1. Sobre o que é o teu jogo?
O Mythos é um jogo acerca da narração de histórias épicas cujos protagonistas são inspirados nos heróis clássicos das obras poéticas de Homero e Horácio. O jogo é acerca da tentativa de resposta a questões difíceis que mudam irreversivelmente a pessoa que as responde. É acerca, também, do que nos motiva como indivíduos e de como as escolhas que tomamos nem sempre reflectem a sociedade em que vivemos ou contribuem para a sua preservação.
2. O que é que as personagens fazem?
As personagens são heróis da Antiguidade Clássica e vivem num mundo fantástico povoado por monstros, deuses e maldições. Os heróis vencem qualquer tipo de desafio em nome do seu povo, de um deus ou da sua própria convicção. Para o fazer seduzem belas mulheres imortais, lideram exércitos de lança em riste, roubam artefactos sagrados enquanto o seu guardião dorme e derrotam deuses em batalha.
3. O que é que os jogadores fazem?
Todos os jogadores escolhem um Tema Épico que afectará todas as personagens da história e que também os ajudará a orientar a narrativa. Todos os jogadores colaboram também para delinear dois pólos opostos do Tema e para reescrevê-los em forma de questão, ou seja, a Questão Épica. Este dilema, em forma de questão, será a base de todos os conflitos presentes na história e será a fonte de crescimento das personagens como pessoas fictícias. Todos os jogadores dividem também os deuses do panteão consoante a sua afinidade com cada lado da Questão Épica. Todos jogadores deverão também contribuir para a fluidez da evolução das fases da história.
Um dos jogadores, o Rapsodo, é responsável por criar situações adversas aos heróis onde estes terão que escolher de entre duas consequências irreversíveis derivadas de cada um dos lados da Questão Épica. O Rapsodo é também responsável por caracterizar e interpretar os seres ou eventos (monstros, deuses, exércitos inimigos, etc.) que impulsionam esta adversidade. O Rapsodo deve também ter em conta as escolhas que as personagens fizeram durante a história. O Rapsodo deve também recompensar o desenvolvimento e criação de aspectos interessantes ou boas ideias que os jogadores introduzam no universo de jogo através das decisões dos seus personagens através do favor dos deuses manifestado nos eventos sobrenaturais ou intervenções directas que favorecem os heróis.
Os jogadores dos heróis caracterizam-nos descrevendo epítetos, em forma de conjuntos de palavras e adjectivos, e, baseando-se em três aspectos do herói clássico, concretizam-no no mundo fantástico da Antiguidade Clássica.
Estes jogadores assumem também o papel de Musas que inspirarão literalmente o Rapsodo a tornar a história mais interessante, mais coerente e mais detalhada. Os jogadores deste modo contribuem para a descrição do mundo, dos seres que o povoam, da sua cultura e outras manifestações de cor.
A resolução das situações adversas e a negociação criativa tem como base o lançamento de dados e o seu uso como moeda de troca. Os jogadores, de modo a resolverem um dado conflito podem arriscar um número de dados de Moros provenientes da sua pilha pessoal a quais somam quer o número de dados igual a o número de palavras que constitui o epíteto do herói que melhor se adequa à resolução do conflito ou então o número de palavras que constitui o seu nome, sendo sempre usado o que possuir o maior número de dados. O Rapsodo arrisca um número de dados de Moros proporcional à ameaça ou dificuldade demonstrada pela oposição face ao herói. Se o Rapsodo vencer o conflito, os dados arriscados por este serão presenteados ao jogador do herói e o Rapsodo narrará a resolução do conflito. Se o jogador vencer o conflito, os dados arriscados por este serão presenteados ao Rapsodo e será o jogaro que narrará a resolução do conflito.
"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa