"RPG Rendez-vous 2009" - Concurso de Criação de RPGs

Já há algum tempo lembro-me de propôr um mini-concurso de criação de RPGs no grupo “Designers - RPG” aqui no Abre o Jogo (https://www.abreojogo.com/designers_rpg/2006/11/desafio_jogo_trifasico_2007). A adesão inicial foi boa e apesar de este não ter sido levado até à sua conclusão fez com que muitos dos utilizadores começassem a pôr em prática os seus talentos escondidos, o que os levou a reflexões interessantes!

Bem, com um olhinho no possível mini-evento de RPG a realizar de futuro (https://www.abreojogo.com/forum/rpg_geral/2009/08/ideia_para_um_evento_de_rpg) queria vos propôr um novo concurso baseado no concurso da Game-Fu (https://gamefu.vitenka.com/faq.html) que ciclicamente é organizado na rpg.net:

1 - O concurso promove a criação de um RPG completo sem limite de páginas.
2 - O documento deve estar escrito em Português.
3 - O jogo terá que ser auto-suficiente sem referências exteriores a outros livros de RPG de modo a que seja necessário mais do que um texto de jogo para se poder jogar uma sessão ou campanha de jogo.
4 - o RPG será criado durante um período de duas semanas durante o mês de Outubro, incluíndo o fim-de-semana entre as duas, a decorrerem numa data a designar futuramente.
5 - Os Juízes do concurso serão os próprios participantes que se comprometem a ler os documentos uns dos outros e a darem uma pontuação de 0 a 20 nas seguintes categorias:

  • Factor Diversão
  • Mecânicas
  • Universo de Jogo
  • Uso criativo dos Pontos de Interesse
  • Apresentação
    5 - Os participantes devem escolher seis pontos de interesse da lista de categorias seguintes (para as quais se aceitam sugestões de todos e as quais serão sempre actualizadas até o início do concurso) onde se poderão basear para o seu jogo. Estes seis pontos podem ser escolhidos de qualquer categoria sendo possível a não abordagem de uma ou mais categorias por completo. A conjugação entre si e abordagem dos seis pontos serão a base da avaliação para os juízes. Os pontos de interesse por categoria até este momento são:

Sistema

  • o sistema de resolução deve usar moedas
  • parte da características do personagem são controladas por outro jogador
  • ser totalmente desprovido de aleatoridade
  • o processo de criação de personagens deve ser um ritual
  • usar cores em vez de números ou descritivos
  • usar miniaturas para o combate
    <…>

Universo

  • uma época histórica da humanidade
  • deve envolver uma grande massa de água
  • mundo fictício dos programas de TV
  • debaixo do chão
  • inverno global
  • personagens são enviados galácticos a outros planetas com diferentes tipos de humanos
  • não há humanos
  • universo é sub-atómico em escala
  • “science and sword”
    <…>

Frases
Da lista seguinte escolhem dois componentes que se juntarão numa só frase a jeito da tagline de um filme. Por exemplo os componentes “era de magia” e “os mortos regressam” pode ser combinados em “Numa Era de Magia onde os mortos regressam à vida”. Caso sejam escolhidos mais de um dos componentes desta categoria de pontos de interesse devem ser componentes diferentes uns dos outros

  • sol de trevas
  • o sangue vertido é o mais escuro
  • de entre o nevoeiro
  • um príncipe eleito
  • o povo do rio
  • os animais falavam
  • arma laser é a lei
  • todos os desejos do Homem foram extintos
  • cada mulher é uma deusa adorada por homens
  • uma cidade-estado no centro do universo
  • as máscaras da sociedade
  • depois da guerra
  • adeus às armas
  • a escravatura é essencial à sociedade
  • o debate resolve qualquer conflito
    <…>

6 - Os documentos de jogo serão disponibilizados e/ou publicitados no Abre o Jogo.
7 - O prémio será um t-shirt onde se poderá ler “Eu fui o vencedor do ‘RPG Rendez-vous 2009’. Adorem-me!” e será oferecida em mão ao vencedor na LisboaCon ou será enviada por correio se necessário.
9 - Existirão menções honrosas para “Sistema”, “Universo” e “Forma”.
8- Além disso o organizador compromete-se a experimentar o máximo de jogos a concurso e demonstrá-los na LisboaCon! :smiley:

Se se lembrarem de mais alguma coisa ou se quiserem alterar alguma coisa está tudo aberto à discussão e inclusive espera-se a modificação ou eliminação dos pontos de interesse já listados.

Que vos parece?

Adicionamos fotos e ilustrações de bibliotecas de imagens?

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Que tal esta: https://muitolegalblog.blogspot.com/2009/08/50-incriveis-exemplos-de-arte.html

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Sistema:

-ser um “one-trick-pony” (Ex: Dogs in the Vineyard, The Mountain Witch, Big Brother Zombie, In Extremis)
-permitir várias permutações (Ex: a maior parte dos jogos comerciais)
-criação de personagens com “life tree” (Ex: Burning Empires)
-usar cores em vez de números ou descritivos
-usar miniaturas para o combate

Universo:

-inverno global
-personagens são enviados galácticos a outros planetas com diferentes tipos de humanos
-não há humanos
-universo é sub-atómico em escala
-“science and sword”

Frases:

-as máscaras da sociedade
-depois da guerra, o adeus às armas
-a escravatura é essencial à sociedade
-o debate resolve qualquer conflicto

–~~–

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar!

[quote=jrmariano]queria vos propôr um novo concurso baseado no concurso da Game-Fu (https://gamefu.vitenka.com/faq.html) que ciclicamente é organizado na rpg.net[/quote]

O que se aplica ao universo RPGnet não se aplica ao universo tuga. Aqui não há jogos comerciais pelo que não faz sentido um concurso para jogos alternativos e para criatividade pura. O que faz sentido é um concurso para a criação de jogos, mesmo que estes sejam conservadores e tradicionalistas no contexto internacional.

[quote]1 - O concurso promove a criação de um RPG completo sem limite de páginas. 2 - O documento deve estar escrito em Português.[/quote]

Tudo bem quanto a isto.

[quote]3 - O jogo terá que ser auto-suficiente sem referências exteriores a outros livros.[/quote]

Isto já não percebo, sobretudo no nosso contexto. Por exemplo, se eu quiser fazer um jogo baseado num conto, não o posso referir? Pelo menos devia ser restrito a não haver referências a outros livros de rpg. Mesmo aí, discordo! O que devia ser obrigatório era ter no jogo os créditos a identificar as inspirações. Depois a criatividade pode ser um critério de avaliação, penalizando os jogos que sejam meras traduções.

[quote]4 - o RPG será criado durante um período de duas semanas durante o mês de Outubro, incluíndo o fim-de-semana entre as duas, a decorrerem numa data a designar futuramente.[/quote]

Outra restrição que não entendo. É preferível anunciar o concurso e dar o maior tempo possível. Afinal, o que se quer é conteúdos na nossa língua, não é?

[quote]5 - Os Juízes do concurso serão os próprios participantes que se comprometem a ler os documentos uns dos outros e a darem uma pontuação de 0 a 25 nas seguintes categorias: - Factor Diversão - Mecânicas - Universo de Jogo - Uso criativo dos Pontos de Interesse[/quote]

Eu acrescentava um critério para aprensentação. E especificava um pouco mais cada um dos critérios. Quanto ao último...

[quote]5 - Os participantes devem escolher seis pontos de interesse da lista de categorias seguintes[/quote]

Acho que isto deveria ser eliminado. Só cria restrições artificiais e torna todo o processo mais complexo. Além de que envieza as coisas num certo sentido e para um certo tipo de jogos, «indie», digamos. Não vejo porque se há de dar preferência a tal tipo de jogos.

[quote]Sistema - o sistema de resolução deve usar moedas - parte da características do personagem são controladas por outro jogador - ser totalmente desprovido de aleatoridade - o processo de criação de personagens deve ser na forma um ritual[/quote]

Não gosto de nenhuma destas restrições. Se fossem exemplos, ainda se podia entender mas assim não. Eu gosto de dados e não gosto de moedas, porque terei de me submeter a isto? Não vejo qualquer inconveniente na criação aleatória. E não gosto de todo de que as carac. da perso. sejam controladas por outros jogadores. Há assim tanta gente entre nós que se reveja em restrições deste tipo? Não é isto beneficiar os gostos de uns em desfavor dos outros? Pelo que me toca, isto sai pura e simplesmente.

[quote] Universo - uma época histórica da humanidade - deve envolver uma grande massa de água - mundo fictício dos programas de TV - debaixo do chão [/quote]

Idem.

[quote]Frases Da lista seguinte escolhem dois componentes que se juntarão numa só frase a jeito da tagline de um filme.[/quote]

Ibidem.

[quote]6 - Os documentos de jogo serão disponibilizados e/ou publicitados no Abre o Jogo.[/quote]

Se o AoJ se quiser associar... (Não vejo porque não, mas convém perguntar primeiro.)

[quote]7 - O prémio será um t-shirt onde se poderá ler "Eu fui o vencedor do 'RPG Rendez-vous 2009'. Adorem-me!" e será oferecida em mão ao vencedor na LisboaCon ou será enviada por correio se necessário.[/quote]

Acho bem, mas o vencedor deverá comprometer-se a usar a t-shirt no trabalho e pôr no AoJ uma foto com o chefe!

[quote]8- Além disso o organizador compromete-se a experimentar o máximo de jogos a concurso e demonstrá-los na LisboaCon! :D[/quote]

Absolutamente obrigatório mestrar três jogos ao mesmo tempo para grupos diferentes!

Sérgio Mascarenhas

Não posso obviamente responder pelo Mariano, mas posso dar a minha visão do que julgo ser o concurso, uma vez que também estou a participar na mais recente no rpg.net.

Vou tentar endereçar os teus pontos o melhor que possa:

1 - Não percebo como um jogo tradicional e conservador exclui automaticamente a criatividade pura.

2 - Julgo que a referência a livros diz respeito a livros de outros jogos, não a obras de ficção; se assim fosse, quer-me parecer que muito pouco espaço haveria para se fazer o que quer que fosse. De facto, parece que o Mariano, sendo professor, se poderia ter expresso melhor.

3 - A ideia da janela temporal como medida restrictiva abarca vários pontos. Num, a necessidade de apresentar o jogo na possível LisboaCon. Noutro, a necessidade de o apresentar num tempo restrito, para ver até onde vai a criatividade de cada um sob pressão; não me parece que seja uma coisa a fazer a nível profissional, dado que é um projecto a solo (tanto quanto percebo), sendo cada participante responsável por todo o trabalho (gráfico, escrita, revisão, etc e por aí adiante). Segundo percebo, os concursos da rpg.net também são feitos num espaço de 2 semanas; pelo menos este último é. Depois não me parece assim tão difícil: eu fiz o 101 em menos de 2 semanas; sem arte nem playtest, concedo, mas em menos de 2 semanas.

4 - Não me parece que se vá dar preferência a um ou outro tipo de jogo, as restrições servem, segundo percebo, para dar um pontapé de saída à imaginação do autor, para que se perca o mínimo tempo possível: dão-se 5 ou 6 ideias iniciais que o autor agarra e tranforma em algo coerente. Não percebo no entanto porque levantas a questão do “indie”; segundo sei, um jogo “indie” é um jogo completamente feito pelo autor, mantendo este toda a propriedade intelectual. Ora, qualquer produto que saia desde concurso é, por definição, “indie”. Aliás, todos os jogos alguma vez feitos aqui no AoJ (onde incluo todos os que comecei) são “indie”, porque os fiz sózinho e não vendi os direitos a ninguém. O teu Gentlemen Explorers é um jogo “indie”, por exemplo.

5 - Estas restrições, que não o são na verdade como escrevi e demonstrei acima, não estão ainda fixas; o próprio Mariano lhes mete umas reticências, pedindo mais sugestões, como eu depois escrevi abaixo. Porque não sugeres tu umas quantas, para que hajam mais hipóteses?

6 - Os teus últimos comentários parecem-me desprovidos de qualquer sentido. Ou eu não percebi o teu sentido de humor, ou estavas a gozar porque o Mariano não escreveu “Concurso para a melhor cópia do BRP” - estou a brincar. Se não tens algo de constructivo para sugerir, não seria melhor que te tivesses contido?

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar!

Vou reduzir a minha resposta aos pontos onde há divergência de entendimento. Além disso, parto do pressuposto de que este exercício deve ter em atenção que estamos em Portugal, a falar de rpgs em português e que possam interessar ou vir a ser utilizados para atingir um público que não conhece os jogos. Isto marca uma diferença muito grande relativamente aos concursos da RPGnet e de outros fóruns internacionais: aí fazem-se MAIS jogos, a adicionar aos infindáveis já disponíveis em inglês. No concurso da AoJ pede-se que sejam criados os primeiros jogos completos em português. Convém, por isso, que estes não se fiquem por umas boas ideias a precisar de desenvolvimento posterior.

3 - Janela temporal. Do meu ponto de vista, mais do que seleccionar um jogo melhor do que os outros o que seria óptimo era criarem-se vários bons jogos e para isso o tempo conta. Se os designers tiverem dois meses em lugar de duas semanas, tanto melhor. Não vejo o prejuízo de se dar mais tempo, bem pelo contrário. Aliás, se o concurso for anunciado em meados de Setembro as entradas têm de ser submetidas até ao final de Outubro, pois há que dar tempo para serem feitas as votações antes da Convenção... o que dá 1,5 meses para criar o jogo. Não é nada de extraordinário.

4 - As restrições são claramente direccionadas para um tipo de jogo conceptual, é o caso das restrições de Sistema 2 e 4, por exemplo. Depois, a maior parte das restrições são arbitrárias e até contraditórias (não aleatoriedade e obrigatoriedade de utilização de moedas...).

Porquê restringir a aleatoriedade à utilização de moedas? Porquê criação se personagens não aleatória? Há alguma razão que o imponha? Não vejo qual.

Porquê limitar os universos de jogo? Há já assim tantos universos explorados em rpgs em português europeu que necessitemos de explorar universos até hoje injustamente esquecidos?

A ideia de os criadores deverem dar uma definição do jogo numa frase até nem é má (embora me pareça desnecessária) mas limitá-la a uma lista de ideias... Aplica-se aqui o mesmo que disse quanto aos universos de jogo.

6 - As coisas estão mesmo muito más quando as pessoas já perderam a capacidade de distrinçar o humor sem este ser explicitado com aqueles símbolos idiotas (será que a lista inclui o símbolo «idiota»? nunca vi), os emoticões. Eu sou de um tempo anterior a isso, um tempo em que o humor se marcava com as palavras e a pontuação. De um tempo em que o humor e a ironia eram-no precisamente porque não eram gritados e anunciados. Não percebeste? Conheço o Mariano o suficiente para saber que ele compreendeu. Quanto a continência, nunca a aprendi a fazer, safei-me do serviço militar por razões de saúde.

Sérgio Mascarenhas

Agradeço a tua resposta e, como tu, vou endereçar apenas os pontos que são divergentes ou carecem de esclarecimento adicional (já agora, não quero ser pedante, mas o que é necessário para ti “o primeiro rpg português publicado”? tem que ser em formato físico, tens que estar a segurar no livro, ou um pdf chega-te? É que se for esse o caso, tens por aí algures o meu 101, já mais que testado, e totalmente em português; tens as coisas da Lady Entropy e do Rick Danger, também rpg’s e também português):

4 - as “restrições” não existem; são hipóteses de escolha para o potencial designer. O teu jogo não tem que ter moedas; o teu jogo só terá moedas se tu escolheres. Da mesma maneira, o teu jogo não tem que se passar debaixo da terra, mas se calhar o meu sim, porque eu acho piada à ideia; portanto, eu escolho esse item, e tu não, escolhes outro dos vários apresentados, ou apresentas os teus próprios, como eu fiz. O Mariano apresenta várias hipótese de escolha, mas ninguém te força a escolhê-las todas (aliás, ninguém te força sequer a participar). Percebes a diferença e a minha insistência em dizer que não são restrições, ou vais continuar a insistir que o são, quando o demonstrei pela segunda vez?

6 - o que percebo é a confirmação de que qualquer conversa contigo sobre rpg vai ser igual à que tiveste com o pessoal da Forge sobre o Sorcerer and Sword, o que parece ser infinitamente mais insultoso do que tentares chamar-me imberbe. No entanto, como várias pessoas, onde me incluo, te reconhecem como um tipo inteligente e criativo, convido-te para um café, pago por mim, aqui no Amoreiras: vem até à Bulhosa, pergunta por mim ou vem ter comigo: serei o tipo de pêra e óculos, onde poderemos esclarecer qualquer dúvida que a internet aparentemente está a pôr-nos. Aí, se necessário for, poderemos sempre chegar a vias de facto, onde ganharei, pelos teus problemas de saúde.

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar!

[quote=jrmariano]Se se lembrarem de mais alguma coisa ou se quiserem alterar alguma coisa está tudo aberto à discussão e inclusive espera-se a modificação ou eliminação dos pontos de interesse já listados. Que vos parece?[/quote]

Devo dizer que a mim - e, se calhar, a outras pessoas - não faltam ideias ou pretextos para fazer jogos. Falta-nos é tempo para os escrever e, principalmente, gente para os testar - além de parecer haver entre nós uma tendência compreensível para escrever em inglês.

Assim sendo, julgo que o "caderno de encargos" seria facilmente cumprido se o propósito fosse o autor organizar uma sessão de playtesting no Lisboa Con. Toda os participantes experimentavam os jogos uns dos outros, trocavam-se ideias e eventualmente votava-se no jogo com mais potencial. Isto até poderia ser bom, mas inevitavelmente virava este encontro de RPGs mais para dentro do que para fora. Seria um encontro de designers e jogadores experientes.

A única forma deste concurso conquistar quem nunca experimentou um RPG é se, de facto, os jogos já estiverem verdadeiramente prontos - mas isso parece-me pouco exequível dada a tal falta de tempo/playtesting que já referi. Claro que também seria excelente testar os jogos com pessoas que não fazem ideia do que é que um RPG é suposto ser - mas tal seria muito mais excelente para nós autores do que para os pobres coitados que teriam de aturar as nossas versões beta.

Sendo difícil reunirmos o melhor de dois mundos, há que escolher: rendez-vous em nome da nossa arte ou em nome da divulgação dos RPGs?

Se há uma única oportunidade para conquistar mais uma dezena de aficionados, eu voto na divulgação. Se possível, mestramos todos aquilo que melhor sabemos mestrar e enchemos as mesas com gente nova.

Ou querem fazer um pré-encontro antes do encontro? ;P

[quote=Rui]Sistema:

-ser um “one-trick-pony” (Ex: Dogs in the Vineyard, The Mountain Witch, Big Brother Zombie, In Extremis)
-permitir várias permutações (Ex: a maior parte dos jogos comerciais)
[/quote]

Podias explicar melhor estes dois pontos de interesse em termos de mecânicas e regras?

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www.paragons.com.br

[quote=smascrns]

[quote=jrmariano]queria vos propôr um novo concurso baseado no concurso da Game-Fu (https://gamefu.vitenka.com/faq.html) que ciclicamente é organizado na rpg.net[/quote]

O que se aplica ao universo RPGnet não se aplica ao universo tuga. Aqui não há jogos comerciais pelo que não faz sentido um concurso para jogos alternativos e para criatividade pura. O que faz sentido é um concurso para a criação de jogos, mesmo que estes sejam conservadores e tradicionalistas no contexto internacional.

[/quote] Bem ninguém falou em criar apenas um estilo de jogos específico portanto presumo que possas fazer o jogos conservadores e tradicionalistas também. Aliás espero que o possam fazer. [quote=smascrns]

[quote]1 - O concurso promove a criação de um RPG completo sem limite de páginas. 2 - O documento deve estar escrito em Português.[/quote]

Tudo bem quanto a isto.

[quote]3 - O jogo terá que ser auto-suficiente sem referências exteriores a outros livros.[/quote]

Isto já não percebo, sobretudo no nosso contexto. Por exemplo, se eu quiser fazer um jogo baseado num conto, não o posso referir? Pelo menos devia ser restrito a não haver referências a outros livros de rpg. Mesmo aí, discordo! O que devia ser obrigatório era ter no jogo os créditos a identificar as inspirações. Depois a criatividade pode ser um critério de avaliação, penalizando os jogos que sejam meras traduções.

[/quote] Bem já actualizei o post inicial para tornar este ponto mais explícito. A ideia é tornar o documento de texto independente de outros manuais de regras. Se por exemplo fizeres algo baseado no último sistema d20 do D&D 4ª Edição não basta escreveres "ver Manual do Jogador do Dungeons & Dragons" tens que voltar a descrever ou reescrever as regras necessárias a jogar. Inspirações exteriores quer a nível ficcional ou de sistema são bem-vindas. [quote=smascrns]

[quote]4 - o RPG será criado durante um período de duas semanas durante o mês de Outubro, incluíndo o fim-de-semana entre as duas, a decorrerem numa data a designar futuramente.[/quote]

Outra restrição que não entendo. É preferível anunciar o concurso e dar o maior tempo possível. Afinal, o que se quer é conteúdos na nossa língua, não é?

[/quote] A ideia principal era a criação do RPG em si (não o anúncio do concurso em si, pois esse já acabou de ser feito) decorrer num tempo limitado para incentivar a criação sem "desculpas" e a migração para outras ideias interessantes para jogos que ocorrem quando se pode trabalhar sem prazos numa ideia. É quase como se fosse um deadline numa empresa comercial. A extensão do intervalo de tempo é discutível claro pois o formato final ainda não foi decidido. [quote=smascrns]

[quote]5 - Os Juízes do concurso serão os próprios participantes que se comprometem a ler os documentos uns dos outros e a darem uma pontuação de 0 a 25 nas seguintes categorias: - Factor Diversão - Mecânicas - Universo de Jogo - Uso criativo dos Pontos de Interesse[/quote]

Eu acrescentava um critério para aprensentação. E especificava um pouco mais cada um dos critérios.[/quote] Apresentação no sentido da clareza, coesão, coerência do texto e rasgos de genialidade na escrita ou em termos de layout e design gráfico? [quote=smascrns]Quanto ao último...

[quote]5 - Os participantes devem escolher seis pontos de interesse da lista de categorias seguintes[/quote]

Acho que isto deveria ser eliminado. Só cria restrições artificiais e torna todo o processo mais complexo. Além de que envieza as coisas num certo sentido e para um certo tipo de jogos, «indie», digamos. Não vejo porque se há de dar preferência a tal tipo de jogos.

[/quote] São kickstarts para a imaginação que podem ser referidos de maneira explícita ou não no texto. A interpretação de alguns pontos só depende de cada designer. Aliás, pode-se até escolher pontos de interesse de apenas uma ou duas categorias e ignorar as outras. Não percebo porque é que o facto existir um mínimo de pontos de interesse leva à criação exclusiva de um certo estilo de jogo. É como se os pitches dos jogos numa reunião de uma editora só levassem a ser criados jogos num determinado estilo. [quote=smascrns]

[quote]Sistema - o sistema de resolução deve usar moedas - parte da características do personagem são controladas por outro jogador - ser totalmente desprovido de aleatoridade - o processo de criação de personagens deve ser na forma um ritual[/quote]

Não gosto de nenhuma destas restrições. Se fossem exemplos, ainda se podia entender mas assim não. Eu gosto de dados e não gosto de moedas, porque terei de me submeter a isto? Não vejo qualquer inconveniente na criação aleatória. E não gosto de todo de que as carac. da perso. sejam controladas por outros jogadores. Há assim tanta gente entre nós que se reveja em restrições deste tipo? Não é isto beneficiar os gostos de uns em desfavor dos outros? Pelo que me toca, isto sai pura e simplesmente.

[/quote] Não és obrigado a escolher se não gostas de um deles. Esses exemplos saíram da minha cabeça e à última da hora (daí alguns deles possivelmente indicar o meu gosto pessoal) e não se pretende quer que esta seja a lista final ou que esses sejam apenas os únicos pontos de interesse. Podes sempre sugerir mais algum porque eu sempre esperei que os próprios participantes e não só sugerissem mais pontos de interesse. [quote=smascrns]

[quote]7 - O prémio será um t-shirt onde se poderá ler "Eu fui o vencedor do 'RPG Rendez-vous 2009'. Adorem-me!" e será oferecida em mão ao vencedor na LisboaCon ou será enviada por correio se necessário.[/quote]

Acho bem, mas o vencedor deverá comprometer-se a usar a t-shirt no trabalho e pôr no AoJ uma foto com o chefe!

[/quote] Ainda não decidi se eu próprio participo mas se eu vencer não sei se consigo levá-la para as aulas. Mas acho que a minha outra T-shirt que diz "Pornstar" está primeiro! :D [quote=smascrns]

[quote]8- Além disso o organizador compromete-se a experimentar o máximo de jogos a concurso e demonstrá-los na LisboaCon! :D[/quote]

Absolutamente obrigatório mestrar três jogos ao mesmo tempo para grupos diferentes!

Sérgio Mascarenhas

[/quote] A falta de tempo pode ser um problema e por acaso nunca experimentei tal multi-tarefa! Bem, se destino do mundo disso depender, talvez meu caro, talvez... :D[/quote][/quote][/quote][/quote][/quote]

[quote=Rui]De facto, parece que o Mariano, sendo professor, se poderia ter expresso melhor.
[/quote]

Bah! Como se os professores fossem tão infalíveis como o Papa… Especialmente a escrever textos em dois minutos às 2h da manhã! :stuck_out_tongue:

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Bem aí divergimos nas nossas opiniões mas em níveis diferentes. Nunca pensei que deste concurso em particular saíssem jogos perfeitos (até com um mês e meio de trabalho seria possível!?) mas sim completos devido ao pequeno intervalo de tempo: a ideia era mesmo levar jogos para playtest para a LisboaCon. Pessoalmente acho que só com sessões de jogos "ao vivo" se testa o potencial de um jogo e se adquire insights espectaculares para o design. E como existem poucas oportunidades para se recrutarem pessoas para o fazer porque não na LisboaCon? Isso claro sem deixar de divulgar o hobby com outros jogos fora do concurso.

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Sem dúvida mas essa ideia de se desenhar um jogo em duas semanas (ou em mês e meio) parece-me que é conversa, salvo raras excepções. Na maior parte dos casos os designers já têm umas ideias na cabeça ou no papel e depois usam as 2 semanas para as ajustar aos termos do concurso.

No caso presente, parece-me que é até melhor jogar nisso. A ideia seria menos que os designers criassem um jogo de raiz em 2 semanas ou mês e meio; antes, esse tempo seria para eles apurarem um projecto que já tivessem em carteira.

Sérgio Mascarenhas

[quote=jrmariano]A ideia principal era a criação do RPG em si (não o anúncio do concurso em si, pois esse já acabou de ser feito) decorrer num tempo limitado para incentivar a criação sem "desculpas" e a migração para outras ideias interessantes para jogos que ocorrem quando se pode trabalhar sem prazos numa ideia. É quase como se fosse um deadline numa empresa comercial. A extensão do intervalo de tempo é discutível claro pois o formato final ainda não foi decidido.[/quote]

Certo, tem que haver um termo para o concurso. Eu só acho que é melhor ser mais extenso do que menos extenso.

[quote] Apresentação no sentido da clareza, coesão, coerência do texto e rasgos de genialidade na escrita ou em termos de layout e design gráfico?[/quote]

Todos eles. Para mim isso é tudo forma. Acho que também se pode encorajar a capacidade de apresentar as ideias da forma mais atractiva possível. Nota que é um critério entre vários outros, por isso não é ele, só por si, que é determinante.

[quote] São kickstarts para a imaginação que podem ser referidos de maneira explícita ou não no texto. A interpretação de alguns pontos só depende de cada designer. Aliás, pode-se até escolher pontos de interesse de apenas uma ou duas categorias e ignorar as outras. Não percebo porque é que o facto existir um mínimo de pontos de interesse leva à criação exclusiva de um certo estilo de jogo.[/quote]

Por outras palavras, são apenas sugestões? Tudo bem, nesse caso. Mas isso não é explícito nas regras do concurso. Eu li as regras e fiquei com a impressão de que eram pontos obrigatórios.

Repito, se são apenas sugestões e os autores poderem apresentar jogos que não se lhes submetam de todo, nada tenho a apontar.

[quote] Ainda não decidi se eu próprio participo mas se eu vencer não sei se consigo levá-la para as aulas. Mas acho que a minha outra T-shirt que diz "Pornstar" está primeiro! :D[/quote]

Mas essa não é aquela que os teus alunos nunca chegam a ver porque a tiras assim que entras na sala? As fotos já são famosas na net. Diz-se até que quando surgir a edição tuga da Playgirl tu vais ser a estrela do primeiro número.

[quote] A falta de tempo pode ser um problema e por acaso nunca experimentei tal multi-tarefa! Bem, se destino do mundo disso depender, talvez meu caro, talvez... :D[/quote]

Se a intenção for a de se testarem os jogos, isso deverá ser feito pelos seus criadores ou por quem o faça por eles, caso não possam vir à convenção. Acho, aliás que seria bem interessante isso ocorrer.

Agora uma questão, voltando ao ponto da originalidade. Supunhamos que eu quero apresentar um jogo aparentado com algo que já tenha publicado, como o esboço do Gentlemen Explorers. Uma evolução daquele jogo com alterações substanciais, em português, num outro universo. É admissível? Pensa nisso. Não é só por mim, mas este exemplo pode ajudar a esclarecer a fronteira entre originalidade ou sua falta para efeitos do concurso.

Outra sugestão. Como o que está em causa são jogos nas suas diversas componentes, o pacote completo, sugiro que haja umas duas ou três menções honrosas: Sistema, Universo, Forma. É que pode haver um jogo que se destaque numa componente mas não nas outras, e que por isso não justifique o prémio. Por exemplo, um jogo pode ter um sistema muito giro mas com um universo retirado de um livro. Como o juri tem de avaliar os jogos nas várias componentes, é fácil computar estas menções honrosas.

Sérgio Mascarenhas

Presumo que a resposta me era dirigida e não ao Rick.

Há jogos em português? Alguns, sem dúvida, mas não têm suporte suficiente. Seria interessante fazer-se na convenção uma acção de apresentação dos mesmos. Extra concurso, é claro, mas quantos mais eventos ligados ao rpg melhor.

Quanto ao ponto 4, respondi ao Mariano. Se as restrições não são restrições e cada pode fazer o que quiser, nada tenho a dizer. Mas isso deve ser explícito nas regras do concurso. E não vejo o porquê de serem incluídas tais «sugestões».

As conversas comigo não são iguais às com o pessoal da Forge, desde que quem comigo conversa não se porte como o pessoal da Forge. Para te dar uma ideia, eu tenho mantido interação com designers de rpg com provas dadas. O Olivier Legrand é um bom designer que só passa despercebido porque decidiu que não publica comercialmente os seus jogos. Eu participei na lista de discussão do SPQR do Steve Perrin. Há mais gente com quem tenho mantido excelentes interacções, sem ser para dar améns ao que eles dizem. Agora... não tenho que ser óbvio em tudo o que digo. Isso é atitude de americano que não têm subtileza nem capacidade de distinguir os níveis do discurso, digamos assim. (E não, isto não tem que ver com os indivíduos, tem que ver com a cultura dominante naquele país. Tenho amigos americanos suficientes para saber que eles são perfeitamente capazes de subtiliza em privado, mas a sua cultura impõe o óbvio em público.) Mas eu não quero propriamente discutir a cultura americana, apenas referir que as minhas referências são anteriores à americanização galopante a que se assistiu nas últimas décadas. Eu fiquei-me pelo referencial francês. Se achas que dizer isto é chamar-te imberbe, chama-me velhadas à vontade!

O café fica aprazado para o próximo mês, falamos disso depois. E se chegarmos a vias de facto, vai ser giro o velhadas deficiente bater o puto imberbe, mesmo se este já dá uma pera de avanço. Quanto aos óculos, como também os uso fica ao teu critério saber se as vias são com ou sem. Não tens é desculpa para evitares a porrada!

Sérgio Mascarenhas

Sim, mas sob protesto; parece-me que seria mais interessante cada um ter a sua interpretação do que os termos significam.

Para mim, one trick pony é um jogo que revolve só à volta de um gimmick (a mecânica de Trust do Mountain Witch, por exemplo, os Dogs que só fazem aquilo), e permitir várias permutações é o contrário.

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Visitem o Ideonauta, um blog sobre roleplay!



Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar.

Pois, as minhas referências são completamente anglófonas; as coisas latinas passam-me ao lado; acompanhei a cena francesa enquanto existiu a Casus Belli, mas foi sol de pouca dura. Lamentavelmente, por tudo o que isso acarreta.

E, já agora, se a compraste já deves saber, se não podes sacá-la do site da Saída de Emergência, mas o 101 foi lá publicado. :wink:

Edit: numa resenha resumida, é certo, mas publicado!

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar!

Da Casus Belli tenho a colecção completa aí para a primeira década, depois só uns números aqui e ali. Boa, essa de eles terem publicado o 101. Onde fica a Saída de Emergência?

Sérgio Mascarenhas

Gostei bastante de ideia, parabéns pela iniciativa jrmariano!

Gostei principalmente o facto de teres incluido guias e linhas gerais para nos regularmos. O pessoal está a fazer muitas ondas por verem a sua criatividade truncada, mas acho que é isto mesmo o necessário para a competição. Cada um escolhe uma combinação de características e explora-as tentando chegar ao resultado mais atraente, evitando ficar bloqueado por estar a começar do zero. Por mim, vou participar, se bem que me é complicado deslocar-me a Lisboa nos tempos que correm. Apresentação na LisboaCon não é obrigatória, pois não?

Agora, para quando podemos esperar por uma lista completa das opções para os jogos? Fazes tu ou será preferível criar um tópico por aqui para que cada um possa incluir alguns pontos que lhes apeteçam? Já agora um grupinho específico aqui no site para a competição e para todos os que queiram participar?