Pois aqui vou eu de novo, o homem das ideias estapafúrdias que nunca as consegue levar à concretização... De qualquer modo aqui fica para a vossa consideração:
Enquanto pesquisava e lia acerca de como escrever o Projecto Numis de maneira a este contemplar o ritual como parte integrante do seu design (quer como Livro de Regras e Sistema) despontou em mim uma nova ideia (em forma mas não em origem) que me pôs a fervilhar os neurónios de novo.
Sempre tive a esperança de que um dia houvesse uma publicação portuguesa (e em Português) de um RPG pois acho sinceramente que esse é o primeiro passo para se estabelecer uma Indústria Portuguesa nessa área. Lembro-me de ter sido confrontado à uns anos pela realidade de que os jogadores habituais de RPG eventualmente nunca comprariam quaquer jogo traduzido (obrigado ao Editor da Devir por ter tempo para mo explicar em e-mail). Daí a minha motivação em escrever um Jogo de RPG que fosse dirigido aos novos jogadores (quer em idade quer em experiência), cujo ambiente fosse moderno e conhecido por quem o joga e fosse totalmente uma criação portuguesa.
Contudo tenho vindo a descobrir (devido em grande parte a este site e aos seus colaboradores) outras possibilidades já materializadas e bem conseguidas do que seria um bom jogo a ser publicado num mercado quase virgem (em português). Alternativas inovadoras e irreverentes que alcançam públicos diferentes com uma mesma intensidade: caso do Prime-Time Adventures, The Mountain Witch, The Shadow of Yesterday, Polaris e até os gérmens dos projectos do próprio Portal, o Project Senate e o Império.
Agora lanço a provocação: tendo em conta o conjunto de contactos talentosos que de certeza muitos de nós partilhamos (graphic e webdesigners, tradutores, escritores...) acho que seria fazível uma editora/destribuidora (on-line e não só) de jogos de RPG Indie traduzidos em Português e de criações nacionais. O mercado português é quase inexistente mas tem pontencial para ser fecundado com a grande explosão de literatura e cinema do fantástico e os hábitos cada vez mais frequentes de leitura. Os RPG são alternativas baratas de entretenimento e levam à socialização dos grupos de pessoas que cada vez mais procuram o entretenimento-evento (negócio que começa a divulgar-se com as empresas de animação socio-cultural). A edição/publicação é difícil em Portugal se não se é distribuidor mas com as alternativas da publicação on-line e a hipótese do mercado brasileiro, local onde a nova escola de RPG's parece quase ser desconhecida, existe sempre uma hipótese.
Para não falar das hipóteses de financiamento dos programas de Criação de Empresas em Portugal que nunca são utilizados devido à nossa crise da inciativa empreendorista.
Enfim, fica aqui a ideia, que tal como qualquer outra, tem a sua dose de loucura e de iluminação. Claro que como disse um amigo meu, "por vezes o grande sucesso é efectivamente ver a coisa feita".
Alguém já reparou naquele suposto "jogo/livro", o Dark Siege? Esta é uma publicação portuguesa que conseguiu ser distribuída por várias tabacarias e papelarias, tendo mesmo chegado à FNAC.
Com todo o respeito e a admiração pela iniciativa, acho que o livro em si está mesmo mau, mal escrito e sem imaginação - não consegui passar do primeiro capítulo sem saber se me havia de rir ou chorar - e o "jogo" funciona à base de SMS para fazer um dinheirinho extra. A palavra RPG não aparece uma única vez no livro - nem tem que aparecer - mas a intenção está lá.
À semelhança do jrmariano, já pensei que se um grupo de portugueses com iniciativa consegue põr uma coisa destas a rolar, está demonstrado que se consegue fazer muito melhor e talvez chegar até mais longe.
Concretamente, já desde o ano passado que tenho estado a pensar que seria relativamente fácil fazer uma versão em português do nosso querido Primetime Adventures e que seria exactamente o tipo de produto que poderia ser distribuído por livrarias e papelarias com um forte potencial de chegar a públicos novos. Não muito diferente do original, seria um livro simpático e baratinho com uma capa apelativa e o título "Aventuras em Horário Nobre - joga a tua própria série de televisão!" Acho que é o tipo de produto que se vendia bem - sem dúvida melhor que uma coisa esquisita com um título em inglês - e que podia abrir a porta para muitos outros projectos.
Não penso que isto seja nenhum castelo no ar e pouco tem de megalómano. Teria todo o gosto em participar nesta inciativa. Que vos parece?
A mim parece-me que tenho que te enviar as minhas notas para o meu rpg semi-free-form-hiper-activo-e-carregado-de-octanas-nunca-testado Destino Aguarda!
[quote=jrmariano]Sempre tive a esperança de que um dia houvesse uma publicação portuguesa (e em Português) de um RPG [/quote]
Já foi editado pela Devir (na pessoa do José de Freitas) e publicado em vários números pelo Correio da Manhã, nas edições de fim de semana para jovens, mas há muito anos, certamente mais de 10.
Não me lembro do nome nem das regras, mas era fantasia e muito muito básico, até mesmo para a época; o objectivo era apresentar o rpg aos jovens, dando-lhes todas as semanas um cheirinho do que se podia fazer, desde o normal "o que é um rpg?" até à secção de regras, criação de personagens, e a aventura inicial (se não estou em erro).
Não é novidade a tua ideia, mas é de louvar a iniciativa.
Alguém já reparou naquele suposto "jogo/livro", o Dark Siege? Esta é uma publicação portuguesa que conseguiu ser distribuída por várias tabacarias e papelarias, tendo mesmo chegado à FNAC.
Com todo o respeito e a admiração pela iniciativa, acho que o livro em si está mesmo mau, mal escrito e sem imaginação - não consegui passar do primeiro capítulo sem saber se me havia de rir ou chorar - e o "jogo" funciona à base de SMS para fazer um dinheirinho extra. A palavra RPG não aparece uma única vez no livro - nem tem que aparecer - mas a intenção está lá.
À semelhança do jrmariano, já pensei que se um grupo de portugueses com iniciativa consegue põr uma coisa destas a rolar, está demonstrado que se consegue fazer muito melhor e talvez chegar até mais longe.
Concretamente, já desde o ano passado que tenho estado a pensar que seria relativamente fácil fazer uma versão em português do nosso querido Primetime Adventures e que seria exactamente o tipo de produto que poderia ser distribuído por livrarias e papelarias com um forte potencial de chegar a públicos novos. Não muito diferente do original, seria um livro simpático e baratinho com uma capa apelativa e o título "Aventuras em Horário Nobre - joga a tua própria série de televisão!" Acho que é o tipo de produto que se vendia bem - sem dúvida melhor que uma coisa esquisita com um título em inglês - e que podia abrir a porta para muitos outros projectos.
Não penso que isto seja nenhum castelo no ar e pouco tem de megalómano. Teria todo o gosto em participar nesta inciativa. Que vos parece?
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Bem Rick, parece-me que acertaste na mouche!
O Dark Siege é um exemplo vivo de que existe segmento de mercado para estas iniciativas apesar de este parecer mais apelar aos saudosistas das Aventuras Fantásticas.
O PTA é definitivamente uma boa aposta. Ainda no outro dia comentei exactamente o que acabaste de escrever ao ricmadeira. Uma boa edição com um look professional e sem qualquer tipo de "bagagem" associada tornaria-se num produto que atraía a vários públicos e segmentos do mercado. Talvez até se podesse fazer uma "pressãozinha" ao Matt Wilson para complementar mais os exemplos de jogo e escrever um exemplo mais evocativo da realidade portuguesa. Deus, até se podia inserir um exemplo de uma série tipo "Framboesas em Calda" se se achasse que traria mais público.
Eu também não acho que seja assim tão megalómano como isso, é apenas uma maneira de fazer desaparecer essa barreira aos pessimistas e fazê-los cingirem a trocas de ideias ao essencial.
Hmm, não sabia disso. Não deixa de ser uma ideia interessante. Mesmo que seja repetitiva. Apesar de acho que o facto de se pôr essa mini-publicação num Jornal é capaz de ter sido responsável pelo seu insucesso.
"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa
[quote=jrmariano]Eu também não acho que seja assim tão megalómano como isso, é apenas uma maneira de fazer desaparecer essa barreira aos pessimistas e fazê-los cingirem a trocas de ideias ao essencial.[/quote]Por onde é que acham que se deva começar? Pelo trabalho de tradução, um mail ao Matt ou um contacto de distribuição? :) Eu estou disposto a começar a pegar no PTA 2.0 e ver o que é que se pode fazer.
[quote=jrmariano]Apesar de acho que o facto de se pôr essa mini-publicação num Jornal é capaz de ter sido responsável pelo seu insucesso. [/quote]
Não me espantava!
A ideia de ter o site como motor de edição de coisas caseiras pode muito bem resultar, paassando da fase inicial de "os amigos é que o vêm" pode ser que realmente resulte!
Com os contactos certos em editoras, então a coisa teria mais que pernas para andar.
[quote=jrmariano]Eu também não acho que seja assim tão megalómano como isso, é apenas uma maneira de fazer desaparecer essa barreira aos pessimistas e fazê-los cingirem a trocas de ideias ao essencial.[/quote]Por onde é que acham que se deva começar? Pelo trabalho de tradução, um mail ao Matt ou um contacto de distribuição? Eu estou disposto a começar a pegar no PTA 2.0 e ver o que é que se pode fazer.
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Primeiro, pelo menos na minha opinião, é estudar bem os custos do self-publishing, distribuição e promoção. Além de se considerar quais são as necessidades e os preceitos legais para se poder publicar e vender algum tipo de publicação (quer seja em pdf ou em livro). Por acaso existe um conjunto de facilidades na criação de empresas providenciadas pelo Governo: https://www.iapmei.pt//#recursos
Nós sabemos que o material é bom, apesar de, na minha opinião, ser um bocado minimalista, no caso do PTA. A apresentação e divulgação é que é bastante importante. Cadeias grandes como a FNAC e a Bertrand são bem visíveis no ramo da venda de livros mas existem sempre as distribuidoras dos Hipermercados que estão em grande concorrência com estas duas últimas.
Quem diz PTA, diz outro produto que tenha igual potencial de penetração. Mas o PTA 2.0? Queres dizer a edição revista?
As cartas por acaso são uma adição excelente ao jogo porque distanciam o lado pouco acessível dos d10. Contudo, já li por ai umas outras excelentes ideias parar dar ainda mais qualidade ao jogo: aumentar o nº de episódios do Story Arc tendo em conta os jogadores, a importância ritual da Theme Song para o jogo, etc.
[quote=jrmariano]Apesar de acho que o facto de se pôr essa mini-publicação num Jornal é capaz de ter sido responsável pelo seu insucesso. [/quote]
Não me espantava!
A ideia de ter o site como motor de edição de coisas caseiras pode muito bem resultar, paassando da fase inicial de "os amigos é que o vêm" pode ser que realmente resulte!
Com os contactos certos em editoras, então a coisa teria mais que pernas para andar.
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Quando dizes "o site" referes-te o rpg.turnodanoite.com certo? Bem eu gostava era de que o Ricardo se decidisse com o nome do Portal para (com a autorização dele) eu requisitar o re-design do site a uma empresa com que trabalhei, a DOCTA (parti umas quantas pernas para eles e estão-me a dever uns favores!). Com uma imagem renovada podia-se publicitar mais o site e fazer pontes de contacto entre diversos utilizadores, que não se encontrassem limitados pelo aparente ambiente específico deste.
De qualquer modo, acho que o incentivo ao game design local era uma boa oportunidade. Existem suficientes cabeças pensadoras por aqui a escreverem coisas de qualidade. É preciso é aquela luz no fundo do túnel: a materialização das ideias em suporte concreto.
Acho uma ideia com pés e cabeça para andar. Poderá até ser mais fácil ainda de criar com aquela nova coisa do "Empresa na hora" que demora menos de uma hora. Se alguém tiver contactos com alguém que trabalhe numa editora, poderia fornecer algumas informações sobre como funciona o meio.
O problema prende-se sempre com a sua viabilidade. É preciso pensar no investimento e possíveis retornos.
Com suficientes contactos, poderia não ser necessário criar uma empresa editora/distribuidora. Desde que alguém faça isso por nós, o essencial é a publicação.
Não sei se outras editoras publicariam "Ah e tal, é a crise…". O trabalho pode ser feito por outras empresas mas acho que precisas de criar uma para poder gerir isso tudo.
Podíamos começar pelo equivalente do século XXI da caixa vermelha. De facto, parece já não haver jogos adequados para introduzirem ao hobby quem nunca jogou, e dedicado mais especificamente aos jovens dos 12/14 anos. Creio eu que os jogadores duradouros, na sua maioria, foram "picados" por essa altura, ou pelos 15/16.
Tragedy is whem I prick my finger, comedy is when you fall down a hole and die.
nossa proposta com Óbice no Ceres, nosso setting é ser um elo entre Duna, final fantasy, e Star Wars mesmo sendo inovador seguir uma linha como essa. E pelo visto notaram que nosso sistema entrará na linha visual de um video-jogo ( é assim que o chamam?). Um elo entre o rpg eletronico, o card game e o boardgame ( jogo de tabuleiro ?), mas sendo um RPG de mesa.
[quote=Verbus]Podíamos começar pelo equivalente do século XXI da caixa vermelha.[/quote]Isto?
Enter a world of adventure and imagination!
Become a Hero Take on the role of a fierce warrior, a mighty sorcerer, a powerful cleric, or a stealthy rogue and embark on a heroic quest.
Brave the Unknown Explore treacherous dungeons, battle terrifying monsters, and discover wondrous treasure.
Bring Your Friends Together with your bold companions, prove you've got what it takes to face the risks and collect the rewards in the greatest fantasy roleplaying game of all time.