Este post responde ao Ivo e acrescenta alguns pontos que vale a pena esclarecer. Gostava que o Ricardo e o Pombeiro pudessem juntar-se à nossa conversa, como não o fizeram até agora, e se não o fizerem no futuro, vou assumir que não têm interesse em continuar a jogar e retirá-los do grupo.
O meu horário laboral não me permite jogar mais vezes, só uma vez por mês aos domingos, e à ocasional 5ª feira; este foi um compromisso que assumi, e que acordei convosco, por isso percebem que ficarei moderadamente incomodado quando não dão cavaco.
O jogo que me propus mestrar era-me (ainda é) desconhecido, embora o setting fosse uma paixão já antiga. Pensei, talvez erradamente, que seria um jogo suficientemente conhecido para atrair pessoal para jogar. As mudanças sucessivas de jogadores parecem apoiar a minha ideia, mas a sua não permanência, embora possa também ser atribuída a factores internos ao grupo (onde se inclui a minha própria maneira de lidar com as pessoas), leva-me a pensar o contrário.
Este jogo vive única e exclusivamente do combate; diria, sem errar por muito, que o combate representa bem mais de 85% de todo o jogo; se retirarmos o combate, ou se não fizermos o combate tal como está descrito, julgo que dificilmente lhe poderemos continuar a chamar “D&D 4ed”, temos feito.
Isto representou um choque para mim, porque sempre dividi as águas: se quero boardgames, há-os bem melhores - inclusivé há boardgames que têm dado boa conta a fingir que são rpgs (vide Arkham Horror e Mansions of Madness), mas este rpg finge muito mal que o é, e torna-se complicado (para mim) como rpg, o que me leva a socorrer dos jogadores como muletas para as regras (outro choque).
A falta de tempo, a novidade das regras, a dificuldade na sua aprendizagem/implementação, a colagem ao aspecto boargame-ish do jogo, levaram a que as sessões se dedicassem apenas e só ao combate, sem desenvolvimento das personagens e das suas histórias, com a crescente frustração que daí advém, da minha parte e julgo que também da vossa, que queríamos um rpg e não o estávamos a ter. Pelo menos eu não sinto que aquilo que fazemos, ou tentamos, a terceiro domingo de cada mês seja um rpg; é certo que há alguma troca de diálogos, que a história tem algumas alterações aqui e ali, mas não sinto uma vontade de continuar sem um grande BANG! no jogo de vez em quando, onde ao fim de um combate se sente a vitória e se contam os pontos de vida, mas não se sente a conquista nem depois se vai a viagem de regresso a casa a contar e pensar nos momentos altos - que era o que eu queria, mas não estou a ter.
Por isso é com uma mistura de pesar e alívio que vos digo que não irei continuar a jogar Dark Sun com o D&D4e; não acredito que este jogo seja para mim.
Proponho-vos por isso uma de duas coisas:
-continuar a jogar Dark Sun com outro sistema (já aqui falei no True20)
-mudar radicalmente para o Mutants & Masterminds (as saudades deste jogo estão a bater bem fortes)
Vamos ter 2 jogadores novos, é importante começar de novo com um jogo novo, para que não hajam mais dificuldades em meter os personagens à martelada e ter os jogadores a olhar em volta uns para os outros sem saber realmente o que estão ali a fazer.
Como disse, gostava que todos participassem na discussão, mas conforme expus, também percebo se não tiverem vontade de o fazer.
Um abraço forte a todos!
es.