Lá volto eu a coisas que já disse e tendo em consideração o que o Verbus escreve abaixo.
Os campos A e B até podem existir, é verdade, mas não são específicos dos rpgs. Eles também existem nos jogos de tabuleiro, nos espectadores de cinema, nos desportistas e em qualquer actividade de entertenimento. O campo A é o das pessoas que estão lá pelas pessoas, pela interacção, e o campo B que estão lá pela actividade.
Mas a verdade é que todos nós temos um pouco de campo A e um pouco de campo B. A diferença não é a preto e branco, é de uma posição num contínuo que normalmente tende mais para um ou para o outro lado.
Também é certo que as pessoas com tendências marcadas tendem a fixar-se em actividades diferentes. Em termos de jogos de tabuleiro, para termos de comparação, os campos B são os que gostam de jogos complexos, fortemente tácticos e/ou estratégicos, onde o pensar a jogada é determinante para o jogo. Os campos A são os que preferem jogos ligeiros com muito movimento surpreendente, eventualmente aleatório, onde o que acontece entre os jogadores é mais importante do que o que acontece no jogo. Os primeiros jogam ASL, Xadrez, Go, etc. Os segundos jogam Pictionnary, Trivial Porsuit e similares.
Acresce que a opção por um ou outro tipo de jogo não é determinada apenas por características pessoais, é também muito dependente de características contextuais. Quanto tempo há para jogar? Com que frequência? No meio de que outras actividades? Há contextos de vida campo A e contextos de vida campo B.
Aliás, isto até pode ajudar a explicar porque é que os rpgs nunca descolaram da sua situação de nicho: são apresentados como entertenimento campo A; frequentemente dotados de sistemas e materiais de jogo campo B; vendidos a gente que tem períodos relativamente curtos na sua vida campo B (adolescentes e estudantes universitários), mas que se movem rapidamente para contextos de vida campo A.
Mas estamos rapidamente a entrar no campo do psicologismo de pacotilha...