Não existe "Jogar mal"!!

Bem, no tempo que demorei para escrever isto tudo o tópico original foi fechado e, como também já antes me tinha passado pela cabeça, coloquei isto como um post no meu blog.

É extremamente longo e contém talvez quotes a mais mas agradecia que se alguém quiser responder, que leia tudo antes!

[quote=Rui]Alfredo tem o seu grupo de rpg com que joga há pelo menos 15 anos; começou, como muita gente, pela Caixa Vermelha, e algumas das pessoas que jogam com ele também; foram mudando de jogo entretanto, porque o D&D era para putos e o que interessava era o mais avançado AD&D, e agora saiu o D&D 3.x e estão todos contentes a jogá-lo. Pelo meio, vão comprando e experimentando outros jogos, e às vezes até trocam de GM e tudo, para dar descanso aos fluídos criativos do pobre Alfredo.

E todos eles têm algo em comum que partilham e acham excelente, que é encher os jogos de house-rules. Compram um jogo, olham para as regras e para o setting, escolhem, às vezes conscientemente, o que está bem e o que está mal, rasuram tudo e ficam com a sua versão do jogo. Divertem-se às mil maravilhas, e têm brilhantes sessões. A sua última campanha dura já uns bons 4 anos, e não dá mostras de parar!

Isto só pode ser bom, certo?[/quote]

Certo!!

err… WTF??

[disclaimer]okay, obviamente eu sabia o q vinha ai e esta forma de resposta foi propositada. De qq forma a ideia não foi apenas dizer mal nem ofender. Espero que isso seja visivel na continuação deste post. Se mesmo assim ofender algo ou alguém não era minha intenção e peço desculpa adientadamente por isso. Não sei porque mas, ao contrário do que é costume, senti necessidade de colocar isto aqui! weird!![/disclaimer]

Certo, mas isso não é mau. Ou pera, por “jogar mal” queres dizer “jogar o jogo de forma diferente da visão do designer”… oki, então assim tudo bem mas isso não é mau. Todos temos a liberdade de fazermos o que queremos e se me apetecer jogar D&D com berlindes e em que os pc’s em vez de serem aventureiros são velhas costureiras a contar histórias umas às outras posso fazê-lo tou no meu direito. De forma nenhuma isso é errado, er… mau. É óbvio que não corresponde à visão dos designers mas er… so what?

Agora, jogar assim tem consequências! Poix! Como tudo o que fazemos na vida, a forma como decidimos jogar um jogo tem consequências!(surprise surprise) E se eu mudo um jogo e não me divirto a culpa é só minha. Não sei se o jogo era bom ou mau, nem o posso culpar por não me divertir porque eu alterei-o. Essa é a consequência!
Por outro lado se aceito jogar um jogo da forma como foi pensado pelo designer, sem o alterar de forma alguma, a consequência é que a existência de divertimento da minha parte está dependente de eu gostar ou não do tipo de divertimento que o jogo cria, que o designer implementou (quer propositadamente através de um design coerente, quer acidentalmente através de alguma falha no processo de design). Se o entretenimento que o acto de jogar aquele jogo “as is” me provocar divertimento, óptimo, se não, azar. Mas essa é a consequencia de eu jogar esse jogo as is.

Poix, há consequências para as duas formas de agir!

Nada como experimentar as duas situações e verificar quais consequências preferimos. Como tudo o resto na vida, tomar as nossas próprias decisões e pensar por nós em vez de termos os outros a dizer-nos como fazer as coisas! :wink:

Certo, essa é outra consequência de não se jogar o jogo como escrito. Se eu mudo o jogo e o Alfredo muda o jogo e se não o fazemos em conjunto a probabilidade é que ambos mudámos o jogo de formas diferentes. Assim acabámos com 3 versões diferentes do jogo, a original, a minha e a do Alfredo. Eu e o pessoal que joga comigo conhece a minha e muito provavelmente a original, o Alfredo e o pessoal que joga com ele conhece a dele e a original. O resto da maioria das pessoas que conhecem a original não conhecem nem a minha nem a do Alfredo. Acabamos com uma série de versões localizadas, específicas a pequenos grupos.
So what? Não há mal em sermos diferentes, fazermos as mesmas coisas de forma diferente ou mesmo fazermos coisas diferentes. Reconhecer e aceitar isso é bom. Ninguém é obrigado a fazer algo que não quer. Se eu quero jogar de uma maneira e o Alfredo de outra, ou não jogamos juntos ou arranjamos uma maneira que agrade aos dois. Isso não quer dizer que um de nós esteja errado ou que vamos passar a não gostar um do outro por causa disso. To each his own.

err… porquê?

ah, Pah, nepia.
Lá está. Tudo isso e muito mais pode acontecer. Gostos diferentes e tal. So what? Deal with it. Se não gostamos de jogar da mesma forma ou não jogamos juntos ou encontramos uma forma de jogar que ambos gostamos. Não reconhecer isso é viver na negação.

O mal não é esse que apontas, mas sim o facto das pessoas não reconhecerem que podem ter gostos diferentes e que esses gostos nem sempre se podem conciliar.
São gostos, não são nívels de qualidade. A maneira de jogar do Manel não é melhor que a do Alfredo! Só há mal quando eles não reconhecem isso. Ou quando sequer não aceitam que existem maneiras diferentes de jogar.

Certo, se eu não sei como jogar um jogo da forma como está escrito é quase inevitável que o vá fazer de uma forma diferente daquela que o designer imaginou. Então sim, isso é um problema dos jogos, se não consegue ensinar a forma como deve ser jogado, vai provocar, mesmo que não intencionalmente, que o pessoal o jogue de maneiras diversas de grupo para grupo.
O facto de isso não ser intencional pode fazer com que não seja reconhecido, o que pode levar a acusações de “tu jogas mal” e o problema começa aí, mas só aí!

Mas atenção que são falhas diferentes. O designer que não conseguiu transmitir a sua visão. Dos jogadores pode ser ou não, dependendo do facto de ser um acto consciente ou não e de perceberem ou não o que estão a fazer.

O GM é apenas mais um jogador, apenas tem funções diferentes no jogo. :wink:

So what? Conforto é agradável. Ninguém é obrigado a experimentar coisas novas. Existe sempre um risco envolvido na experimentação, um gasto de energias sob alguma forma que pode ou não dar um investimento mas que pode também ser um desperdicio. Cada um tem o direito de escolher para si o que é um risco adequado ou demasiado alto. Não se pode criticar alguém por não mudar, está no seu direito, desde que não se queixe por estar a perder algo por não ter progredido.
Uma pessoa não é melhor ou pior por resolver experimentar algo novo ou por não o fazer. Um grupo está no seu direito de se manter a jogar da mesma forma que faz desde os últimos 20 anos e não querer experimentar os novos jogos dos indios ou o raios que os parta! (nada contra jogos indie, aliás, gosto bastante de alguns e vejo muita qualidade mesmo em muitos que não gosto, expressão apenas para dar enfâse ao ponto que queria fazer passar.) Claro que perdem o direito de se queixarem por perderem o divertimento que aquilo que não experimentaram provoca!

Eu faço isso, não há melhor razão para o fazer!

Sim, mas como é que isso contraria o ponto de que alguém muda uma regra que não gosta?
Quem muda uma regra está a dizer: “ok, eu vi como tu (designer) querias que o jogo funcionasse; agora eu quero que esta parte do jogo funcione antes assim porque gosto mais; provavelmente não seria a forma como tu (designer) mais gostarias mas eu prefiro; pelos vistos temos gostos diferentes, lamento; ainda assim, em geral gostei do jogo porque acho que está perto o suficiente daquilo que eu quero, pois estou a dar-me ao trabalho de pegar nele e alterá-lo em vez de ir à procura de outro mais próximo ou de fazer um novo.”
Pessoalmente eu não vou alterar uma regra de um jogo se o que eu quero conseguir com essa alteração for mais facilmente conseguido pegando noutro jogo que não tenha de alterar ou criando um novo. Se o fiz é porque achei que essa era a forma mais facil de conseguir o meu objectivo, por uma razão ou por outra.

Se calhar o outro jogo que fazia essa parte como eu queria fazia outra parte de forma mais afastada do que eu queria e daria mais trabalho alterar isso do que isto. Se calhar criar um jogo novo dá mais trabalho que alterar este. O que interessa isso? A escolha existe e todos temos esse direito!

O designer tem o direito, até o dever, já que esse é o objectivo de se publicar um jogo, de fazer passar a sua visão de como o jogo deve ser jogado, mas todos temos também o direito de lhe dizer: “okay, mas eu prefiro desta forma diferente!”

Se por jogar bem queres dizer: “jogar da forma correspondente à visão transmitida pelo designer” então sim, concordo. Se por jogar bem queres dizer er… “jogar bem” por oposição a “jogar mal” as in “wrong bad fun” então não.
Isso não é jogar bem, isso é jogar como vem escrito no livro, isso é seguir as regras, isso é seguir a visão do designer.
Mas “jogar bem” é um juizo de valor. Dizer que jogar da forma x é jogar bem é dizer que jogar da forma x é melhor que jogar da forma y. ERRADO! A melhor forma de jogar é subjectiva e individual e corresponde sempre à forma que nos provoca mais divertimento naquele momento e situação especifica.

Isso é perfeitamente válido, para quem está interessado em realmente chegar a esse conhecimento de forma profunda. Dada a quantidade de informação e complexidade de muitos dos sistemas e quantidade de opiniões e teorias esse conhecimento, muitas vezes, quase que se pode comparar a algum tipo de “iluminação filosófica”. Será que o próprio designer sabe jogar ao jogo dessa forma suprema? Será que ele consegue transmitir esse conhecimento ou é daquelas coisas que não podem ser transmitidas e que cada um tem de atingir por si próprio? Talvez até daqueles conhecimentos que só se alcançam depois de se aceitarem premissas que não fazem sentido nenhum enquanto não se chegar à própria conclusão baseada nelas! :\

O que quero dizer com isto é que sim, essa é uma possibilidade, mas seja por que razão for, eu posso simplesmente não estar para aí virado ou não querer/poder/ter o interesse para seguir essa opção.

Isso cria a tendência dos jogos incompletos. Compras o jogo mas para o aprenderes a jogar tens de te integrar na comunidade, vivê-la, senti-la, respirá-la, ser mais um robot! Que aconteceu ao comprar o jogo, juntar um grupo de amigos e começar a jogar? Não é uma experiência filosófica ou profunda nem uma sessão de análise de regras, sistemas ou terapia de grupo(pode ser mas não tem de ser).

O pessoal pode só quer divertir-se sem ter de pensar nisso! E tem todo o direito de ter essa opinião.
Não se pode criticar alguém desta opinião que simplesmente altere algo que não funciona bem para algo que, para eles, naquele momento/situação especifica, parece funcionar melhor. Não estão a jogar mal, estão a fazer o que têm de fazer para se divertir. Isso nunca é mau. Claro que estão a jogar de forma diferente àquela que está estroturada pelas regras mas isso eles sabem, né preciso tar a apontar o dedo. Eles sabem isso. E não têm qualquer sentimento de culpa por o fazerem. Porque deviam ter? Estão no seu direito. Não fizeram nada de mal ou errado. Estão a divertir-se. :slight_smile:

Ambos bons exemplos de se jogar de forma diferente daquela prevista nas regras!

Continuando com a minha interpretação do teu “jogar mal” como sendo “jogar de forma diferente à indicada nas regras”, então não, não é, nem de perto nem de longe, virtualmente impossível fazer isso com esse ou qualquer outro jogo! Pode ser modificado, alterado, canibalizado como qualquer outro. A grande diferença é que, visto ser tão focado, contido, explicito, torna-se fácil perceber a visão do designer, evitando casos em que se iria alterar o jogo simplesmente por não se perceber essa visão (o que corresponde a talvez à maioria das situações) e por outro lado o jogo está tão focado para provocar aquele tipo especifico de divertimento que é dificil conseguir qualquer outro tipo que não esse de forma coerente e assim torna-se dificil fazer alterações bem sucedidas, pelo menos sem um aumento considerável na dificuldade do processo.

Isso não tem nada a ver com o fazer-se ou não alterações a um jogo. Tem apenas a ver com comunicação, ou melhor dizendo, falta dela. Quando se faz uma alteração à norma (jogo como escrito) não se pode esperar que os outros a conheçam ou, sequer, se identifiquem com ela, especialmente quando esses outros foram aproximados através duma identificação com a própria norma.
Eu jogo o jogo-x mas alterei uma regra porque não gostava dela. Vou ter com o Francisco que também gosta do jogo-x para jogar com ele. Não posso esperar que ele se identifique com a minha alteração. Se o conheci devido à identificação dele com o jogo-x até devo esperar o contrário, que ele se vai identificar com o jogo-x como publicado e não com a minha alteração ao jogo-x. Nesta história o problema foi que eu, apesar de ter alterado o jogo-x e não mais me identificar com ele continuei a apresentar-me como identificando com ele. Isso sim está errado e é um erro que eu próprio já cometi.
Agora quando o jogo-x é tal que toda a gente fez a sua modificação eu não posso virar-me para o Francisco e dizer que ele joga mal porque em vez da minha modificação usa outra diferente.
Mas tudo isto são problemas de comunicação e nada mais do que isso.

Alterar regras não é bom… nem mau, simplesmente é! Faça-se ou não, isso não interessa. No entanto é importante saber se se faz ou não

Isso sim é problemático. Se eu não sei como tu jogas, não vou conseguir jogar contigo. Vou ter de adivinhar e quando descobrir posso descobrir que jogas da forma que eu gosto de jogar e ter uma surpresa agradável ou descobrir exactamente o contrário e ter uma surpresa desagradável. E entretanto perdi tempo e energia a tentar descobrir. É um risco de que as pessoas deviam estar consciêntes antes de tomarem a decisão de jogar ou não com aquela pessoa ou grupo, especialmente quando não há uma boa comunicação da forma como se vai jogar.

Acho que todo o teu post é muito bom se entendido neste sentido.

A solução apresentada tenta resolver um problema de falta ou falha de comunicação não por ensinar ou colocar as pessoas a comunicar mas sim por evitar a necessidade de o fazerem transformando-as todas em iguais.

Uns adendos a 2 ou 3 posts:
Alterar uma regra ou uma parte do setting é exactamente a mesma coisa! Dizer que um é melhor ou pior que o outro é o mesmo que dizer que uma alteração é melhor ou pior que outra o que leva a dizer que uma forma de jogar é melhor ou pior que outra. Tudo questão de gostos! Nada mais.

A Golden Rule é uma falha do designer mas também um apontar o óbvio. Não é preciso ela vir lá escrita para qualquer jogador poder fazer o que quer com o jogo! DUH
Ao dizer isso o designer está a desresponsabilizar-se de qualquer consequência do jogar o jogo! Se jogaste o jogo e não gostaste devias ter alterado afinal essa é a primeira regra! :expressionless: Tipo, pq raios é que estamos a pagar a este gajo afinal?
Se vão fazer um jogo ao menos tenham a coragem de dizer que isto é o que queriam e conseguiram e que funciona para a situação/gosto x. Se não querem x façam outra coisa. Não tentem é dizer que o jogo serve para x, y, z, e o resto do abecedário todo, basta MUDAR O RAIO DO JOGO TODO!!! Isso é óbvio para começar e estúpido para ser dito pelo designer, mostra desleixo, preguiça, falta de responsabilidade e desrespeito para com os clientes!

E não são esses produtos que elas próprias estão a criar ao alterarem essas mesmas regras?
Ou por “existir produtos” apenas entendes produtos criados comercialmente por outros que não os próprios utilizadores e que não sejam construidos a partir de algo já existente (que é talvez a forma mais prevalente de progresso)?

Não percebo se estás a comentar sobre o que a maioria faria ou se estás realmente a defender esse acto como sendo o adequado!
Porque se a grande maioria sim iria devolvê-lo, outros há que fariam o contrário, não se limitando a consumir mas tomando nas suas mãos o acto de criar algo adequado às suas necessidades a partir de algo que foi inadequado. Na minha opinião essa atitude deve ser incentivada e de louvar, já que ela conduz ao progresso enquanto que a outra conduz ao consumismo passivo.

O que não é necessário de todo para que essa modificação pessoal ocorra.

Aqui tenho de concordar. O producto inicial é o producto inicial e qualquer modificação é da exclusiva responsabilidade do modificador, não devendo modificar a imagem do produto inicial de forma alguma, para o bem ou para o mal!
Acções e consequências. :wink:

Isso é discutivel. Na minha opinião quanto mais alterações existirem mais o consumidor tem a ganhar através da liberdade de escolha e concorrência.

Err… So Fucking What?
Eu não sou responsável pela integração de pessoal novo no hobbie! Posso aceitar essa responsabilidade mas não posso ser responsabilizado por outro.
Quando compro um produto não é da minha responsabilidade propagar a imagem desse produto, fazer publicidade ou contribuir para o tempo de vida util ou comercialização desse produto de alguma forma. Não tenho nenhuma responsabilidade para com o designer do produto. Fui consumidor uma vez e mais do que isso parte apenas da minha própria vontade se tal for o meu desejo. Não posso ser culpabilizado ou criticado pela falta dessa vontade.

Se for do meu interesse trazer novas pessoas para o hobbie sim, ao assumir essa responsabilidade, devo fazê-lo da melhor maneira para o hobbie, ou estarei a contradizer-me, e aí sim, usar o jogo como publicado é a actitude correta.
Agora se meti um amigo meu a jogar no meu grupo de certeza que o vou a meter a jogar da mesma forma que eu sem me preocupar em ir mais além, a menos que ele mostre um interesse no hobbie propriamente dito e, partindo do principio que eu próprio tenho esse interesse!

Tava a tentar arranjar uma conclusão de jeito para isto tudo mas só consegui isto:

Isto é um jogo, o pessoal quer-se divertir. Não há forma errada de fazer isso. Um jogador não é obrigado a ser interessado no hobbie nem sequer a apoia-lo. Nem pode ser responsável por este. Cabe a cada um decidir por si o interesse que têm e a responsabilidade que vai assumir na sua participação activa na comunidade e no hobbie levando o seu gosto por este tipo de divertimento para algo maior ou não. Finalmente, meter toda a gente a pensar da mesma maneira não é uma solução para problemas de comunicação entre pessoas que pensam de maneiras diferentes.

Provavelmente exagerei uma data de coisas numa data de formas ao escrever isto.
Mais uma vez, na queria ofender ninguem, bla bla bla, sorry for that!

[B0rg]
We r all as one!!
We are The Borg. We are Eternal. We will return. Resistance is Futile...

If freedom is outlawed, only outlaws will have freedom.

[quote=B0rg]

[quote=jrmariano]Eu concordo! Se as pessoas andam a alterar as regras é porque um dado jogo não tem o devido Valor (comercial? utilitário talvez?) para elas no sentido de que este não reúne um conjunto de mais-valias que seja suficiente a um jogador ou grupo de jogadores. Na minha opinião acho que deveriam existir produtos que satisfazessem as suas necessidades.[/quote]
E não são esses produtos que elas próprias estão a criar ao alterarem essas mesmas regras?
Ou por "existir produtos" apenas entendes produtos criados comercialmente por outros que não os próprios utilizadores e que não sejam construidos a partir de algo já existente (que é talvez a forma mais prevalente de progresso)?[/quote]

A segunda. Pode até ser progresso (no sentido de ser uma evolução das regras) mas não é extensivo a todos os consumidores através do mercado.

[quote=B0rg]

[quote=jrmariano]Se falássemos de um electrodoméstico (um produto mais tangível que a experiência providenciada pelo RPG) e se este não possuísse um conjunto de funções não o comprávamos ou então depois de o experimentarmos trocávamos por outro ou devolvíamos-o.[/quote]
Não percebo se estás a comentar sobre o que a maioria faria ou se estás realmente a defender esse acto como sendo o adequado!
Porque se a grande maioria sim iria devolvê-lo, outros há que fariam o contrário, não se limitando a consumir mas tomando nas suas mãos o acto de criar algo adequado às suas necessidades a partir de algo que foi inadequado. Na minha opinião essa atitude deve ser incentivada e de louvar, já que ela conduz ao progresso enquanto que a outra conduz ao consumismo passivo.

[/quote]

A comentar o que a maioria fazia. Bem mas um ferro de engomar usado colar uma cobertura de plástico num modelo de avião é progresso, portanto um uso criativo? Ou será que está a desempenhar outra função? Não existirão outros produtos melhor "desenhados" para o efeito?

[quote=B0rg]

[quote=jrmariano]Um RPG tem esse pormenor curioso de ser uma experiência abstracta e que tem efeitos diferentes sobre cada pessoa que joga e depende claramente de um contrato social e agenda criativa consensual. Para não falar da imaginação partilhada entre todos![/quote]
O que não é necessário de todo para que essa modificação pessoal ocorra.

[/quote]

Não percebi a referência. Podes explicar melhor?

[quote=B0rg]

[quote=jrmariano]- julgar-se um dado Produto de RPG pela experiência de jogo providenciada por um dado grupo e não pelo seu Valor original (tal como intencionado e executado pelo autor/empresa) o que causa um mau serviço ao produto e sua marketabilidade[/quote]
Aqui tenho de concordar. O producto inicial é o producto inicial e qualquer modificação é da exclusiva responsabilidade do modificador, não devendo modificar a imagem do produto inicial de forma alguma, para o bem ou para o mal!
Acções e consequências. ;)

[/quote]

Epá se tiveres que discordar também estás à vontade. :P :D

[quote=B0rg]

[quote=jrmariano](logo também ao consumidor pois marketing e deselvolvimento de produto estão associadas num ciclo);[/quote]
Isso é discutivel. Na minha opinião quanto mais alterações existirem mais o consumidor tem a ganhar através da liberdade de escolha e concorrência.

[/quote]

Esse consumidor ganha é verdade. Mas a liberdade de escolha de um dado produto pelo outro ou a melhoria do produto advindo da concorrência entre empresas não estão relacionadas com essas alterações pois esse fenómeno é restrito e não generalizado.

[quote=B0rg]

[quote=jrmariano]- dificulta também o uso dos consumidores recentes do produto pois são confrontados com usos ideossincráticos (totalmente restringidos às ideias e filosofias de um dado grupo) deste o que causa grupos pequenos e isolados de consumidores.[/quote]
Err...... So Fucking What?
Eu não sou responsável pela integração de pessoal novo no hobbie! Posso aceitar essa responsabilidade mas não posso ser responsabilizado por outro.
Quando compro um produto não é da minha responsabilidade propagar a imagem desse produto, fazer publicidade ou contribuir para o tempo de vida util ou comercialização desse produto de alguma forma. Não tenho nenhuma responsabilidade para com o designer do produto. Fui consumidor uma vez e mais do que isso parte apenas da minha própria vontade se tal for o meu desejo. Não posso ser culpabilizado ou criticado pela falta dessa vontade.

Se for do meu interesse trazer novas pessoas para o hobbie sim, ao assumir essa responsabilidade, devo fazê-lo da melhor maneira para o hobbie, ou estarei a contradizer-me, e aí sim, usar o jogo como publicado é a actitude correta.
Agora se meti um amigo meu a jogar no meu grupo de certeza que o vou a meter a jogar da mesma forma que eu sem me preocupar em ir mais além, a menos que ele mostre um interesse no hobbie propriamente dito e, partindo do principio que eu próprio tenho esse interesse!

[/quote]

Bem, eu de minha parte não falei em culpabilizar ou responsabilizar alguém por isso. Apenas indiquei duas consequências. Considera-as informações às quais podias não ter tido acesso antes! É o que chama informar os consumidores! :D E consumidores informados e exigentes pressionam uma dada indústria a melhorar os seus padrões de qualidade. E eu não sei quanto a ti mas eu gosto de poder comprar produtos de qualidade, profissionais e com o máximo de eficiência.

[quote=B0rg]

Tava a tentar arranjar uma conclusão de jeito para isto tudo mas só consegui isto:

Isto é um jogo, o pessoal quer-se divertir. Não há forma errada de fazer isso. Um jogador não é obrigado a ser interessado no hobbie nem sequer a apoia-lo. Nem pode ser responsável por este. Cabe a cada um decidir por si o interesse que têm e a responsabilidade que vai assumir na sua participação activa na comunidade e no hobbie levando o seu gosto por este tipo de divertimento para algo maior ou não. Finalmente, meter toda a gente a pensar da mesma maneira não é uma solução para problemas de comunicação entre pessoas que pensam de maneiras diferentes.


Provavelmente exagerei uma data de coisas numa data de formas ao escrever isto.
Mais uma vez, na queria ofender ninguem, bla bla bla, sorry for that!

[/quote]


Bem acho que o objectivo do meu post (e posso estar enganado mas presumo que fosse o do Rui) não era atingir a homogeinização da opinião das pessoas mas sim provocar a discussão saudável. Apenas se questionou os valores atribuídos ao se "jogar RPG". Acho que não se quis abolir o indíviduo, responsabilizar ou obrigar alguém a fazer algo que não se quisesse. Isso são leituras além das palavras que por exemplo eu escrevi no meu post.

Certamente tu não acreditas que exista alguém aqui com uma agenda subversiva ou propagandista para "policiar o pensamento" ou "lavagem cerebral" de quem aqui posta certo? Presumo que compreendas que as várias expressões utilizadas que te podem parecer tal (se é que existem) são um recurso expressivo? Tal como os "WTF!" e os "So what?", certo? :)

Só estou perguntar para não haver confusões já que isso me parece bem claro que isso não acontece no que escrevi.

[/quote]
"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

Este comentário foi movido para aqui.

hhmmmm, o próprio mercado não é extensível a todos os comsumidores. Cada um tem apenas acesso a uma parte mais ou menos restrita deste.
Não vejo a existência dessa separação entre “mercado” ou “público” e o “pessoal”. Se eu faço uma alteração a uma regra, isso é concorrência aos produtos feitos por qq empresa e isso faz parte do mercado, independentemente do número de pessoas que lhe têm acesso e da forma como esse acesso é feito.
A única diferença entre um produto feito por uma empresa dedicada a essa área e por um individuo é apenas o comércio e mesmo essa fronteira está a desaparecer.

Não concordo com essa associação entre “produto feito para ser comercializado” e acessibilidade e/ou qualidade do produto.

Um produto desempenhar uma função para a qual não foi criado não tem nada de errado. É uso criativo que através de tentativas e erros só pode levar a novas áreas de criação. As in progresso! :wink:
Talvez exista um produto melhor desenhado previamente mas isso é totalmente subjectivo. Cada utilizador tem uma função específica em mente e quem sabe se a função especifica não se enquadra bem nesse tal outro produto que seria supostamente melhor desenhado para tal? Ou porque razão se há-de gastar dinheiro a comprar outro produto quando aquele q comprei antes faz tudo o que eu quero com ligeiras, ou menos ligeiras, modificações?

Estava a apontar que essa diferença que apontas entre objectos materiais como electrodomésticos e algo como as regras de um rpg não afecta esta situação, já que ambos são passíveis de serem alterados ou de provocarem essa vontade nos utilizadores.

Anyway, para terminar e em relação ao teu comentário final, ya, por isso é que disse que tinha exagerado.

[quote=B0rg]If freedom is outlawed, only outlaws will have freedom.[/quote]

Pois eu digo -

If marriage were outlawed, then all your in-laws would be outlaws.

Pensa nisso. E desculpa por me atravessar numa discussão séria, mas não consigo ver uma frase "If x were outlawed" sem dar o meu bitaite.

E não existem maneiras melhores de jogar, sempre que um jogo seja um jogo - quando passamos para profissionalismos a coisa muda de figura, mas também deixa de ser por prazer.

O que existe são regras da casa - que podem ser boas, ou seja dar maior prazer aos jogadores - ou más, ou seja podem excluir outras pessoas. Um pouco como o Calvinbola, em que as regras são feitas à medida que o jogo avança; ou Mornington Crescent.

Queria aqui dizer que concordo com o extenso post do B0rg e queria também invocar a The Great, Immutable, Ironclad Law referida pelo Robin Laws:

There is only one way to roleplay: the way that achieves the best balance between the various desires of your particular group

Evil never dies, it just waits to be reborn…

Ah, já conheces o nomic??

Man, esse Mornington Crescent é BRUTAL!!! LOL

E fizeste bem em mandar o bitaite :wink:

Para mim o que define "jogar bem RPG" está neste tópico (ler os comentários dos utilizadores do portal).

Sintetizando, jogas bem quando estás a jogar no mesmo "comprimento de onda" que os outros jogadores sem introduzires em jogo coisas que contrariem esse "comprimento de onda".

Ter o pessoal todo na mesma onda deve ser logo o primeiro passo, depois disso é encontrar um jogo que a suporte, não por os jogadores correrem o risco de jogar mal, mas por correrem o risco de estarem a tentar re-descobrir a roda desnecessariamente. Tentarei explicar melhor.

Alterações ás regras de um jogo como escritas podem vir, a meu entender, de duas situações.

1 )Os jogadores gostam do Estilo de Jogo (épico, terror, mistério, crescimento pessoal, etc.) que as regras traduzem mas acham que podia estar melhor e fazem o seu tunning. Isto pode originar duas coisas:

1 a) Adicionam particularidades ao jogo, mantendo o seu Estilo e a sua Matriz Principal, de modo ao jogo se adequar melhor à visão do grupo do Estilo do Jogo. Isto muitas vezes é saudável e até aproveitado pelos designers dos jogos quando re-editam as suas obras aproveitando feedback do público para melhor certos aspectos do jogo.

Exemplo: Se quando eu joguei Exalted 1st Ed, alguém me viesse com uma "House Rule" que punha os stunts a funcionar como em Exalted 2nd Ed eu achava brilhante e jogava assim porque não estava a mudar o Estilo do Jogo (Épico/anime) nem a sua Matriz Principal (continuam a haver stunts e tornavam-se muito mais apetecíveis)

1 b) Acham que embora gostem do Estilo de Jogo, não acham que as regras são as mais adequadas e começam a mudar tudo para ligar o jogo à sua visão.

Exemplo: Ainda com Exalted, não gostam de stunts por isso tiram-nos, acham que andar com carradas de d10 de um lado para o outro é parvo, por isso metem 1d20, acham que os PCs são demasiados poderosos por isso metem-lhes níveis e decidem que devem começar no nível 1, etc.

Isto já é, a meu ver, prejudicial, não por ser jogar mal Exalted, mas porque a determinada altura já não se estar a jogar Exalted mas a re-inventar-se D&D, o que pode ser extenuante e dar resultados duvidosos (vamos assumir que os criadores de D&D são gajos que trabalham em jogos à anos e sabem o que andam a fazer).

Acho que quando se começa a sair em demasia (o que é uma fronteira algo dúbia) o melhor que podem fazer é mudar de jogo, é mais simples e o mais provável é encontrar um jogo que seja muito mais adequado para representar o Estilo de Jogo que o grupo procura ou então criarem o seu jogo de base sem se preocuparem mais com o outro jogo que não lhes servia, isto é algo útil/produtivo tanto para eles como para o hobby no geral.

Claro que isto pode não ser a solução mais praticável, porque o grupo não tem os meios para pesquisar informação sobre outros jogos ou qualquer outro motivo, mas é a meu ver a mais indicada.

2 ) Os jogadores não gostam do Estilo do Jogo. Isto pode levar a alterarem o jogo tal para poder encaixar o Estilo que pretendem jogar.

Exemplo: Os jogadores gostam imenso de histórias que envolvam a incapacidade da mente humana de lidar com seres superiores a si, por isso ao jogar Exalted decidem inserir uma mecânica de sanidade sempre que eles lidarem com algo semelhante aos Primordials.

Isto para mim leva mais ou menos ao mesmo que o ponto 1 b), re-inventar a roda. Acho que o mais apropriado é escolher um jogo que já lide com esse Estilo de Jogo de base ou darem-se ao trabalho de fazerem um que o faça segundo o conjunto de regras que achem mais apropriado.

A ideia que quero transmitir é que alterar um jogo não é por si mau, apenas pode ser frustrante e dar poucos resultados quando se pretendem efectuar alterações profundas (mantenho, é uma linha ténue) no seu funcionamento, podendo ser mais produtivo procurar um jogo novo ou criar um jogo novo, porque vai-se obter um produto muito mais direccionado para aquilo que o grupo pretende.

Existe também a possibilidade de isto estar tudo mal pensado.

Sobre a falha dos designers em explicar como é que se deve jogar o seu jogo, acho que normalmente eles tentam fazer isso no capítulo dedicado ao GM (caso da WW), o que pode ser errado se pensarmos que só os GMs é que vão ler isso e ter só um a saber como é que as coisas devem funcionar num jogo não me parece ser o mais viável.

Há depois também o risco de eles explicarem como é que o jogo deve funcionar e as pessoas passarem essa parte ao lado porque "já sabem como se joga RPGs" (eu já tive muito perto de cometer este erro).

Acho que não consigo falar bem sobre a parte do designer do jogo, deixo essa parte para quem souber melhor.

De qualquer maneira penso isto, um designer tem uma ideia para um Estilo de Jogo e dedica tempo a construir regras que o suportem, o mais certo é chegado ao fim do jogo e editado ele descobrir que as coisas podiam ser melhoradas e que a sua visão do jogo não está 100% coberta pelas regras que construiu, por isso é que o feedback dos jogadores (especialmente o originado pelo ponto 1 a) ) é tão importante e pode levar a melhoramentos no jogo de edição para edição.

Isto foi tudo só sobre as regras do jogo, gostaria é que me explicasses (Rui) o que querias dizer com "alterar o setting"?

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Alterar o setting: por de repente Exalted em D&D.

Questão sobre o teu ponto 2:

Não é isto algo sobre a mentalidade de jogo de um grupo? Quero dizer: eu jogo desta maneira há anos, há este jogo novo que toda a gente diz bem, eu vou comprá-lo, lê-lo, concluir que não se adapta ao meu estilo de jogo, e alterá-lo.

Ora isto não faz sentido e é precisamente jogar mal um jogo.

Isto faz confusão a muito boa gente, porque parece que os estou a acusar de jogar mal, ou que estou a admitir que jogo mal; eu jogo mal socraticamente, se me faço entender.

Dizer a alguém que está a jogar mal um jogo, não é a mesma coisa que dizer a alguém que está a jogar mal rpg, e há por aí pessoal que aindanão percebeu isto.

Para concluir este ponto: alterar um jogo para se conformar ao estilo de jogo de um grupo é jogar mal esse jogo.

O teu ponto 1.b) parece-me igual ao teu ponto 2; o teu ponto 1.a) não me parece mau, por si, até chegar alguém de fora para jogar esse jogo com as alterações. Aí não ponho as mãos no fogo sobre "diversão".

Edit: acrescentei duas palavras e um bold.

--~~--

Alguém muito sábio disse uma vez: "So, Trebek, we meet again! The game's afoot!"

[quote=B0rg]Se eu faço uma alteração a uma regra, isso é concorrência aos produtos feitos por qq empresa[/quote]


--~~--

Alguém muito sábio disse uma vez: "So, Trebek, we meet again! The game's afoot!"

[quote=Rui]Dizer a alguém que está a jogar mal um jogo, não é a mesma coisa que dizer a alguém que está a jogar mal rpg, e há por aí pessoal que aindanão percebeu isto.[/quote]

Não será antes que percebeu muito bem, bem demais, até, mas que não concorda de maneira nenhuma com as... coisas... que estás a dizer? Por favor, não insultes os teus interlocutores. Podemos continuar esta conversa aqui, ou por MSN, pois neste site tenho de cantar fino.


"Don't hesitate, don't apologise - it's a sign of weakness."
John Ford, cineasta

Rui:

Pelo que percebo dizes que uma pessoa que altera as regras de um jogo joga mal esse jogo.
Na minha opinião isso não é jogar mal, isso é jogar o jogo de maneira diferente. Jogar mal um jogo é jogar o jogo pelas regras normais e utilizar essa regras de maneira incorrecta.

Julgo que a tua escolha de palavras não foi a mais feliz.

:slight_smile:

Evil never dies, it just waits to be reborn…

Então e qual a tua opinião sobre um caso ligeiramente diferente: um grupo que joga um determinado jogo há anos/ meses, não se cansou do estilo do jogo, nem sequer das mecânicas, mas por qualquer motivo (queixas da parte dos jogadores ou mestre de jogo, porque vão começar uma campanha diferente) decide adaptar ligeiramente o jogo para melhor o adaptar à presente conjuntura? Também é jogar mal?

[quote=Rui]
Para concluir este ponto: alterar um jogo para se conformar ao estilo de jogo de um grupo é jogar mal esse jogo.

[/quote]

Se colocasses isto de outra maneira, por exemplo: alterar um jogo para se conformar ao estilo de jogo de um grupo é potencialmente um risco, poderá correr mal e poderá prejudicar a adaptação de novos jogadores, aí sim concordava. Mas generalizando assim, continuo a discordar.

Mas há certas coisas que é preciso estabelecer primeiro.

Eu acho que não perceberam, porque continuam a não conseguir dissociar as duas coisas, e a jogar jogos diferentes sempre da mesma maneira. Vê o ponto na minha resposta ao RPL onde falo da malta que altera as regras dos jogos porque estas não se conformam à sua maneira de jogar. Se eu tiver uma maneira diferente de jogar, vou estar automaticamente a chocar com essas pessoas; concordas? Estou a repetir-me, talvez pela 3ª ou 4ª vez, mas julgo que já tinha comentado isto contigo por aqui, no teu forum, por MSN, e acho que até em pessoa, e tinhamos ficado de acordo quanto a isto.

Eu por norma sou explosivo, quando vejo manifestações de lambe-botice de pessoas que admiro, porque isso choca com a minha visão delas.

Não vou responder-te no teu forum, porque a discussão surgiu aqui, porque no teu forum sou perseguido e acossado, e convenhamos, cada um vai onde é bem tratado. Não vou responder-te por MSN porque não estou cara-a-cara contigo e as coisas ditas na net têm sempre várias interpretações.

No entanto, com uma caneca de cerveja à frente sou o teu homem.

–~~–

Alguém muito sábio disse uma vez: “So, Trebek, we meet again! The game’s afoot!”

:slight_smile:

–~~–

Alguém muito sábio disse uma vez: “So, Trebek, we meet again! The game’s afoot!”

[quote=Rui]:slight_smile:

[/quote]

Estás semânticamente a não responder ao meu post?
:wink:

Evil never dies, it just waits to be reborn…

[quote=Nietzsche][quote=Rui]Não é isto algo sobre a mentalidade de jogo de um grupo? Quero dizer: eu jogo desta maneira há anos, há este jogo novo que toda a gente diz bem, eu vou comprá-lo, lê-lo, concluir que não se adapta ao meu estilo de jogo, e alterá-lo.[/quote]

Então e qual a tua opinião sobre um caso ligeiramente diferente: um grupo que joga um determinado jogo há anos/ meses, não se cansou do estilo do jogo, nem sequer das mecânicas, mas por qualquer motivo (queixas da parte dos jogadores ou mestre de jogo, porque vão começar uma campanha diferente) decide adaptar ligeiramente o jogo para melhor o adaptar à presente conjuntura? Também é jogar mal?[/quote]

Acho que estás a ser picuinhas porque podes; no fundo ou já concordaste comigo, ou vais sempre discordar.

Imaginando que esse grupo altera as regras para a nova campanha, e todos se divertem (o que é bom, nunca disse o contrário e parecem ignorar-me aqui), mas um dos jogadores tem que sair, por que razão for, e metem um jogador novo, que até já jogou com eles mas que não contribuiu em nada para a mudança de regras. Como é que ele se vai sentir?

Ou que metem um jogador que nunca conheceram e que sempre jogou mas foi outro jogo completamente diferente. Ou que vem um gajo inglês que quer jogar rpg com eles. Como é que eles se vão sentir?

Eu estou a bater neste ponto porque já estive em duas situações onde acusei e fui acusado de jogar mal, apenas e só porque tinha experiências diferentes.

[quote=Nietzsche][quote=Rui]
Para concluir este ponto: alterar um jogo para se conformar ao estilo de jogo de um grupo é jogar mal esse jogo.

[/quote]

Se colocasses isto de outra maneira, por exemplo: alterar um jogo para se conformar ao estilo de jogo de um grupo é potencialmente um risco, poderá correr mal e poderá prejudicar a adaptação de novos jogadores, aí sim concordava. Mas generalizando assim, continuo a discordar.
[/quote]

Bom, semântica. :-)
--~~--

Alguém muito sábio disse uma vez: "So, Trebek, we meet again! The game's afoot!"

Ná, é que me parece que o pessoal já concordou todo uns com os outros mas estamos a perder-nos com picuinhices, para ver quem tem o falo maior.

–~~–

Alguém muito sábio disse uma vez: "So, Trebek, we meet again! The game's afoot!"

[quote=Rui]Ná, é que me parece que o pessoal já concordou todo uns com os outros mas estamos a perder-nos com picuinhices, para ver quem tem o falo maior.[/quote]

Ui, lá vem essa história do falo outra vez…

Não me parece que tenhamos concordado todos porque, pelo menos eu, continuo a discordar de ti.

Resumindo minha ideia, que é contária à tua:
Jogar um jogo de maneira diferente não é jogar mal esse jogo.

Tudo o resto é efectivamente semântica mas não deixa de ser verdade.
:wink:

Evil never dies, it just waits to be reborn…

Compras o CoC e adoras o jogo, mas não vais jogar CoC, vais jogar gun-totting bootleggers.

Para mim, e digo isto porque é aqui que discordamos, a pessoa que fizer aquilo vai estar a jogar mal CoC.

Ou ainda:

Compras o Exalted e adoras o jogo, e vais jogar Exalted, setting, regras, tudo, mas vais apenas fazer dungeon crawl. Para mim, estás a jogar mal Exalted.

Compras o Paranoia, mas vais jogá-lo em modo cyberpunk.

Compras o True20, mas vais retirar-lhe os níveis e as poucas classes que tem.

Compras o GURPS, e acrescentas-lhe regras que permitem ao jogador ganhar XP por cada monstro que matar.

Etc, ad eternum et ad nauseam.

:wink:

–~~–

Alguém muito sábio disse uma vez: “So, Trebek, we meet again! The game’s afoot!”