O teu deino-cavalo começa a mostrar-se mais tenso mas, com algumas palavras suaves lá consegues acalmá-lo, conseguindo controlá-lo o suficiente para te aproximares o suficiente da arrecadação. Desmontas. O capitão, algo afastado, diz-te para teres cuidado: "Nunca vi os d'ino-cavalos assim!"
O teu colega que tinha caído há pouco lá consegue montar outra vez. Tira o chapéu e passa a mão pelo cabelo. Os outros dois reagiam cada um à sua maneira: se o primeiro se mostrava algo nervoso com tudo aquilo, o outro já achava a situação hilariante.
O capitão, a meio caminho, diz-lhes que se aproximem.
Prendes o deino-cavalo e soltas o coldre.
O sol está alto. O silêncio é hipnotizante. Ouves apenas um leve zumbido proveniente, muito provavelmente, da caixa de electricidade que se encontrará no interior da arrecadação. Aproximas-te da entrada, lentamente. Preparas-te para bater quando, sem nenhum ruído, sentes uma sombra a saltar por cima da arrecadação e, acto contínuo, o teu deino-cavalo relincha de dor caindo sobre ti, trilhando-te contra a parede, de olhos abertos e a sangrar do focinho.
Ouves os gritos dos teus colegas, aterrorizados. O deino-cavalo que te aperta contra a parede não te deixa ver a criatura que os acaba de calar. Mas ouves um guincho de dor como nunca tinhas ouvido. Parece que o capitão lhe conseguiu acertar...!
Fazes força, tentas sair de baixo do deino-cavalo mas o bafo quente que lhe sai do focinho faz-te estremecer. Consegues apenas entrever o que se estava a passar: a criatura, de um preto reluzente, erguia-se sobre dois dos teus colegas. Um deles caía ao chão com um buraco na testa e o outro, a alguns centímetros do chão, exibia a cauda da criatura que lhe perfurava o peito. À excepção do deino-cavalo do capitão, todos os outros fugiram, levando consigo o terceiro colega de arrastão, preso ao estribo.
A criatura, toda ela esguia e ossuda, com uma cabeça alongada e desafiadora, volta-se agora para o capitão, curiosa, que tinha conseguido acertar-lhe um tiro de virote.