Tull: "Como devem perceber não nos é permitido violar a santidade e o secretismo do nosso Planalto." — depois de coçar o queixo: "Mas talvez se consiga arranjar maneira...! Deixem-me só falar com o meu condiscípulo." — levanta-se. Faz tenções de se afastar mas logo volta atrás:
"Quantos...?"
"Apenas três." — responde prontamente Dodoni.
Combinaram voltar a encontrar-se pouco depois do jantar, à saída da mina.
Enquanto espero começo a preparar o meu equipamento... levo tudo o que costumo levar numa dos meus trabalhos, afinal de contas nunca se sabe.
"Entao menina isto foi mais rápido do que eu pensava...se bem que nao me agrada que eles soubessem que nos iamos estar ca. Bem logo se ve, o que quer fazer até lá?
Dodoni:"Parece-me que não tenho grande escolha para além de esperar pelo jantar na cantina."
Algum tempo depois os alunos de ciências comportamentais começam a chegar também eles à cantina. Altura em que o chef aproveita para se apresentar:
Chef: "Sejam benvindos! O meu nome é Séneca e irei apresentar-vos às diversas iguarias pelas quais a nossa cantina tão bem é conhecida." — breve pausa: "Espero que guardem um cantinho no estômago que a sobremesa é fabulosa!"
Dr.ª Vanessa: "Mmm... Isto promete." — voltando-se para a Dodoni.
-Humm, isto não me agrada muito. Por outro lado, temos uma organização inteira que conseguiu sobreviver mesmo nas barbas do priorado e não ser detectada. Isso é um ponto a reter!
Nisto, vem o próprio cozinheiro-chefe de tabuleiro na mão para distribuir a sobremesa feita de propósito para os visitantes, dizendo:
"A vossa atenção, por favor. Esta sobremesa é uma receita muuuito especial!" — pausa como que para agradecer os aplausos (imaginários) e logo continua: "Resolvi presentear-vos com esta delícia para que chegue à cidade a notícia de que por cá sabemos receber bem quem nos visita...!"
Posto isto, alguns dos alunos pegam nos seus talheres, com intenção de começarem a comer a sobremesa. Mas o cozinheiro-chefe, com um gesto rápido do braço, diz-lhes que não tenham pressa.
"Ainda não é o momento certo para começarem a deleitar-se! Esperemos só mais alguns instantes até que a sobremesa tenha tempo de arrefecer."
Neste momento, a Dr.ª Vanessa confessa-vos:
"Ai, eu sou um bocado gulosa!" — e toca de pegar também no garfo para atacar a doçaria: "Vocês não vão comer a vossa...?" — pergunta-vos.
O cozinheiro-chefe diz-vos que podem começar, ficando muito curioso perante a prontidão com que a Drª Vanessa aceita mais uma taça. Mas mal ela se prepara para dar a primeira garfada, entra pela cantina Tull, sobressaltado:
"Não comam! Não comam!" — indo directo à taça da Drª Vanessa e atirando-a para o chão. E, voltando-se para o resto dos estudantes: "Não comam! Não ponham à boca!"
"Mas o qu'é isto, homem!? O que é que lhe deu!?" — exige o cozinheiro-chefe. "Não me diga que foi o Hélder que o mandou aqui?"
"Você é que é o Séneca, não é? O que é que meteu na comida?" — replica Tull.
Muito calmamente, o cozinheiro-chefe responde:
"Sim, eu mesmo. E a minha comida não tem nada de mal! Pelo contrário..." — e pega numa das taças e leva uma garfada à boca, fechando os olhos de seguida. "Mmm... Simplesmente divinal!" — perante o olhar incrédulo de Tull.
No exterior, ouve-se um estrondo seco, ao que pouco depois se sente o chão estremecer por breves instantes.
"Sebastião!" — e sai a correr em direcção às minas de sal gema.
Os alunos estão perplexos! Ao menos hoje havia de lhes acontecer tudo — é mercadorias a cair borda fora, é cocktails molotov e agora uma explosão!?
A Drª. Vanessa larga a sobremesa e levanta-se num ápice:
"Tragam todas as máscaras e malas de primeiros socorros que conseguirem encontrar!" — e sai a correr atrás de Tull para socorrer os potenciais feridos.
-Tenho a certeza que está óptima, mas parece que a Drª Vanessa dá mais importância a umas meras vidas humanas. Vá-se lá perceber... diz sarcasticamente Dodoni
O chefe da cozinha ainda demora a perceber que a Dodoni não está nem aí para a conversa dele, continuando a mandar bocas durante um pedaço — ele que se fartou de cozinhar para vos mostrar como é que se cozinhava a leste do Alto Crescente; ele que tinha ficado sem um ajudante depois do almoço; ele que...
"Ainda te atreves a mostrar aqui a cara!? Isto é tudo culpa tua!!!" — grita o chefe de cozinha a um tipo que tinha acabado de entrar e parecia dirigir-se aos presentes para que corressem para o exterior. Este, responde-lhe:
"Séneca, tem calma! Temos que sair daqui e é já! Isto vai explodir não tarda nada!" — diz o tal tipo, todo empoeirado.
"E és tu que me vais tirar da minha cozinha? Tu que tentaste sabotar o meu trabalho!?" — responde o chefe da cozinha, aproximando-se do balcão de cozinha.
O tipo empoeirado não se mostrava muito preocupado com a atitude desafiadora de Séneca:
- "Séneca, se ainda queres ver a F'rança mais alguma vez, é bom que saias imediatamente das minas... de preferência connosco."
Depois virando-se para os restantes, punha-os a par da situação:
- "Acho que ainda se encontra por aqui ou na cozinha, mais uma bomba por explodir. O melhor a fazer é evacuar as minas o mais depressa e ordeiramente possível. Peço-vos que me ajudem a tirar estes miúdos todos daqui para fora!"
Sebastião assistia perplexo ao caos que se tinha instalado:
(Mas o que é que passou pela cabeça daquela jovem para berrar uma coisa daquelas daquela forma??)
No entanto, após ver a atitude de Séneca, resolve deixar o cozinheiro seguir, enquanto tentaria trocar um olhar com os restantes. A ideia era tentar desarmar Séneca num ataque surpresa feito em conjunto... mas se ninguém o acompanhasse, Sebastião iria tentar fazê-lo sozinho.
Tinham de abandonar aquelas minas o mais depressa possível, e Sebastião não queria sair dali sem o cozinheiro...