[quote=Rui]Podes descrever a situação como "eu uso a minha daiklaive para estilhaçar o cais e mandar toda a gente para a água", que é tanto uma situação gira como bem exemplificativa do que é o Exalted, mas se o GM fizer os rolls certos, então não é isso que acontece; o cais pode ficar estilhaçado porque uma daiklaive é mais forte que a madeira podre do cais e o Exalted tem força fisica e sobrenatural suficiente para o fazer, mas os outros podem ser toda a espécie de inimigos que resistem a este tipo de coisas.[/quote]
Hmm... admito que fiquei na mesma com o teu exemplo. O que eu estava a perguntar era se o jogador pode criar pormenores de cenário que não existiam "oficialmente" antes e se pode controlar os figurantes.
Exemplo 1: numa luta num mercado o jogador descreve o seu personagem a fazer uso à la Jackie Chan de um carrinho de mão cheio de maçãs que estava "ali mesmo ao lado", quando o GM não disse antes que havia um carrinho de maçãs ali ao lado, mas também não disse que não havia porque o GM tem mais que fazer do que descrever um mercado em todo o detalhe, o que demoraria dois dias. Ou se um carro de maças é muito para ti, um pormenor mais pequeno... um banco de madeira, uma caixa de tomates, um calhau no chão, whatever. Basta ser algo que o GM não disse especificamente que lá estava antes mas que faria sentido estar naquela área geral.
Exemplo 2: o jogador descreve a maneira como a multidão olha para o seu golpe acrobático com espanto.
É que disto que exemplifiquei a uma narração de PTA não vai mesmo muito, na minha opinião. O que se faz numa narração de PTA é descrever aquilo que as cartas dizem que aconteceu, assumindo controlo do setting (que já está descrito, restando acrescentar pormenores necessários à descrição, como o carro das maças, bem como a maneira como o setting reage às acções dos PCs) e assumindo controlo dos NPCs (que pode incluir não só figurantes, mas quaisquer NPCs presentes).
Não é lançar dados para ver se a coisa acontece que faz a diferença. Em PTA também precisas de ter "autorização" das cartas para narrar; se o GM tiver a mão certa, nada feito. Além disso, estás restringido a narrar a história que as cartas contam... podes é fazê-lo com os pormenores que queres, desde que não sejam espatafúrdios e sem sentido (as regras não o proibem, mas se o fizeres não voltas a ser convidado para jogar, eheh). Estando presente a ocasião certa, o bom jogador de PTA consegue criar, fechar, reconstruir, ou virar do avesso tramas inteiras só mexendo em um ou dois pormenores. É um feature que adoro, e um desafio intelectual brilhante. Muito me divertia eu como jogador na campanha do JMendes a pensar em maneiras de desviar a trama para o tipo de situações que queria jogar.