Hoy, :)
[quote=Rui]Um RPG sem GM é como uma peça de teatro sem director[/quote]
Esta afirmação é demasiado forte! Assume que:
1) Um RPG é como uma peça de teatrro, o que eu discordo alarvemente! Quando muito, podes dizer que um RPG é como teatro improv, mas mesmo assim, só é aplicável a alguns RPGs. Chamar teatro, mesmo improv, a D&D, por exemplo, é bizarro!
2) Num RPG com GM, esse GM faz o papel de director de uma peça de teatro, o que eu também discordo. Um director de uma peça tem algumas ordens de grandeza mais controlo sobre os actores do que um GM é suposto ter sobre os restantes players, a não ser que sejas apologista do railroading.
[quote=Rui]não é um RPG, é um conjunto de regras para que vários amigos se sentem à mesa a contar uma história[/quote]
Argh! Ok:
1) No contexto de RPGs, a única definição funcional de história que eu alguma vez ouvi foi: História = Sequência de eventos imaginários que ocorrem durante o jogo. Aceitando esta definição, torna-se mais ou menos óbvio que [i][b]todos[/b][/i] os RPGs são "um conjunto de regras para que vários amigos se sentem à mesa a contar uma história", desde o bom e velho D&D até ao esotérico Polaris. Não aceitando, bom, impõe-se apresentar uma definição alternativa.
2) Mesmo tentando extrapolar outra definição de história, isto continua a pressupôr que todos os RPGs sem GM são só acerca das histórias, quando na realidade, existem RPGs sem GM à base de crunchy Hack'n'Slash!
Espero ter conseguido pelo menos demonstrar que as coisas não são assim tão simples. :)
[quote=Rui]para quê esforçar-me a apresentar argumentos que o outro lado não vai ouvir?[/quote]
Mesmo sendo mais ou menos óbvio que estavas só no gozo, não quero deixar de responder a isto, para alguém que possa ficar com essa opinião depois deste meu post. Malta, a verdade é que todas estas coisas que vocês estão a dizer agora, eram exactamente as coisas que eu andava a dizer há quatro ou cinco anos atrás. Só que entretanto encontrei gajos patentemente mais inteligentes que eu, cujo trabalho me fez ver que há mais nesta coisa do RPG do que aparenta à primeira vista.
Como tal, eu vou sempre ouvir os argumentos todos, mas depois, vou contrapô-los. Isto tem duas vantagens:
1) Permite-me solidificar conceitos que estejam menos sólidos. Nada como tentar explicar uma coisa que não se percebe a 100% para ela finalmente cristalizar na minha cabeça.
2) Permite-me criar a possibilidade de alargar horizontes e de ganhar co-jogadores que queiram descobrir estas merdas comigo. Porque, malta, [i]estes jogos são giros[/i]! Mesmo!
Já agora, dois apartes:
1) Um gajo tem direito a ter opiniões, mas há certas coisas acerca das quais uma opinião não chega, principalmente quando contraposta com um body of work algo extenso. Há que fundamentar essas afirmações.
2) Eu não estou numa cruzada pessoal nem quero evangelizar ninguém. O meu propósito é apenas abrir horizontes. Eu conheço um gajo que não aceita seja o que fôr que não seja D&D como sendo role-play. Vocês já estão para além disso, felizmente, mas ainda estou a ouvir muitas afirmações do género, ah, mas eu não considero isso role-play, que são extremamente fáceis de defender (dizendo, é a minha opinião e pronto) difíceis de contrapôr (não sendo pacífico dizer, ya, mas a tua opinião está errada).
Gah! Tou farto de debitar tipo sermão de paróquia! Gostava de conseguir que vocês me espreitassem para dentro do cérebro e vissem o que por lá anda quando eu digo estas coisas, porque a mim, tudo isto me parece verdadeiramente fascinante!
Cheers,
J.