"I got a broken face" Canta o Vampiro

Antes do mais definir certos pontos sobre o que vou escrever de seguida:
- Apenas conheço Vampire 3ª edição, mais especificamente o sistema da Camarilla, o dos Anarcas e Inconnu +/- (mt mais menos) e Sabbat nicles, por isso irei apenas falar sobre Camarilla;
- Não vos vou maçar com a minha maneira de jogar ou de fazer GM, isso não é relevante para a discussão, apenas com a intrepertação que fiquei das regras depois de ler o Corebook do jogo, os suplementos de auxílio ao GM e o guia da Camarilla. Que pode estar totalmente errada, ai agradecia que me esclarecessem;
- Vou-me referir aos termos do JNS da maneira como percebi a sua enunciação neste portal;
- Aceito que considerem o jogo incoerente segundo a vossa definição, mas a verdade é que eu sempre me diverti com ele;
- Não estou a defender o meu "joguinho precioso", apenas é o jogo que conheço melhor, dentro das coisas que vocês falam, e assim aproveito para dar a minha achega ao assunto hehe.

Do que já li nunca fiquei com a ideia do jogo ser supostamente Nar, sempre me pareceu mais Sim e/ou Gam que outra coisa e passo a explicar pq.
O horror de vampire nc me atingiu como sendo um duelo dramático entre ter sede de sangue e ter que a satisfazer no pescoço da/o minha/meu amada/o, pode ser algo interessante de explorar no início do jogo mas depois acho que fica um bocado lame. O horror pareceu-me desenvolver-se mais em torno da própria condição física/psicológica do vampiro e da sociedade em que ele se move. É fixe intrepertar alguém que não consegue gerar grandes emoções físicas, p além da dor, da mesma maneira que os humanos normais, que não se consegue relacionar com eles sem, a longo prazo pelo menos, os começar a considerar possíveis peões nos seus esquemas ou franquezas na sua "armadura social", isso para mim é mais horroso que o primeiro ponto do sede/pessoas importantes.

A sociedade vampirica, tal como apresentada no jogo, é um desfiladeiro sem fundo de decadência e ganância, onde basicamente td gira em torno de "quem tem mais status que eu?" e "como é posso passar a ter mais que ele?", é uma sociedade onde não podes em qualquer momento revelar os teus verdadeiros sentimentos ou intenções, sob a pena de alguém os usar contra ti, é uma sociedade onde, como um tubarão, não podes parar de te mover e planear conspirações e manipulações, porque se o fizeres irás cair nas de outro vampiro qualquer, é uma sociedade onde não podes confiar em ninguém, onde traições são o pão nosso de cada dia e a paranóia é a tua única salvação, é uma sociedade da qual não te podes separar pq é o único elo que tens com o mundo, apesar de tudo o reconhecimento de outros vampiros é o que é mais todos querem e precisam, se lhes virares as costas não tens mais nada nem ninguém que te proteja ou acolha, e para o teres tens que lutar muito para ganhar a sua confiança e contra aqueles que n aceitam deserções. Isto sim parece-me ser o horror tal como enunciado nos livros.

Porque é que isto acontece: Regras da masquerade não permitem que vampiros matem vampiros, por isso acção directa física contra um adversário com a intenção de o eliminar é expressamente proibida, a não ser que ele seja Anarca/Sabbat ou alvo duma Blood Hunt, os 2 primeiros pq simplesmente não pertecem à Camarilla e por isso não estão protegidos pelas suas regras e no último pela própria definição de Blood Hunt, que até vem no livro a dizer que é a única oportunidade de um vampiro verdadeiramente dar largas ao seu instinto caçador e por isso é que se fazem todos a elas. Também é considerada, pelo sistema de status, uma "infantilidade" ou uma simples inépcia do vampiro em causa de se comportar civilizadamente, por isso qualquer um, que não tenha obviamente postos marciais na Camarilla, que resolva os seus problemas à pancada vai logo para o fim da sociedade.

Regras da masquerade não permitem que a verdadeira existência dos vampiros seja revelada a humanos, por isso qualquer uso espampanante de disciplinas em público é proíbido, qualquer tipo de relação vampiro/humano é proibída, sendo proíbida qualquer um que a quebre é sujeito a castigo, sendo muitas vezes humilhado ou simplesmente morto.

O status é tudo, quem tem mais status tem posições hierárquicas mais priveligiadas, estas por sua vez dão ao vampiro mais àrea de influência e poder sobre o mundo que o rodeia, assim mais protecção tens daqueles que te querem arruinar. Por outro lado quanto mais status tens mais pessoas tens atrás de ti, querendo-te derrubar para ocuparem o teu lugar. Por outro lado quanto menos status tiveres mais desprotegido estás, vampiros são status são percepcionados como incompetentes, burros e fracos, como tal  são as pessoas ideias para usar nos planos manipuladores dos outros, atormentando-os com a possibilidade de se tornarem mais respeitados ou são os mais facilmente manipulados para serem sujeitos à escratura do sistema de Prestação, ou seja, ficarem a dever favores a alguém e se não os cumprirem nc mais obteram status decentes e ng lhe liga nenhuma.
Portanto de certa medida quanto mais status tens mais seguro e inseguro estás, mas de certeza q quanto menos status tiveres mais apetecível és para os outros, porque tens menos defesas.

Resultados disto: A maneira "correcta", segundo sistema de status, de resolver as coisas não é à porrada mas sim pela manipulação e planeamento (Joguismo), sendo o exemplo clássico: podes ter um super pc com Potence e Celerity a 5, mas se o teu adversário tiver os seus dedos metidos em alguma empresa de construção, simplesmente pode fazer com que eles derrubem as paredes do teu haven em pleno dia e tu morres por exposição ao sol. Para seres um verdadeir manipuladore tens que saber até ondes estás disposto a ir, estás preparado a que os teus planos causem a morte de 2 pessoas? e 3? e 4? tás disposto a fazer verdadeiros pactos com o diabo para te livrares dos teus adversários? o que estás disposto a fazer quando percebes a verdadeira e horrenda natureza do teu inimigo, quando descobres por exemplo que a sua fonte de rendimento e status é o facto de providenciar pequenas crianças drogadas para outros vampiros consumirem, acabas com negócio dele? decides antes roubá-lo? decides criar um igual mas que um passo mais além na sua preversidade e que roube os clientes dele? até onde estás disposto a ir para seres mais importante que outro? isto para mim é o verdadeiro horror que eles tentam transmitir no jogo.

Moves-te na sociedade que mais apregoa à decadência e corrupção que qq outra até agora, não te consegues envolver com "pessoas normais", pois sabes que mais tarde ou mais cedo elas serão usadas contra ti, não te podes envolver com outros vampiros porque sabes que mais tarde ou mais cedo eles vão trair-te, não podes desleixar-te porque senão és apanhado, vives sozinho e sabes que todos os poucos momentos de felicidade que conseguires gerar poderam ser a tua perdição e provavelmente TU PRÒPRIO é que tens que acabar com eles (Simulacionismo).

A única possibilidade de Nar que eu vejo que possa aparecer neste jogo é na seguinte situação: estás mesmo disposto a deixar td para trás ou n? talvez tb possa surgir no caso do: até onde estás disposto a ir para seres mais importante que o outro? mas isso já depende de cada um acho eu.

Edição: Não sei se isto ficou mt bem estruturado, foi escrito na minha hora de almoço e tou cheio de fome hehe.

Espero que saibas que...

[quote=RedPissLegion]Para seres um verdadeiro manipulador tens que saber até ondes estás disposto a ir, estás preparado a que os teus planos causem a morte de 2 pessoas? e 3? e 4? tás disposto a fazer verdadeiros pactos com o diabo para te livrares dos teus adversários? o que estás disposto a fazer quando percebes a verdadeira e horrenda natureza do teu inimigo, quando descobres por exemplo que a sua fonte de rendimento e status é o facto de providenciar pequenas crianças drogadas para outros vampiros consumirem, acabas com negócio dele? decides antes roubá-lo? decides criar um igual mas que um passo mais além na sua preversidade e que roube os clientes dele? até onde estás disposto a ir para seres mais importante que outro? isto para mim é o verdadeiro horror que eles tentam transmitir no jogo.[/quote]

...tudo isto é NAR! Ou melhor, será NAR se deixares realmente a decisão nas mãos dos jogadores e eles as tomarem com o coração, em vez de os forçares ou encaminhares subtilmente ao longo dessas situações. De resto, nem vejo bem como é possível fazer um jogo de horror pessoal sem explorar este tipo de coisa, em que é o próprio jogador que escolhe, de livre vontade e com perfeita consciência, enterrar-se cada vez mais em nome de algo que ele quer ou em que ele acredita. Eu próprio ganhei o bichinho do Narrativismo a jogar Kult em modo de Horror Pessoal.

Como vês, Nar não é nenhum bicho de sete cabeças ou uma revolução no roleplay. É algo que muita gente faz quase desde o início do hobby. Agora o problema é que não se jogam normalmente crónicas que giram à volta deste tipo de coisas... jogam-se crónicas à volta das ordens que o Príncipe da cidade dá, à volta das conspirações dos <inserir nome de clã>, à volta do Gehenna, à volta de intrigas políticas em que os personagens são peões que não sabem o que se passa até perto do final, etc.

Deve ser muito rara uma crónica que gira essencialmente à volta do "Até onde estás disposto a ir para obter o queres" que resumes aqui... até porque o modo como a WW diz que tens de fazer crónicas é escrevê-las do princípio ao fim, e como é que podes escrever uma crónica em que não sabes se um jogador vai decirdir tornar-se um monstro grande, ou um monstro pequeno, ou se prefere continuar relativamente limpo de sangue inocente apesar de toda a gente o pisar e lhe tentar tirar as coisas que ama.

"Até onde estás disposto a ir para conseguires o que queres?" é, aliás, uma pergunta tão forte, tão abrangente, tão passível de ser colocada sob a forma de milhentas situações concretas bem diferentes, que alguém lhe dedicou um jogo inteiro e três suplementos: Ron Edwards com o seu Sorcerer RPG.

[quote=RedPissLegion]Moves-te na sociedade que mais apregoa à decadência e corrupção que qq outra até agora, não te consegues envolver com "pessoas normais", pois sabes que mais tarde ou mais cedo elas serão usadas contra ti, não te podes envolver com outros vampiros porque sabes que mais tarde ou mais cedo eles vão trair-te, não podes desleixar-te porque senão és apanhado, vives sozinho e sabes que todos os poucos momentos de felicidade que conseguires gerar poderam ser a tua perdição e provavelmente TU PRÒPRIO é que tens que acabar com eles (Simulacionismo).[/quote]

Isto também é um terreno Narrativista bem fértil... só tens de deixar ao jogador a decisão de se é melhor "amar com um grande risco de ser traído ou ver esse amor morrer horrivelmente" ou se é melhor simplesmente "não amar" para saíres mais ferido ou para não veres destruídas as coisas que amas.

[quote=RedPissLegion]A única possibilidade de Nar que eu vejo que possa aparecer neste jogo é na seguinte situação: estás mesmo disposto a deixar td para trás ou n? talvez tb possa surgir no caso do: até onde estás disposto a ir para seres mais importante que o outro? mas isso já depende de cada um acho eu.[/quote]

Ora bem. A pergunta "até onde estás disposto a ir" é mais ou menos o resumo da primeira citação, e o "estás disposto a deixar tudo para trás" é também uma boa reinterpretação da segunda citação; cada uma delas dá pano para mangas. Mas, como disse, pouca gente faz crónicas para explorar estes assuntos... e depois de ler as mecânicas do jogo, e de criar um personagem segundo as regras, e de ler o capítulo sobre criar crónicas fixes, quem é que se lembra de fazer isto? 

Ahey, :)

As palavras do Ricardo são palavras de sabedoria. Releiam o post dele com atenção, que ele faz uma referência muito específica a onde é que Vampire está broken, e explica-o muito melhor do que eu alguma vez o fiz.

"Mas eu não concordo."

Azar, ele tem razão! :)

Isto não quer dizer que o pessoal não tenha encontrado maneira de se divertir com Vampire. Só que o fez driftando para fora ou das regras ou da apresentação que o jogo faz do mundo de jogo.

Em continuidade de uma conversa num outro thread - mas a pergunta cabe mais no âmbito deste - independentemente de estar broken ou não broken, qual é a tua opinião sobre o Vampire? Jogá-lo-ias (ou já jogaste?), ou, colocado de outra forma, em que que circunstâncias o jogarias? É que esta parte é que nunca percebo, com tanta análise teórica não chego a perceber a opinião mais pessoal e subjectiva. Peço desculpa pela minha insistência, mas é assim que eu encontro um jogo de que gosto, sem análises, sem teoria, sem uma apreciação fria do sistema. Se gosto, gosto mesmo e, das duas uma, ou encontro um grupo de jogadores que também gosta e jogo-o, ou então não encontro e ele fica na prateleira. Provavelmente é por isto que eu até hoje não senti a necessidade de me dedicar a estudar toda a teoria desenvolvida em torno do hobbie (e também porque nunca tive aspirações a game designer). O que não signifique que pape tudo o que aparece sem sentido crítico. A diferença (se é que há diferença) é que o meu sentido crítico se manifesta num gut feeling e não através de uma análise que (certamente não o é) mas que parece desapaixonada ao leitor que desconhece a terminologia da Forge (neste caso, eu). Espero ter sido claro…  Além da questão, queria também deixar explítico que não sou anti-narrativista, não sou anti-indie e também não sou daqueles que (como disseste algures num outro ‘post’) dizem "isto do GNS não é para mim". O que não é para mim é analisar RPGs à luz de qualquer teoria. Coloco o subjectivo acima do objectivo no que toca aos gostos, entre eles o RPG. Talvez faça mal, talvez esta não seja a melhor forma, talvez esteja a condenar ao fracasso algumas campanhas, talvez esteja a aborrecer os meus jogadores que pensam de outra forma, talvez esteja a aborrecer quem está a ler este post… Enfim, fico-me por aqui.

[quote=ricmadeira]Espero que saibas que…quote=RedPissLegion[/quote]…tudo isto é NAR! Ou melhor, será NAR se deixares realmente a decisão nas mãos dos jogadores e eles as tomarem com o coração, em vez de os forçares ou encaminhares subtilmente ao longo dessas situações.[/quote]Eu faço isso, mas para n ficarmos numa do "isso é a maneira como tu jogas": "Perhaps the greatest luxury of all is to sit back and let the players do as they will, simply reacting on behalf of the rest of the world" Vampire Storyteller’s Hanbook (revised edition). Ou seja a maneira como eu jogo é perfeitamente suportável pelas regras e crónicas fixes "em q o GM já tem td feito" é apenas uma maneira de jogar vampire.

Eu já fui confrontado com essas escolhas e foram completamente resolvidas num contexto Sim. De notar q pelo que eu percebi do Nar as escolhas tem de ser algo q te fazem parar, ou seja a cena n se resolve na hora e obriga-te a matutar no assunto, dai ter posto aquela salva no fim do tópico, eu posso simplesmente decidir encarnar o mal, caguei p humanidades e p isso td, sou vampiro, sou evil, vou conquistar o mundo, apartir daqui td é visto dum ponto de vista Jog (joguista), perfeitamente dentro do q as regras falam, tb posso não fazer isso posso querer manter a minha humanidade, nesse caso arranjo outras soluções, no exemplo q dei posso planear algo q faça outro vampiro mais poderoso ficar chateado c o meu adversário e as coisas resolvem-se assim, sem ser uma escolha difícil. Se é terreno fértil p Nar, pode ser q sim, embora eu nc o tenha visto assim, mas podes explicar-me o q achas q falta p poder ser jogado assim.

[quote=ricmadeira]jogam-se crónicas à volta das ordens que o Príncipe da cidade dá, à volta das conspirações dos <inserir nome de clã>, à volta do Gehenna, à volta de intrigas políticas em que os personagens são peões que não sabem o que se passa até perto do final[/quote]Um de nós teve mt azar, eu até à data li 4 settings de vampire e nenhum deles era sobre isso, em tds eles os pcs podiam tomar grandes papeis na evolução da história e desenrolar de eventos na cidade em questão. Agora existem outros, principalmente os passados na Europa ou em cidades mais antigas dos EUA, onde a tradição vampirica é mt antiga e suporta esse tipo de crónicas. Settings diferentes para crónicas diferentes suponho, embora se possa smp ir à postura do GM q referi na 1ª parte.

[quote=Nietzsche]qual é a tua opinião sobre o Vampire? Jogá-lo-ias (ou já jogaste?), ou, colocado de outra forma, em que que circunstâncias o jogarias?[/quote]Acho que o está no post principal explica a minha opinião. Já joguei e planeio jogar por ainda mt mais tempo hehe.

Agora isto td vem do facto de eu n ter percebido, dentro das regras/textos descritivos, a parte Nar do jogo, ou onde anúnica/apela o suporte a essa agenda, mas posso estar a ver mal ao ter percebido q ele smp foi direccionado a Jog e Sim, se assim for corrijam-me.

Já agora, consideras o trait Humanidade como uma ferramenta Sim, Nar ou Jog?

(tratem td o q eu escrevi como sendo um único post, dificuldades técnicas impedem-me de por td junto)

A minha questão era para o JMendes, não para ti. Pelo teu post já deu para perceber que jogaste Vampire e muuuuuito! Provavelmente muito mais do que eu!

Bem, de todos os jogos Vampire foi o que joguei mais vezes, isso de certeza, mas ainda n joguei mt, p mt pena minha, gostava de fazer uma daquelas campanhas bué longas q desse para explorar a imortalidade do vampire, de preferência uma iniciada nas Dark Ages. O que escrevi no post inicial é mais inspirado nos livros de regras que experiência de jogo propriamente dita.

Ahey, :)

[quote=Nietzsche]qual é a tua opinião sobre o Vampire?[/quote]

Quando ouvi falar do conceito, fiquei todo babado. Quando me sentei à mesa de jogo pela primeira vez, foi genial, mas mais de 50% da sessão, eu ainda era humano, e aliás, nem sequer tinha feito um personagem pelas regras. (Can you say [i]drift[/i]?)

Quando me sentei à mesa pela segunda vez, foi um exercício de frustração que eu não tenciono repetir. É em minha opinião o mais flagrante exemplo de um conceito brilhante pessimamente executado.

[quote=Nietzsche]em que que circunstâncias o jogarias?[/quote]

Esta pergunta pode parecer imediata, mas logo à partida, tem três interpretações possíveis, das quais só uma é que é interessante:

1) "Em que circunstâncias em que tu decidirias reunir um grupo de RPG para jogar Vampire?" Absolutamente nenhumas. Apesar de adorar o conceito de jogar um vampiro, tudo o que eu posso querer dizer sobre isso através de RPGs, posso dize-lo melhor com outros sistemas.

2) "Eu tenho um grupo de Vampire. Em que circunstâncias é que tu te juntarias a nós?" Não sei. Tu [i]não tens[/i] um grupo de Vampire, tu tens um grupo que joga [i]o teu[/i] Vampire, e eu não tenho maneira nenhuma de saber se o que tu jogas me interessa ou não sem ir lá ver. Uma ressalva: se eu não tivesse alternativa mais nenhuma, jogava. Prefiro jogar mau role-play que não jogar de todo. Considera isto uma flaw da minha parte.

3) "Eu quero jogar Vampire e estou a tentar juntar um grupo. O que é que eu tenho que pôr em cima da mesa para tu jogares connosco?" E esta, sim, é uma pergunta interessante.

Alas, apsear de interessante, a pergunta também não tem nenhuma resposta óbvia. Começaria de certeza por haver uma sessão à partida para decidir o tema da campanha e o que vai estar em cima da mesa ao longo das sessões. Para poupar tempo, poderíamos usar essa mesma sessão para fazer os personagens. (Ah, e pessoas que não conseguem fazer uma personagem numa sessão são pessoas com quem eu tenho dificuldade em me identificar. Tenham a decência de fazer o trabalho de casa, se possível!)

Coisas para pôr em cima da mesa:

A) Os jogadores vão poder saber coisas que os personagens não sabem?
B) Os PCs vão ser jogados em party, em cooperação ou em competição?
C) O GM vai ter uma história para contar com um fim pre-planeado?
D) Os jogadores vão ter a possibilidade de ter uma história para contar à partida?
E) Qual a probabilidade e em que circunstâncias é que vampiros mais poderosos que os PCs vão ser introduzidos na campanha?
F) Mesmo que se esteja a jogar cooperativamente, o PvP é sempre uma possibilidade. Qual é a atitude do grupo em relação a PvP, principalmente combate PvP?
G) Quem é que tem direito a tomar decisões sobre a perda total do personagem, o jogador, o GM ou só os dados?
H) Se eu perder o personagem, em que circunstâncias é que eu posso voltar ao jogo?

Estas foram as perguntas que eu me lembrei em cinco minutos enquanto escrevia o post. Tenho a certeza que, à mesa, me lembraria de muitas mais.

Há respostas que eu claramente prefiro, mas principalmente, há combinações de respostas que, para mim, são completamente deal breakers. Por exemplo:
A) Não
C) Sim
E) Sempre que, na opinião do GM, os PCs violarem as regras da sociedade
Minha reação: Vamos antes ao bowling, que eu amanhã tenho uma sessão de PtA e não me apetece ir para lá descarregar frustração. Além do que, já não estou na terceira classe, pelo que andar a ser educado pelo GM sobre o que são as regras da sociedade, ya, já passei essa fase da minha vida.

Outro exemplo:
F) Não é desejável mas pode acontecer
G) Os dados são os dados e se morreres, morreste
Minha reacção: Água. Se eu vou estar disposto a investir no meu personagem durante ene sessões, não estou para ficar sem ele de repente porque houve um gajo que se separou da namorada no dia da sessão e veio para a mesa mal disposto.

Bom, é claro que agora há uma reacção óbvia que tu podes ter, que é pedir-me para responder às minhas próprias perguntas, pelo que vou ser preemptivo, fazer já isso.

A) Os jogadores vão poder saber coisas que os personagens não sabem? - Sim, regularmente
B) Os PCs vão ser jogados em party, em cooperação ou em competição? - Cooperação
C) O GM vai ter uma história para contar com um fim pre-planeado? - Não
D) Os jogadores vão ter a possibilidade de ter uma história para contar à partida? - Sim
E) Qual a probabilidade e em que circunstâncias é que vampiros mais poderosos que os PCs vão ser introduzidos na campanha? - Em qualquer altura a pedido dos jogadores, ou por iniciativa do GM em casos extremos e flagrantes de violação da Masquerade.
F) Mesmo que se esteja a jogar cooperativamente, o PvP é sempre uma possibilidade. Qual é a atitude do grupo em relação a PvP, principalmente combate PvP? - Não é desejável, mas se acontecer, aconteceu.
G) Quem é que tem direito a tomar decisões sobre a perda total do personagem, o jogador, o GM ou só os dados? - Em cada situação, o jogador deve ter a escolha de pôr ou não a vida do personagem em cima da mesa. Se o fizer, os dados ditarão. Em PvP, está disallowed à partida.
H) Se eu perder o personagem, em que circunstâncias é que eu posso voltar ao jogo? - O jogador deve estar à vontade para fazer um personagem no máximo até 10% [i]mais[/i] poderoso do que o personagem que acabei de perder.

Three notes of caution: 1) Como já disse acima, isto são as perguntas que me lembrei em cinco minutos. À mesa, haveria mais. 2) Esta não é a única combinação de respostas que me faria desistir, é apenas a combinação que eu arranjei agora sozinho sem estar a discutir com ninguém. E 3) Eu não estou aqui para ensinar ninguém a jogar Vampire. Se vocês não concordarem com aquelas respostas, isso não vos torna piores jogadores de Vampire. Not everybody likes the same thing.

By the way, espero que teha sido patentemente óbvio que este post não usou um único termo teórico obscuro.

Ahey, :)

RPL, às vz os t pst s dfc d lr cm o r. Pds usr ms vgs, sff? Ah, e investe na pontuação e nos parágrafos... ;) (Ok, just kidding, mas mais a sério, eu tive que reler [url=https://www.abreojogo.com/forum/geral/2006/04/i_got_a_broken_face_canta_o_vampiro#comment-3057]este teu post[/url] aí umas cinco vezes...)

[quote=RedPissLegion]Já agora, consideras o trait Humanidade como uma ferramenta Sim, Nar ou Jog?[/quote]

Aaaaah. [i]Fascinating[/i] question! Obivamente, isso não tem uma resposta directa. O sistema é para ser usado como um todo, e tentar analisar uma mecânica individual corre o risco de entrar em falácia.

Mas ok, como exercício de estilo, tentemos. A minha resposta: depende da atitude dos jogadores em relação ao número!

Se Humanity fôr o centro do jogo, pode ser completamente NAR, tal como o é em Sorcerer, como uma premissa de, quanto é que vale para ti agarrares-te à tua alma, e o que é que te leva a transformares-te num monstro. Penso que o JPN joga(va) Vampire assim.

Se Humanity fôr algo que ajuda o jogador a encarnar o estado de espírito do personagem, vai ser um apoio SIM. O jogador vai olhar para aquilo não como uma ferramenta temática nem como um obstáculo, mas sim como um indicador. A maior parte dos jogadores de Vampire que conheço joga assim.

Se Humanity fôr encarado como uma limitação ao que o personagem pode fazer e o jogador tiver objectivos para ultrapassar, guess what, o jogador vai GAMar o trait. Malta mais hard core joga assim.

Eu pessoalmente não acho que se possam tirar conclusões daqui, mas pelo menos, poderá ajudar alguém que ainda não tenha abarcado bem os conceitos de GNS a solidificá-los um pouco mais.

[quote=JMendes]RPL, às vz os t pst s dfc d lr cm o r. Pds usr ms vgs, sff? Ah, e investe na pontuação e nos parágrafos… ;)[/quote] Se calhar esta é a altura de explicar o meu "problema técnico" que me obriga a partir um posto em vários. Assim do nada, e sem seu saber pq, se eu tiver no meu pc e escrever um post maior do que os limites da caixa de texto, qd clickar em "post" o internet explorer fica 5 minutos a remoer e depois diz-me que n houve mensagem a ser "postada". Isto obriga-me a ter que os comprimir ao máximo, recorrer a diminutivos e só usar parágrafos qd tiver oportunidade para tal. De qq maneira se continuas sem perceber o post eu posso tentar voltar a escreve-lo de outra maneira ou separá-lo p escrever mais coisas.

Dai eu ter feito aquela ressalva no fim do meu post inicial, porque parece-me que o "até que ponto estás disposto a ir" está muito relacionado com essa componente do jogo, dai poder ser encarado de maneiras diferentes.

[quote=JMendes]Quando me sentei à mesa de jogo pela primeira vez, foi genial, mas mais de 50% da sessão, eu ainda era humano, e aliás, nem sequer tinha feito um personagem pelas regras. (Can you say [i]drift[/i]?)[/quote]e[quote=JMendes]A) Os jogadores vão poder saber coisas que os personagens não sabem? - Sim, regularmente
E) Qual a probabilidade e em que circunstâncias é que vampiros mais poderosos que os PCs vão ser introduzidos na campanha? - Em qualquer altura a pedido dos jogadores, ou por iniciativa do GM em casos extremos e flagrantes de violação da Masquerade.
G) Quem é que tem direito a tomar decisões sobre a perda total do personagem, o jogador, o GM ou só os dados? - Em cada situação, o jogador deve ter a escolha de pôr ou não a vida do personagem em cima da mesa. Se o fizer, os dados ditarão. Em PvP, está disallowed à partida.[/quote]

Broken != Ruin

Ninguém está a dizer que um jogo é ruim por ser broken... eu próprio até gosto de vampire só que isto não o torna menos broken

[quote=JMendes] Isto não quer dizer que o pessoal não tenha encontrado maneira de se divertir com Vampire. Só que o fez driftando para fora ou das regras ou da apresentação que o jogo faz do mundo de jogo.[/quote]Só agora vi isto, mas espero estar a demonstrar o contrário, toda a diversão Sim/Gam que eu smp tirei do jogo é perfeitamente suportado pelas regras sem precisar de drifts.

Mas agora tenho uma pergunta a fazer, qd falas da "apresentação do jogo" referes publicidade ou o que vem escrito mesmo nos livros? é que como disse nunca vi nada nos livros que fosse incoerente em termos setting/regras/intenção do jogo.

Presumo que isso não acontecia antes? Nomeadamente quando colocaste o teu post original? Muito estranho... não faço ideia do que seja, mas em teoria será mesmo um problema local. Bom, os conselhos do costume... vai ao menu Ferrramentas - Opções da Internet do IE e faz "eliminar cookies" e "eliminar ficheiros".