Há uns dias encontrei um post na Forge que me lembrou deste assunto. A thread é (Sorcerer) New Roleplayer's First Session mas a única coisa que me interessa neste momento é apenas isto:
[quote=Bret Gillan]Here's where I ran into an interesting problem. Sarah started telling me what Carly was doing, and the conversation that the police were having with Alana's father. Basically, she was blurring the Player/GM boundary, and honestly I didn't know where I should place that boundary! I didn't want to discourage her from providing input into the story, so what I did was tell her to suggest things to me in terms of story, which I would (and did) listen to, but a part of the story would have to be obscured from her by the GM/Player curtain, and that I was cooking things up behind the scenes that she couldn't really stick her thumb into. And in the end, I'm not sure whether this was right or not.[/quote]
Nunca vos aconteceu exactamente o mesmo, ou seja ter um jogador completamente novo começar a narrar a cena, nomeadamente assumindo controlo dos NPCs e dizendo coisas como "eu digo-lhe isto, e depois quando ele vai ver isso, eu aproveito para fazer aquilo, e depois quando ele volta eu digo-lhe 'ah, pois, e tal'" e assim por diante?
Não sei porquê, mas no meu caso isto foi sempre com jogadoras! Sem querer de nenhuma maneira estar a assumir que há diferenças significativas entre os comportamentos de ambos os sexos, atrever-me-ia a dizer que elas são talvez mais abertas ao aspecto de storytelling colaborativo enquanto nós meninos nos entretemos com outras coisas.
Anyway, isto só reforça aquilo que eu gosto muito de dizer: que muitas vezes os novos jogadores têm mais para nos ensinar a nós jogadores calejados do que nós a eles. Isto porque há hábitos, inibições e ideias pré-concebidas sobre um jogo de roleplay que, embora não sejam necessariamente maus ou menos bons, se tornam difíceis de largar para permitir outro tipo de vôos (talvez não necessariamente melhores, mas pelo menos diferentes).
Enfim... estou bastante arrependido de ter de imediato censurado e corrigido e "ensinado a maneira certa de jogar" a estas meninas, em vez de aproveitar para aprender algo e melhorar a minha forma de estar num jogo com elas. De certeza que hoje teria menos problemas em adaptar-me a certo tipo de jogos!
Ah, e outra coisa que isto pode apoiar é a noção colocada em cima da mesa pelo Ron Edwards que o Narrativismo, longe de ser um bicho de sete cabeças, é, junto com o "Joguismo" (que não é um monstro a eliminar), são as formas mais instintivas de se jogar. Curiosamente, a maioria dos RPGs parece cair mais no Simulacionismo.