a atenção de toda a gente, continua.

Elaine: "O meu papel não é discutir teologia."

Legado: "Conselheira Elaine, vejo que se juntou a nós." — em tom irónico: "Alguma questão em que a possamos esclarecer?"

Elaine: "Sim, por favor explique-nos caro Legado, pois não consigo perceber, como é que O Primeiro Pai e o Anjo Negro provêm da mesma fonte?"

Legado: "A luz e a sombra caminham de mão dada."

Elaine: "Os acontecimentos de hoje, embora terríveis, têm que servir para nos alertar para o futuro! Será que isto se tinha passado desta forma caso os voluntários tivessem mais meios disponíveis? Só O Primeiro Pai sabe como é que eles se têm conseguido desenrascar sem acesso a tecnologia mais avançada...!

Legado: "Sim, Conselheira Elaine, já todos sabemos de trás para a frente os seus argumentos. Não tente ludibriar o povo de Emerson com demagogia!" — sorrindo para a multidão.

Elaine: "Não me insultes, Muir! Sabes tão bem como eu que o Anjo Negro não teve nada a ver com os acidentes de hoje! Muito pelo contrário! Eu não me admirava nada que os peritos viessem a encontrar provas da acção de terceiros entre os escombros!"

Legado: "Cuidado, Conselheira Elaine. O Anjo Negro é o inevitável portador da retribuição."

Elaine: "Qual Anjo Negro, qual quê!? Acreditarei quando me disserem, sem sombra para dúvidas, que não se tratou de sabotagem! No Anjo Negro só acredito vendo!"

Estas palavras dividiram a multidão e, se alguns conseguiam esboçar algumas teorias, já o Legado achou melhor retirar-se, dizendo entre dentes:

"Com essas palavras hás-de vê-lo mais cedo do que julgas, minha querida Elaine!" — e, voltando-se para a multidão em tom conclusivo: "Ficamos pois à espera do relatório dos peritos. Não me admirava que encontrassem provas do envolvimento de um partidário da sua causa...!"

E, perante o ar incrédulo da Conselheira e o murmúrio da multidão, o Legado Carson Muir afasta-se, seguido da sua entourage.

Lucius, depois de se recuperar do impacto dos últimos acontecimentos tumultuosos, testemunha o aparecimento de uma ideia súbita no seu consciente: “Será que existem serpentes no Paraíso?”

O frade, aproxima-se de novo do Legado Muir e fazendo conversa aparentemente inócua sobre a Conselheira e da sua falta de fé sonda os pensamentos superficiais do Legado acerca desta.

“As mentes do homem nunca foram um mistério insondável para O Primeiro Pai quando os seus corações eram puros. Que a sua omniscência seja a minha por meros momentos.”

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Lucius, tendo assistido ao acidente na fábrica percebe que parte da sua vocação também é ajudar o próximo.

Assim, faz multiclass com Dedicated, escolhendo Healing Knack como Talento e Improved Initiative como Feat.

Healing Knack - Ganhas um bónus de +2 em Treat Injury.

O Legado Muir dá-te a entender que, por causa dos últimos acontecimentos, o melhor a fazer seria mesmo reunir em privado com o Conselho da Cidade. E que: "Tu és mesmo a pessoa indicada para te dirigires a eles, irmão Lucius! A verdade é que eles já todos me conhecem de longa data... Já conhecem bem o que defendo." — consegues captar-lhe um pensamento muito forte: «tudo se há-de resolver». Após uma breve pausa continua: "Agora tu, Lucius... tu és jovem e consegues exprimir-te duma forma mais acolhedora. E, para além disso, O Primeiro Pai agraciou-te com uma visão do Fantasma-do-Passado. Isso quer dizer que tens um papel muito importante a desempenhar, caro Lucius." — voltas a captar-lhe um pensamento muito forte: «um papel muito importante».

Os priores escutam com atenção a vossa conversa mas sem intervirem. E lá continuam o vosso caminho até ao Distrito Paternal. Pouco depois, o Legado conclui:

"No entanto, apenas um Prior pode representar o Priorado perante o Conselho." — e, depois duma breve pausa: "Estás pronto a aceitar o desafio?"

No fundo, o Legado está a propôr-te que ascendas na hierarquia do Priorado. A reacção dos outros priores é algo contida, chegando apenas um deles a dizer: "Que grande honra, Lucius."

Lucius, como os restantes, mantém-se em silêncio durante o resto da viagem. Sem conseguir, no entanto, captar nenhum pensamento da parte de nenhum dos acompanhantes...

Uma vez no templo, o Legado diz-lhe que se prepare pois irá receber o hábito de Prior assim que todas as diligências tenham sido tomadas:

"Hoje, pela primeira vez, poderás entrar no pátio interior*, para meditares em comunhão com O Primeiro Pai."

Um dos priores acompanha Lucius até à sua cela, ficando à sua espera no exterior para que, no regresso, Lucius possa entrar no pátio interior sem oposição. "Espero-te até antes da próxima Hora, irmão Lucius?"

* Só têm acesso ao pátio interior os títulos hierárquicos mais elevados do Priorado, como sejam os Priores e o próprio Legado. Aos Frades e Acólitos o acesso é-lhes vedado.

Não tardou muito para que Lucius voltasse a sair da sua cela para, acompanhado pelo prior que o esperava, se dirigir à entrada do pátio interior. Aí esperavam-no os restantes priores a quem, pouco depois, se junta o próprio Legado. Este dirige-se a Lucius:

"Sê benvindo à casa d'O Primeiro Pai, Ele que mora no interior de todos nós. Lucius, vais ser aceite no Seu seio e, com o Seu abraço esclarecido, as tuas preces serão ouvidas." — os priores sobem os degraus que seguem até à entrada do pátio interior e, abrindo-a, fazem-te sinal para que entres.

Lá dentro, sentes o cheiro a incenso. Tem um aroma diferente, que só tinhas sentido na presença dos priores e do próprio Legado. Agora, também tu passarás a emanar este cheiro.

Os priores, em procissão, levam-te até uma porta do outro lado do claustro. E é então que o Legado se aproxima de chave na mão, dizendo:

"Irmão Lucius, tu que foste agraciado com o dom da visão irás meditar na penumbra, onde deverás procurar o abraço d'O Primeiro Pai." — e, numa série de movimentos teatrais, pega no teu novo hábito e estende-o no chão, para que passes por cima dele ao passar pela porta. <KAH-LANG> Dá a volta à chave e abre a porta, convidando-te a entrar: "Entra, frade Lucius."

O interior da sala tem pouca luz e parece ser algo enevoado. No entanto, o cheiro a incenso é menos intenso, e Lucius entra, confiante. <KAH-LANG> De novo a chave roda na fechadura. Parece que a meditação é mesmo para levar a sério...

Antes de os priores se afastarem, consegues "ouvir" alguém pensar: «Antes ele que eu...»

"Como assim...?" — chegas a perguntar, mas a porta já estava mais que trancada. No entanto, desconfias que algo não é o que parece. Ainda assim, vestes o teu novo hábito que, aparentemente, não emana o mesmo cheiro a incenso como o dos outros priores, ainda que da mesma côr.

Sentas-te perto da entrada e, pouco depois, os teus olhos lá se vão habituando à diferença de luminosidade. Então, consegues discernir algumas formas na penumbra: os traços da ornamentação do edifício, a dança de alguns raios de luz muito ténue, a silhueta de uma forma circular com menos de um metro de altura. O que seria aquilo?

Apesar da curiosidade, não te queres aproximar. No entanto, questionas-te se aquilo seria mais uma das visões d'O Primeiro Pai ou se algo mais. E é aí que a forma circular parece mexer-se, despertando a tua atenção. A parte superior abre-se num padrão floral, mostrando o seu interior em tons alaranjados. Sob esta primeira camada alaranjada parece haver mais movimento e, o exterior que até agora aparentava uma textura quase rochosa, parece ficar semi-translúcido, deixando entrever uma forma no seu interior.

De repente, algo salta do interior daquele casulo em direcção à tua cara(!), como duas mãos querendo apertar-te o pescoço. E teriam conseguido agarrar-te, dado o ímpeto daquele salto, não fosse já estares desconfiado... e, à velocidade de um reflexo inato, desapareces em pleno ar — só para voltares a aparecer passados uns segundos, com outro Lucius ali ao lado [Time Slip].

Lucius já não se encontrava sozinho na sala onde acabara de entrar. Para além de si próprio, um duplo de si mesmo também se encontrava na mesma sala. Este último, sobressaltado, relembra-o da criatura que, ainda há pouco, lhe saltara para cima. Ao que Lucius, num ápice, volta a atirar-se contra a porta, na tentativa de a abrir: está trancada por fora, e o pior é que abre para dentro… O duplo, atento às movimentações da criatura (que se teria escondido nas sombras), aponta para uma outra porta, do outro lado da sala. Lucius corre então para essa porta que, para seu espanto, se encontra aberta. Abre-a num só movimento mas congela à entrada. Não consegue mover-se perante o horror a que assiste: pendurados na parede oposta e no tecto encontram-se alguns cadáveres (sem dúvida de frades, dado o corte de cabelo) embebidos no que parece ser um muco empedernido que os cola à parede e ao tecto. Ambos mostram expressões faciais que refletem a mais terrível dor e,… Lucius dá um passo atrás — o espectáculo era por demais horrendo! Volta a fechar a porta, não ouvindo o murmúrio que vem lá de dentro: “o... in-cen-er-er-er-sooo ZSHHH-BEEP”. Lucius, porta fechada, volta-se de novo para o duplo, como que a pedir-lhe que lhe explique o que acaba de ver. O duplo, apenas por uns instantes, olha-o com complacência, ao que é surpreendido pela criatura que, esticando-se pelo ar, salta da parede uns bons 3 metros agarrando-se à sua face com as suas pernas (parecidas com finos dedos), e amarrando a sua cauda preensíl à volta do seu pescoço, sufocando-o. O duplo mal consegue debater-se e, pouco tempo depois, cai ao chão, com a criatura a envolver-lhe a cabeça.

[BLACK OUT]

Lucius regressa de novo a estes últimos segundos. De início não percebe muito bem o que se estava a passar, mas logo se lembra da criatura e do que acabara de ver na outra sala. O duplo, atirava-se contra a porta por onde entrara ali ainda há pouco, mas estava trancada. Lucius, atento às movimentações da criatura, aponta a outra porta. O duplo apressa-se a abri-la, congelando à entrada, tamanho o horror que assistia na nova sala. Lucius procura no chão algo com que se possa defender da criatura. O duplo dá um passo atrás, horrorizado, voltando a fechar a porta. No entando, Lucius consegue ouvir distintamente o murmúrio que perpassa: “o... in-cen-er-er-er-sooo ZSHHH-BEEP” — o incenso, pensa Lucius, claro! O duplo, porta fechada, volta-se para Lucius, como que a pedir-lhe que lhe explique o que acabava de ver. Lucius, percebendo o que estaria a passar-se, fita-o por uns instantes mas é surpreendido pela criatura que, esticando-se pelo ar, salta da parede uns bons 3 metros e se agarra à sua face, amarrando a sua cauda preensíl à volta do seu pescoço, começando a sufocá-lo. Lucius mal consegue debater-se e, pouco tempo depois, cai ao chão, com a criatura a enfiar-lhe um tentáculo boca adentro.

O duplo desaparece, ficando na sala apenas Lucius vestido no seu novo hábito violeta… e a criatura.