Uma vez nos viveiros ele pára; olha em volta e, não estando ninguém por perto, atira-te para dentro de um dos talhões.
A água é baixinha (se tiver 15 cm de altura já é muito), mas ele atira-te de barriga para baixo. E fica ali a ver-te, quieto de cabeça dentro de água. Passa cerca de meio minuto e ele vai-se embora.
E em boa altura, já quase não aguentavas fingir-te de morto sem respirar. Fazes por levantar-te mas, para tua desgraça, os teus músculos mal conseguem mexer-se e a tua cabeça lá continua debaixo de água.
Voltas a tentar outra e outra vez. E, se mais alguém andasse ali pelo viveiro, conseguiria ouvir a água a chapinhar com as tuas tentativas frustradas. Mas parece que te encontras sozinho... ninguém parece aproximar-se.
Passado mais meio minuto começas a perder a respiração e voltas a tentar levantar-te. Felizmente, perante a perspectiva de te afogares na escuridão, lá consegues erguer a cabeça acima do nível da água.
Inspiras com tal vontade que sentes uma dôr no peito.
Lá à frente, no entanto, o tal indivíduo faz-se passar por ti perante os pisci-cultivadores... tentas gritar, mas tens os pulmões doridos — apenas gorgolejas.
Tentas esbracejar. Talvez o chapinhar da água chame a atenção de alguém...
Só que, dada a tua condição, quando levantas um dos braços o peso do teu corpo puxa-te de novo para dentro das águas.
Engoles água. Não consegues controlar-te nem voltar de novo à tona.
Desmaias... e ficas por ali a boiar... em 15 cm de água.