Spin-offs: Avatar

Isto vai aparecer em formato de RPG mais cedo ou mais tarde. Mesmo que não seja licenciado, vai haver uma ou mais versões feitas por fãs, várias adaptações para RPGs já existentes (a começar por D&D), regras em algum jogo por fórum ou chat e talvez até um jogo original. O artwork feito por fãs já está bastante bom.

Sendo um pouco mauzinho, eu quase diria que os filmes/livros que mais naturalmente originam RPGs são aqueles que têem um ambiente fabuloso, uma história fraquita e personagens estereotipadas. Assim, não há qualquer preocupação em honrar a ficção que já aconteceu na narrativa original. À partida, qualquer coisa que se jogue num RPG consegue ter uma história mais interessante e personagens mais desenvolvidas que as do Avatar. O setting, por outro lado, dá muito jeito, com destaque para a ligação psico-biológica que dá para estabelecer com practicamente qualquer elemento da natureza.

Uma sugestão para as regras: lá a Neytiri no filme faz o favor de só falar em fluxos de energia sem entrar em grandes detalhes. Esta ideia da energia que serve para tudo faz-me lembrar os drama dice do jogo da Lady Entropy. Neste caso, é mesmo algo que flui para dentro e para fora da personagem da forma tão ultra-ecológica que este ambiente apresenta.

Ah, sim e sugiro que seja o Na'vi Roleplaying Game e não o Avatar Roleplaying Game. Para jogar com humanos, prefiro um belo Carnage Among the Stars e limpam-se estes estrunfes élficos ainda antes do pequeno-almoço, Paradise Bomb e vamos embora ;)

[quote=Rick Danger]

Sendo um pouco mauzinho, eu quase diria que os filmes/livros que mais naturalmente originam RPGs são aqueles que têem um ambiente fabuloso, uma história fraquita e personagens estereotipadas. Assim, não há qualquer preocupação em honrar a ficção que já aconteceu na narrativa original. À partida, qualquer coisa que se jogue num RPG consegue ter uma história mais interessante e personagens mais desenvolvidas que as do Avatar. [/quote]

No alvo. E não é ser mauzinho. Afinal, os universos criados para jogos assentam precisamente nessa premissa, mais ficção curta de segunda ou terceira categoria, menos essa ficção.

Sérgio Mascarenhas

Estava a lembrar-me do Elric, que assenta como uma luva: excelente universo, histórias que eram uma fraca imiktação do Conan, personagens densas como uma folha de papel.

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

Fui ver isto ontem e saí deprimido. Se isto representa "a nova era do cinema" estamos bem tramados...

Oh Rick deixa-te disso, o filme já é mau só por si, acho melhor não tentar desafiar mais a sorte criando um RPG para ele hehe.

De qualquer modo, para tree-huggers tens sempre os Werewolf: The Apocalipse/Frosaken e Lunar Exalted :p (ok não são brilhantes, mas sempre é melhor do que elfos azuis do espaço)

"the drunks of the Red-Piss Legion refuse to be vanquished"

Não sou um role-player, nem sequer nunca joguei nenhum RPG, por isso não me interpretem mal, ok?
Eu gosto de cinema deste os meus quinze anos, quando descobri Samuel Fuller, um dos mais extraordinários desconhecidos autores norte-americanos. De Kurosawa a Chaplin, de Ford a Bergman, já vi muitos milhares de filmes e gosto de pensar que sei alguma coisa de cinema. E não concordo quando dizem que Avatar é mau ou fraquinho. Tem defeitos, que os tem. A narrativa não sendo original, é sólida. As personagens, não sendo densas, estão bem escritas. Tecnicamente, não haverá nada a dizer, os efeitos são do melhor que já vi. Tudo isto somado dá um bom filme, coerente, fluído, com bons ritmos. Se somarmos a isto o efeito 3D, então fica uma experiência cinematográfica única, um festim para os sentidos, um marco.

Quando os irmãos lumiere exibiram o filme "A entrada da locomotiva na estação" que colocava a câmara de filmar no caminha da locomotiva, as pessoas que estavam no cinema começaram a agitar-se e a fugir, à medida que as linhas de perspectiva falsamente conduziam a locomotiva para dentro da sala de cinema. Este pânico, esta impressão da realidade é uma das muitas características que demonstram a natureza do poder da linguagem cinematográfica. Poderia passar horas a falar disto e do chamado efeito Kuleshov, e do espaço e tempo fílmicos, e dos complexos projecção-identificação-transferência, mas o que quero mesmo dizer, é que o filme Avatar e em particular esta experiência em 3D, é notável no impacto que nos cria.
Não é um Jim Jarmush, nem um Woody Allen, claro que não é. É um James Cameron, é como "O Abismo", ou o "Aliens", bem feito, arrojado...

Admito que muitos não gostem do filme, eu gostei. E enquanto experiência cinematográfica, os últimos dois filmes que quase me impressionaram tanto, foram "Rec" e "O Labirinto do Fauno", mas Avatar é... avassalador.

Pode ser que um RPG do Avatar me leve a experimentar com vocês ;)
Bom ano a todos e bons jogos.

[quote=costa]

E não concordo quando dizem que Avatar é mau ou fraquinho. Tem defeitos, que os tem. A narrativa não sendo original, é sólida. As personagens, não sendo densas, estão bem escritas. Tecnicamente, não haverá nada a dizer, os efeitos são do melhor que já vi. Tudo isto somado dá um bom filme, coerente, fluído, com bons ritmos. Se somarmos a isto o efeito 3D, então fica uma experiência cinematográfica única, um festim para os sentidos, um marco.

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O filme é lindo é, inegável. Mas isso, meto a xbox a bombar numa televisão com HD e tenho algo semelhante. (E para mim dêem-me HD, não 3D). Mas isto é o trabalho dos informáticos por detrás do filme.

Agora o filme em si? O argumento é arrepiante. Já todos vimos aquele filme, centenas de vezes. As personagens são cinzentas, quase todas inúteis, não crescem, e muitas não trazem nada (compare-se com as do StarWars, por exemplo). São só truques fracos para ir empurrando o plot aos pontapés. Começamos o filme com as personagens que se conhecem há n, por alguma razão a contar a sua vida desde pequeninos, para nos pôr no contexto. A seguir vem a historinha do irmão gémeo que morreu, para meter um tipo ignorante e novo naquele planeta a ficar deslumbradíssimo com aquilo tudo. E seguimos para Dança com Lobos, Last Samurai, Glory, com a batalha final do Planeta dos Macacos.

Imaginação... Temos lobos com som de hienas, cavalos com 5 patas e 4 olhos, dragõezinhos e um dragãozão (que pelos vistos é tão útil como os mais pequenos, mas manda mais pinta), rinocerontes e macacos. Ah, e todos têm porta USB, isso é catita. E depois temos os humanóides (ou humanos jogadores de basket e pintados de azul?), que são um misto de tribo africana com os nativos norte americanos. Temos o ataque desesperado contra um invasor de tecnologia superior (velhinho...), e as cenas de quase-morte em slow-motion com música de médio-oriente no fundo (velhinho...). Temos um americano (como todos os outros terrestres), do sul do país, ignorante, violento, a dizer coisas como "We'll fight terror with terror" (porque se fosse menos óbvio ninguém percebia... ). E árvores de fibra óptica!

Podia continuar por aí adiante. Saí chateado da sala. Não estava à espera de um filme decente, mas ainda me conseguiu desiludir, kudos.

É um péssimo filme. Mas muito caro. Tipo titanic.

Mas faz o que é pretendido! Vende imenso. Obriga as pessoas a ir ao cinema, pq isto não tem o mesmo efeito no monitor do computador. Podiam era ter arranjado um argumentista. Assim, é como uma mulher carregada de silicone e plásticas...

Não podia discordar mais. :stuck_out_tongue:

sopadorpg.wordpress.com - Um roleplayer entre Santarém e Almeirim
ideonauta.blogspot.com - Viajando pelos

Com o universo, história ou personagens? Ou os 3?

" Robot durante o dia, vegetal durante a noite"

Na minha opinião o universo fictício é rico e as histórias e as personagens são interessantes (mesmo sendo elas próprias uma evolução do Sword & Sorcery). Além de que o tipo de anti-herói representado pelo Elric foi algo de bastante inovador para o género e o facto deste estar inserido no multiverso das criações do Moorcock. Claro que existem estórias melhores que outras tais como as do Conan. A primeira estória por ordem cronológica (Elric de Melniboné se não estou em erro) não é a melhor por exemplo.

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Eu gostei. E como tinha dito, muitos não vão gostar. Apesar das muitas imperfeições e dos clichés, achei o filme sólido.
Mas é como tu dizes, tem menos claquetes e takes e mais trabalho de computador, isso é bem verdade. Mas eu gostei. Enquanto filme não é de longe um filme brilhante, mas é bom.
Enquanto experiência cinematográfica, é um espanto.

Sim, a primeira meia hora do filme serviu para nos contar TUDO o que se seguiria! E esse tudo entrou com todos os clichés do livro! Quem tiver chegado a meio do filme sem ter plena noção do que estava para vir é porque estava a estrebuchar no chão com um ataque epilético por causa de tantas luzes a piscar...! Mas também, que filme hoje em dia é que nos surpreende depois de vermos o trailer? O último que me lembro que fugiu à regra foi o Eclipse Mortal, e já lá vão uns anitos!

Não me levem a mal, curti muito a forma como os Na'vi estão modelados/animados mas isso só me assusta com o futuro que daí há-de advir — se agora já quase não acredito em nada do que vejo na televisão como poderei continuar a fazê-lo!?

Agora, a banda sonora tem o condão de nos prender àquilo tudo de tal maneira que cheguei a ter palpitações em algumas cenas! E sim, o mundo é altamente e o cuidado com o pormenor com que o James Cameron nos habituou com Aliens e Terminator está lá mas...

Sinceramente só tive pena que a Michelle Rodriguez tivesse o destino que teve! Digam lá que não faz lembrar a Jenette Golstein no Aliens...!?

Agora, o que simplesmente ADOREI no filme foi aquele helicóptero!!!

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Just when you think you've learned the rules, someone revises them.

Tudo depende de como se lêem as histórias do Elric. Eu, por exemplo, lembro-me sempre que foram escritas após a queda do império Britânico e a fúria da descolonização, com todos os seus traumas. Por isso vejo sempre no Elric o White Man ainda a carregar o seu Burden depois de ter sido mandado para o desemprego... Parece-me que há ali uma forte metáfora política mas posso ser só eu a delirar.

Sérgio Mascarenhas

Comentando directamente o filme, é sabido que este script tão dessinteressante do Avatar foi escrito pelo próprio James Cameron e que é um projecto que ele tinha para fazer já desde 1999. Por isto compreende-se que a história e as personagens sejam tão básicas pois, na altura em que foram pensadas, era incerto o quão bem este mundo criado a computador com criaturas tão estranhas poderia ser transmitido para o espectador. Naturalmente, optou-se por manter as coisas o mais simples possíveis para que facilmente pudessem ser expressas em modelos 3D.

Agora que o James Cameron sabe o que se pode fazer, ele que é o mestre das sequelas (ver Terminator e Aliens), vai fazer um Avatar 2 espectacular. Até lá, este Dances with Smurfs, The Blue Samurai, Princess Mononeytiri, novo anúncio ao Meo Fibra, ou lá o que lhe quiserem chamar, sempre vale a pena ver pelo mundo fabuloso e atraente que monta no grande ecrã. É, de facto, uma experiência cinéfila interessante.

No que me toca, fui ver o filme e não gostei nada. Como fã de ficção cientifica apenas posso dizer que Avatar não é digno dessa classificação. Também achei a mensagem politico-económico-ecológica algo incomodativa e nada original.

Mas esta é apenas a minha humilde opinião. Se gostaram do filme, então mais poder a vos.

Quanto a um RPG, só se fosse para jogar os humanos e exterminar aquela corja de estrunfes USB. :)

Rick, já agora...Carnage Among the Stars? Paradise Bomb? Isso são RPGs?

na sei onde viste o invasor de tecnologia superior já que os de tech "supostamente" inferior ganharam, por tanto assumiria que a tech era igual apenas demonstrada de forma diferente

e eskeceste dos leopardos :p

ps: pa mim o filme foi and i quote myself "meh" tava a espera de algo francamente melhor

[quote=Vargr]Rick, já agora...Carnage Among the Stars? Paradise Bomb? Isso são RPGs?[/quote]3:16 Carnage Among the Stars é um belo RPG, sim senhor, mas ainda não o experimentei. A Paradise Bom faz parte do equipamento que as personagens podem ter para devidamente massacrar qualquer raça alienígena. Dá d100 de dano a todas as distãncias! :P É caso para dizer que na vi nenhum Na'vi :)

Starship Troopers em versão RPG. Vamos lá matar uns insectos!

P.S. - Há quem diga que é o Starship Troopers (filme) mas em bom. Só que eu gostei do filme.

Também não gostei muito do filme, mas tinha acabado de ver o fenomenal Sherlock Holmes de Guy Ritchie uma hora antes e talvez daí a grande desilusão.

Os filmes do Cameron, valem sempre pelos efeitos especiais e inovação nas técnicas cinematográficas. Este Avatar vale sem dúvida pelo mundo criado. Mas a nível de argumento... coff, coff.

"as efabulações sobre temas mundanos e o lugar-comum não satisfazem as mentes mais criativas e sequiosas de novos estímulos"

Essa imagem está brutal.

Vão baixando as minhas expectativas, assim vou adorar o filme quando o vir Innocent