Mineiro

ORLANDO, Male Blue Collar, Tough3: Init +2; Defense 13; PF/PV 27/19; Atk +3 melee, +4 ranged; SV Fort +7, Ref +3, Will +0; Rep +1; Str 13, Dex 14, Con 16, Int 10, Wis 8, Cha 12.
Skills: Climb +5, Concentration +4, Craft (mechanical) +2, Craft (structural) +4, Demolitions +2, Intimidate +4, Spot +1.
Feats: Endurance, Simple Weapons Proficiency, Toughness.
Talents: Remain Conscious, Robust.
Languages: Comum, Académico.

Finalmente arranjaram o Elevador 3. Já estavas farto de subir e descer os cerca de 15 níveis de escadas até à zona de perfuração.

Mas agora já poderiam recomeçar os trabalhos e descobrir o que é que havia para lá da Galeria J.

O ambiente aqui era tão calmo e o silêncio tão profundo que nem te lembravas de pensar na fragilidade das estruturas que suportavam as centenas de metros de rocha maciça que vos separavam do solo, dentro da montanha.

O responsável por aquela secção queria falar contigo (sobre quê, não sabes), mas a curiosidade puxa-te até à nova galeria — de que cores seriam as suas paredes à luz do teu capacete?

Então, como vai ser: dever ou prazer?

"Hey colega... Sabes onde está o chefe?" - Disse ele dirigindo-se a primeira pessoa que viu quando entrou na Galeria. Sentiu uma farpa de desilusão no seu íntimo quando viu que não havia nenhuma cor ali, só a ausencia dela. O negro caracterisitco das entranhas da Terra Mãe. O feixo de luz que emanava do seu capacete varria o chão em longas viagens como se procurasse um jogo de chaves ou uma ferramenta.

"Disseram-me que ele queria falar comig..." Orlando deteve-se.

Detens-te mesmo a tempo, ou terias caído pelo fosso com centenas de metros de altura, escavado naturalmente durante milhares de anos por uma cascata subterrânea.

Hoje em dia a água já tinha desaparecido, mas os seus vestígios davam à parede rochosa uma coloração alaranjada que, apesar de costumeira, nunca deixava de te surpreender.

As estruturas que vos levarão ao outro lado da galeria ainda não têm barreiras protectoras em todo o seu comprimento.

Melhor será procurar o chefe na galeria anterior...

"Hehe!" abafa um riso stressado "Foi por pouco..."
Volta atrás e dirige-se para a outra galeria. Aproximando-se da parede ele pára e examina com mais minúcia estas paredes cor de mel. Fica ali um bocado, contemplativo a sentir a montanha debaixo das mãos calosas. É bela esta terra.

" 'Tavas a procura do chefe?" - diz um colega.
"Sim. Viste-o?" - responde.

 

Segues, finalmente, até à cabina do teu chefe de turno. Ele, com ar de mal encarado, pergunta-te o porquê do atraso; mas logo solta uma forte gargalhada acompanhada duma pancada nas tuas costas!

É mesmo assim que estás habituado a tratar com ele. Não se pode ser muito sério quando o peso do mundo está sobre as nossas cabeças...!

No entanto, ele nunca deixa de te fazer lembrar que é ele, e não tu, o chefe de turno:

"Ó Orlando, pá. Temos aqui um problema do lado de lá da nova galeria, pá. Então não é, pá, que acharam um novo tipo de minério! Por isso, pá, como tu estás cá há mais tempo que os outros, pá, eu queria que fosses tu, pá, a chefiar uma equipa de perfuração para ver como é que é, pá."

"Ok. Se bem o conheço você já tem tudo tratado e uma equipa em mente, certo?" - disse Orlando já com um mapa mental dos homens e dos materiais necessarios para encabeçar uma nova escavação. Apesar de ser o responsavel ele faria questão de usar sua fiel picareta na linha da frente com os colegas.

Passando as mãos pelo rosto, como se tivesse acabado de acordar, Orlando levantou os olhos para o rosto desgastado do seu velho colega.
"Quando é que começo?...pá." - Sorrindo.

E de lá veio outra gargalhada e a pancada nas costas.

"Ó Orlando começas amanhã, pá. Mas hoje, pá, eu queria que fosses era ajudar lá os tipos, pá, a terminar os passadiços. Qu'é pra depois amanhã, pá, ser mais fácil pra vocês de chegar lá."

Orlando, anuindo com a cabeça, caminha até a porta onde pega na 'sting', sua picareta, e no seu velho capacete.

"Vamos a isso, amiga." - diz ele a picareta ao limpar o suor da sua testa.

O chefe levantando a voz até ao mineiro, que já ia a meio do corredor, grita.

"Pá, vejo-te na cantina mais logo? Hoje é dia xixa, pá!"

Orlando diz que sim com um sinal de mão.

Então lá voltas à Galeria J para acelerar o avanço do passadiço.

Ao ver-te chegar, um colega teu:

"Tão. Ele mandou-te p'a cá co'a gente?" — dá uma gargalhada e acusa uma pancada nas tuas costas (que não chega a concretizar) e acrescenta, na brincadeira: "An-pan-da-pa lá-pá em-pem-bo-po-ra-pa, pá-PÁ!" — foi a rizada geral!

E, com efeito, o trabalho avançou rapidamente e, ainda antes do final do teu turno, já estavam a pintar na rocha nua, com tinta fluorescente, as palavras Galeria K.

Lança: 1d20+1 e 1d3.
[Vai antes aqui e coloca Orlando e Emerson nos locais respectivos.]

Esta tinta fluorescente custa a sair das mãos...

1d20+1 → [4,1] = (5) ; d3 → [3] = (3)

Final do turno. Jantar na cantina. Dormida na caserna. Oito horas de sono.

Novo dia que começa. Mais um em que só vês a luz do sol antes e depois de sair da mina.

Voltas a descer o elevador 13 e segues, com os teus colegas, até à recém-aberta Galeria K.

Passas pelo passadiço e os teus colegas, dados à superstição, tiram o capacete antes de entrar, levam-no ao ombro esquerdo, depois ao direito, sobem à testa e descem ao umbigo; ao que voltam a enfiá-lo na cabeça.

É uma velha tradição entre os mineiros... não sabes bem quando nasceu.

Continuam por um túnel natural, escavado pela água desde há milhares de anos, repleto de estruturas calcárias que pendem do tecto.

Chegam ao final do túnel, que se vai estreitando cada vez mais. O vosso objectivo é abrir caminho até descobrir que minério é que está para lá da Galeria K — os detectores de ultra-sons não obtiveram boas leituras.

Ou seja, são pelo menos 12m de túnel que têm de escavar na rocha maciça.

Escavar uma nova galeria é um trabalho dificil. Há que ter tudo organizado.
Antes de começar a partir pedra, chamo a mim os responsáveis para saber o que já está feito e o que ainda precisa ser finalizado.

"Exmos. isto vai ser um longo dia...!" - Digo enfaticamente e com um sorriso no rosto.

O turno anterior já montou o teleférico para poderem escoar detritos para a Galeria J. E já vos trouxeram para lá o equipamento necessário para a próxima fase da prospecção: martelos pneumáticos e barras de dinamite.

Vocês começam a lavragem com os martelos pneumáticos. Mas chegam ao ponto em que não conseguem seguir mais, por duas razões: não têm mangueira suficiente para alimentar os martelos e atingem rocha mais dura.

Terão de dinamitar o túnel para poderem avançar.

Queres fazê-lo ainda hoje ou esperar que o outro turno coloque as estruturas de suporte?

Eu respeito esta Terra, mas não me vergo aos seus caprichos.

"Preparem-se... vamos em frente!" - digo aos meus colegas.

Com a picareta escavas várias camas onde colocar as barras de dinamite. A localização de cada furo tinha que ser precisa para optimizar o resultado ou estarias a atrasar ainda mais todo o processo. Mas por algum motivo o chefe te tinha escolhido a ti...!

O resto do pessoal afasta-se até à distância recomendada. Colocas os últimos fios conductores no detonador. E (são coisas como estas que te fazem gostar desta profissão) gritas a plenos pulmões: FIRE IN THA HOLE!!!

[Faz um teste de Demolitions.]

1d20+2 → [3,2] = (5)

https://invisiblecastle.com/roller/view/1626174/

À primeira vista, a explosão parece ter corrido bem. Há um pedaço de rocha enorme que se soltou e terão de triturar para conseguirem escoar pelo teleférico.

Mas, não chegam a metade do processo, já conseguem aperceber-se de que o enorme pedaço que se soltou é da parte superior do túnel; o que vai abrandar um bocado o progresso do túnel — pelo menos por mais um dia, calculas.

Entretanto, o teu turno está a terminar. Os teus colegas que aí vêm retirarão o resto dos detritos e perfurarão mais alguns metros, tentando corrigir a direcção do túnel.

Apesar do erro, os mineiros não fazem fitas.
Isto acontece todos os dias, nunca se sabe como a Montanha vai reagir.

No fim do turno deixo-me ficar para tràs uns instantes e aproveito para fazer um apanhado da situação ao encarregado da proxima equipa.

"Amanhã há mais, velha amiga...amanhã há mais." - digo a Sting a caminho do elevador.

Segundo dia:

Voltas a descer os mesmos elevadores de sempre — primeiro o 3, depois o 13 — até à Galeria J. Os mesmos colegas de sempre. As mesmas histórias de sempre. As mesmas piadas de sempre. Parece que isso vos dá uma qualquer segurança, algo onde se agarrarem, porque a vida debaixo da montanha nem sempre é certa... nem sempre é segura...

Ainda na Galeria J começam a ver o resultado do trabalho dos vossos colegas do outro turno: o teleférico agora está parado, mas o cheiro que paira no ar diz-vos que só parou quando não havia mais detritos para tirar da Galeria K.

Este pessoal quando é para trabalhar, é a sério!

Até o pessoal do terceiro turno vos começa a deixar orgulhosos, apesar de apenas apanharem os restos que vocês vão deixando. No fundo, são só aprendizes, mas trabalham as mesmas 8 horas debaixo da montanha que vocês. E, se algo correr para o torto, não é o facto de serem mais novos que os vai safar — quando a montanha reclama o que é seu, fá-lo indiscriminadamente e sem misericórdia.

[Lança 1d20-1]