Monopólio vai passar a filme

[quote=Crashburner]É pena que estes jogos sejam descartados, porque quem sabe, após uma partida de monopólio, não se conveça alguém a jogar algo diferente, como Catan ou Carcassonne, e após isso... temos mais um do nosso lado![/quote]

Isso seria muito bonito se sobrasse algum tempo depois de se jogar uma dessas porcarias.

Na verdade dizer a alguém que passou a infância a jogar porcarias pode não ser a melhor estratégia. Mais vale pô-las a jogar algo bom e deixá-las tirar essa conclusão por si mesmas. Se forem capazes...

Mas a verdade é que qualquer um dos três jogos que apontas (Risco, Monopólio e Trivial) podem facilmente proporcionar más experiências e isso é prejudicial ao hobby. Ou não?

uma má experiencia no passado pode ser substituida por uma boa experiencia no presente...

[quote=Mallgur]

Mas a verdade é que qualquer um dos três jogos que apontas (Risco, Monopólio e Trivial) podem facilmente proporcionar más experiências e isso é prejudicial ao hobby. Ou não?

[/quote]

Não considero más experiências... Tu não sabes o que é mau até teres provado algo melhor! Para quem só jogou estes é de facto divertido e engraçado, e torna-se uma boa alternativa a um jogo de computador porque pode ser jogado e partilhado por vários amigos ao vivo e a cores. Eu acho que os jogos de tabuleiro só não tem grande expressividade nas grandes massas, porque existe algo que permite ser jogado a sozinho e proporcionar horas de diversão, aka jogos de vídeo.

As pessoas quando tão fartas do monopólio não se viram para a internet à pesquisa de outro jogo de tabuleiro, compram um jogo de computador. É mais simples e dá para jogar sozinho.

Os argumentos estão postos e portanto não vale a pena continuar com isto, até porque começamos a ter um discurso um pouco redundante e isso é cansativo, pelo menos para mim. Eu percebo a tua argumentação e aceito a acusação de manipulação de mercado de que falas por parte da Parker.
Agora não posso deixar de referir apenas uma coisa que escreves em relação à pessoa que conheço e que prefere o Monopólio ao Catan e Ticket to Ride:

“E não lhe deste logo um par de chapadas a ver se ganhava juízo? Ele apresentou alguma justificação para dizer isso? Só imagino alguém a justificar uma afirmação dessas dizendo que simplesmente não gosta de pensar. É como dizer que se prefere a roleta…”
É a isto que eu chamo a tal “visão fundamentalista cega” que te choca tanto.

Bem, quanto á minha resignação em relação ao mercado. Bem, podes crer que me estou literalmente a borrifar se o Monopólio vende 1 milhão ou 2 milhões ou se o novo jogo do Wallacce vende 5 ou 6 unidades. Também me estou a borrifar se o Tony vende 5 milhões de Discos ou se os Mão Morta vendiam 50.
Seja como for, independentemente das nossas opiniões divergentes quanto ao que o Monopólio significa, deixa-me dar-te os parabéns pelo trabalho que estás a conseguir na divulgação deste hobby.

[quote=Mallgur]Mas a verdade é que qualquer um dos três jogos que apontas (Risco, Monopólio e Trivial) podem facilmente proporcionar más experiências e isso é prejudicial ao hobby. [/quote]

Tal como muitos dos jogos que jogamos, ou não? E boas experiências, não provocam? Senão, porque os jogam, e porque são tão comprados? Porque as pessoas gostam da experiência de se sentar à mesa, e os jogar. A maior parte da minha experiência com esses jogos era francamente positiva. Mais uma coisa: se não tivessemos jogado estes jogos qd eramos pequeninos, não estaríamos hoje neste hobby.

Não, não acho q hostilidade e a sentimentos de superioridade geek em relação a jogos mainstream façam algo pelo hobby. Mas isso digo eu, que nem sequer me importo muito com isso.

[quote=Crashburner]

Não considero más experiências... Tu não sabes o que é mau até teres provado algo melhor! Para quem só jogou estes é de facto divertido e engraçado, e torna-se uma boa alternativa a um jogo de computador porque pode ser jogado e partilhado por vários amigos ao vivo e a cores. Eu acho que os jogos de tabuleiro só não tem grande expressividade nas grandes massas, porque existe algo que permite ser jogado a sozinho e proporcionar horas de diversão, aka jogos de vídeo.

[/quote]

Eu mesmo antes de entrar para este hobby ( e entrei a tropeçar) nunca mas nunca tive um jogo de monopólio divertido, aquilo ou acabava com muita batota ou com um ùnico gajo divertido (o runaway leader) e os outros já a arder. Se fosse pelo monopólio nunca teria entrado por este hobby. Aliás estaria tão longe de jogos de tabuleiro quanto possível.

Quanto aos jogos de vídeo é verdade que o facto de se jogarem sozinhos no conforto da casa sem ninguém a chatear são um factor que os leva a terem mais sucesso que os jogos de tabuleiro. No entanto penso que é algo que se irá inverter um dia (talvez seja apenas wishful thinking da minha parte...). Acho que esta cultura de isolamento vai levar a que cada vez mais ex-videogamers procurem entertenimento onde a interacção interpessoal reina (não necessariamente jogos de tabuleiro).

Podem dizer que para isso já existem MMOs e modos multiplayer a dar com um pau. Mas sinceramente, quem já jogou um multiplayer e achou que estava a fazer algo mais que enfrentar inimigos mais (ou menos) inteligentes? Existem excepções é certo, mas jogar "em grupo" online ainda não bate fazê-lo frente a frente, pelo menos se o que se procura para além de jogar é interagir socialmente com seres humanos.

Eu antes de entrar neste hobby, jogava jogos de computador, e completava a falta de uma socialização com umas noitadas valentes nos copos. Em relação ao teu wishful thinking, não me parece que se vá realizar pelo menos nos próximos 10/20 anos. Só se deixarem de fazer consolas.. Eu vou-te falar do meu caso, ultimamente tenho uma vontade imensa de jogar wargames medievais, embora só tenha o Battlelore, tive de esperar alguns dias até conseguir arranjar alguém para o jogar comigo. Isto não acontece num jogo de computador. O Medieval Total War 2, é simplesmente brilhante, a AI não é má de toda e.. posso jogar sozinho, ou melhor poderia senão tivesse um mac. E o mesmo se passa com o Company of Heroes e os wargames de 2ª Guerra Mundial. Claro que se me derem a escolher entre os dois, prefiro os jogos de tabuleiro, mas não os posso jogar quando quero...

Do que me lembro da minha infãncia e adolescência, devo dizer que experimentei o Monopólio, o Risco e o Trivial várias vezes. A sensação com que sempre fiquei no final de cada jogo era "bom, se calhar p'ro ano apetece-me fazer mais uma partida". Agora, com outra idade e outros jogos de tabuleiro, a minha impressão passou a ser "ainda haverá tempo para jogar mais uma partida hoje?".

Qual é então a vantagem que eu vejo no Monopólio? Para mim, nenhuma, mas compreendo que hajam muitas pessoas que essencialmente querem jogar um jogo de tabuleiro sem terem de jogar um jogo de tabuleiro (o que implicaria actividades mentais como compreensão de regras ou elaboração de uma estratégia/táctica). Tem um tema suficientemente colado para ser levado a sério, implica só o lançamento de dados, a ocasional leitura de umas cartas e umas simples contas de matemática. Para o hobby, acrescenta, de facto, o mesmo valor básico que o Tony Carreira acrescenta à música nacional. Estando presente em todas as casas, o Monopólio ensina ás crianças o que é um dado e como o rolar, ensina simples matemática aplicada, ensina o que é uma carta e como tem uma face que se lê e umas costas decorativas, etc. Milhares de jogos de tabuleiro da actualidade utilizam conceitos que todos nós aprendemos pela primeira vez com o Monopólio. Por isso, acho que merece o seu lugar na História, mas nada mais.

É pena seres do Porto senão eu jogava um Battlelore contigo :D Ando com uma sede de experimentar esse jogo....

(E sim o meu wishful thinking talvez não passe disso mesmo...)

[quote=hugocarvalho]Agora não posso deixar de referir apenas uma coisa que escreves em relação à pessoa que conheço e que prefere o Monopólio ao Catan e Ticket to Ride: "E não lhe deste logo um par de chapadas a ver se ganhava juízo? Ele apresentou alguma justificação para dizer isso? Só imagino alguém a justificar uma afirmação dessas dizendo que simplesmente não gosta de pensar. É como dizer que se prefere a roleta..." É a isto que eu chamo a tal “visão fundamentalista cega” que te choca tanto.[/quote]

:D

Ok. A ideia era só perguntar se ele te tinha explicado porquê... para ver se havia alguma razão lógica. Acho que devia ter deixado o humor de lado desta vez. Não acreditaste mesmo que eu agrediria alguém que me dissesse uma coisa dessas, pois não?

[quote]Bem, quanto á minha resignação em relação ao mercado. Bem, podes crer que me estou literalmente a borrifar se o Monopólio vende 1 milhão ou 2 milhões ou se o novo jogo do Wallacce vende 5 ou 6 unidades. Também me estou a borrifar se o Tony vende 5 milhões de Discos ou se os Mão Morta vendiam 50.[/quote]

Exacto. Temos simplesmente atitudes diferente em relação a estes aspectos...

[quote]... deixa-me dar-te os parabéns pelo trabalho que estás a conseguir na divulgação deste hobby.[/quote]

Obrigado. Mas não sou o único e os parabéns são retribuidos. Também fazes a tua parte.

[quote=Asur]

[quote=Mallgur]Tal como muitos dos jogos que jogamos, ou não? E boas experiências, não provocam?[/quote]

Com menor probabilidade e raramente. Respectivamente

[quote]Senão, porque os jogam, e porque são tão comprados?[/quote]

Porque é o que há. Se fores ver bem, aposto que muitos dos Monopólios que são comprados não são jogados mais que 10 vezes . É uma estimativa arriscada, eu sei...

[quote]Mais uma coisa: se não tivessemos jogado estes jogos qd eramos pequeninos, não estaríamos hoje neste hobby.[/quote]

Não necessariamente. Não creio que possas sustentar tal afirmação... Para mim, por exemplo, estes foram jogos de que nunca gostei. se dependesse destes jogos, não tinha nunca jogado outros. Estes serviram mais para me aproximar dos jogos de computador e consola.

[quote]Não, não acho q hostilidade e a sentimentos de superioridade geek em relação a jogos mainstream façam algo pelo hobby.[/quote]

Mas também não acho que prejudiquem (nem que existam, mas isso é outro assunto...). Explicar racionalmente a alguém que o Monopólio ou o Risco têm problemas de design não afasta ninguém. Enquanto pontos de partida para uma conversa sobre o que pode ser melhor no hobby, até dão jeito. Nada como um mau exemplo para tornar algo melhor.

1.º : Bom dia. Smile

[quote=Mallgur] Com menor probabilidade e raramente. Respectivamente [/quote]

É como disse. Na minha experiência, diverti-me imenso a jogar com a família, amigos, etc. O que te queria mostrar é que estes clássicos não são uma má experiência para a maioria das pessoas que os jogam. E que nos nossos jogos, tb temos más. Frequentemente, até, quando jogamos jogos de que acabamos por não gostar.

[quote=Mallgur] Porque é o que há. Se fores ver bem, aposto que muitos dos Monopólios que são comprados não são jogados mais que 10 vezes . É uma estimativa arriscada, eu sei... [/quote]

Oh... Só se for no teu caso. Na minha infância devo ter jogado Risco umas 50 vezes. Monopólio, mais, provavelmente.

[quote=Mallgur]Não necessariamente. Não creio que possas sustentar tal afirmação... Para mim, por exemplo, estes foram jogos de que nunca gostei. se dependesse destes jogos, não tinha nunca jogado outros. Estes serviram mais para me aproximar dos jogos de computador e consola.[/quote]

Nós sabemos o que é um jogo de tabuleiro por causa dos clássicos. Foi assim que eles nos entraram em casa e na mente. Foi por isso que os jogos mais originais nos apelaram, talvez por parecerem "tão diferentes". Pareceram uma lufada de ar fresco para os jogos que tanto jogamos em miúdos. Mas pronto, pelos vistos temos experiências diferentes. Mas acho que a maioria das pessoas não tem a tua má experiencia com os jogos do passado. Especialmente os não-geeks-como-nós.

[quote=Mallgur]Mas também não acho que prejudiquem (nem que existam, mas isso é outro assunto...). Explicar racionalmente a alguém que o Monopólio ou o Risco têm problemas de design não afasta ninguém. Enquanto pontos de partida para uma conversa sobre o que pode ser melhor no hobby, até dão jeito. Nada como um mau exemplo para tornar algo melhor..[/quote]

Eu não disse que explicar pq é q o monopolio e o risco são maus é que prejudica o hobby.

Disse é que existe uma posição de superioridade geek em relação aos clássicos. "Monópolio, essa treta?" "Tenham juízo!"

Tal como em cinema, "não gostas de woody allen és atrasado" ou em mtos outros casos.

É arrogante e desrespeitoso para quem está a entrar no hobby. É tudo uma questão de aproximação. Se encararmos um possível viciado com o tom que critico, podes crer que vamos prejudicar o hobby.

E é isto que queria dizer.

Ninguém aqui falou com tom: "quem gosta de monopólio é X,Y ou Z". Apenas se apontaram falhas deste jogo.

Sinceramente acho que se devia criar uma votação e ver quem é que entrou pelo hobby por causa do monopólio, se calhar ficavas admirado com o resultado. Se calhar entrou mais gente por via de CCGs e RPGs que pelos "clássicos".

É tudo uma questão, em primeira instância, de ter os jogos traduzidos, uma vez que as pessoas mais activas na divulgação não podem ir bater às portas das pessoas para jogar outra coisa que não seja o que se vende no mercado. E eu dou um exemplo que se passou comigo. Eu joguei Monopolio e Risco. Mas joguei tanto monopólio como joguei Risco, Petroleiros ou petroleo. São os 4 maus jogos, mas era o que havia. Ora as coisas hoje em dia, em termos de lojas de bairro e grandes superfícies estão na mesma. Aliás, estão pior porque já nem existe a Karto e com ela foram o petróleo e o petroleiros. Agora há monopólio e risco e os party games. O catan com regras em português vendeu bastante bem e em princípio o mesmo vai acontecer com o ticket to ride. E aí dou razão ao mallgur que fala na manipulação de mercado. Porque a Parker consegue pôr os seus produtos nas prateleiras dos hipermercados e os outros não.
É dar tempo ao tempo. Em 3 anos este hobby evolui bastante e vai continuar a evoluir e certamente daqui a uns tempos qualquer família vai ter o monopolio e o Catan e o Ticket na prateleira da sala.

[quote=hugocarvalho]

E aí dou razão ao mallgur que fala na manipulação de mercado. Porque a Parker consegue pôr os seus produtos nas prateleiras dos hipermercados e os outros não. É dar tempo ao tempo.

[/quote]

Não acredito que seja a Parker que faz essa manipulação. Eles simplesmente têm isso como catalogo de brinquedos. Ou muito me engano ou os Boardgames foram parar à Fnac por serem vendidos pela Devir, que lhes vendia sobretudo bd's e livros. Na minha humilde opinião os boardgames só não são alvo de um maior consumo de massas porque perdeu terreno pela falta de empresas que se dediquem a isso.

Deixem cá ver se consigo explicar isto melhor: a Nintendo nunca conseguiu ter uma boa expressão de vendas em território nacional devido à Concentra, que como não era a base de vendas da empresa, pouco se preocupavam, os outros brinquedos chegavam para tapar o buraco. O mesmo se passa com os jogos de tabuleiro... há a falta de uma ou várias empresas que se dediquem única e exclusivamente dos jogos para os vender.

A questão não passa por uma Runadrake, que faz um excelente trabalho de divulgação, nem por uma Diver que tem uma boa oferta, falta uma empresa que se dedique a sério ao nosso hobby. Que a sua preocupação não sejam as vendas directas aos jogadores, mas que comprem os direitos de distribuição em Portugal. Que peguem num fax e enviem-no para o Toys'r'us a dizer,

"somos uma empresa de distribuição de jogos de tabuleiro. Temos uns quantos para vocês vender e assim subir a vossa idade de mercado. Deixam de vender jogos apenas para crianças passando a vender também a jovens."

Falta ainda que os portugueses invistam em Portugal, e não querendo roubar direitos de autor ao nosso PM, mas são poucos os que compram jogos em Portugal ou a empresas portugueses. Se calhar compram mais rápido os que não conhecem os jogos do que os que conhecem. Senão se esgotar as prateleiras das Fnacs, El Corte Ingles e afins eles nunca vão repôr o stock e vâo acabar por desistir do mercado, claro que para nós os que já jogamos é indiferente, temos a nossa loja online no estrangeiro que nos pôe o jogo à porta de casa dois dias depois por menos 10 euros. E se vir numa lingua estrangeira desconhecida até arranjamos uma tradução e fica resolvido o problema. Claro quem compra lá fora é porque não tem o jogo cá à venda, ou pelo menos espero eu... No meu caso sempre comprei os meus jogos na Diver, salvo quando estive no estrangeiro.

Acho que isto já se torna muito longo e depois ninguém lê nada, mas pelo menos a ideia que eu tenho é que falta investimento na área cá em Portugal.

Manipulação talvez seja uma palavra mal escolhida. Eu não sei como é que as coisas funcionam nos hipermercados, mas uma empresa para pôr lá os seus produtos, muito provavelmente paga a exposição. E se esse valor é facilmente comportado pela Parker que tem muita coisa e é compensador. Já a Devir e a Runa têm mais dificuldade nesse investimento. Não sei bem se é assim, mas alguma coisa tem de explicar o facto de tanto o Catan, o Ticket, o Lobo ou o Wings of war não estarem lá.

Não tenhas a menor dúvida, então agora neste mês que práicamente compensa o ano todo é mesmo assim. E se estiver à venda dois produtos, um por 10 e outro por 50, ambos se esgotam, com 200 vendas do de 10 e 100 do de 50!!!

…heeeeemmmmmm… ve o meu comentário seguinte

a questão passa pelo arcaboiço financeiro que é preciso ter. Vender para uma grande superficie implica imediatamente vender em grande quantidade a um preço super reduzido (são eles que assim o exigem), com prazos de pagamento a 90 dias no minimo, sendo o mais normal os 120 dias. Ou seja, agarras em 1000 caixas do Ticket to Ride: Europa, metes na Toys’R Us, e esperas 4 meses pra que te paguem de volta (e ainda com aquela causula de que tens de lhes ficar com o produto toso que não venderem). Ou seja tens de investir e ter capacidade financeira pra não tornares a ver o dinheiro senao passados uns meses. E como a margem aqui na venda para estas grandes superficies anda por norma abaixo dos 10% isto implica muito musculo financeiro. Para as tais 1000 caixas de TtRE deves estar a falar de um investimento inicial na ordem dos 30.000 euros para com sorte teres 3.000 de lucro!!! Com os riscos associados que já falei.

Pra isto dar rendimento tem de ser não só o TtRE, mas ainda o WoW, o Agricola, o Memoir’44 e ainda mais uns 40~50 titulos em simúltâneo!!

E é preciso que todos eles tenham as regras em português e que tenham um titulo que atraia o comprador comum, que sejam fáceis de aprender, etc, etc, etc!!

O que é que o Monopolio tem de vantangem em relação a estes todos?

  • Está nas grande superficies uma vez que a empresa que o produz tem o múculo financeiro para o aguentar e a economia de escala faça com que o mesmo lhes custe 1€ à saida da fábrica podendo-se dar ao luxo de o colocar nas grandes superficies por apenas 20€!! E ainda se aguenta 3~4 meses sem receber o dinheiro.
  • É um nome conhecido desde os nossos avós
  • Tem as regras em português mas nem isso é preciso pois toda a gente as sabe (claro que todos nós continuamos a despejar dinheiro no meio do tabuleiro para depois o ir buscar no estacionamento Livre - LOL)
  • É fácil de aprender

Vejam o que a Hasbro fez quando comprou a Avalon Hill. Lançou sob o brand AH alguns dos mais espectaculares jogos de sempre: Betrayal at the House of the Hill, Queen’s Gambit, Axis & Allies, entre outros. Havia dinheiro pra gastar a rodos!! Agora imaginem que se decide a comprar uma DoW ou uma FFG !!!

Isso mesmo, há muito adulto que o joga. E a razão é simples, o Monopólio é um excelente jogo.

É demasiado aleatório? Claro, excelente. Vejamos, há milhares de adultos que gostam de jogos ao ponto de gastarem fortunas a jogar. Jogos que apelam à inteligência? Não. Jogos que apelam à estética? Não. Jogos que apelam a sentimentos elevados? Não. Jogos que apelam à emoção da aleatoriedade total. O Monopólio tem algo disso (mas não o suficiente para fazer um bom jogo de casino, há ali demasiado espaço para pôr os neurónios a trabalhar). A verdade é que para todos nós - sim, para todos - há uma costela da jogador de casino inconfessada (nem os jogadores de casino a confessam).

Não dá suficiente espaço ao exercício dos neurónios? Excelente. A maior parte das pessoas não tem paciência para ocupar o seu tempo de entertenimento com actividades inteligentes, já tem bastantes oportunidades no emprego e a equilibrar as finanças familiares. Além de que jogos estúpidos nivelam. O João pode ter um QI de 390 e ser capaz de antecipar os primeiros 3.000 movimentos de um jogo de xadrez mas não me vai ganhar no Monopólio, ah, ah, ah. A verdade é que nada mata mais depressa um jogo do que o facto de que quem tem geito ganha sempre.

Não tem matéria para ocupar a nossa atenção continuamente? Excelente. Quando um grupo de amigos se reune em torno do Monopólio não é apenas para jogar Monopólio. Há imensas histórias pessoais para contar, gente em quem cortar na casaca, assuntos para discutir. Um jogo que exija muita atenção estraga isso tudo. O Monopólio? Joga-se agora, passam-se 5 minutos na conversa enquanto os outros jogam, dá-se uma rápida olhadela ao tabuleiro quando chega a nossa vez e sabemos logo em que estamos. 30s depois podemos voltar à conversa descansados que não perdemos nada.

Em suma, o Monopólio é um jogo de tabuleiro excelente, faz exactamente aquilo para que foi feito e faz isso de forma inexcedível. No fim ninguém fica chateado por ter perdido: na próxima será a nossa vez de ganhar, e a noite foi divertida. Ainda bem que não há por aqui nenhum chato daqueles que pensa que quando nos juntamos à volta da mesa é para passarmos uma noite a matutar na melhor forma de mover umas peças de madeira ou cartão. Para trabalho já temos que chegue durante o dia.

Sérgio Mascarenhas

Eu por acaso tenho comprado online (no estrangeiro) porque habitualmente os jogos ou não os há cá ou demoram eras a chegar em relação à sua data de saída, no dia a seguir estão à porta de casa e costumo poupar bastante mais que 10 euros, já para não falar que se tiver algum pedido mais estranho de algum jogo os donos da loja costumam ir a "extra mile" para mo arranjar.

Até haver uma loja portuguesa que me faça isso o meu negócio vai parar a outros. Continuo a achar bastante estranho uns conseguirem fazer tudo isto e outros não.

Talvez haja um pouco falta de visão.

[quote=smascrns]

Isso mesmo, há muito adulto que o joga. E a razão é simples, o Monopólio é um excelente jogo.

É demasiado aleatório? Claro, excelente. Vejamos, há milhares de adultos que gostam de jogos ao ponto de gastarem fortunas a jogar. Jogos que apelam à inteligência? Não. Jogos que apelam à estética? Não. Jogos que apelam a sentimentos elevados? Não. Jogos que apelam à emoção da aleatoriedade total. O Monopólio tem algo disso (mas não o suficiente para fazer um bom jogo de casino, há ali demasiado espaço para pôr os neurónios a trabalhar). A verdade é que para todos nós - sim, para todos - há uma costela da jogador de casino inconfessada (nem os jogadores de casino a confessam).[/quote]

Pelo menos uma excepção: póquer.

Fora isso, de acordo. A maioria das pessoas quer jogar como pretexto para estar com os amigos a fazer qualquer coisa. Não tem nem a nossa pachorra para estar a aprender novas regras, nem a vontade de "jogar" que nós temos.