Ryan Dancey avança com proposta para revitalizar os RPGs

Essa distinção para mim não faz sentido, se faz isto (ler a partir do "bold" Start At The Top) é um RPG.

As inovações são irrelevantes para quem está fora do hobby, é a mesma coisa que as evoluções ortopédicas dos sapatos, se calçado não é a tua área de interesse elas são irrelevantes, mas se curtes mesmo a cena então elas iram ter significado para ti.

Aquilo que os RPGs oferecem (independentemente das propostas do Ryan) já é fundamentalmente diferente do que os MMORPGs oferecem a nível de estrutura de suporte - imaginário colectivo VS.virtual - e se isso não atrai as pessoas de base, então duvido que as "inovações" se tornem responsáveis por isso.

Chamar novos jogadores é uma questão que sempre se pôs, antes dos MMORPGs eram os jogos de computador, antes disso a televisão, antes disso o simples preconceito, "desculpas" para pessoal não jogar existem sempre, desculpas para nós não mostrarmos tanto o hobby é que não hehe (contra mim falo).

Também não esquecer que os RPGs não são dos hobbies mais publicitados e que muita boa gente nem sabe que tem esse tipo de divertimento à sua disposição, por isso não sei se podemos sequer considerar que elas trocam um tipo de jogo pelo outro.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Preocupem-se em perceber porque raios se vê tanto Magic e bg’s à venda lado a lado com a revista Nova Gente e um pack de Marlboro’s.

Talvez aí se perceba porque há menos gente a jogar rpg.

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar.

Talvez porque estamos à espera que acabes pelo menos um dos teus 3.000 jogos que começaste a desenvolver para ser de fácil acesso aos novatos hehe.

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Tens uma certa razão, Rui. A única iniciativa direccionada ao público "ignorante" em relação aos roleplays foi no ido ano de 1989-1990 em que a Caixa Vermelha Básica de D&D foi traduzida para Português (de Portugal) pela Sociedade Tipográfica e colocada à venda nas grandes superfícies comerciais. Lembro-me de ter comprado a minha no Jumbo de Carnaxide. Na mesma altura saiu também um artigo num jornal de grande tiragem (não me lembro qual - acho que no Expresso ou qualquer coisa parecida) sobre roleplays. Não sei se a divulgação foi grande mas pelo menos serviu-me a mim como porta de entrada para este mundo.

Hoje em dia, entramos numa qualquer tabacaria e vemos Magic CCG, WoW CCG, miniaturas de D&D, e até boardgames, mas roleplays nem vê-los, tirando a Livraria Tema no Colombo. Pois se os putos jogam CCG e os pais até deixam, porque raio não se divulgam os roleplays da mesma maneira?


"You think I'm old and feeble, do you? Well, face my Flying Windmill Kick, asshole!"

As razões pelas quais há mais CCGs, miniaturas e boardgames são muito simples, e passam pelo factor mercantilista, visto que este tipo de produto é claramente algo que produz mais lucro mais facilmente e que é mais facilmente publicitado por ser algo menos difícil de explicar.

CCGs (colectible card games) e CMGs (colectable miniature games) são algo que pressupõe uma compra continuada ao longo do tempo e em que o próprio acto de possuir esse produto se traduz no hobbie. Ter um conjunto de miniaturas completo ou um set de cartas completo é, por si só, mesmo que numa prateleira ou expositor cheio de pó, valioso em termos desse hobbie. Um coleccionador é um coleccionador.

Ao invés, ter um manual de um jogo de roleplay é praí 20% ou menos do hobbie que é esse mesmo jogo de roleplay. O dono de um manual de roleplay não é um roleplayer.

 

Para além disto, um coleccionador, pelo próprio sentido da palavra é alguém que sente a vontade de possuir coisas, produtos. Se uma empresa apostar na mesma gama ou linha de produtos tem maiores garantias de que terá compradores para o produto. Além disso, é sobejamente conhecido que um coleccionador tem amor pelo seu hobbie a vida inteira e também sobejamente conhecido é que todos nós temos um bocadinho de coleccionador "cá dentro".

 

Mais ainda, o hobbie de coleccionar "coisas" é algo que já existe e é do conhecimento geral das sociedades desde tempos imemoriais. Já os "jogos de roleplay" são um conceito completamente desconhecido para grande parte das sociedades. Se calhar até podem ter participado em actividades minimamente semelhantes, mas nunca as viram como jogos de roleplay comerciais, nem conseguem ter consciência de todo o potencial para o lazer (e não só) dos tais jogos.

 

Tudo isto contribui para que as empresas que se dedicam a produtos destes géneros se sintam mais atraídas para os CCGs e quejandos. O facto de que existe menos publicidade aos jogos de roleplay não é uma causa primordial que apenas serve como justificação para um efeito; é algo que ocorre por motivos de mercado. Não nos podemos iludir, os jogos de roleplay nunca serão tão facilmente lucrativos como os colectibles.

É por isso que há mto mais publicidade e facilidade em adquirir uns produtos e não tanto outros.

Agora também é verdade que há imenso potencial nos jogos de roleplay, tanto em termos de mercado como em termos de diversão. E que esse potencial está extremamente mal aproveitado...

Talvez (espero eu), no futuro não muito distante, os jogos de roleplay e as comunidades que os apreciam possam crescer ao mesmo tempo que as ofertas comerciais com eles relacionados...

 

Além de uma tentativa abortiva de jogar on-the-fly Ravenloft com cópias das fichas de personagens de Dragonlance existentes numa manual de um jogo de Spectrum (estranho não?) esse foi o meu primeiro contacto com RPG e a primeira história que corri. Parece que deu resultado! :)

"Se alguma vez sou coerente, é apenas como incoerência saída da incoerência." Fernando Pessoa

Está a ser tratado. :wink:

Só não o foi há mais tempo pela preguiça dos intervenientes!

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Não te metas comigo, camarada; tenho n avisos à navegação, alguns deles em público, e não tenho medo de os usar.