Joguei há uns anos atrás este rpg, e deixou-me na altura boas recordações. Vou fazer a critica da edição dos anos 80 (que é a que tenho), embora tenha diferenças importante de background com o jogo de tabuleiro.
No principio, a terra era um planeta sem vida inteligente; depois vieram umas criaturas de um planeta distante chamadas “olde ones” que fizeram diversas experiências e conseguiram que algumas das criaturas do planeta evoluíssem. Entretanto deu-se um desastre os “olde ones" perderam o seu poder, e criaturas de outra dimensão (caos) entraram pela terra dentro; depois de uma intensa guerra, o caos ficou limitado no seu poder, mas as experiências dos old ones estavam por sua conta.
Avançando alguns milhares de anos, temos um universo que se baseia no séc. XV europeu: existe um império semelhante ao Sacro-Império Romano-Germânico, o reino da Bretonha (inspirado na França), etc. Só que tem fortes elementos de fantasia: existem elfos, anões, goblins, beastmen e afins (sendo uns experiências dos old ones e outros aberrações geradas pelas forças do caos-conforme o ponto de vista). O país descrito que serve de background é o império, podendo os jogadores optar por uma das várias raças “boas” mantendo o estatuto de súbditos do império (embora seja dado uma breve panorâmica de outros países).
É um universo bastante mais negro do que MERP: existem doenças, más colheitas, autoridades corruptas ou incompetentes, o sistema feudal serve para manter uma nobreza privilegiada a esmagar as classes inferiores com impostos e indiferentes ao sofrimento alheio, enquanto o Caos observa. Sim, porque neste jogo existem diversas forças: a Lei (que significa obedecer de forma rigorosa a ordens dos deuses (que uma pessoa se pergunta de onde se encaixam com o sistema dos old ones), os deuses dos druidas (são divindades próximas da natureza em vias de extinção), e o caos (os fãs do elric, já se aperceberam de onde veio este sistema tripartido); os deuses são mais ou menos indiferentes ao destino dos humanos, exceptuando os do caos que seguem com atenção especial os homens.
O sistema de jogo era por d100 e a criação de personagem era fácil: lançava-se uma série de dados para obter os pontos das características (cerca de 9, incluindo características como strengh, Weapon skill, etc) e recebia-se um bónus conforme a raça. Existem também pontos de destino para em situações extremas salvar as personagens (afinal está-se a jogar heróis). As personagens lançavam ao dado uma carreira (desde nobre a apanhador de ratos) e ficavam com um número determinado de skills que poderiam adquirir com xps (e melhora-las); quando adquirissem todos os melhoramentos da skills, poderiam passar a uma nova carreira.
O sistema parece confuso mas não era: lembro-me que os combates eram rápidos, mortíferos e excitantes (funcionava por ordem de iniciativa,lançando-se a weapon skill para se ver se se acertava e depois calculava-se o dano com força +d6, mais qualquer bónus, devendo-se subtrair a armadura).O jogo tinha tudo o que era necessário para se jogar, não sendo necessário comprar mais nada (bem, exceptuando cenários, mas esses podem-se adaptar) não havendo elementos inúteis no livro de regras, sendo tudo utilizável.
O cenário que joguei (era um aprendiz de alquimista que se me fartara de apanhar pancada e de varrer o chão) foi um ataque à mansão de um necromante: vencemos embora com vários feridos graves. Foi extremamente divertido pois éramos um grande número de jogadores (uns 7 ou 8) e coordenar isso foi um esforço (como na vida real).