Na parte C da review poderemos dividir em dois sectores.
Um primeiro relacionado com coisas menos dependentes da opinião:
- Componentes (penso que nos deveremos cingir à qualidade, o artwork pode ser dependente de gostos pessoais)
- Regras (Clareza/Estruturação/Complexidade)
- Tendência Estratégica/Táctica (Aqui teremos que definir o mais objectivamente possível o que é cada um destes aspectos)
- Factor Sorte / Equilíbrio (No fundo será a solidez das mecânicas a forma como o design do jogo faz ou não depender da perícia dos jogadores as suas possibilidades de vitória)
Um outro sector com coisas mais variáveis conforme gostos pessoais:
- Tema (Para muitos é essencial para outros tantos é indiferente e em qualquer dos casos pode ser algo interessante para uns e indiferente para outros)
- Artwork (é sempre uma questão de gosto)
- Diversão (aqui entram as questões de interacção e AP)
Poderemos com as três apreciações / notas da 1ª parte calcular uma nota média que seria a nota final relativa à qualidade do jogo e manter as notas de carácter pessoal independentes para que cada leitor pudesse ver por um lado uma apreciação tão fria e distante quanto possível e por outro vários valores que se relacionam com o gosto de cada um dos reviewers, levando mais em conta ou menos conforme os gostos dos mesmos serão coincidentes com os seus.
A ideia era evitar o problema de ratings genéricos e dúbios que existe no BGG e que faz com que haja tanta discussão por causa dos ranks.
Entretanto, e como levantei a questão da definição de Estratégia e Táctica, deixo aqui a minha opinião:
Jogo Estratégico - Jogo em que o jogador deve elaborar um plano global perto do início do jogo e fazer com que as suas decisões tácticas sejam tomadas em função desse plano.
Jogo Táctico - Jogo em que as situações mudam com grande facilidade e em que as decisões de um jogador devem ser tomadas e possivelmente alteradas a cada turno.
Por exemplo o Ticket to Ride: Europa é um jogo essencialmente estratégico. Na primeira decisão dos objectivos um jogador opta por uma estratégia de menos objectivos mas maiores ou relacionados com o seu objectivo grande, ou então por um jogo baseado em objectivos mais curtos mas em maior quantidade o que implicará construções rápidas e compra regular de objectivos novos. Eu diria que este será um 7/3 nesta relação
Já o Ticket to Ride original me parece mais táctico. A mistura de objectivos maiores com mais pequenos implica incerteza nessa decisão o que faz com que se jogue mais para o momento, para os bloqueios, para o timing das ligações... Aqui daria um 4/6.
Assim, mais ou menos com estas linhas de orientação a minha pontuação nos factores primários ao TtR:E seria algo do género:
Componentes - 9/10 (Com a fronteira de Portugal certa era perfeito!)
Regras - Clareza 9/10; Estruturação 8/10; Complexidade 8/10 (são apresentadas sem complicar desnecessariamente)
Estratégia / Táctica - 7 / 3 (esta razão não deve entrar para os cálculos de nota geral, afinal uns podem querer um jogo mais táctico outros mais estratégico. Se calhar até se muda para os factores subjectivos.)
Factor Sorte - 6 / 10 (nenhum jogo de cartas está isento de um factor sorte relativamente grande)
Equilíbrio - 8 / 10 (Jogadores mais experientes ou melhores deverão ganhar quase sempre)
Isto dava um 80% para o TtR:E... Este valor entraria numa média com os dos outros dois reviewers para dar a apreciação global.
Depois nos factores subjectivos o TtR:E ia sofrer um bocadinho mais, mas isso, lá está, é uma questão de gosto.
Que vos parece?