É já sabido que adoro o Imersionismo à minha mesa de jogo, tanto como GM como Jogador. Adoro como quando antes de uma cena de combate os dados são rolados algo nervosamente, como quando numa cena de perseguição as pessoas se agitam nas cadeiras, ou numa descrição mais gráfica os olhos se reviram. Como jogador, gosto de por o meu cunho nas minhas personagens, e geralmente os jogadores e GM's à minha volta sabem sempre quando é o Rui ou quando é a Personagem a falar.
Isto não tem que ser assim em todas as sessões ou numa sessão a toda a hora, claro, até porque muito provavelmente ficaria cansativo depressa. Mas lá que ajuda à piada, isso ajuda.
Mas há coisas que a mim me prendem um pouco, e contra mim falo que já as pratiquei, que são as já sobejamente conhecidas "eu não faço isso porque o meu personagem não agiria assim".
Tomates.
Isto é um abuso do Imersionismo para se jogar personagens que são, a dado momento, perfeitos idiotas. E, como toda a gente, sabe, é responsabilidade do jogador de criar/jogar uma personagem que se dê bem com o grupo.
Poderá isto ser dito como se o personagem é um idiota, então o jogador está a ser um idiota? A mim parece-me que sim. Este tipo de comportamente deverá ser evitado e prevenido a todo o custo.
Na última sessão, o Antonio colocou-se numa situação onde o seu personagem estava a ser mais do que um idiota, um assassino. No entanto, o jogador sabia o que estava a fazer, sabia as consequências e foi em frente. Neste caso, a sua situação é de aplaudir.
Outra situação que não gosto em jogo é quando alguém diz "eu poderia ter feito isso, que até era bem fixe, mas o meu personagem nunca o faria".
Esquerdo do Hitler.
Jogadores que não tomam riscos para tornar a sessão mais divertida deviam olhar bem para a sua personagem e pensar que raio estão ali a fazer; todos os rpg's, sem excepção, são sobre fazer algo que não podemos fazer como pessoas. Todos os jogadores deviam ser responsáveis no final da sessão sobre o divertimento que acontece à volta da mesma: tanto o do próprio jogador, como dos outros, como do GM.
Uma terceira coisa que detesto é quando um jogador diz "nunca acontece nada, é uma chatisse, mas temos que jogar para chegar às partes mais fixes do jogo".
Escroto insano.
A parte fixe de cada sessão é diferente para cada jogador. Eu posso gostar de cenas de acção, mas a pessoa ao meu lado se calhar gosta de conversar com os npc's. No entanto, e isto vai buscar aos outros dois pontos, os jogadores devem procurar meter o seu cunho no jogo.
Atirar as culpas para cima do GM é, nesta altura do nosso conhecimento sobre rpg, pior que pedir o dinheiro de volta quando o filme que vamos ver não é como esperávamos, porque num filme o espectador não tem parte activa no desenrolar da acção, e à mesa de jogo, ui, a responsabilidade é de todos.
Bottom line disto?
Se o jogo não está a correr como esperam, sejam activos, e sempre que possível, façam-no in-character; toda a gente vos vai agradecer. Para os GM's, procurem envolver o máximo possível as vossas personagens no jogo, usando ao máximo o background que cada uma delas vos dá.
PS: Obviamente, tudo isto serve para os meus jogos Sims; como detesto jogos Gamist e não tenho experiência de jogos Narratives, não sei se isto serve para eles ou não.
PS2: Curioso que estou em jogos Narrative, o meu sonho era ter um jogo Sim que tivesse regras para Imersionismo, e que desse aos jogadores a opção de, de vez em quando, tomar conta da narrativa. Há algum assim?